| Fotografia Acervo de Claudinha |
Que me perdoem os amigos...
Tenho me encontrado sorrindo, caçando
raios de sol, enquanto caminho pelas terras que me acolheram.
De repente, a Poesia se
aninhou em meu peito e se recusa de lá sair.
Desisti da metodologia a que
me impus a vida toda, do rigor para com minhas ações e responsabilidades,
quando percebi que está sozinho quem foca e entrega todas as suas forças em um único
objetivo. Tenho observado formigas e sua rotina, as folhas amarelecerem e caírem
e as diversas posições do sol no horizonte durante as estações. Tal como na
adolescência... Tenho cuidado das minhas flores e das cercas vivas da minha
varanda, que fiz para me libertarem do olhar viciado do dia a dia. Muito se
perde quando os olhos piscam, quando a respiração se interrompe e quando se
dorme sem sonhar.
Crise dos cinquenta? Será?
Eles me chegaram bem, não
posso reclamar. Não sei se algo mudou dentro de mim, mas a vida e as pessoas
nos fazem ver quem somos e como queremos ser.
Quero ser livre de mim e de
todas as minhas correntes. Quero ter a Poesia pronta, a Prosa fluente quando
elas quiserem se manifestar. Quero ver vaga-lumes, flores do campo e trilhas
novas. Quero ver o mundo que meus filhos estão construindo e seguir de mãos
dadas com a cumplicidade dos dias.
Em minha cabeça surge agora
uma profusão de poemas de Vinícius que posso me lembrar... Decorei tantos...
Mas sei que “para isso fomos feitos”...
Estou agora pintando novas
asas, mas, incrivelmente, não estou lagarta e nem casulo. Amanheço,
entardeço e anoiteço ao sabor do vento, do luar , dos raios de sol e do aconchego. Assim, estou
aqui...
© Claudinha
.::
Música deste post: “Cuida de mim”– O Teatro Mágico ::.