Palácio dos Leões
Palácio dos Leões | |
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Palácio dos Leões visto da Avenida Beira-mar | |
Informações gerais | |
Tipo | Residência oficial do Governo do Estado do Maranhão |
Arquiteto(a) | Roberto Burle Marx |
Geografia | |
País | Brasil |
Localização | São Luís, Maranhão, Brasil |
Coordenadas | 2° 31′ 37″ S, 44° 18′ 24″ O |
Localização em mapa dinâmico |
Palácio dos Leões é o edifício-sede do governo do estado brasileiro do Maranhão. Localiza-se no centro histórico da cidade de São Luís, na área designada Patrimônio Mundial pela UNESCO.[1] Com uma história que começa no início do século XVII, o Palácio dos Leões é um dos maiores símbolos da cultura maranhense.
Desde o início de sua primeira construção em 1626 como residência de governante, e após sofrer sucessivas adjunções e modificações, o edifício tornou-se descaracterizado e deteriorado ao longo dos anos, o que ocasionou a interdição da ala residencial. Após o projeto de recuperação e restauração, concluído em 2003, o prédio passou a ter as características atuais.
A sua localização privilegiada, no alto do promontório onde nasceu a cidade de São Luís, aliada à sua trajetória histórica, à sua arquitetura e seus bens artísticos, fazem do Palácio um conjunto de fundamental importância para o entendimento da formação da identidade cultural do povo maranhense.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Ao lado da entrada do palácio há duas esculturas heráldicas em bronze. Durante o governo de Magalhães de Almeida (1926 – 1929), o jornal local "O Combate" usou de forma irônica a comparação entre a voracidade do leão e a voracidade do governo em recolher impostos, referindo-se ao palácio como "dos Leões". O nome se popularizou entre a base de oposição e também entre a população. Porém, após alguns anos, a designação perdeu o sentido anedótico e passou a ser adotada institucionalmente o nome Palácio dos Leões.[2]
História
[editar | editar código-fonte]O edifício remonta ao dia 8 de setembro de 1612, quando os franceses, comandados por Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardiere, sob a proteção da rainha regente da França, Maria de Médicis, estabeleceram entre os estuários dos rios Anil e Bacanga, na ilha de Upaon-Açu, a colônia que batizaram de França Equinocial. Iniciaram a construção de um forte, ao qual deram o nome de São Luís, em homenagem ao rei Luís IX de França.[3]
Após a expulsão dos franceses, em 1615, o forte de São Luís é rebatizado São Felipe pelos portugueses. Dentro do recinto do forte, o capitão-mor Jerônimo de Albuquerque inicia a construção da residência dos Governadores, erguida com a técnica de taipa de pilão por mão-de-obra indígena.[3] O novo edifício, assim como o povoado português, foi projetado pelo engenheiro militar Francisco Frias de Mesquita.[4]
Em 1624, o novo Governador Geral do Maranhão, Francisco Coelho de Carvalho, determinou a reconstrução do Forte de São Felipe em pedra e cal. Na mesma época, determinou também a reconstrução da residência dos Governadores. A primitiva construção serviu tanto de moradia como despacho administrativo até o ano de 1762.[2] Em 1766, o governador Joaquim de Melo e Póvoas determinou a demolição do velho palácio do Governo e fez construir um novo edifício em pedra e cal, para melhor acomodar a família dos capitães-generais que lhe sucedessem.[3] O palácio construído por ordem de Melo e Póvoas era sóbrio, com beirais salientes e o telhado baixo. A entrada era feita pelo lado do edifício; somente na reforma empreendida em 1857 é que esta foi deslocada para o centro da fachada principal.[3] Durante todo o período do império o Palácio do Governo passou por várias reformas. Dentre esses melhoramentos, os mais significativos foram: iluminação a gás e lajeamento do passeio da testada do edifício em pedra de cantaria portuguesa em 1863 e a aquisição de móveis e outros objetos em 1872.[2]
Na era republicana, o antigo prédio do palácio do Governo passou por sua primeira grande reforma em 1896, durante a administração de Manuel Inácio Belfort Vieira. A segunda reforma seria empreendida em 1906 por Benedito Leite, responsável pela construção da extensa ala nos fundos do Palácio, destinada à residência do governador e aquisição de algum mobiliário e objetos de adorno que mandou vir da Europa.[5]
Em 1911, quando Luís Domingues assume o governo do Maranhão, encontrou o Palácio com pouca mobília, muitas salas necessitando de reparos, a fachada ainda no estilo colonial, apesar de estar alterada.[2]
Nas décadas de 1990 e 2000 a então Governadora Roseana Sarney determinou o restauro integral tanto das fachadas como do interior.
Atualidade
[editar | editar código-fonte]Em 1990, através do projeto dos arquitetos Acácio Gil Borsoi e Janete Costa que objetiva "manter a austeridade do imponente Palácio dos Leões e devolver toda a monumentalidade e emoção próprias desse tipo de edificação (...)"; as modificações introduzidas pelos arquitetos visou atender "(...) as necessidades de uma moradia contemporânea e de escritórios administrativos oficiais também condizentes com a época atual".
Em 1996, os estudos conduzidos por Borsoi ratificaram problemas que iam desde desde a proliferação de cupins e vazamentos, até os mais complicados como a descaracterização da arquitetura original do palácio pelas contínuas reformas e adaptações mal planejadas. Segundo Borso:
“ | Os vários detalhes acrescidos ao longo dos anos foram retirados e criamos novas soluções para que tudo ficasse integrado à idéia original do projeto, de características clássicas renascentistas. | ” |
— Acácio Gil Borsoi[2]
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O telhado foi totalmente substituído, onde se colocou uma subcobertura especial. No interior do edifício foram feitas alterações mais profundas como a inversão das áreas administrativas e a ala residencial. A privacidade nos cômodas da ala residencial foi obedecidade levando em consideração a hierarquia de valores e à exigência social de cada cargo.[2]
Localização
[editar | editar código-fonte]O palácio dos Leões está localizado sobre uma elevação de frente para o mar, numa falésia à margem e, ao mesmo tempo, à foz dos rios Anil e Bacanga. Por estas características, sua localização é importante para o entendimento de como seu sítio fora um lugar estratégico entre as várias disputas de poder e invasões ocorridas durante os primeiros séculos de sua existência.[5]
Registros feitos pelos padres da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em 1611, descreveu a presença de Ocaras de tupinambás no sítio. Durante a ocupação francesa na ilha em 1612, no local foi erguido o Forte de São Luís que marcou a fundação da cidade de São Luís. Dois anos depois, em 1614, os franceses construíram um cimo de baluarte, uma praça de armas para a defesa de suas posses. O cronista da expedição francesa, Claude D'Abbeville escreveu:
“ | (..) escolhido um belo local para a construção do Forte de Saint Louis, na ponta de um rochedo, inacessível e superior a todos os outros. | ” |
— C. A., 1612
, [2] . |
Arquitetura
O palácio tem características neoclássicas de dois pavimentos, com o telhado ocultado por platibandas decoradas com balaústres.
Referências
- ↑ «La Ravardière, Cristo Rei e dos Leões: os palácios de São Luís no Maranhão». Portal Amazônia. Consultado em 7 de novembro de 2023
- ↑ a b c d e f g Éride Moura. «História Reconstruída». pini.com.br. Consultado em 29 de dezembro de 2015 Parâmetro desconhecido
|publicadoem=
ignorado (ajuda) - ↑ a b c d Artigo sobre o Palácio na Agência de Notícias do Governo do Estado do Maranhão[1][ligação inativa]
- ↑ Artigo sobre Frias de Mesquita na revista Da Cultura (2005) [2]
- ↑ a b Wasinski Prado & Barbara Irene (setembro de 2014). O Palácio dos Leões e o Projeto Paisagístico de Roberto Burle Marx (PDF) (Relatório). 3º Colóquio Íbero-Americano: Universidade Estadual do Maranhão. Consultado em 29 de dezembro de 2015
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Página oficial do Palácio dos Leões