Formiga-cabo-verde
Paraponera clavata | |||||||||||||||||
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Paraponera clavata com 22 milímetros de comprimento perto da Estação Biológica "La Selva", na Costa Rica. | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Paraponera clavata (Fabricius, 1775) |
A formiga Paraponera clavata é muito conhecida por seu tamanho gigante e sua picada severa. As operárias apresentam entre 18 a 25 mm, coloração avermelhada-escura, guardando diversas semelhanças com as vespas. Apresenta os mais variados nomes vernaculares, de acordo com a região: tocandira, tocanera, tocantera, tocainará, tocanguira, tocanquibira, saracutinga, tracutinga, tracuxinga, formigão, formigão-preto, tucandeira,[1] tocandera, formiga-cabo-verde[2], chia-chia, naná, tec-tec. Em inglês, é conhecida como Bullet Ant ("Formiga Bala").
Etimologia
[editar | editar código-fonte]"Tocandira", "tocanera", "tocantera", "tocanguira" e "tocanquibira" vêm do tupi tukã'di, que significa "fere muito"[1]. "Tracutinga" e "saracutinga" vêm do tupi taraku'ting[3].
Nomes vernáculos
[editar | editar código-fonte]- Proto-Maku Oriental[4]: *wîwo
- Proto-Arawá[5]: *jimo, *jomo
- Proto-Takana[6]: *bona
- Proto-Tucano[7]: *piata
- Kwazá[8]: bɨbɨtsu
- Proto-Jê Meridional[9]: *pɛdkɾi{ɡ}
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]O gênero Paraponera F. Smith pertecence à recente subfamília Paraponerinae (antigamente pertencia à subfamília Ponerinae (Bolton 1994)), que contém uma única espécie: P. clavata. Já foi denominada Formica clavata Fabricius, 1775.
Biogeografia
[editar | editar código-fonte]A ocorrência de P. clavata é Neotropical, ou seja, endêmica na costa do Atlântico, desde as florestas tropicais do sul da Nicarágua até a Amazônia; na Costa Rica, é encontrada em áreas elevadas com mais de 500 metros de altitude.
Organização Social
[editar | editar código-fonte]Paraponera é eusocial, embora relativamente primitiva. A rainha é ligeiramente mais larga que as operárias (modificação para produção de ovos). As colônias maduras são pequenas e contém alguns milhares de formigas. As operárias apresentam tamanhos baseados na divisão de trabalho: as menores cuidam dos ovos e larvas e as maiores atuam como soldados protegendo o ninho, ou fazem os forrageios. Novas colonizações são iniciadas por rainhas solitárias, o que faz com que as colônias, depois de estabilizadas, apresentem monoginia, ou seja, uma única rainha acasalada produz todos os ovos.
Picada
[editar | editar código-fonte]A picada da Formiga-cabo-verde é extremamente severa, tendo sido classificada por Justin Schmidt, um renomado entomologista americano, com um "4.0+" em sua tabela de classificação de dor causada por insetos, que vai de 1.0 a 4.0. A dor sentida é descrita como "estar andando sobre carvão em chamas com um prego enferrujado de 3 polegadas fincado no seu calcanhar".
Referências
- ↑ a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 684
- ↑ Infopédia. «formiga-cabo-verde | Definição ou significado de formiga-cabo-verde no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 25 de junho de 2021
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 552
- ↑ Martins, Valteir. 2005. Reconstrução Fonológica do Protomaku Oriental. LOT Dissertation Series. 104. Utrecht: LOT Netherlands Graduate School of Linguistics. (Doctoral dissertation, Vrije Universiteit Amsterdam).
- ↑ Dixon, R. M. W. 2004. Proto-Arawá Phonology. Anthropological Linguistics 46: 1-83.
- ↑ Jolkesky, Marcelo Pinho de Valhery. 2016. Estudo arqueo-ecolinguístico das terras tropicais sul-americanas. Doutorado em Linguística. Universidade de Brasília.
- ↑ Chacon, Thiago (2013). On Proto-Languages and Archaeological Cultures: pre-history and material culture in the Tukanoan Family. In Revista Brasileira de Linguística Antropológica. Vol. 5, No. 1, pp. 217-245.
- ↑ Manso, Laura Vicuña Pereira. 2013. Dicionário da língua Kwazá. Dissertação de mestrado. Guajará-Mirim: Universidade Federal de Rondônia.
- ↑ Jolkesky, Marcelo Pinho De Valhery. 2010. Reconstrução fonológica e lexical do Proto-Jê Meridional. Dissertação (mestrado), Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem.