A dor é o fogo que aquece
sexta-feira, maio 21, 2021
A DOR SALVA !
terça-feira, maio 04, 2021
O COMBATE SERÁ RENHIDO
Levanta os olhos ao Céu, tem coragem
— Ó meu
Jesus, como não hei-de confiar em vós? Vós não enganais! Quem confiou em Vós e
ficou confundido? Sede a nossa força, Jesus, e terminai então tanto sofrimento.
— Inclina-te,
inclina-te, minha bendita Mãe, beija e abraça a tua filhinha, minha esposa e
minha crucificada.
— Mãezinha,
vela por mim, vela pelo meu Paizinho, vela pelos que me são queridos. Entre
Jesus e a Mãezinha estou bem, não corro perigo. (Sentimentos da
alma: 3 de Abril de 1943 – Primeiro
sábado).
segunda-feira, maio 03, 2021
TU NÃO PECASTE, TEM CORAGEM!
3 de Maio de 1945
No primeiro dia
de Maio quantas coisas pedi à Mãezinha para me alcançar no Seu mês bendito.
Consagrei-me a Ela para Ela me consagrar a Jesus. Entre muitas outras coisas
pedi-Lhe força para o meu sofrimento. Meu Deus, e quanto necessito eu do
auxílio do céu, da força da querida Mãezinha, par aguentar com o peso de tão
grande cruz. Logo no segundo dia recebi um miminho do céu, um mimo que feriu
bem o meu coração, um espinho que o dilacerou todo. Agradeci-o logo à Mãezinha,
aceitei-o e ofereci-Lho como prova do meu amor, e para Ela o oferecer por mim a
Jesus. Tudo é dor em mim! Que horror, que horror! O meu coração, a minha alma
estão num luto fechado; não sei o que é isto. Que arrancos sinto em mim! Sinto
como se pela boca me tirassem tudo o que dentro em meu corpo contém. Ai, meu
Jesus, e que desejos tão grandes, que ânsias quase desesperadoras de ouvir
dizer que terminou a guerra. Eu nada sei dizer, só Jesus conhece quanto sofro.
A Ele vou renovando a oferta de vítima, para que venha a paz. Oh! que compaixão
eu tenho pelos governadores que dizem terem partido para a eternidade. Oro por
eles, e parece-me que a eles prenderam o meu coração. Todo o meu corpo continua
em chamas, e sinto como se o meu pequenino quarto ardesse comigo. E quero
acudir ao mundo, apanhá-lo, prendê-lo, colocá-lo todo nestas labaredas, neste
fogo que não dá luz. Que medo, ó que medo viver em tantas trevas! O quarto em
que vivo é como uma masmorra onde nunca penetrou o sol nem a luz do dia. São
trevas na alma, trevas no corpo, trevas no céu e na terra. Parece que nunca
mais posso ver Jesus, sinto que não é meu, que O perdi para sempre. Mas mesmo
assim quero amá-Lo, sinto ânsias loucas de O amar e, como não me parecem minhas
nem meu o amor, digo-Lhe:
— Jesus, este anseio não é meu, é Vosso, e Vosso é o amor; sois Vós
que amais com o que é Vosso e sois Vós que sofreis e levais a minha cruz. Vede
a pobrezinha que nada faz e nada tem: é só noite, só miséria. Sou Vossa
escrava, Jesus, só Vossa e da Mãezinha.
O demónio, ainda
esta noite, com tanta malícia e fúria consumiu desesperadamente o meu pobre
corpo. Estava banhada em suor e não podia lutar. O coração batia com grande
estrondo e numa marcha apressadíssima. Queria sossegar uns momentos, para poder
respirar, e não podia.
— Já estás
satisfeita? Não queres pecar mais? Hás-de pecar, hás-de pecar. Peca contigo
todo o inferno e muitos da terra. E nomeava-os. Como tu estás! Como tu estás! E
enchia-me de insultos. Estava cheia de lutar, mas não de ofender a Deus. Sentia
que queria mais, muito mais. Não era bastante o gozo que me parecia sentir.
Veio uma dor a destruí-lo todo. Fiquei louca, a querer gozar, e a dor
insuportável a não me deixar, destruía tudo o que era gozo. Perdida no meio do
mar, gritei por Jesus:
— Não quero
pecar, não quero pecar.
Fora do meu
lugar, não podia tomar a minha posição, nem aguentar por mais tempo a que
tinha. Falou Jesus:
— Anjo,
bendito anjo criado por mim, leva ao seu lugar a minha querida esposa, leva-a
com todo o carinho e amor; é minha, só minha.
Fiquei logo na
minha posição e senti-me tão cheia de carinho e amimalhada, e Jesus continuou:
— Oferece-me,
filhinha amada, esta reparação, para que os impuros se cansem de me ofenderem,
e não se canse o meu divino Coração de lhes perdoar. Dá-me, minha virgem pura,
toda esta reparação. Tu não pecaste. É grande, é forte o teu amor. Tem coragem!
Cumprem-se as minhas divinas promessas, e chega o céu.
As palavras e
ternuras de Jesus suavizaram a minha dor e cansaço. Pude por um pouco
adormecer. Ai, a quinta-feira! Estou a braços com ela. O meu coração anda de
rasto, sente já toda a dor e ingratidão. Os meus ouvidos ouvem dum e do outro
lado insultos e palavras de desprezo. Vejo todos os sofrimentos e anseio por
eles; vejo a morte e desejo passar por ela; é morte que vai dar a vida. No
Horto, senti o cálice da amargura. Com os olhos fitos no céu, no meio da
tremenda agonia, senti como se me rasgassem a fio de espada ou ponta de navalha
todas as veias do corpo. O sangue corria, ensopou-me toda e foi juntar-se às
lágrimas da maior amargura. Os ouvidos tudo ouvem ao longe, mas sinto em mim
coisa mais sublime que vê e adivinha tudo. Não sou eu, é Jesus que tudo conhece
e sabe. É chegada a prisão. (Sentimentos da alma: 3 de Maio de 1945)
domingo, maio 02, 2021
O CÉU É DELE, A COROA ESTÁ TECIDA
Diz ao teu Paizinho
— Bem-aventurados os humildes e perseguidos pelo amor de Jesus. Esses é que são os eleitos do Senhor e os santos do seu divino Coração. Está quase finda a missão da crucificada de Jesus na terra. Jesus vai dar-lhe a morte mais encantadora, mais cheia de amor. Vem Jesus, vem Maria, vem José, toda a Trindade divina. Vêm os Anjos, vêm os Santos conduzirem ao Paraíso aquela que tanto amou Jesus na terra. Desce o Céu ao quartinho da heroína de Jesus. Que glória para Portugal, para o mundo inteiro! Que alegria e triunfo para o Paraíso.
― Obrigada, obrigada, meu Jesus. Recompensai a todos
por mim, pagai-lhes com o vosso divino Amor e permiti que eu lá do Céu a todos
conforte e a todos assista em suas necessidades. Ó meu Jesus, conheço que sois
vós; não posso separar-me da vossa divina presença. Quisera ir já convosco para
o Céu.
― Mais um pouquinho e o dia chegará.
― Obrigada, meu Jesus.
(Sentimentos da
alma: 2 de Maio de 1942 – Primeiro sábado)
quinta-feira, abril 29, 2021
ACEITO TUDO POR JESUS E PELAS ALMAS
— Ó minha violeta escondida
— Vem, minha
esposa amada. Vem, encanto do Paraíso. O Senhor baixou e penetrou em ti os Seus
olhares. O Senhor baixou e escolheu-te, preparou-te para a mais sublime missão.
Levanta-te, levanta-te desse teu abismo. Esta tua reparação é para arrancar do
abismo do pecado, do abismo da perdição, tantas, tantas almas, o maior número
de almas. Coragem, fá-las subir, deixarem a lama para, brancas, brancas como a
neve, subirem pelos teus sofrimentos numa ascensão gloriosa para Mim.
— Ó Jesus,
eu com certeza ofendo-Vos nesta vida sem fé, sem guia, sem amparo, sem luz.
Como hei-de assim reparar? Como hei-de assim dar-Vos as almas?
— Coragem,
minha filha, coragem! A tua fé é inabalável. Estás mais firme do que a rocha. É
certo que Eu quero que sejas amparada por aqueles que eu coloquei no teu
caminho. Eu quero, Eu quero e exijo que te seja dado aquele que Eu escolhi para
amparar e guiar para Mim a tua alma. Fui Eu, fui Eu, foi a escolha minha. Ó
minha filha, ó minha filha, como Eu sofro!... Oh! Com que dor Eu pedi e
continuo a pedir. Principie, principie, principie a Igreja! Oh! O que se passa
na Igreja! Avante, avante, Chefes da Igreja! Não descanseis na Vossa luta, na
Vossa vigilância! O mundo, ai do mundo, se não arrepia caminho!...
Vi com os olhos
da alma os maus-tratos dados a Jesus. Os Seus vestidos rasgados, o peito
aberto, o Seu Coração Divino rasgado de cima a baixo, todo em sangue, todo em
sangue, em atitude de quem contempla o mundo, derramava lágrimas sobre ele.
Numa dor angustiosa quis curar-Lhe o Seu Divino Coração e enxugar-Lhe as Suas
lágrimas. O meu pobre coração de gelo incendiou-se e foi com esse fogo que
procurei curar tal ferida, enxugar lágrimas tão dolorosas. Ó Jesus, quisera
dar-Vos tudo, toda a consolação, todas as almas e não tenho nada e nada posso.
Jesus, mais sorridente, depois de receber o fogo do meu coração, continuou:
— Ó minha
violeta escondida, o teu amor é puro, o teu amor é santo e santa é a tua
reparação. É a afirmação do que não engana, é a afirmação do teu Esposo Jesus.
Recebe a gota do meu Divino Sangue. Repara com ela tanta vida consumida pela
dor. Coragem! Coragem! Tu és o cofre de Jesus, a depositária de todas as
riquezas celestes. Enriquece as almas, enriquece as almas. Salva o mundo que é
teu. Repete o teu “creio”. Confia! Confia!
Ficai comigo,
Jesus, atendei os meus pedidos. Bem sabeis que em todos eles está a Vossa
glória e a salvação das almas. Não tenho outro fim. Sou a Vossa vítima.
(Sentimentos da alma: 29 de Abril de 1955 – Sexta-feira).
sexta-feira, janeiro 15, 2021
CANTO DE AMOR A JESUS
Ó amor, como tu és grande e forte!
Fala, fala, meu coração,
diz ao menos nestas linhas quanto desejas amar o teu Jesus!
Fala, fala, coração meu,
diz ao teu Jesus que só a Ele queres
e que só nele queres descansar!
Não canses, não deixes de
falar do amor!
O amor que é amor, verdadeiro e puro amor,
não pode calar-se,
não pode deixar de manifestar-se,
tem que falar e provar que ama sempre:
ama de dia e de noite, ama na dor e na alegria,
ama na exaltação
e, se é amor verdadeiramente puro,
ama mais ainda quando é humilhado.
Ó amor, como tu és grande
e forte!
Ó Jesus, onde poderei
encontrar a escola do vosso amor?
É com certeza no vosso
Divino Coração,
é aí que eu posso aprender a amar-Vos
e com aquele amor por o qual o meu coração suspira.
Ó Jesus, ó Jesus, dai-me
lugar,
deixai-me entrar para lá viver, Vos amar, para de amor morrer.
Onde estará, meu Jesus, o
segredo de amar?
Onde poderei encontrar tão precioso tesouro?
Eu não quero mais nada na terra a não ser amar-Vos e salvar-Vos as almas.
Tudo o mais é mesquinho e nada; tudo o mais é ilusão e mentira.
Mas o vosso amor, ó Jesus,
é tudo e sem ele não posso viver:
tenho uma fome que me mata o coração.
Jesus, eu quero assemelhar-me
à criancinha
que nos braços de sua mãe
não sabe dizer outra coisa a não ser: mãe, pai.
Eu quero dizer sempre,
sempre: Jesus, Jesus, amor, amor.
É vosso o meu coração, sou vossa inteiramente.
Estou a mais nada poder
fazer; mas enquanto me for possível, ainda que seja de cinco em cinco minutos,
uma letra hei-de dizer sempre:
Ó Mãezinha, amo-Te e amo a Jesus! Sou tua e sou dele!
Eu queria que o meu
coração fosse uma fonte da qual nunca deixasse de correr água de doçura e fogo
de amor para o Coração Divino do meu Jesus.
Que grande dita se eu O amasse com o amor de todos os corações!
Jesus, o que Te posso eu
dar? O que tenho eu que não seja teu?
Tenho o pecado, tenho a miséria, e é essa mesma que Te dou.
Será desvergonha da minha parte?
Ó Jesus, mas eu nada mais tenho e quero dar-Vos alguma coisa.
Compadecei-Vos dela e da do mundo inteiro.
A minha fome de Jesus
nunca mais terá fim.
Nada me enche, nada me satisfaz.
Os meus caminhos não
acabam:
quanto mais ando, mais fome eu sinto
e mais longe estou do Suspirado da minha alma.
Ó Céu, ó Céu, quando
chegarás tu, para me satisfazeres?
Ó Jesus, vinde depressa!
Nada mais sei dizer, meu
Jesus,
a não ser meu eterno obrigada de alma e coração,
e de alma e coração dizer-Vos que Vos amo.
Mas o meu amor não tem
limites,
quer subir tanto, quer ir tão longe, quer chegar até Vós.
Jesus, fazei que Vos ame, não posso sozinha.
Com o coração a sangrar,
mas sempre em Vós,
meu Jesus, confiada, bradarei noite e dia:
– Amo-Vos e é vosso o
meu coração!
Ai, minha querida
Mãezinha,
amai com o vosso Coração o meu querido Jesus.
Só assim Ele pode ser amado como merece.
Ó Mãezinha, queria
dizer-Vos tantas coisas!
Deixai-me, Jesus, deixai-me gritar sempre,
com toda a alma, com todo o coração:
– Jesus é o meu amor,
o único a quem quero pertencer e para quem quero viver.
Só Ele tem para mim encantos, só a Ele se prende todo o meu ser.
Morra tudo em mim para em mim só Jesus viver!
Quando penso em Jesus na
Eucaristia,
fico deveras confundida com tanta loucura de amor.
O que digo? É mais que loucura de amor.
Não sei como Jesus, o nosso bom Jesus,
nos pode amar tanto.
O que vistes em nós, meu
Jesus,
que tanto Vos encantasse?
O que foi que Vos obrigou
a fazer-Vos prisioneiro de tantos séculos?
Oh, que amor!
Ó Jesus, dai-me um coração
que Vos ame
e saiba corresponder às doçuras e loucuras do vosso infinito amor.
Quero viver presa por Vós, como Vós o viveis por mim.
Ó Jesus, meu querido amor:
eu queria ter a pureza dos Anjos,
o ardor dos Querubins e dos Serafins
para amar-Vos e cantar os vossos eternos louvores.
Eu queria, ó Jesus,
eu queria a sabedoria infinita
para saber cantar as glórias
e os louvores do Senhor.
Eu quero prestar ao
Altíssimo
a honra devida de Pai Omnipotente,
de Criador e Senhor de todo o meu ser e do mundo inteiro.
Ó Jesus, só Tu és santo,
só Tu és digno de todo o amor.
Aceita, ó Jesus, aceita os ardores do meu coração.
Aceita as minhas ânsias de bem Te servir, de mais e melhor Te amar.
Ó Jesus bom, ó Jesus santo, ó Jesus amor, amor, amor…
Jesus, em que mísero
estado Te encontro!
Quem foi que Te feriu assim?
Ah, sei bem! Foram os meus pecados.
Quero chorá-los, quero detestá-los
e em troca de tanto amor recebe o meu coração, que é teu:
quero amar-Te eternamente!...
Meu doce Jesus, tão tarde
Vos conheci
e tarde, ainda muito mais tarde Vos amei!
Fazei que agora viva só para Vós e para o vosso amor!
É vosso o meu coração, sou
vossa inteiramente.
terça-feira, novembro 12, 2019
PRESENTES E PROMESSAS À ESPOSA FIEL
“Alexandrina”; cap. 4)