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8 de dez. de 2009

Um pouco de poesia e música

Um trecho de "Violões que choram" do poeta Cruz e Souza.

Sutis palpitações à luz da lua,
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.

Harmonias que pungem, que laceram,
Dedos Nervosos e ágeis que percorrem
Cordas e um mundo de dolências geram,
Gemidos, prantos, que no espaço morrem...

E sons soturnos, suspiradas magoas,
Mágoas amargas e melancolias,
No sussurro monótono das águas,
Noturnamente, entre ramagens frias.


E para ilustrar um belo violão chorando...
Duo Assad (Sérgio e Odair Assad) tocando Baião Malandro de Egberto Gismonti.


11 de set. de 2009

Homenagem a João Cabral de Melo Neto

Foi feito uma homenagem ao poeta João Cabral de Melo Neto em forma de documentário. E deste documentário, saiu uma entrevista impressa apenas online pela Sibila.
E aqui mando o link para quem gosta e quer conhecer um pouco mais o poeta. É um link do Portal Literal, e lá você faz download do pdf da entrevista. Clique aqui.

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A EDUCAÇÃO PELA PEDRA


Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, freqüentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições de pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.
Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entranha a alma.


João Cabral de Melo Neto