O Ilustre Gaudissart
L'Illustre Gaudissart | |||||||
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O ilustre Gaudissart [PT] | |||||||
Autor(es) | Honoré de Balzac | ||||||
Idioma | Francês | ||||||
País | França | ||||||
Série | Scènes de la vie de province | ||||||
Editor | Charles Gosselin | ||||||
Lançamento | 1833 | ||||||
Edição portuguesa | |||||||
Tradução | Adolfo Casais Monteiro | ||||||
Editora | Inquérito | ||||||
Lançamento | 1941 | ||||||
Páginas | 79 | ||||||
Cronologia | |||||||
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L'Illustre Gaudissart é um texto curto de Honoré de Balzac ("não é propriamente uma história, é apenas um retrato"),[1] surgido primeiramente em 1833 em sua versão original, depois encurtado e integrado em 1843 ao tomo VI de A Comédia Humana, no subgrupo dos Parisienses na vida privada, associado à Musa do departamento.
Comentário
[editar | editar código-fonte]Essa narrativa em forma de panfleto satírico caricatura um caixeiro-viajante que supostamente representa o homem da Monarquia de Julho. Félix Gaudissart é hiperativo, seduz, é eficaz, como a sociedade moderna a qual Balzac frequentemente ironiza, cujo materialismo frenético ele deplora, e que produz por produzir, sem conhecer o propósito de sua agitação. Gaudissart sabe tudo, já visitou todos os lugares, conhece tudo, mas não compreende tudo. Só tem talento para o comércio e a venda, como se vê em sua brilhante estreia, quando ele salva César Birotteau do desastre.
Balzac alcança aqui na escrita aquilo que Honoré Daumier obtinha com o desenho: uma caricatura de um personagem capaz de vender não importa o que, mas que se encontra confrontado com alguém mais esperto que ele e que, à força de vender o vento, acabará por comprá-lo ele mesmo. Um velho vinhateiro da Touraine consegue vender-lhe vinho que ele não produz há muito tempo.
Trecho da obra
[editar | editar código-fonte]O caixeiro-viajante, personagem desconhecida na Antiguidade, não será uma das figuras mais interessantes criadas pelos costumes da época atual? [...] O caixeiro-viajante não é para as ideias o que as nossas diligências são para as coisas e os homens? Ele as veicula, movimenta-as, fá-las chocarem-se umas com as outras; capta, no centro luminoso, sua carga de raios e semeia-os através das populações adormecidas. Esse piróforo humano é um sábio ignorante, um mistificador mistificado, um sacerdote incrédulo que por isso mesmo melhor discorre sobre os seus mistérios e os seus dogmas."[2]
Referências
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- (fr) Roger J. B. Clark, « Un Modèle possible de l’illustre Gaudissart », L'Année balzacienne, 1969, p. 183-6.
- (fr) Shoshana Felman, « Folie et discours chez Balzac : L’illustre Gaudissart », Littérature, 1972, no 5, p. 34-44.
- (fr) Jorge Pedraza, « Boniments balzaciens : L’Illustre Gaudissart », Langues du XIXe siècle, Toronto, Centre d’Études du XIXe siècle Joseph Sablé, 1998, p. 69-81.
- (fr) Albert Prioult, « Du Mémorial Catholique à L’Illustre Gaudissart », L’Année balzacienne, 1975, no 263-78.
- (en) Andrew Watts, « An Exercise in International Relations, or the Travelling Salesman in Touraine: Balzac’s L’Illustre Gaudissart », Currencies: Fiscal Fortunes and Cultural Capital in Nineteenth-Century France, Oxford, Peter Lang, 2005, p. 161-73.
- (pt) Honoré de Balzac. "A comédia humana". Org. Paulo Rónai. Porto Alegre: Editora Globo, 1954. Volume VI
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Fac-símile em francês no site da Biblioteca Nacional da França.