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segunda-feira, 27 de março de 2017

SPOTS TO GO #6

Sabores e saberes asiáticos

Chegou a’ O Asiático e fez-se silêncio. Já estavam todas à porta do restaurante à sua espera e, pelos vistos, ela era o tema da conversa. Estava uma noite de Primavera, com temperatura amena e os casacos compridos e chapéus de chuva tinham ficado finalmente em casa. Mariana tinha um vestido e brincos novos que não iam passar despercebidos. Teresa foi a primeira a falar:
- Mariana, já partilhei que foste jantar com o Luís há umas semanas. Queremos saber tudo! E com detalhes.
- Olá, boa noite para vocês também! Assim antes de mais....
Esta noite ia ser longa e ia ser o centro das atenções. Nem a Mariana sabia o quanto!

O Asiático é o novo projeto do Chef Kiko Martins, segundo palavras do próprio "pretende ser uma viagem pela Ásia, do Nepal ao Japão". O terceiro espaço do Chef de que todas são fãs leva-as hoje a descobrir a rota dos sabores orientais.
- Estou esganada de fome. Teresa a reserva está em teu nome?

A pequena entrada do restaurante onde a recepcionista as espera impressiona, toda pintada de vermelho lacado é um mini túnel com as paredes de alto a baixo forradas com frascos de vidro com especiarias, folhas, raízes e rebentos que bem sabemos serem muito utilizados neste tipo de cozinha.
Antes de chegar à sala atravessam uma zona forrada com fotografias alusivas à Ásia em jeito de boas-vindas. Do tecto pendem gaiolas de bambu transformadas em candeeiros.
A sala deixa ver parte da cozinha onde ordeiramente os chefes preparam as iguarias que chegam à mesa em cuidadas apresentações, estendendo-se até um pátio envidraçado de onde chega bastante luz natural. Um espaço exterior para desfrutar, quando o tempo o permitir. No meio da sala encontramos uma árvore, e, nas paredes, pássaros estilizados em arame complementam os detalhes da decoração. Ficaram numa mesa redonda que é sempre mais simpática e elogiaram as cadeiras-sofás em pele que são muito confortáveis. Rapidamente todas as mesas do restaurante encheram.

Começaram com um couvert delicioso e inesperado com gema de ovo cozinhado a baixa temperatura, papari e manteiga fumada (4,5€).
Pediram sangria da casa, muito fresca, com lima kafir, erva príncipe, saké e malagueta (22,60€) para acompanhar e começaram por brindar à amizade. Cada vez era mais difícil conciliar agendas para jantar. Merecia um brinde certamente!

- Vamos pedir? Assim já podemos conversar à vontade. Temos imensos temas para pôr em dia! 
Escolheram todas opções diferentes para partilhar e descobrir novos sabores. Nenhum prato desiludiu. Foi difícil a escolha, os pratos têm bastantes ingredientes que não conheciam, mas o chefe de sala explicou com detalhe cada prato e avançou com algumas sugestões. Experimentaram caldo pho de rabo de boi e wagyu (9,30€), com sabor a Vietname, lulas tom yum recheadas com camarão e amendoim (14,40€), borrego indiano maravilhoso com cenouras confitadas (12,90€), mas a estrela da noite foi mesmo a deliciosa entrada surf & turf  um tártaro de novilho coreano com espuma de ostras, pêra nashi e alga nori crocante (13,60€).

- Este restaurante é maravilhoso! Tens de vir cá com o Luís... não vos parece? Aliás proponho um brinde ao amor – brincou a Sofia de copo na mão.
Mariana não conseguia parar de rir. As amigas não iam deixá-la em paz com este tema a noite toda!
- Foi um jantar, foi só isso – tentava explicar em vão. A verdade é que as dúvidas sobre uma nova relação  não tardaram em chegar: não será muito cedo? muito depressa? uma amizade arruinada? Enfim, perguntas sem respostas para já e sinceramente não queria pensar muito nisso. Sentia-se muito bem na companhia do Luís e queria saborear cada instante. Nada nem ninguém poderia estragar esse momento. Sabia também que as suas amigas estavam genuinamente contentes por a verem novamente com aquele brilhozinho nos olhos.

Para sobremesa dividiram Floresta negra japonesa com mousse de arroz fumado, chocolate negro e matcha (7,60€) e caril doce composto por um bolo de côco, creme de líchias, manga e gelado picante (7,60€) que acompanharam com cafés.
Foi terminar em grande uma refeição excelente, mas todas concordaram que era um restaurante a repetir somente em grandes ocasiões.

Mariana levantou-se para ir tirar umas fotos para alimentar o seu instagram, enquanto esperavam a conta. A caminho da entrada, distraída com o telemóvel, dá um pequeno encontrão em alguém que esperava mesa.
Virou-se para pedir desculpa  e nem queria acreditar. Sentiu-se congelar por instantes.
- Tiago?! Aqui?
- Mariana?!?


Mariana Reis




O Asiático
Comida asiática
R. da Rosa, 10 | Príncipe Real Lisboa | 21 131 93 69
36€ por pessoa aproximadamente
Não encerra
Reserva recomendada
Aceita cartões




"Quando falares atenta para que as tuas palavras sejam melhores que o silêncio."


Provérbio indiano 






terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

SPOTS TO GO #5

Corações à mesa

Chegou à Mesa do Bairro e o Luís estava à porta à sua espera com um sorriso rasgado. Cumprimentou-a com um beijo. Mariana sentiu o seu perfume fresco e amadeirado que lhe trouxe à memória só coisas boas. Sentiu-se feliz. Que estranho! Sim, era essa a palavra: feliz. Rapidamente boicotou o pensamento.
Mas este rapaz está sempre de bem com a vida? Está sempre assim: sorridente,  pontual, bem cheiroso? Alguém aguentará isto? Começamos mal este jantar, pensou.  

Quando falaram ao telefone, umas semanas atrás Mariana manteve-se reservada e desconfiada. Nem queria atender o telefone. Um encontro agora, ainda com a relação com o Tiago, terminada é certo, mas tão fresca, não era bom para ela. O ideal era manter-se sozinha, refletir bem na vida, acalmar o coração e passar mais tempo consigo própria, sem conciliar agendas e sem fazer cedências. Tempo para redescobertas. Mas o Luís desarmou-a convidando-a para jantar, e, pensando bem, conhecia o Luís há anos, amigo do irmão ainda para mais. Não era encontro nenhum. Era simplesmente um jantar.

A escolha do restaurante foi do Luís e uma agradável surpresa! Localizado perto do Campo Pequeno e atrás da Culturget (Caixa Geral de Depósitos) num bairro de pequenas vivendas que se estende até à Praça de Londres, oferece comida regional com um toque de contemporaneidade numa ementa criada em colaboração com o Chef Luís Baena. A entrada faz-se pela garrafeira do restaurante, no piso térreo com uma ampla seleção de vinhos (mais de 70 referências) que se podem escolher para acompanhar a refeição antes de subir ao primeiro andar, e, se houver bom tempo, ao terraço ao ar livre.

- Vamos? A nossa mesa deve estar pronta.
Mariana estava distraída, observando alguns rótulos na garrafeira e pensou que deveria ter trazido outra roupa, afinal. Estava muito casual. Mas depois uma voz interior relembrou-a que não era um encontro, mas um simples jantar e por isso estava muito bem assim. Esperava descobrir todos os defeitos do Luís rapidamente e acabar cedo o jantar.

O espaço do restaurante, no primeiro andar era muito acolhedor com mesas redondas que promovem sempre mais o convívio, uma parede de madeira com relevos e parte da cozinha à vista dos comensais.
- Mariana, tenho algumas sugestões para fazer de entrada. Ora vê lá se concordas.
Começaram por pedir então peixinhos da horta (4,00€) e croquetes de vitela (4,00€). De couvert foi servido um saquinho de pano com três variedade de pão, húmus, manteiga de ervas, azeite e azeitonas temperadas (1,75€). Mariana pediu um prato delicioso experimentando o Mil Folhas de bacalhau com grão ao sabor da Meia Desfeita (12,00€) e o Luís optou por um bife da vazia com molho à Marrare que acompanhou com batatas aos palitos grossos (14€). O serviço revelou-se sempre atento e discreto. Apesar do restaurante encher, nunca se tornou demasiado barulhento.

Falaram o jantar todo. Não houve afinal silêncios constrangedores, nem vontade de apressar o jantar. Relembraram alguns episódios de quando eram pequenos e algumas peripécias em férias no Algarve com as famílias. Falaram de expectativas de futuro, de notícias de atualidade e de viagens se o tempo e o dinheiro não fossem obstáculo. Mariana nem se lembrava da última vez que se tinha rido tanto! Sem pressas, sem horários, sem filtros. Sentia-se tão bem ali a viver aquele momento. Com o Luís. Mais tarde a conversa avançou para o tema relações. O Luís quis saber se estava bem e reforçar que poderia contar com ele. Ele próprio também tinha terminado uma relação recentemente, de menos tempo, mas não menos intensa. Não quiseram saber pormenores. O aqui e o agora importava mais.

- Sabes Luís, li uma frase que dizia mais ou menos isto: mais importante que a companhia para a sexta-feira à noite é a companhia para todo o dia de sábado. E é cada vez mais o que sinto.
- Mariana, não poderia concordar mais. É sinal de que estamos mais maduros? Talvez. Mas o que é certo é que não podemos fazer exatamente as mesmas coisas e esperar resultados diferentes. E aplica-se também às pessoas com quem nos relacionamos. Parece-me muito simples. A ti não?
Não podia deixar de concordar, mas ao ouvir as palavras da boca do Luís pareceu-lhe que ele via tudo muito claro, tudo era muito simples, e, na vida, nada era a preto e branco.
- Vamos para as sobremesas? Tens coragem?
Dividiram duas sobremesas: torta de laranja, novidade na carta, (4,50€) muito suave com um sabor forte a laranja que desenjoava do jantar e a versão da casa de pastel de nata com gelado de canela que foi uma opção mais doce que não desiludiu (3,00€).
Terminaram com dois cafés e com  o Luís a insistir para oferecer o jantar.

Que jantar maravilhoso! Mariana não pode deixar de sorrir.
Há dias atrás não queria combinar nada, há horas atrás estava relutante em vir ao jantar e desejou que terminasse rápido. Mas não controlamos tudo. As palavras seguintes saíram da sua boca disparadas como flechas, firmes e seguras. Já não podia voltar a engoli-las:

- Vamos repetir? Para a semana vamos marcar alguma coisa?
- Por mim sim. Próximo fim-de-semana estás por Lisboa? Há um miradouro que gosto muito e se quiseres podemos lá ir.

Olhou-o nos olhos e quis parar o tempo.


Mariana Reis



  
Mesa do Bairro
Comida regional portuguesa
R. Reis Gomes, 10 | São João de Deus | 961 459 220
25€ por pessoa aproximadamente
De segunda a sábado das 12:30 às 15:00 e das 19:30 à 00:00
Domingos apenas para almoços
Reserva recomendada
Aceita cartões


  
"Que o amor de olhos vendados encontre o caminho para a sua vontade."


William Shakespeare 





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

OUR FASHION TIPS #11

Chapéus há muitos…
Escolhe o teu e usa-o orgulhosamente.

Adoro chapéus. Adoro beanies. Adoro bonés de basebol. Mas não sei porquê, às vezes falta-me a confiança para os usar.

Mas não pensem que não os uso. Os beanies são tão essenciais como as minhas cuecas (estou a tentar deixar crescer o cabelo; estou agora numa fase muito estranha na qual não sei bem o que fazer com o meu cabelo nem o que lhe chamar; e o meu cabelo ao acordar é o suficiente para um pedido de divórcio já que parece que passou uma tempestade pela minha cabeça durante a noite).

De qualquer forma, impõe-se uma nova resolução de Ano Novo (será que ainda vou a tempo?) Tenho de começar a usar os meus chapéus mais assiduamente. Os chapéus são um fashion statement. Fazem com que sobressaias no meio da multidão como podem fazer com que desapareças no meio dela (os beanies ou os bonés são acessórios vitais para qualquer ator/atriz que contracene nos grandes filmes de espiões).

É mesmo impressionante observar como os chapéus evoluíram ao longo dos tempos. Fizeram sempre parte da personalidade e da profissão de cada um. É também curioso como diferentes partes do mundo usam diferentes tipos de chapéus. Os nossos chapéus de Bali são um dos nossos pertences mais queridos. Eles são usados pelos agricultores de arroz para se protegerem do sol e da chuva. O nosso guia comprou-nos dois chapéus de um vendedor local e agora estes dormem na parede do nosso quarto. Não para nos proteger do sol, mas para nos proteger da perda das nossas memórias do tempo inacreditável que passámos em Bali. Não consigo parar de recomendar a ida a Bali. É uma ilha de uma beleza contagiante (não chega aos pés da minha Madeira, porém).

Um dia ao passear pelo mercado de Portobello Road (uma das minhas muitas e usuais passeatas), deparei-me com uma simpática bancada cheia de chapéus originais. A vendedora envergava um deles pelo qual apaixonei-me logo. Acabei por comprar logo dois (obrigada maridão). E daí começou a minha paixão.

É tão mais fácil comprar chapéus cá em Londres. Muito mais oferta, muito mais mentes abertas para aceitar estes acessórios statement. A rapaziada destas bandas não faz farinha com os chapéus. Basta olhar para as corridas de Ascot e para os casamentos das celebridades cá do sítio. Lembro-me bem de quando ao entrar no comboio, no regresso a casa do trabalho em Bracknell (minhas queridas viagens diárias, não tenho saudades nenhumas vossas), e não consegui arranjar um lugar sentada neste mar de chapéus. Uma bruma de penas e purpurinas tinham invadido o meu monótono comboio da South West Trains.


Existe um chapéu para todos. Basta escolher, envergar com orgulho e bola para a frente que a moda é mesmo isto, é experimentar e se divertir. A vida é demasiado curta para alisar o cabelo todos os dias. You go cabelo acabada-de-acordar-pareço-o-Hagrid-do-Harry-Potter (não te preocupes maridão, terei sempre um chapéu na mesa de cabeceira pronto para tapar a juba).

Tatiana Pina Mendes

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There are plenty of hats out there…
Choose yours and be proud of it.

I love hats. I love beanies. I love baseball caps. But I don’t know why, sometimes I just lack the confidence to wear them.

Don’t get me wrong, beanies are just as essential as my knickers (trying to grow my hair out, I am now in the middle of an awkward stage that I don’t know quite what to call it or what to do with it; and my bed hair is just horrible i.e. a storm hit me during my sleep).

Either way, another new year’s resolution (can I still do one?) To wear my hats more often. They do make a statement. They make you stand out of the crowd, as they can just blend you right in and disappear (as in beanies or baseball caps; if you have seen any great spy movies you will know what I mean). Oh, the power of accessories.

It’s amazing to see how hats evolved though different times and ages. They were always part of one’s personality and profession. It is also curious to see how different parts of the world wear different types of hats. One of our most prized possessions are our Bali hats. They are used by the rice farmers to protect them from the sun. Our driver bought our hats from a local seller and they sleep on our bedroom wall protecting us not from the sun but from not forgetting the amazing time we had in Bali. I cannot stop from praising the beauty of that island (though it does not match the beauty of my home island, Madeira).

One day strolling at the Portobello Road market (as any other day), I walked onto this nice and friendly-looking stall where they had the most amazing hats. The lady selling the hats was wearing one to which I fell in love with. Ended up buying two (thank you my dear husband).

So much easier to buy hats here in London. So much more offer, so much more open-mindedness to accept these statement accessories. These guys mean business with their hats. Just look to Ascot races and to all the celebrities’ weddings. I can still remember walking in on the train back home when returning from Bracknell (my dear commute, how I do not miss you a bit) and I could not get a seat on this sea of hats. A mist of feathers and glitter invaded my monotonous South West train.

There is a hat for everyone out there. Go ahead and have fun with it. Life is too short for straighteners very single day. Go bed hair, go (don’t worry husband, I will always have a hat on my bedside table).




Trendsetter do mês // Trendsetter of the month
Serena Williams



Objeto de desejo do mês // Lust item of the month
Louis Vuitton Saumur bag


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

SPOTS TO GO #4

Lavrar a terra, lavrar amizades

Chegou à Quinta do Arneiro no início da tarde, vinda da A8.
Um céu azulão, sem nuvens dava-lhe as boas-vindas e sabia mesmo bem depois de dias nublados com alguma chuva sentir o sol morno de Inverno no rosto. Aquecia a alma. Respirou bem fundo, enquanto fechava a porta do carro. Começou à procura dos óculos escuros na sua mala, que bem pode pesar uns 10 kg, mas que está cheia de todos os bens "essenciais" indispensáveis ao seu dia-a-dia.

Que boa ideia a Teresa ter combinado um lanche longe da cidade! A menos de uma hora de carro, a 40km de Lisboa, um local novo para conhecer e a promessa de uma tarde bem passada. Não poderia desejar melhor programa para o domingo. Quando a Teresa lhe ligou a combinar uns dias antes nem hesitou. Hoje são só as duas neste programa.

Teresa chegou pouco depois e juntas começaram a explorar a Quinta. Um largo muito amplo e arranjado com uma árvore enorme em destaque e um espaço protegido do sol com mesas banquinhos e sofás complementam a decoração rústica acolhendo os que chegam. As tabuletas pintadas à mão com indicações "Horta", "Pomar", "Restaurante" orientam as visitas. Alguns casais e famílias terminavam os seus almoços tardios de domingo conversando animadamente cá fora.

Luísa Almeida, alma e coração do projeto, veio ter com elas com um grande sorriso. Estava disposta a fazer uma visita guiada, quando quisessem, mas antes do sol ir embora, para conhecerem as produções e um pouco da história do espaço que passou para as mãos do seu pai em 1967 e explicar o porquê da agricultura biológica ser a maneira certa de fazer agricultura, sempre com um brilhozinho nos olhos.

Optaram por caminhar um pouco  sem rumo, à descoberta, e, depois, como a fome já apertava, decidiram entrar no restaurante para lanchar. A visita ficou alinhavada, mas com o grupo de amigas completo e almoço nas calmas incluído. Era só vir a Primavera!

O restaurante tem uma decoração muito cuidada em tons de branco e verde água e todas as mesas têm pequenas jarras com flores silvestres. No centro, uma mesa com vasos de plantas  e cabazes de legumes e verduras da época complementam a decoração com um enorme colorido. A cozinha aberta, com os seus azulejos verde esmeralda, atraem logo todos os olhares e de lá vêm as iguarias biológicas que a terra dá, respeitando os seus ciclos, daí o lema da Quinta "biológico com Amor".
 Um segundo piso com mesas é também local de workshops e alguns eventos de empresas.
Escolheram uma mesa longe da porta, já fazia algum frio.

-Mariana – interrompeu Teresa – queria falar contigo. Sinto que te devo um pedido de desculpas.
-A mim? – disse Mariana surpreendida, mas não tirando os olhos do telemóvel, querendo registar tudo em imagens, tirando fotos umas atrás das outras. – Este espaço está mesmo giro!
-Sim, depois do jantar no Miss Jappa, o nosso último jantar, mal falámos e eu não acho que tenha sido correta contigo, primeiro pregando-te um valente susto, depois dizendo para mudares o disco, para não pensares mais naquele que sabemos...
-Oh Teresa pára já por aí. Faz algum sentido pedires desculpas? Tiveste tu muita razão. Entre nós não há cá dessas coisas... Não é fácil em muitas coisas o dia-a-dia, mas agora avancei. Sabes Teresa, todos estes acontecimentos fizeram-me crescer imenso. Teresa debruçou-se como se a quisesse ouvir mais de perto, para melhor absorver as palavras.

A conversa foi interrompida. O lanche vinha aos poucos para a mesa: sumo de beterraba, chá de menta, um crumble de maçã de-li-ci-o-so, pão fresco, húmus, pasta de beterraba, azeite biológico e fruta fresca da época (12€).

- Fico tão contente por te ouvir falar assim.
- Às vezes é difícil. – continuou Mariana – Não me apetece estar com ninguém também neste momento. Sinceramente tantos planos por água abaixo que agora nem quero pensar em temas do coração. Agora America first!, ou melhor, Mariana first!
Riram-se ambas!

- Mas voltando atrás, não fui justa, acho que as minhas palavras te magoaram, não era a minha intenção. Quero ver-te bem. Sabes disso. Sobretudo quero que saibas que contas comigo, seja em que momento for.

Mariana quis mudar o tema de conversa, mas antes olharam uma para outra. Este olhar acompanhado do silêncio disse tudo. E o importante era o agora e aproveitar os momentos presentes. O que passou passou, lá em 2016, como se fosse um ano distante no passado de que nos lembramos vagamente de alguns episódios.
Teresa gostou de ver esta nova amiga e as boas energias!

O lanche estava delicioso, mas foi um bocadinho demorado. No entanto, concordaram que as pressas não faziam parte daquela tarde!
Foram as últimas a sair, já de noite. Antes de partirem espreitaram a mercearia e animaram-se a levar alguma fruta e uma compota de abóbora cada uma para experimentar. Quanto aos cabazes entregues em casa pela Quinta do Arneiro ficaram de investigar mais no website e na página do Facebook as condições e os preços.

Só mais tarde Mariana reparou numa chamada não atendida. Era o Luís, um amigo do irmão. Já não se viam há algum tempo. O que poderia ele querer? No dia seguinte logo pensava se ia devolver a chamada, isto se tivesse tempo. Melhor não. Não deveria ser nada de importante. Deveria era ser engano!


Mariana Reis




Quinta do Arneiro
Biológico / Vegetariano
Azueira 

2665-004 Mafra | 917 663 556

De segunda a sexta: 09:00 às 17:00
Mercearia de quarta-feira a domingo das 09:00 às 18:00
Presença em Mercados Biológicos em Lisboa e Cascais
Almoços e lanches de quarta-feira a domingo
Aceita reservas
Aceita cartões


"Não há boa terra sem bom lavrador"


Provérbio popular 







segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

OUR FASHION TIPS #10

Mais um post sobre resoluções de Ano Novo…
Fora com o velho

Uma das minhas resoluções de Ano Novo é (rufar de tambores): limpar/organizar o roupeiro (ou o vestuário como se diz na minha terra!). Nada de novo, nada de especial. Contudo, grandemente necessário. E até agora, uma das poucas resoluções que pensei neste novo ano. Estamos a 16 de Janeiro e ainda não me sentei propriamente para as escrever. Talvez porque todos os anos chegamos a meio de Fevereiro e continua tudo na mesma. Acho que isto também acontece no dia 31 de Dezembro! Mas este ano as coisas vão ser diferentes. Preciso de ser mais realista com os meus objetivos. Mas estes têm sempre de me fazer suar e de criar borboletas no estômago senão não vale a pena.

As minhas expectativas para 2017 são grandes (é melhor que estejas preparado para mim) e o meu roupeiro tem de ir a jogo também. Desde que decidi me tornar uma worker from home que necessito de equiparar o meu novo estado financeiro com as etiquetas do meu guarda-roupa. Nada de errado com isto já que piamente acredito em possuir menos e de melhor qualidade (especialmente verdade para nos Balanças que possuem um pequenino problema em tomar decisões e a quantidade não ajuda nada).

Começamos então por atacar o roupeiro e deitar tudo cá para fora. Fazer três pilhas de roupa: as que ficam (selo de aprovação para voltar para o roupeiro), as que são para dar (oferecer roupa de boa qualidade é sempre obrigatório para mim e a organização do Cancer Research é sempre a minha escolha) e as que são para reciclar (temos sempre aquelas peças de roupa que precisam de um pequeno retoque de costura ou de uma makeover, que ficam ad eternum na parte de trás de uma gaveta esquecida; e.g. adicionar patches a umas calças de ganga mais antigas irá elevá-las até ao fashion heaven).

Depois desta tarefa fastidiosa (estamos a meio caminho meninas, é quase hora para um copo de vinho; vai valer a pena todo este esforço!), precisamos de atacar os básicos e avaliar se as nossas peças e roupa são versáteis, de boa qualidade e se ainda nos servem (contra mim falo já que possuo um par de calças de ganga, OK talvez três, que já não me passam das ancas depois da javardice que foi o Natal, ou se calhar os últimos seis meses do ano passado; não me levem a mal, não quero perder as minhas curvas, só quero é que elas se encaixem orgulhosamente nos meus jeans que já não há orçamento para mais).

Sendo eu engenheira (a Ana vai me compreender perfeitamente), fiz uma lista daquilo que considero que são os básicos do básicos e que nos irão ajudar quando de manhã estamos a decidir o que fica melhor no nosso rabo e o que nos irá fazer dizer "Eh lá, gaja boa!" quando nos olhamos ao espelho no elevador (não faço isto, de todo…).

Espero que gostem dos meus bullet points. Não se esqueçam que estamos ainda em época de saldos sendo sempre esta uma boa altura para investir em peças de boa qualidade. E se possuírem peças de roupa que achem que são de boa-qualidade-mas-já-não-gosto-mais-mas-acho-que-ainda-vale-alguma-coisa, tentem sempre vender em plataformas online como a Vestiaire Collective e usem esse orçamento extra para comprar outros itens mais versáteis para o vosso guarda-roupa. O vosso roupeiro agradece.

Que 2017 seja um ano abençoado para todos nós.

Que ele nos traga amor, saúde, bom vinho e boa comida. E muitas gargalhadas!


Um 2017 em grande!

As minhas pecas de roupa básicas. Eu sei que é ainda uma longa lista, mas é algo que obviamente será construído ao longo de 2017. E depois de adquirirem estes básicos já não precisam de mai nada exceto acessórios cool, edgy e coloridos para que possam incorporar a vossa marca pessoal no vosso guarda-roupa. Divirtam-se nos corredores da Zara. Provavelmente irão encontrar-me por lá.


  Camisa branca clássica
·         Camisola de boa qualidade
·         T-shirt branca básica
·         Camisola às riscas
·         Sweatshirt preta/cinza para modo fim de semana
·         Camisola de gola alta preta/cinza/camel
·         Glam top para uma noite de copos
·         Calças pretas clássicas
·         Calças de ganga em denim escuro
·         Boyfriend jeans para modo fim de smenaa
·         Saia midi preta/navy/cinza escura
·         Vestido preto
·         Biker em pele preto
·         Trench coat
·         Casaco de boa qualidade
·         Blazer preto/navy casual
·         Ankle boots pretas
·         Ténis (entrem em modo crazy com eles, mostrem a vossa personalidade)
·         Bailarinas (um print animal é sempre uma opção versátil)
·      Sandálias kick-ass para uma noite de copos (é melhor levar uma outra opção para quando os copos já são muitos)
·       Mala + tote da guerra (preciso de diminuir a quantidade de porcaria que anda na mala comigo para todo o lado e para tal uma mala cross body é ideal. E quando o portátil tem de vir atrás adiciono o tote ao ensemble e tcharam: kit mãos livres. A isto agradeço ao meu lindo e teimoso puppy.

Tatiana Pina Mendes


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Yet another post on New Year’s resolutions…
Out with the old

One of my New Year’s resolutions is (drum roll): cleaning out the wardrobe. Nothing new, nothing exciting. However, truly needed. And so far, one of the few resolutions I have thought about, this new year. It’s the 16th of January and I haven’t sat down properly to write them all down. Maybe because mid-February I haven’t done anything about them. As in the 31st of December! But this year things will be different. Need to be more realistic with my goals but I still need to reach for the stars or else it won’t be worth it.

I have great expectations from 2017 (you better be ready for me) and my wardrobe needs to go to game with it. Since becoming a worker from home that I need to match my financial status with my clothes’ tags. Nothing wrong with that as I do think that having less and in higher quantity is always a must (mainly for us Libra who have a bit of an issue when it comes to decide and quantity does not help at all).

Start by taking everything out and have three piles: to stay (good to go back to wardrobe again), to give away (offering clothes in good condition is always a must for me and the Cancer Research organisation is always my option) and to recycle (we always have some items that need a bit of stitching or a makeover that stay ad aeternum at the back of a forgotten drawer, i.e. adding patches to some old jeans will lift these up into fashion heaven).

After this gruelling task (halfway there now, almost time for a glass of wine; I am here for you girl, this will be totally worth it), we need to go through the basics and check if our items on the wardrobe are versatile, in good quality and that they still fit us (against me I speak as I still have an old pair of jeans, OK maybe three, that do not go up from my hips since I ate like crazy at Christmas, and probably half of last year as well; don’t get me wrong, I don’t want to lose my curves, I just my curves to go proudly inside my jeans as I do not have a budget for more).

Being an engineer (Ana will understand me on this), I have made a list of what I consider to be the basics of the basics and that will help you in the morning when deciding what looks best on your ass and that will make you go “Hey girl, your junk in da trunk still got game!” when you look in the elevator’s lift (I do not do this, at all…).

Enjoy my precious bullet points. Don’t forget this is sale season so always a good time to invest in good quality items. And if you have an item that is good-quality-do-not-like-it-anymore-maybe-worth-a-bit-of-money, you can always try and sell these at platforms such as Vestiaire Collective and then use the savings to buy other items that will be more useful to you. Your wardrobe thanks you.
May 2017 be a year full of blessings for all of us.

May it bring love, good health, good wine and good food. And lots of laughter!

Happy New Year!


My wardrobe go-to basics. I know it’s a long list but this something that I will obviously work through 2017. And after these you won’t need anything else apart from some crazy, edgy and cool accessories to incorporate your personal brand onto your wardrobe. Have fun going through Zara’s aisles. You will probably find me there!

·         Classic white shirt
·         Good quality sweater
·         Plain white t-shirt
·         Stripped shirt
·         Black/grey hoodie for weekend mode
·         Black/grey/camel turtle neck
·         Glam top for a night out
·         Classic black trousers
·         Smart dark denim jeans
·         Boyfriend jeans for weekend mode
·         Black/Navy blue/Dark grey midi-skirt
·         Black dress
·         Black leather biker
·         Smart black/navy blue blazer
·         Trench coat
·         Good quality coat
·         Black ankle boot
·         Trainers (go crazy with these, show off your personality)
·         Ballet flats (an animal print is always a versatile option)
·         Kick-ass sandals for a night out (do bring some trainers for the aftermath, trust me)
·         War bag & tote (I need to cut back on all the crap I carry around with me so for me having a medium cross body bag is a must. And I can add a tote bag when I need to carry my laptop around. Ta-da: hands free mode. For this I need to thank my dear, stubborn puppy).








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