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Escola franco-flamenga

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Guillaume Dufay (à direita) e Gilles Binchois

Em termos musicais, a escola franco-flamenga[1] ou escola neerlandesa[2] foi um movimento de renovação musical da Renascença que se desenvolveu a partir do século XV, nos Países-baixos borgonheses antes de se espalhar por toda a Europa. Caracterizou-se pelo grande desenvolvimento da polifonia e iniciou, assim, as bases da Harmonia moderna. O estilo franco-flamengo se espalhou graças à invenção da imprensa. É considerado o primeiro estilo internacional depois da uniformização do Canto gregoriano no século IX. A escola franco-flamenga se estende sobre todo o período de 1420 a 1600, mas distinguem-se cinco gerações sucessivas de compositores.

Contexto histórico

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Enquanto a Guerra dos cem anos entre a França e a Inglaterra chega ao fim, certos países não envolvidos com o conflito, como os Países baixos e a Borgonha, conhecem a paz e a prosperidade econômica. O desenvolvimento das fábricas, principalmente têxteis, nos Países baixos (Hainaut, Condado de Flandres, Principado de Liège, Ducado de Luxemburgo e Brabante) contribui para o desenvolvimento das Artes. Durante quase dois séculos, esses países foram, assim, palco do principal centro cultural da Europa.

Os compositores da escola franco-flamenga não se contentaram em permanecer em seu país, mas passaram a trabalhar em numerosos países europeus. Assim, viajaram para a Itália, Espanha, França e Alemanha, onde fizeram conhecer o seu estilo. Desta forma, o estilo se espalhou rapidamente, graças ao desenvolvimento da imprensa.

Características da composição

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Josquin des Prez

O caráter da polifonia flamenga foi fortemente influenciado pela escola inglesa. Esta última, caracterizada pela superposição de terças, sobretudo no Fauxbourdon, chegou à França após esta ser invadida pela Inglaterra por Guilherme o conquistador. Ali encontraram um notável sucesso as composições de um musicista, matemático e astrônomo inglês, John Dunstable, autor de canções sacras e profanas. Este foi um dos compositores mais influentes de todos os tempos.

Foi da produção inglesa que os compositores flamengos tomaram emprestada a superposição de terça e sexta que ainda correspondem à nossa sensibilidade acústica, abandonando as sucessões de quarta, quinta e oitava características dos períodos Ars Nova e Ars Antiqua.

O centro da composição flamenga é a tríade, isto é, a superposição de terças, acompanhando e introduzindo uma nova atenção ao desenvolvimento vertical da polifonia, embrião do que –bem mais tarde– será o fundamento da Harmonia. Algumas das regras modernas da composição vieram à luz nessa época, e dentre as mais notáveis podemos citar:

  1. Proibição de criar quintas e oitavas paralelas, a fim de evitar o sabor arcaico que delas derivava.
  2. A obrigação de que a superposição de vozes sempre formasse uma tríade consonante, permitindo dissonâncias apenas sob forma de notas de passagem nos tempos fracos e sob forma de retardo sobre o tempo forte.

As cinco gerações da escola franco-flamenga

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Orlande de Lassus

Na produção Flamenga do século XVI, é costume fazer a distinção de 5 períodos ou gerações, separadas por cerca de vinte anos, e cada uma associada ao nome de um ou mais compositores importantes. Esta é obviamente uma classificação de conveniência: a evolução da linguagem musical foi (como sempre) contínua ao longo de todo o período.

Por volta do ano de 1600, o estilo franco-flamengo foi amplamente difundido em toda a Europa. Era o início da idade de ouro dos compositores italianos.

Quadro sinótico dos compositores renascentistas (1400-1600)

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Esta é uma linha do tempo com os principais e mais influentes compositores renascentistas, separados por período e estética musical.

Orlando GibbonsMichael PraetoriusJohn CooperTobias HumeClaudio MonteverdiThomas CampionJohn DowlandCarlo GesualdoPhilippe RogierGiovanni GabrieliGiovanni de MacqueTomás Luis de VictoriaLuzzasco LuzzaschiWilliam ByrdBalduin HoyoulIvo de VentoJohannes de FossaGiaches de WertOrlande de LassusClaude Le JeuneGiovanni Pierluigi da PalestrinaGerard van TurnhoutCipriano de RoreJacob Clemens non PapaAndrea GabrieliClaude GoudimelPierre de ManchicourtHans NewsidlerThomas TallisChristopher TyeCristóbal de MoralesConstanzo FestaAdrian WillaertNicolas GombertThomas CrecquillonJohn TavernerClément JanequinPhilippe VerdelotAntonius DivitisAntoine BrumelAntoine de FévinMartin AgricolaPierre de La RueJean MoutonJosquin des PrezHeinrich IsaacJacob ObrechtAlexander AgricolaLoyset CompèreJohannes OckeghemAntoine BusnoisGuillaume DufayGilles BinchoisJohn DunstableLeonel Power

Nota: Algumas datas possuem apenas valor aproximado.

Lista de Compositores Franco-Flamengos

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  • Ignace Bossuyt (trad. Henri Vanhulst), De Guillaume Dufay à Roland de Lassus : les très riches heures de la polyphonie franco-flamande, Racine, 1996, Bruxelles, 174 p. ISBN 2-87386-086-3
  • Robert Wangermée, « Guillaume Dufay et la Renaissance en musique » dans Robert Wangermée et Philippe Mercier (directeurs), La musique en Wallonie et à Bruxelles, Tome I Des origines au XVIIIe siècle (430 pages), La Renaissance du livre, Bruxelles, 1980 [D.1980-0115-8], pp. 127-144.
  • Robert Wangermée, « La musique » dans Freddy Joris (dir.), Wallonie. Atouts et références d'une Région, Gouvernement wallon, Namur, 1995 [1].

Referências

  1. Esta denominação se deve à revista musicológica belga (ver Revue belge de Musicologie / Belgisch Tijdschrift voor Muziekwetenschap, Vol. 5, No. 3/4 (Jul. - Dec., 1951), pp. 114
  2. Esta denominação é, contudo, ambígua, pois provoca uma confusão com os atuais Países baixos, enquanto que, na época, esta denominação referia-se à atual Bélgica e uma parte do norte da França.

Ligações externas

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