domingo, 1 de março de 2015

Caçando raios de sol

Jacutinga - MG -
Fotografia Acervo de Claudinha






Que me perdoem os amigos...
Tenho me encontrado sorrindo, caçando raios de sol, enquanto caminho pelas terras que me acolheram.
De repente, a Poesia se aninhou em meu peito e se recusa de lá sair.
Desisti da metodologia a que me impus a vida toda, do rigor para com minhas ações e responsabilidades, quando percebi que está sozinho quem foca e entrega todas as suas forças em um único objetivo. Tenho observado formigas e sua rotina, as folhas amarelecerem e caírem e as diversas posições do sol no horizonte durante as estações. Tal como na adolescência... Tenho cuidado das minhas flores e das cercas vivas da minha varanda, que fiz para me libertarem do olhar viciado do dia a dia. Muito se perde quando os olhos piscam, quando a respiração se interrompe e quando se dorme sem sonhar.

Crise dos cinquenta? Será?
Eles me chegaram bem, não posso reclamar. Não sei se algo mudou dentro de mim, mas a vida e as pessoas nos fazem ver quem somos e como queremos ser.

Quero ser livre de mim e de todas as minhas correntes. Quero ter a Poesia pronta, a Prosa fluente quando elas quiserem se manifestar. Quero ver vaga-lumes, flores do campo e trilhas novas. Quero ver o mundo que meus filhos estão construindo e seguir de mãos dadas com a cumplicidade dos dias.
Em minha cabeça surge agora uma profusão de poemas de Vinícius que posso me lembrar... Decorei tantos... Mas sei que “para isso fomos feitos”...

Estou agora pintando novas asas, mas, incrivelmente, não estou lagarta e nem casulo. Amanheço, entardeço e anoiteço ao sabor do vento, do luar , dos raios de sol e do aconchego. Assim, estou aqui...

© Claudinha


.:: Música deste post: “Cuida de mim”– O Teatro Mágico ::.

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