Mostrando postagens com marcador poesia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poesia. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Soneto do amigo











Enfim, depois de tanto erro passado 
Tantas retaliações, tanto perigo 
Eis que ressurge noutro o velho amigo 
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado 
Com olhos que contêm o olhar antigo 
Sempre comigo um pouco atribulado 
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano 
Sabendo se mover e comover 
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...


Vinícius de Moraes

A todas as queridas e queridos do Black

ótima noite de sexta prá todos







Share/Bookmark
Share and Enjoy:
  • Digg
  • Sphinn
  • del.icio.us
  • Facebook
  • Mixx
  • Google
  • blogmarks
  • Fark
  • Furl
  • Live
  • NewsVine
  • Reddit
  • Slashdot
  • StumbleUpon
  • Technorati
  • YahooMyWeb

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

OS DOIS GATOS





Dois bichanos se encontraram
Sobre uma trapeira um dia:
(Creio que não foi no tempo
Da amorosa gritaria).
De um deles todo o conchego
Era dormir no borralho;
O outro em leito de senhora
Tinha mimoso agasalho.

Ao primeiro o dono humilde
Espinhas apenas dava;
Com esquisitos manjares
O segundo se engordava.

Miou, e lambeu-o aquele
Por o ver da sua casta;
Eis que o brutinho orgulhoso
De si com desdém o afasta.

Aguda unha vibrando
Lhe diz: ''Gato vil e pobre,
Tens semelhante ousadia
Comigo, opulento, e nobre?

Cuidas que sou como tu?
Asneirão, quanto te enganas!
Entendes que me sustento
De espinhas, ou barbatanas?

Logro tudo o que desejo,
Dão-me de comer na mão;
Tu lazeras, e dormimos
Eu na cama, e tu no chão.

Poderás dizer-me a isto
Que nunca te conheci;
Mas para ver que não minto
Basta-me olhar para ti.''

''Ui! (responde-lhe o gatorro,
Mostrando um ar de estranheza)
És mais que eu? Que distinção
Pôs em nós a Natureza?

Tens mais valor? Eis aqui
A ocasião de o provar.''
''Nada (acode o cavalheiro)
Eu não costumo brigar.''

''Então (torna-lhe enfadado
O nosso vilão ruim)
Se tu não és mais valente,
Em que és sup'rior a mim?

Tu não mias?'' - ''Mio.'' - ''E sentes
Gosto em pilhar algum rato?''
''Sim.'' - Eo comes?'' - ''Oh! Se como!...''
''Logo não passa de um gato.

Abate, pois, esse orgulho,
Intratável criatura:
Não tens mais nobreza que eu;
O que tens é mais ventura.''

Bocage

O Colhedor de Azevinho - daqui.

Ótima quinta prá todos, com chuva e tudo!

*notinha do autor: rolei de rir com os "incentivos" às caminhadas na esteira. prometo não esmorecer desta vez! obrigada!
Share and Enjoy:
  • Digg
  • Sphinn
  • del.icio.us
  • Facebook
  • Mixx
  • Google
  • blogmarks
  • Fark
  • Furl
  • Live
  • NewsVine
  • Reddit
  • Slashdot
  • StumbleUpon
  • Technorati
  • YahooMyWeb

sábado, 13 de setembro de 2008

Acabo de entrar...

... numa comunidade do Orkut sobre Fernando Pessoa. Bem, sobre Fernando Pessoa tenho duas de que me lembro agora...

Esta, que é uma das mais bonitas...


MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.



... e outra, das mais engraçadas, que, lógico, só acontecem comigo...

Tarde dessas estávamos eu e a Nah assistindo à TV. Um sábado. Eu vendo tênis, provavelmente... Lá pelas tantas, passa uma vinheta duma competição de hipismo e eu viro prá Nah e digo... "...olha!, será que o Fernando Pessoa vai participar?"... Imediatamente olho prá Nah e desando a rir. Sabes quando tu ris até não agüentar a dor nas costas, no estômago, quando tu ris tanto, que chegas a chorar? Aliás a gente só devia chorar de rir, né? Paradoxal, but wonderful! Bem, a Nah, lógico, não entende. Fica me olhando com "cara de paisagem". Aí, olho, meio rindo ainda, e pergunto... "tu não sabes quem é Fernando Pessoa, né?"... Ela balança a cabeça negativamente. [Os jovens não sabem nada... hehehe] Daí eu explico que é um poeta português, muito famoso... tá, ela tem uma "vaga memória de quem é". Pelo menos já ouviu falar. Rimos muito, eu e ela, porque esse tipo de coisa parece muito a Ofélia. Lembram dela? Aquela que só abria a boca quando tinha certeza!
Share and Enjoy:
  • Digg
  • Sphinn
  • del.icio.us
  • Facebook
  • Mixx
  • Google
  • blogmarks
  • Fark
  • Furl
  • Live
  • NewsVine
  • Reddit
  • Slashdot
  • StumbleUpon
  • Technorati
  • YahooMyWeb