| Baixe esta coletânea em FLAC Lossless aqui. |
FICHA TÉCNICA:
Ano: 1988 - Gravadora: Som Livre
Nº de catálogo: 402.0055 (LP) / 742.0055 (K7) / 401.0027 (CD)
Seleção de repertório : Toninho Paladino
Fonogramas cedidos por F.I.F.
Montagem: Paulo João
PLAYLIST:
- LUCILLE
- I DON'T KNOW WHAT YOU GOT
- SHE'S GOT IT
- JENNY, JENNY
- GOOD GOLLY MISS MOLLY
- WHOLE LOTTA SHAKIN' / feat. Jimi Hendrix [guitarra]
- THE GIRL CAN'T HELP IT
- KEEP A KNOCKIN'
- CHERRY RED
- LONG TALL SALLY
- MONEY HONEY / feat. Jimi Hendrix [guitarra]
- SLIPPIN' AND SLIDIN'
- GROOVY LITTLE SUZY
- LAWDY MISS CLAWDY / feat. Jimi Hendix [guitarra]
Oi, gente! Tudo bem? Estamos chegando ao fim da série SOM LIVRE ORIGENS. Obviamente eu ainda postarei mais algumas coisas raras por aqui, mas a sequência de 27 álbuns terminou com este do LITTLE RICHARD.
Nascido Richard Wayne Penniman em 5 dezembro de 1932, ele é considerado como um dos gigantes e arquiteto do rock 'n' roll. Curiosamente sua canção-assinatura, "Tutti-Frutti", não se encontra nesta coletânea (o que foi corrigido na coletânea de 1992 juntamente com Chuck Berry). Assim como Berry e B. B. King tiveram de lutar para se sobressaírem em um mercado segregado e preconceituoso que era o americano e deixarem suas marcas indeléveis na música, ele também o fez. Todos louvam Elvis Presley por ter gravado "Tutti-Frutti" mas sabemos que as músicas nas vozes de um branco levaram ao topo da Billboard, enquanto as mesmas músicas cantadas por artistas negros patinavam nas posições mais baixas a ponto de criarem uma outra lista de parada de sucessos somente para eles (o que, na época, dava a entender que era algo menor).
Little Richard colecionou sucessos da segunda metade dos anos 1950 em diante e colocou canções como "Lucille", "Jenny, Jenny", "Good Golly Miss Molly", "The Girl Can't Help It", "Long Tall Sally" (que foi regravada pelos Beatles), "Keep A Knockin'", "Slippin' and Slidin'" (regravada por John Lennon), "Lawdy Miss Clawdy" e "Ooh My Soul" (não presente nesta coletânea) nas paradas eternas do rock and roll, regravado por artistas brancos de sua época como Elvis, Buddy Holly, Bill Halley, Jerry Lee Lewis, Gene Vincent, Everly Brothers, Eddie Cochran e muitos outros.
O homem era um showman, tocava um ensandecido piano na hora do show, histriônico, efeminado, gay. Ele conciliou suas funções de evangelista (ele era oriundo da igreja protestante e chegou a gravar discos só com canções religiosas) e roqueiro. Teve sua obra meio apagadinha durante os anos 70 mas voltou a ver a luz do sucesso nos anos 80. Durante o curto período em que ele e Jimi Hendrix tocaram juntos - ele chegou a ser guitarrista contratado por Richard para seus shows - tiveram uma briga pelos holofotes e rusgas por conta de salários atrasados. Ele abusou das drogas durante seu período de fama, chegou a se casar - culminando em divórcio em 1964. Mesmo sendo gay a vida toda, por conta de dogmas eclesiásticas em seu final ele afirmava que tinha deixado de ser gay, falando contra esta forma de sexualidade. Se converteu ao judaísmo graças a Bob Dylan.
Enfim, ele fez todas as merdas possíveis, se drogou até onde pôde com pó de anjo e cocaína, falou muita besteira devido às suas raízes profundas com a igreja evangélica, mas ao mesmo tempo foi a primeiro cara a se maquiar para se apresentar nos palcos (para ingressar no mundo dos brancos sem representar uma ameaça querendo as mulheres brancas, mas causou o efeito contrário: ele ganhava delas, inclusive, fotos nuas - ou nudes). Podem falar o que quiser, mas o cara mandou bem enquanto esteve entre nós e é por isso que eu louvo sua carreira.
Por hoje é só, pessoal. FUI!