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E é isto, filho. É assim. Todo o interesse pelas outras pessoas, todo o amor fraterno que se lhes dedique, nunca é demais. Nunca é demais! Há gente fechada a sete chaves consigo, só egoista, desconfiadona, - e, é claro, dão-nos decepções, arrelias. E custa muito ser-se recto; essa atitude fere sempre alguém; e fere porque cortar a direito alveja quanto haja de falso, ridículo e injusto; mas deve ser-se, acima de tudo! Para tal, temos como que forjar o nosso próprio interior; de limá-lo, de puli-lo, de mantê-lo sempre em dia, sempre sério. E olha que a cada passo do caminho mira-se, mede-se e pesa-se se a nossa honestidade é, de facto, honestidade.(...)
Por tudo isto, temos de nos manter firmes sôbre os trambulhões da vida. Abrir um rumo e segui-lo; nortear-se na vida e não perder o norte. Dizem que as formigas são assim...
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Jacinto Martins
in Carreiro de Gente
Ilustração (C) António Domingues