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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Disso das prioridades… Pára tudo!



Facto nº. 1: O meu dia tem 24 horas.

Facto nº.2: Durmo ~7 horas/dia. Sobram-me 17 horas/dia.

Facto nº.3: Trabalho ~9 horas/dia útil. Sobram-me 8 horas/dia útil.

Facto nº. 4: Perco ~1 hora/dia útil “em trânsito” (tira carro da garagem, encosta carro, leva crianças à escola, estaciona carro, dirige-se ao local de trabalho, dirige-se ao carro, desestaciona carro, encosta carro, vai buscar as crianças à escola, mete o carro na garagem). Sobram-me 7 horas/dia útil.

Facto nº. 5: Gasto ~1 hora/dia em banhos (meus e das crianças) e higienes e veste e despe e outros que tais. Sobram-me 6 horas/dia útil.

Facto n.º 6: Gasto ~2 horas para garantir que há comida na mesa, que a casa está limpa, que há roupa lavada … Sobram-me 4 horas/dia útil.

Facto nº.7: Tenho portanto ~4*5 + (24-7-1-2)*2 = ~48 horas “livres”/semana.

Tenho então ~48 horas por semana para olhar por mim, por dois filhos pequenos, marido e restante família e amigos e fazer coisas que me interessam e movem (quer seja voluntariado, quer seja estudo, quer sejam livros, jornais, séries ou blogues, quer seja passear à beira mar ou correr feliz, descalça e de cabelos ao vento em prados verdejantes).

Ou seja, das 168 horas que tem uma semana, só tenho margem para gerir ~48 horas da maneira que melhor me aprouver.

Tenho pois que estabelecer prioridades. Não posso, com certeza, abraçar todas as causas. Não posso, com certeza, ajudar toda a gente. Não posso, com certeza, fazer voluntariado em todas as instituições. Não posso, com certeza, agastar-me com todos os dramas deste mundo. Tenho, portanto, que priorizar a minha vida… Com umas coisas gasto a minha energia, tempo e recursos, com outras não… E é isso mesmo que eu faço… Olho à minha volta, avalio aquilo com que posso, devo e quero contribuir e priorizo.

Repetindo e reforçando… Sou só humana, não chego a todo lado, pelo que me vejo obrigada a priorizar como, de resto, toda a gente.

O que acontece comigo acontece com toda a gente. Toda! Com mais ou menos tempo livre, toda a gente faz escolhas. Toda a gente prioriza.

Se eu posso dizer a quem questiona as minhas prioridades: “Foda-se, haja paciência, és muito estúpida/o…”? Pois, se calhar não posso (ou não devia, pelo menos)!... Se calhar tenho de ser tolerante à opinião alheia (nem que esta seja sobre a minha vidinha e respectivas prioridades)… Pode ser para o lado que durmo melhor, posso virar as costas e não querer saber, mas vivo em sociedade e se calhar as pessoas até têm direito a ter uma opinião sobre como (me) priorizo (pode ser questionável o direito de a expressar, mas isso é outra conversa)… 

E pronto. É isto!

Se eu podia ter escrito esta merda toda em três linhas de post e sem esta puta desta condescendência? Pois  podia… Mas diz que não é assim que se faz… Diz que há assuntos em que isso não se pode fazer… Por princípio há que ridicularizar e extremar exemplos porque caso contrário diz que as pessoas não percebem (e como as coisas ficam claras e fáceis quando não se cede à tentação de ir por aí e como se torna evidente que se calhar as pessoas até estão bem mais perto do que aquilo que julgavam à partida).

Se eu podia ter escrito isto sem usar jargão (como faço de resto na minha vida offline)? Pois claro que podia, mas não era a mesma coisa… Bad-ass que é bad-ass acaba posts com frases assim quando o assunto é sério… Porque nós somos mazonas e duronas e ai de quem nos pisa os calos que nós não estamos cá para brincadeiras, hã!… E depois há outra coisa… É que… Hum… Hã… Pois… Dá um estilo do caralho! E, já se sabe, que nisto dos blogues ninguém quer ser visto como o da pilinha pequena...

domingo, 26 de outubro de 2014

Pessoas com filhos vs. Pessoas sem filhos - O disparate, o embuste, o horror...

Diz que andou aí uma polémica a propósito de uma crónica do Público que levou a que as pessoas com filhos se indignassem porque ah e tal e a vida delas não é nada daquilo mas antes o arquétipo da felicidade e, ainda por cima, diz que aquilo pode ter um efeito contraceptivo e logo agora, que horror, que o que o país precisa é de crianças. Por sua vez, e como é óbvio, as pessoas sem filhos também acharam que se deviam indignar porque ah e tal e o coiso e quem são as pessoas com filhos para as julgarem e rebéubéubéu pardais ao ninho... Um drama pegado, nem queirais saber...

E depois eu fiquei para aqui a pensar que esta "polémica" deve ter roubado o primeiro lugar às indignações modernas (e diárias) no que à estupidez diz respeito... Até agora tinha esse lugar guardadinho no coração para as alminhas que se indignaram com o desperdício de água potável que o Ice Bucket Challenge representou, porque ah e tal há povos em África que têm de andar km para ter água para beber... O que vindo das teclas de habitantes de um país onde se usa água potável para descarregar os autoclismos (a água de cada balde corresponderá, mais ou menos, a uma descarga), carrega uma tamanha leveza e leviandade que não sei se me dá mais vontade de rir ou de chorar...

Mas bom, vamos ao que aqui me trouxe... Lá fui eu à procura do texto (1188 comentários!) e aquilo é tão 1999 que até mete impressão. Lembrais-vos daquelas correntes que alguma malta achava por bem reencaminhar para a mailing list toda? Pronto. É disso que se trata... Uma graçola inócua, portanto.

Mas depois li aquilo segunda vez e, de facto, tenho de concordar que aquilo é um disparate pegado... E eu, mãe de dois, sinto-me no direito de expressar a minha indignação. Ora vamos lá ver... Ponto por ponto.



Que disparate... Eu de um modo geral anseio por Segunda e temo o Sábado (e todos os finais de dia em que o meu marido não está em casa). 



Que disparate.... "cartões de cinema ilimitadao"???? Ahahahahahahahahhahahah... Há disso, é? Mas isso deve ser MA-RA-VI-LHO-SO!!



Que disparate... Hum... Não... Este não é disparate nenhum... Este confere... Na plenitude!


Que disparate... Eu escolho os restaurantes em função do tempo que demoram a servir e da quantidade de clientes. Um buffet de qualidade sem muita gente é o paraíso.


Que disparate... Sitcom?? Nada disso.... Meio Dexter - já vamos na T8, imaginai! (Que saiu já há ~2 anos, não foi?)


Que disparate... Nós não sujamos nada... Eu como um pão com uma mão enquanto enfio colheradas de uma tachada de Cerelac com a outra... Cá torradinhas e sumo... Ahahahahahahah.... Que engraçadinha, ainda a provocar...


Que disparate.... Relax?? Relax?? É só o meu filho que precisa sempre de ir ele próprio à casa de banho naquele preciso momento e àquela casa de banho em particular??.... (Quando temos sorte com os tais 5 minutos eu arranjo as sobrancelhas e o meu homem joga PSP.)


Que disparate... Eu prendo o miúdo dentro do carrinho. Não sai de lá até chegarmos outra vez ao carro. Compro-lhe algo que ele queira (de comer). Uma coisa. Escolhe antes de entrarmos. Deixo-o escolher o sabor dos iogurtes. Não pedincha nada. Não costuma correr mal.


Que disparate... A sério, que disparate... Isto roça aquilo do vergonha e confrangimento alheios. (Uma vez disse ao meu marido que o chão estava molhado, para ele ter cuidado que podia dar um "Pumba"... A nossa relação nunca mais foi a mesma e, às vezes, ainda acordo com suores frios a pensar nesse momento.)


Que disparate... Nós dispensamos o despertador porque o nosso filho mais velho cumpre perfeitamente a função. O mais pequenino faz, por sua vez, as "vezes" do snooze... Ainda esta noite, ele com o nariz entupido e a deixar cair a chupeta, foi de 15 em 15 minutos... (E eu disse tanto palavrão mas tanto palavrão... Acho que cheguei a chorar... Acho, não tenho a certeza...)


Que disparate... Nós às vezes também vamos a casa de amigos... Às dos que têm filhos! Outro dia fomos a casa de uns sem filhos... Têm gatos, pelo que achei que fosse mais ou menos a mesma coisa. Um dos gatos atirou-se da janela... Diz que desenvolveu o síndrome do gato paraquedista... Coincidência certamente!


Que disparate... Eu até queria saber onde mora a Xana Toc-Toc... E fazer-lhe uma espera... (Agora de repente lembrei-me que tenho de voltar a perguntar à Mirone como é que se eliminam as nódoas de sangue da roupa...)


Que disparate... Dois quadradinhos??  Ahahahahahahahahahahahahahahah... Mas isso é o pior dos dois mundos... Aumenta às ancas e é inócuo para a alma...



Que disparate... Eu tenho esgotamentos nervosos EM cima das malas enquanto as tento fechar... Ficar diante das malas é só estúpido...


Que disparate... Esta é mesmo um disparate... A mim sai-me tudo comme il faut... Eu explico. É que eu guardo muito palavrão dentro de mim - e por acaso até acho que é isso que me faz engordar. Eu no trabalho não posso (quer dizer, não devo) dizer palavrões e em casa, por causa dos miúdos, também não... Restam-me as idas ao supermercado e assim, e aí também não ficaria muito bem... Posto isto, trago tudo guardadinho dentro de mim... Tuuuudinho! Pelo que quando algo de inesperado acontece tipo bater com o dedo mindinho na esquina do móvel ou quando quase bato com o carro, sai-me tudo de rajada... Tudo, porque naquele momento percebe-se e eu permito-me porque não tive tempo de reação e foi inesperado e tal... (...) Só uma nota a este respeito... Acho que desde que tenho filhos nunca mais disse um "Foda-se". Agora quando me sai sai-me um "Arre foda-se!", que se é para sair palavrão... Sai como deve ser...



Que disparate... Eu vejo o Homem Aranha e os X-Men e os Incríveis... (Mas o Pocoyo a dançar a Gangnam Style... Aaaaaiiii... Tonto!)


Que disparate... Se o vómito for pouquinho dá para tirar... (Eu era menina para dar o nobel da paz aos tipos que inventaram as toalhitas...) 

(...)

E então? Tenho motivos mais que sobra para estar indignada ou quê?

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Parecem pipocas...

Quinta feira da semana passada nasceu o primeiro dentinho do Baby.


Estamos a Terça, não é? Passaram-se quatro dias, não foi?


Pronto... Já tem mais dois! Três dentes em quatro dias e pelo que lhe vejo nas gengivas parece-me que lhe vão sair mais dois até ao final da semana.


Anda chatinho sim. Temos tido carradas de paciência sim. Faz parte sim.

(...)



Tuuuuudo bem... Não há de ser nada!...





segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Mesmo do ponto de vista económico...

Arrancar as pessoas da ruralidade é, na maior parte dos casos, entregá-las às caixas e às reposições dos Belmiros desta vida. 

Porquê? Porque para dar uma escola aos filhos as pessoas geralmente abalam para as (pequenas) cidades mais próximas. E lá, o que é que têm à espera? O salário mínimo, zero expectativas e toneladas de maçãs do Chile para vender... Porque é que tem de ser assim? Porque sim... Porque os supermercados das grandes cadeias nascem como cogumelos e não há vila nem vilória que não tenha um. Destroem o comércio local em três penadas e em menos de seis meses são único empregador da zona.

Se não fossemos um país de mentalidades pequeninas, as "pessoas rurais" jovens eram incentivadas a ficar nos sítios onde nasceram, a fazer aquilo que viram fazer desde que nasceram. Eram incentivadas a produzir boas maçãs, boas peras, boas cerejas, boas castanhas, bom azeite... Plano: Produzir cá para vender, essencialmente, cá... Nem que fosse em micro escala. Revitalizar a micro-agricultura, previligiando sempre, mas sempre, a produção nacional e o comércio local. Temos recursos naturais de sobra...

Mas não... Às "pessoas rurais" é-lhes tirado tudo e as "pessoas rurais" jovens, que ainda podem bem com as pernas, seguem caminho para a cidade(zinha) mais próxima, que é como quem diz para o salário minímo e para as maçãs do Chile. 

E isto é tão triste e confrangedor... É pequeno e tacanho, tanto quanto pode ser!

* Já agora só um aparte... Ide ao site do Continente... Ide lá às maçãs, por exemplo. Algumas têm lá uma bandeirinha nacional toda catita... Gosto! Outras não têm nada, rigorosamente nada. E eu fico a pensar de mim para comigo se eles não deveriam ser obrigados a indicar o país de origem daquilo que vendem e não só quando dá jeito.... Já falei disso anteriormente, a mania que a Sonae tem de se aproveitar do poder daquilo do "Compre o que é nosso" exaspera-me...

Era pôr uma vedação e começar a cobrar entrada para visitas aos indígenas...

Vi a reportagem da RTP do Sexta às Nove sobre a TDT não ter cobertura suficiente (ver sinopse aqui), sendo que há gente que, dois anos volvidos após o apagão analógico e em 2014 - dois-mil-e-catorze, tem como única fonte de informação a rádio... A rádio, senhores... A rádio!... 

E eu fico fodida com isto. Fico. Fico porque são sempre os mesmos cristos a ficar esquecidos. É sempre a mesma "meia dúzia" de desgraçados do interior, que vive pior agora que há três décadas.

Fico fodida porque isto é o Estado a abandonar as suas gentes. Gente que, por acaso, eu conheço. Gente que, por acaso, eu estimo. E por isso fico furibunda... Porque sei que aquilo é mesmo assim... Aquelas pessoas passam mal. Tiraram-lhes tudo. Empurram-nos (e ao biqueiro) para fora das suas teras.

Há gente que se precisa de ir ao estupor de uma estação de correios tem de percorrer largas dezenas de km. Gente que não tem transportes públicos para as deslocações. Quer dizer... Ter têm! Têm uma carreira de ida de manhã e outra de volta ao fim da tarde e que demora 2h a fazer 70 km. 

Gente que mora em vilas, não falo de aldeias com meia dúzia de habitantes, a quem fecharam Centros de saúde, dependências das Finanças e da Segurança Social... Há gente, que paga impostos como qualquer outro cidadão, que não tem porra nehuma. Mas mesmo nenhuma... Gente que dá prejuízo e a quem lhes foi tirado tudo... Qualquer dia sai um despacho, metem-nos nas "carreiras" e despejam-nos no Parque da Nações com a directiva: "Desenmerdai-vos por aqui, que lá perdidos no meio do monte saís muito caros". 

Há crianças que vão para lares de acolhimento para as capitais de distrito para ir fazer o 5.º ano. Crianças sozinhas. Desde os 10 anos... Há crianças que saem de casa às 6h da manhã para chegarem à escola primária às 8h...

E depois os governantes (ou aspirantes a) queixam-se da desertificação, mas é só para ficar bem no figurino aquando do périplo pelas terrinhas por altura da campanha eleitoral...

Há distritos inteiros cujas mulheres vão todas parir à mesma maternidade e que nem a epidural têm direito se a coisa se der depois das 17h, olha agora ter ali um anestesista à disposição das madamas... 

Fizeram o estupor da autoestrada até Bragança. Escavacaram a IP4 toda... Tudo muito lindo... Uma ponte ali em Vila Real que só vos digo, que aquilo é uma obra de engenharia que faz favor. Daqui a dois anos está tudo a arrotar 15€ de portagem para cada lado... "E é se quereis. Alternativa? Lamento mas escavacámo-la para fazer a autoestrada... Não era a autoestrada que querieis? Pronto... Aí a tendes..."

E com isto de ver que há gente que nem televisão tem... Fiquei doente! Fiquei doente porque se a PT providenciasse aos habitantes do lado esquerdo de uma rua de 50 metros em Lisboa uma ligação à web de 15MB/s quando propagandeia uma de 30 MB/s caía o carmo o trindade... Vinha logo o Estado de bem em defesa dos seus vidadãos a perguntar como é que era e vejam lá isso e para ontem.

Mas com os outros desgraçados que nem o Preço Certo podem ver ao fim do dia... Está-se toda a gente a cagar, não é? Moram lá muito longe, não é? Nem sequer nunca viram nenhum ao vivo e no seu ambiente natural, não é?

Era juntar toda a população do interior ali no Alentejo - que é mais perto de Lisboa, e fechar o resto do País fora dos centros urbanos... Isso é que era! É que, parecendo que não, poupava-se um dinheirão!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Comecei hoje a fazer dieta...

Pelo que é bem provável que o nível de jargão neste blogue aumente exponencialmente nos próximos dias. Em quantidade e em qualidade!

Depois não digais que eu não avisei!

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Googlei e não encontrei... Será que existe?

Nestes últimos dias a minha vida tem sido um filme que nem vos digo nem vos conto, mas bom, o que não nos mata torna-nos mais forte, e o que está feito feito está, e melhores dias virão, e antes ter muito trabalho que não ter nenhum, e para a família temos de ter sempre tempo que é o que se leva desta vida, e os meninos não têm culpa do stress que é a minha vida, e queixo-me de barriga cheia porque há muito quem queira ter filhos e família e amigos sempre em casa e não pode nem tem isso da família e amigos lá em casa porque desarrumam muito e depois não têm empregada nem aspiração central, e com esta crise tens sorte é em ter trabalho, e por isso não te queixes nem sejas mandriona e levanta mazé o rabo da cama que quatro horas de sono é mais que suficiente, e antigamente é que era que nem água quente tinham e tudo e tudo e tudo... Eu sei, eu sei... Eu sei disso tudo...

Mas, queria eu dizer, e antes que me esqueça do que me trouxe aqui, que há uma expressão que eu ouço desde sempre e que utilizo frequentemente quando a vida se me põe em velocidade turbo, que é: 

"Se soubesses da minha vida, andavas a pedir [esmola] para mim."

E eu digo isto tantas e tantas vezes... Ouvi (e ouço) isto da boca do meu pai, sempre em jeito de piada, tantas e tantas vezes... Ontem lembrei-me de googlar a expressão... Não encontrei nada. Fiquei deveras preocupada.

E tu NM? Que fazes, que andas tão calada?...

De momento já só quero que as meninges não me comecem a sangrar....



Já é tarde comó c*ralh@, não é? Já estais todos no ronco, não é? Só eu é que estou aqui a desgastar a minha beleza com um trabalho desgastante comó raio (mesmo para uma mente brilhante como a minha) para depois ir gastar 30 contos ou lá quanto é, lá na Luna ou lá o que é, não é? Pois... Bem me parecia!!

E vós sabeis lá, sabeis lá a minha vida...


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Isto tem tudo para correr bem...

Só consegui chegar agora ao gabinete. Chove a cântaros. Estou ensopada. Birras cabeludas logo pela fresquinha. Caldo entornado (literalmente) já à entrada da garagem. Trabalho importantíssimo, daqueles mesmo mesmo importantes, para entregar durante o dia de hoje... 


Tuuuuuuuudo bem!!  

Mas agradecia ao Mundo que se me desviasse do caminho durante o dia de hoje... Muito agradecida!


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Sabes que a falta de tempo que tens para ti atingiu proporções ridículas quando...

Um médico te diz para ires ter com ele a um serviço de urgências e quando te diz: "Mas sabes como são as urgências... Podes ter que esperar bastante.", tu pensas: "Fixe! Vou, finalmente, poder ler um bocado."

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

As indignações modernas e os banhos gelados

Como já disse anteriormente não tenho conta de Facebook o que, tenho a certeza, só me faz bem aos nervos. A parte má é que sei das coisas requentadas e, opinadeira como sou, isso enerva-me. (Ora aqui está um belo paradoxo!)

Ora então, como andei desligada neste últimos dias, só agora li por aí que muito boa gente se insurgiu com esta campanha dos banhos, para a angariação de fundos da APELA, pelo desperdício de água potável que isso acarreta, havendo tanta gente em África a passar sede...

Ai caramba que nem sei por onde hei de começar e havia de ter botado os olhinhos nisso logo hoje, que estou tão apertada de tempo... 

Ora bem e assim num instantinho... 

Em cada um destes desafios gastar-se-ão o quê? Vinte litros de água? Trinta? Às tantas bastante menos do que cada uma das alminhas indiginadas gasta para lavar o traseiro diariamente... Sim, pessoas indignadas, gastais água potável (que tanta falta faz às crianças em África) para lavar os pézinhos, o carrinho e o terraço... Porque não o fazeis com água imprópria para consumo? Pois... Assim de repente não vos parece muito prático ir tomar banhinho à ribeira,  ora é?

E depois... A água que se gasta aqui é água que cai do Céu... "Aqui"!... Água que evapora... "Aqui"! É um ciclo e um processo relativamente local. A água gasta nisto na Europa ou na América nunca iria chover na África sedenta.

Quando muito pode ser mau exemplo, mas nunca uma afronta... E muito menos será uma afronta para as povoações africanas que sofrem com a privação de água já que esses, suponho, não se entreterão a ver o Ice Bucket Challenge do Mourinho no Youtube... E mesmo esses africanos ou aqueles que os representam saberão ver a insignificância de água desperdiçada nesta brincadeira quando comparada com os zettabytes de água gastos em spas e piscinas e fontes decorativas de lindas cidades europeias... (Piscinas essas que os tais indignados jamais frequentarão obviamente...)

De resto, acho que, considerando ou não uma patetice, a verdade é que já foi recolhido muito dinheiro para a investigação de uma doença terrível. E neste caso, não me lixem que agora não tenho vagar... O fim justifica os meios e já não há traseiro que aguente tanta admirável indignação moderna.

E pronto... Temos mesmo de levantar a asa, não é?

Hoje deixei os meus dois filhos no infantário... Os dois!!

E... Foi pacífico! :)

Cumprimentei as funcionárias, perguntei pelas férias e pelas novidades... Fui espreitar a sala novinha em folha dos bebés, tratei de ver como era com as comidas e as fraldas e assim. Dei um abraço à auxiliar directamente responsável pelo Baby (que já foi a que ficou com o Jr. de 4 meses e que entretanto ficou amiga), escolhi a caminha que havia de ser a dele (os outros que tivessem chegado mais cedo se também queriam escolher) e fui embora à minha vidinha (quase) na paz do Senhor depois de fazer implorar o mais velho para não lhe dar mais beijos.

Tudo pacífico, portanto! Já quando foi do Jr.... É que nem consigo pôr em palavras o que senti ao deixar um filho de cinco meses com desconhecidos... Na altura até saí de lá composta, com os olhos vermelhos e tal, mas composta, mas mal fechei a porta do carro... Foi o bom e o bonito. Chorei descontroladamente. Que tipo de mãe era eu? Como podia eu deixar assim o meu bebé? Tratariam bem dele? Não arranjaria eu maneira de conciliar o trabalho e tratar dele? E se trabalhasse durante a noite e ficasse com ele durante o dia? Sim, sim, estava a começar a descompensar...

É que quando as crianças já se conseguem expressar, a partir dos dois anos ou coisa que o valha, uma pessoa sente-se mais segura porque, em princípio, conseguirá aperceber-se se qualquer coisa de errado se passar. Já com um bebé... Restará confiar... (Será o bebé estimulado? Será mimado? Passará o dia enfiado num parque? Pois... Restará confiar...) E eu confio! Agradeço ao criador não ter de passar por toda a angústia novamente. Já conheço a casa, já conheço as pessoas... E sinto que fica bem!

Depois fico a pensar que nem que não precisasse/quisesse trabalhar, provavelmente os inscreveria na mesma numa escola. Não os inscrevia aos cinco meses, nem aos seis, mas provavelmente aos dezoito meses iriam. Porquê? Porque eu quero que os meus filhos aprendam a sociabilizar com outras pessoas (crianças e adultos), a esperar pela sua vez, a respeitar o próximo e a lidar com a diferença... E isto, sozinha, eu nunca lhes poderia dar... Podia dar-lho em teoria, mas na prática não. Cresceriam sempre na redoma que é a nossa casa e as nossas pessoas e, acima de tudo, a minha asa (e como eu tenho uma grande asa...).

De resto, eu não espero nem procuro um infantário que embandeire em arco a exigência pedagógica (?) ou que ofereça aulas de latim e de esgrima. O que eu quero e preciso é que, no infantário, lhes sejam exigidas responsabilidades e, acima de tudo, lhes seja incutido o brio de fazer bem e o respeito pelo próximo. O que eu quero e preciso de um infantário é que me ajudem a criar homens de costas direitas, que não voltam a quem precisa. Eu não quero um infantário com um orgulho pedante no emblema (que, muitas vezes, mais não é que um brio bacoco no parque automóvel). Não quero. Não preciso disso. O que eu quero é outra coisa. Quero um porto seguro. Um porto seguro com regras, disciplina, e mimo, muito mimo! E até agora... Tenho uma casa de porta aberta. Tenho a verdade de o Jr. (aos dois anos) demorar 45 minutos a acalmar-se, depois de eu o deixar... Sim, podiam mentir-me e dizer que a coisa se resolveu em dois minutos, que foi mal eu virei as costas. Mas é esta verdade que, se me deixa de coração apertado por um lado, me dá confiança por outro. Aquela confiança que só se ganha quando nos dizem aquilo que não queremos ouvir.

Hoje deixei os meus dois filhos, um deles bebé, na escola às mãos de terceiros... Estou tranquila!


sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Neste último ano…

Estive um semestre grávida. Estive internada cinco dias com uma pneumonia. No dia em que me foi dada alta os meus pais fizeram mais de 200 km para me ver (pedi-lhes para não virem antes porque não queria que me vissem numa cama de hospital). Nesse dia a minha mãe, ictérica, deu entrada nas urgências, quando uma semana antes parecia irradiar saúde. Passados dois dias a minha mãe apresentava-se no hospital para ser internada, onde ficou um mês. Na primeira semana não a pude visitar, por estar em casa convalescente. Nessa semana fiz um trabalho que foi irrepreensivelmente avaliado. Recebi sozinha, por um interno, a notícia de a minha mãe ter um tumor terminal. Desmaiei. Recebi a notícia de não ser possível operá-la e de tudo se resumir a (poucos) meses. Desmaiei. Movi mundos e fundos e contactei equipas médicas de todo o mundo. A opinião era geral: a única hipótese de sobrevivência da minha mãe era a cirurgia e essa hipótese não lhe estava a ser dada pela equipa que a tinha a cargo. “Li” “perfeitamente operável” em português do Brasil, em espanhol, em inglês, em francês e em alemão. Vi outra equipa médica de Portugal querer muito operar a minha mãe por acreditar que a podia curar. Vi a primeira equipa mudar de ideias diariamente, só porque sim, só porque os filhos da minha mãe se sabiam mexer no meio e, afinal, tinham conhecimentos e ai que chatice que ninguém os tinha avisado e olha agora que ainda iam ficar mal vistos. Vi uma equipa médica de referência mentir. Vi a minha mãe “esfarrapar-se” com a comichão. Pus-lhe litros de creme na pele e passei horas a aliviá-la com uma ventoinha a pilhas comprada no chinês. Li uma nota de alta mentirosa. Vi que há vidas e vidas, que umas vidas valem mais que outras e que nunca, mas isso é que nunca, se pode ficar mal visto perante os pares. Tive vontade de bater, de bater muito, em pessoas que tratam de pessoas como eu lido com os números.

Dormi muitas vezes de mão dada com o meu pai. Chorei muito. Passei muitas vezes a mão na minha barriga de 20 semanas e pedi desculpa ao meu filho, mas que eu tinha de fazer coisas que bem sabia que não devia fazer, mas que não era só a vida dele que dependia de mim, se calhar a da sua avó também. Vi a minha mãe morrer, muito nova, a 600 km de casa com uma septicémia num procedimento radiológico pré-operatório tido como simples. Comprei a roupa com que a minha mãe seria enterrada na loja de um hotel. Vi o meu pai chorar desesperado e desamparado. Muitas vezes. Falhou-me o chão. Muitas vezes. Senti a amizade que tinha por uma pessoa fugir-me por cada poro de pele… Não, não me compadeci nem solidariezei… Simplesmente, e friamente, desamiguei… E juro que senti aquela amizade fugir-me do corpo.

Ouvi a minha obstrecta dizer-me que eu corria o risco de perder também o meu filho, agora não… agora não dava para falhar. Nós na corda bamba e eu tinha de me equilibrar, o meu bebé tinha 23 semanas de gestação e dificilmente sobreviveria se eu me desequilibrasse. Com o stress pus uns bons 20 kg no lombo. Não consegui explicar ao meu filho mais velho o que tinha acontecido à avó, que ele via sempre a sorrir. Acordei muitas vezes a chorar mas depressa me enxuguei porque nesse momento não podia. Aprendi a fazer ponto de cruz para dar um enxoval decente ao bebé tal como teve o irmão pelas mãos de fada da minha mãe. Aprendi a fazer rissóis porque em nossa casa só se comem rissóis caseiros. Comi a última marmelada feita pela minha mãe.

Antes de tudo isto ouvi alguém perguntar “O que é que podemos fazer para a termos cá a trabalhar connosco?”. Aceitei sair da minha zona de conforto durante um ano e arrisquei. Entretanto engravidei. Quiseram-me contratar na mesma, ainda que grávida e a parir a meio do contrato. Sem me conhecerem de lado nenhum facilitaram-me a vida de uma forma indescritível e que jamais esquecerei. Antes disso, e noutro lado, pagaram-me por metade. Trabalhei como nunca na vida. Seguramente mais de 12h por dia, dia após dia, durante uns bons quatro meses. Pedi ajuda ao meu marido para cumprir prazos. Confiei. Pagaram-me por metade e assenta-me que é uma beleza a carapuça de ser mais papista que o Papa. Já depois disso, e num concurso público, fartei-me de compadrios descarados. Protestei por intermédio de um advogado. Miraculosamente a minha situação resolveu-se. Ele há coisas que agoniam…

Decidimos investir as nossas poupanças na compra de um apartamento que, felizmente, já temos alugado. Trocámos de carro.

Nestes entretantos achei-me depressiva. Fui consultada por uma psiquiatra que me disse que não… Que estaria a viver o meu luto e a lutar pelo filho que carregava.

Cá por coisas minhas lutei por uma cesariana. Tive uma cesariana num hospital público. Tive um medo atroz de o meu filho bebé ter uma má formação (as análises de despiste não tinham valores propriamente famosos). Tive o meu bebé de termo. Um bebé calmo e aparentemente saudável, um bebé guerreiro.

Por toda a complacência que tiveram comigo trabalhei durante toda a licença de maternidade. E foi duro… Muito duro!

Apercebi-me que o meu filho mais velho, só com quatro anos, tem pavor a falhar e que carrega nos ombros uma responsabilidade tremenda. Chorei quando há três semanas, desesperado, ele começou a gritar porque chamou pela avó paterna e esta não lhe respondeu (porque não ouviu). Gritava desesperado o pequeno que bem sabia que ia ser como com a avó Lina, que bem sabia que já não a voltava a ver esta avó…

Agora… Já organizei a minha vida e as minhas rotinas, mas sinto-me uma bomba relógio. Ainda não sei bem o que sobrou de mim e sinto que nunca mais dormi sossegada... Não me apaziguei com a morte da minha mãe. Trago-a sempre, mas sempre, no pensamento. 

Agonia-me entregar o meu bebé às mãos de uma educadora (ainda que uma querida amiga) já daqui a uns dias.

Mas olho para a minha família e sinto um orgulho tremendo. Mantivemo-nos! O meu pai manteve-se e o bebé gargalha sempre que o irmão se aproxima. 

Ainda agora… Procuro uma casa maior. Quero um jardim! Sim, continuo a fuga em linha recta, qual rinoceronte enraivecido que acha que pode tudo.

(…)

Do c@r@lh@... Foi um ano do c@r@lh@!!...

*Os comentários? Não me levem a mal mas neste momento sinto-me nua… Pensei muito antes de escrever isto aqui… É de uma exposição tremenda, do mais íntimo que tenho. Não saberia o que vos haveria de responder!

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Dei-me agora conta...

Que ando há tanto tempo à minha procura, que ando há tanto tempo a agarrar-me à falta de tempo e ao cansaço, quais bóias de salvação, que corro o risco de qualquer dia não saber o que procuro...

E isso seria triste...

Passar por mim e não me reconhecer por entre a minha multidão seria mesmo muito triste!

Aguardemos.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Se vós soubésseis a minha vida andáveis a pedir para mim...

Pronto... É que não há outra forma de dizer isto... 

Estou aqui estou a dar o flato mestre, e não vai ser bonito de se ver, não...

Ando tão cansada, mas tão cansada... Prega-se-me cada enxaqueca, às vezes nas têmporas outras vezes ali pela nuca, que nem vos digo nem vos conto. O ter trabalhado mais devagar que o habitual durante a licença de maternidade (sim trabalhei durante a licença, ora essa por quem sois) fez com que tenha ficado com toneladas de trabalho em atraso... Toneladas!! E agora... Agora não sei para onde me hei de virar e ando numa pilha de nervos. E depois são os miúdos e o meu marido e o meu pai e o resto das pessoas que, eu bem sei, só me querem bem e que, eu bem sei, merecem o meu melhor e tudo e tudo, que eu bem sei... E depois, que eu bem sei, disfarço o nervosismo, obrigo-me à boa disposição e depois claro... O copo enche... Deito-me às tantas para despachar mais qualquer coisinha e, claro, fico com uma dor de cabeça que não me aguento...

Ontem tive um breakdown... Chorei com os nervos. Mal me recompus (aí uns cinco minutos depois que o tempo não me dá para mais) peguei no telefone e ainda consegui marcar um quarto num hotel (o mais novo teria que dormir connosco que já não havia quartos que comportassem uma cama de criança e mais um berço, mas isso agora não interessa nada). Spa. Piscina. Baby sitter. Fiquei toda animada (diz que vai fazer um calorão do caraças e eu a planear não sair do hotel os dois dias)... Ai... Eu ali esticada ao Sol (como se isso fosse possível com o mais novo a precisar não sei de quê e o mais velho a querer fazer não sei que mais; mas enquanto sonha uma pessoa não se enerva e pois que aquilo até me animou)... Espevitei umas sinapses e queimei, a toda a bolina, mais uns quantos neurónios logo de seguida...

Hoje fui buscar o mais velho ao infantário... E tcharan... Completamente afónico! Chora cada vez que tenta falar. Diz que anda lá pela escola uma virose... 

Ora merda! Uns planos tão bonitos para o fim de semana... Já fui, não já?...

Update: Ainda rouco mas sem febre. Está frio e nublado. Vamos na mesma. Não há de ser nada. Levamos computadores. Just in case.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Eu também sou estigmatizada...

Quer dizer, já fui...

Fui estigmatizada por ser mulher, por não ter sintomas de síndrome de Asperger e por ser claramente  um ser sexuado. Fui estigmatizada por não usar óculos de massa, por ter facilidade de comunicação e por ter capacidade de falar (e rir) de frivolidades. Já fui estigmatizada por não gaguejar ao falar em público e por conseguir olhar as pessoas nos olhos. Já fui estigmatizada por ter outras dúvidas para além da melhor linguagem de programação (sou cada vez mais pelo MatLab), por conseguir comunicar sem ser por linhas de código e por ter outras unidades de medida para além dos terabytes. Já fui estigmatizada por ter vida social e amigos normais, com famílias normais. Já fui estigmatizada por querer casar e ter filhos... E ter com quem! Já fui estigmatizada por fazer o buço e gostar de andar arranjada... Assim mesmo, com roupas indubitavelmente de mulher. Já fui estigmatizada por alinhar em blockbusters. Já fui estigmatizada por aquele que foi meu chefe durante sete anos quando, ao fim de três meses, me disse que achava que eu tinha alguém que fazia o meu trabalho por mim (acho que a gargalhada que lhe dei na cara lhe serviu como resposta). Já fui estigmatizada por um de recursos humanos que, quando ainda nem a licenciatura tinha terminado e concorria ao meu primeiro emprego especializado, me disse na cara que não acreditava nos meus testes psicotécnicos porque eu não tinha perfil (???).

Resumindo, eu já fui estigmatizada pela minha normalidade por pessoas anormais (de pouco vulgares, não me aborreçam). É mesmo isso... No micro-cosmos em que me movia (movo) a anormal era (sou) eu...

Agora já não sou estigmatizada... Felizmente já não tenho de convencer ninguém para que me sejam dadas oportunidades (e já as tenho em fila de espera)... Mas, ainda hoje, estranham que eu aceite que o meu filho de quatro anos se entretenha a brincar com Super-Heróis em vez de a decorar as casas decimais do pi, ou que eu goste de futebol ou que eu tente (TENTE!) fazer pastéis de nata...

Sim, há um micro-cosmos em que a anormal sou eu, e tempos houve em que a minha forma "normal" de ser e estar só poderia significar ser menos capaz que os demais... Pois... Temos pena! :)

Agora olho para trás e a tremenda ironia que isto encerra só me dá vontade de rir... Afinal, eles é que eram os geeks socialmente inadaptados... But the joke was on me!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ora vamos lá ver...

Estou em casa a trabalhar e às Quintas é dia de limpezas. Se há coisa que a minha casa tem é muita luz: janelas a toda a largura nas frentes e vistas (muito) desafogadas. Estamos no Verão. São cinco da tarde. 

Pergunto-me se será preciso a minha empregada ter as luzes de casa tooooodas ligadas, bem como deixar o aspirador ligado enquanto fala ao telemóvel e deixar o ferro ligado enquanto vai guardar - uma a uma - cada camisa que acaba de passar a ferro.

Já a avisei mais que uma vez. Mas ela só sabe fazer as coisas de uma maneira - a dela. Eu gosto muito dela, é muito séria e trabalha para nós há muitos anos e tudo e tudo. Não é por mal... Ela já tem alguma idade e tenho para mim que, simplesmente, se esquece. 

Mas os desperdícios são coisa para me causar micro derrames cerebrais... Vou chamá-la à atenção outra vez mas para a próxima acho que vou trabalhar para o café. Olhos que não vêem coração que não sente e eu preciso de estar concentrada naquilo que estou a fazer.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

And now, something completely different...

Pois é! Dá-se o raro momento eu que eu não tenho opinião sobre um assunto de profundo interesse nacional e, quiçá, transatlântico.
 
Tem a ver com isto NÃO QUEREMOS QUE O ANTI TAURINO BRUNO NOGUEIRA ACTUE NA PRAÇA DE TOIROS DE MONTEMOR-O-NOVO! (reparai ali na pérola da comparação do BN com o Bin Laden - ainda que com as devidas reservas foi bem escusadinha, oh senhores dos toiros!) e isto ATCT vence e Bruno Nogueira não actua em Montemor .

E isto faz-me lembrar um amigo meu que, ainda que sendo vegetariano, vai ao talho que lhe fica por baixo de casa comprar queijo. Só porque sim, só porque lhe dá mais jeito. Com esta história, fico eu a pensar se o dono do talho soubesse que o meu amigo é activista e tivesse ele gozado com um dos seus melhores clientes, se deveria ele recursar-se a vender-lhe o que quer que fosse...

Diz que a praça de touros é gerida por uma empresa privada que, face à pressão, recuou... Percebo! (Se fosse gerida pelo estado já não seria bem assim...) E o Bruno Nogueira, foi idóneo em aceitar o convite em primeira instância?

Hum... Não! Não tenho opinião. Olha que esta, hein?

 

Ele há coisas que me bulem com os nervos...

E maus tratos e negligências com crianças estarão no top daquilo que me tira do sério.

Pois então que ontem foi dia disto: Educadora que queimou bebé condenada a trabalho comunitário, e disto:
CP?! E vergonha na cara, não?

Relativamente ao primeiro fico a pensar que é negligência a mais... Que 60º C é água mesmo muito quente e que me custa muito a acreditar que pôr e tirar IMEDIATAMENTE uma criança da água causasse queimaduras de 2º grau... (Mas posso estar enganada... A criança era muito pequenina e a fragilidade cutânea nessas idades é extrema...) No entanto, o que mais me choca foi o não se ter prestado auxílio imediato, tendo-se tentado disfarçar o que aconteceu. Errar qualquer um erra, já não reagir de imeadiato ao erro será só para quem não tem coluna vertebral...

No segundo caso chocou-me uma das responsáveis pelas crianças (PM, na imagem abaixo) ter ido alardear para o FB que a CP isto e a CP aquilo, como se não fossem as educadoras as responsáveis pelas crianças.

 

Admira-me sempre, mas SEMPRE, a incapacidade das pessoas olharem para si antes de apontarem o dedo a terceiros. Se esta educadora (bem, na verdade não consegui perceber se era educadora ou auxiliar ou outra coisa qualquer, mas apenas que era responsável por um grupo) em particular tinha consciência que as crianças não viajavam em segurança, abandonava a composição, pondo as crianças a salvo, e responsabilizava a CP pelo sucedido, reclamando em sede própria. Mas não... Tendo tudo corrido, felizmente, sem danos de maior, a senhora achou por bem ir espingardar toda valente para o FB sem se ter ao dado ao trabalho (??) de fazer uma queixa formal primeiro (mas diz num comentário mais à frente que vai fazer, quando alertada para isso). 
Mas que raio de mentalidade é esta, senhores? Mas andará tudo doido? E entre estas coisas eu lembro-me que neste preciso momento o meu filho está na praia à responsabilidade de pessoas em quem confio. Deparasse-me eu, mãe, com esta situação, com esta irresponsabilidade e falta de auto-crítica, e o circo pegava fogo... Vos garanto que pegava!

De resto... Fico a pensar como é possível, numa sociedade tão moderna e tão civilizada como gostamos de nos considerar, as pessoas que trabalham com crianças não serem certificadas... Ok, as educadoras tiram uma licenciatura (não sei se ria se chore ao pensar que alguém pode achar que isso, por si só, dá algum tipo de validação à capacidade real de alguém para lidar com crianças, mas pronto!). Mas e as auxiliares - aquelas que de facto tomam conta dos bebés com menos de 1 ano e das outras crianças nos cuidados mais "físicos"? Que tipo de certificação têm essas pessoas? (Estou a perguntar mesmo...)

E uma coisa leva-me a outra e fico aqui a pensar que a dignidade e nobreza de um povo poder-se-ia muito bem medir pela forma como trata os mais fracos - crianças, doentes e idosos. E depois fico a pensar se não deveria haver um mecanismo de Medicina do Trabalho que avaliasse as capacidades humanas de quem trata dessas pessoas... 

E não preciso de pensar muito para ter a certeza que devia! Tanta legislação, tanta treta sem sentido, tanta exigência picuinhas, para as condições físicas e materiais que um infantário ou lar de terceira idade tem de ter, para depois haver todo um deserto para a avaliação das capacidades de quem, de facto, cuida das pessoas. Caramba... Não me faz sentido!