Madame Underground Club
Madame Underground Club | |
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Fachada do Madame Underground Club durante a noite | |
Conhecido por | Madame, Casarão, Satã |
Localização | Rua Conselheiro Ramalho, 873 - Bela Vista - São Paulo/SP |
Coordenadas | |
Tipo | Discoteca |
Gênero | Gótico pós-punk new wave dark wave cold wave synth-pop música eletrônica EBM underground alternativo |
Inauguração | 21 de outubro de 1983 29 de fevereiro de 2012 (reabertura) |
Encerramento | Meados de março de 2009 |
Proprietário | Gé Rodrigues e Igor Calmona |
Estilo de Arquitetônico dominante | Eclético gótico (gárgula) art déco (exterior) pós-moderno (interior) |
Antigos nomes | The The Morcegóvia Madame Satã Night Club |
Website | http://madameclub.com.br/ |
Madame Underground Club, antigamente conhecido por Madame Satã Night Club, é um clube de música instalado na região conhecida como Bixiga no distrito ítalo-brasileiro de Bela Vista, região central do município de São Paulo, Brasil.
A casa fechou suas portas em 2009, quando era administrada por José Maurício Penteado, mas em outubro de 2011 foi anunciada a sua volta[1] que ocorreu em 29 de fevereiro de 2012.[2]
História
[editar | editar código-fonte]Nome
[editar | editar código-fonte]O nome "Madame Satã" foi inspirado em João Francisco dos Santos, também conhecido como Madame Satã. João Francisco era uma transformista brasileira que se tornou uma figura emblemática e um dos personagens mais representativos da vida noturna e marginal da Lapa carioca durante a primeira metade do século XX. Após encerrar sua primeira fase em 1993, a casa passou a ser chamada por outros nomes, como The The e Morcegóvia, até retomar oficialmente o nome de Madame Satã no final dos anos 1990.
Auge
[editar | editar código-fonte]Na década de 1980 a casa teve seu auge, aproveitando quando a new wave começou a fazer sucesso no Brasil. Ficou conhecido principalmente pela "salada cultural". Ao mesmo tempo em que funcionava majoritariamente como discoteca, também acolhia manifestações artísticas/culturais de todos os tipos.
A convivência pacífica entre pessoas de postura, classe social, etnia e ideologias diferentes presentes em um mesmo lugar era comum, o que fugia à regra dos demais pontos de encontro da época; artistas, escritores, estudantes, homossexuais assumidos, intelectuais, jornalistas, poetas, punks, góticos, socialites, transformistas, entre outros, faziam a clientela da casa.
Recebeu alguns dos primeiros shows de bandas da cidade como o RPM, Titãs, Ira!, Legião Urbana, Zero, entre outras. Além de ter sido um ponto de encontro de personalidades importantes da música e arte em geral, como Cazuza, Claudia Wonder, Grace Gianoukas, João Gordo, Kid Vinil, Marisa Orth, Rita Lee, Sandra Coutinho, Vange Leonel, entre outros.
A volta
[editar | editar código-fonte]Em outubro de 2011, os novos proprietários do Madame Satã, o DJ Gé Rodrigues e o empresário Igor Calmona, anunciaram oficialmente a volta da casa noturna em fevereiro de 2012.[3] A casa reabriu oficialmente em 29 de fevereiro de 2012, agora chamada apenas Madame.[4]
Atualmente
[editar | editar código-fonte]Na atual gestão, o Madame Club foi oficialmente reconhecido como patrimônio histórico pela cidade de São Paulo. O espaço passou por uma expansão, incorporando uma área de entretenimento que inclui uma hamburgueria, um espaço para shows com capacidade para 350 pessoas.
Relevância na cena underground da Cidade de São Paulo
[editar | editar código-fonte]Nos últimos anos, o Madame Underground Club tem se destacado como o principal local para eventos dedicados à música gótica, pós-punk, dark wave e EBM no Brasil. Por meio de parcerias com produtoras independentes, a casa tem sediado shows com renomados artistas internacionais, como A Split Second, Douglas McCarthy (Nitzer Ebb), Hocico, Dirk Ivens (Absolute Body Control/Klinik/Dive) e Gin Devo (Vomito Negro). Além disso, a gravadora e produtora Wave Records, responsável pela curadoria do Wave Festival, liderado pelo pioneiro da cena eletro-wave/gótica no Brasil, Alex Twin, tem desempenhado um papel fundamental nesse contexto. Apresentando notáveis artistas do cenário darkwave mundial, como Selofan, Hante, Minuit Machine, Zanias (Linea Aspera), QUAL (Projeto solo de William Maybelline), bem como nomes clássicos, incluindo Kas Product, Pink Turns Blue, Mecano, e Opera Multi Steel.
Além das atrações internacionais, o Madame Underground Club e a produtora Post Punk Brasil, com curadoria do DJ e "agitador cultural", Felipe Zauber, têm proporcionado momentos nostálgicos e encontro de gerações, revivendo a cena musical dos anos 80. Por meio de shows realizados pela casa, bandas icônicas como Varsóvia, Finis Africae e o líder da banda Zero, Guilherme Isnard, voltaram a se apresentar no histórico casarão após muitos anos, ao lado de nomes atuais do cenário musical underground brasileiro, como Anum Preto, Escarlatina Obsessiva, Flor Concreta, Jenni Sex e Tempos de Morte.
Principais artistas a se apresentarem no Madame Satã
[editar | editar código-fonte]Shows musicais
[editar | editar código-fonte]- RPM
- Titãs
- Ira!
- Fellini
- Akira S e As Garotas Que Erraram
- Azul 29
- Nau (com Vange Leonel)
- Inocentes
- Velhas Virgens[5]
- Violeta de Outono
- Zero
- Legião Urbana
- Capital Inicial
- Voluntários da Pátria
- Arrigo Barnabé
Outras artes
[editar | editar código-fonte]Principais artistas a se apresentarem no Madame após sua reabertura
[editar | editar código-fonte]Shows musicais
[editar | editar código-fonte]- As Mercenárias (1º/03/2012)
- Cida Moreira (03/03/2012)
- Plastique Noir (06/04/2012)
- Inocentes (12/04/2012)
- Edgard Scandurra (03/05/2012)
- Covenant (22/09/2012)
- Clemente (15/11/2014)
- Violeta de Outono (07/03/2015)
- Clan of Xymox (30/03/2016)
- Fausto Fawcett (07/07/2022)
- Opera Multi Steel (18, 19/02/2023)
- Supla (01/04/2023)
- Alice Glass (08/11/2023)
Outras artes
[editar | editar código-fonte]- Zé do Caixão (03/11/2012)
- Toninho do Diabo (19/09/2014)
Notas
[editar | editar código-fonte]- A banda brasileira Nau, com Vange Leonel como vocalista, gravou o video clip da canção Imagens de Outra Guerra no Madame Satã, em 1985.
- O filme brasileiro Cidade Oculta, de 1986, dirigido por Chico Botelho e com trilha sonora de Arrigo Barnabé, teve cenas filmadas no Madame Satã.
- Em 19 de setembro de 2014, o cineasta independente Toninho do Diabo fez um teste de elenco no Madame para o seu próximo filme, Hospital Amaldiçoado no qual convocava "pessoas feias" para esse mesmo teste.[6]
- Em 2015, foi feito o documentário Uma Nova Onda De Liberdade: A História do Madame Satã, com direção de Wladimyr Cruz, que conta a historia da casa. Embora seja de 2015, o filme foi lançado somente no final de 2020 e tem depoimentos de personalidades como Edgard Scandurra, Fernando Deluqui e Ciro Pessoa.[7]
- Junto ao falido concorrente Carbono 14, o Madame é citado na letra da música "Carbono 14" do álbum MTV RPM 2002 da banda RPM. Antes da fama, os membros da banda eram frequentadores assíduos do lugar.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Madame Satã: lendária casa noturna reabrirá em breve
- ↑ Madame Satã reinaugura com música alternativa e peças de teatro
- ↑ Madame Satã reabre em clima nostálgico
- ↑ "Point" dos anos 1980, Madame Satã reabre com festas, shows e peças
- ↑ Show no Madame Satã
- ↑ Toninho do Diabo: “Eu quero trombada de caminhão com Maria Fumaça”
- ↑ MADAME SATÃ GANHA DOCUMENTÁRIO AUTÊNTICO E PRIMORDIAL PARA DIFUNDIR A CENA ALTERNATIVA PAULISTANA