é insuportável o choro da distância
a terra vermelha fez-me o barro de ti
é certo que a vala comum surge
na tua mão ausente e na intermitência
que são os teus olhos com que choro
a
promessa é turva como a
tua voz
relevo
sobretudo a palavra marido
e
junto-me a ti periclitante a cada soluço
a
cada mudança horária que chegou a hora
o
amor liquidifica os corpos na penumbra
é
insuportável o choro da distância
a
folha autoriza-me a tinta e vens despida
à
beira do abismo acenas com o teu nu
fazes
aquele estrondo da morte vigilante
traduz-se
inconveniente o rumor de nós dois
mas
que estória é essa, perguntamos em uníssono
é
insuportável o choro da distância
declaradas
que estão as últimas lágrimas
de
quando era insuportável sermos próximos.
nuno
travanca