Metereologia 24 h

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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

A melhor série de humor de todos os tempos

 A melhor serie de sempre foi feita há muitos e muitos anos. É americana e foi filmada durante a presidência de Nixon.

Afirmo com todas as letras: trata-se da melhor sitcom alguma vez feita. É completa. Tem todos os ingredientes para isso. Quanto mais anos passam, mais actual permanece. Mudam as referencias politicas, jamais mudam as situacoes.

Continuamos a experenciar a vida da mesma forma e a ter as mesmas preocupacoes e alegrias que as retratadas naquela historia. Mesmo nao existindo nela a tecnologia de que hoje estamos tao dependentes. Mesmo que na altura em que a serie foi filmada se tivesse o costume de enviar telegramas.

Ao rever os episodios, a minha gargalhada nao e menos fresca. Parece que descubro sempre algo novo, que me emociona e me faz crescer. Uma nova referencia politica, uma previligiada espreitadela aos pensamentos e eventos daquela decada, em que a america estava enfiada na guerra do vietnam. Mas existiram outras guerras, com iguais consequencias para a economia e para a sociedade.

Esta serie tem tudo. 

Faz rir e faz pensar. Tem muita identidade. Total autenticidade. Nao é "uma casa na pradaria" mas consegue emocionar-nos sem a ajuda de um cenario colorido ou bem decorado. Esta serie deu origem a mais duas ou tres. Todas fantasticas, pioneiras e premiadas, mas que nunca mais passaram na TV portuguesa.

Está a ser emitida agora na RTP memória as 22h ou 3 da manhã. Voces que nunca viram e nao se imaginam a gostar de algo tao datado, vejam. Se nao gostarem, permitam-se a continuar a ver. De todas as series familiares que alguma vez existiram pelas decadas adentro ate chegarem aos padroes que conhecemos hoje - esta nunca perderá o pódio. Continua actual e atingiu a imortalidade.

 

  








domingo, 7 de outubro de 2018

A coragem de uma mulher chamada Kathryn Mayorga

Estava longe de me preocupar com este assunto, mas depois de umas conversas e comentários, apeteceu-me prestar atenção ao processo jurídico ao qual Cristiano Ronaldo poderá responder na América. 

CR7 é apontado como autor de um estupro a uma mulher americana, de nome Kathryn Mayorga. O caso remota a uma ocasião há nove anos atrás. Na altura, a americana, que se diz a vítima de estupro, não fez segredo do ocorrido. Foi de imediato ao hospital e sujeitou-se a exames médicos. Segredo fez do autor e do local de estupro. Alegadamente por ter medo. O caso acabou por "cair" no «esquecimento» quando a mesma assinou um acordo para parar de falar do assunto, em troca de uma soma de dinheiro.

Nove anos volvidos, a América vive um momento especial no que diz respeito a este tipo de crime.  Surgiu o movimento #Metoo. Denúncias de casos ocorridos com pessoas em posições de poder têm vindo ao de cima e vítimas a viver anos em silêncio perceberam que vão ser levadas a sério ao invés de serem sujeitas a escrutínio, maledicência e ofensas, como no passado. Há não tão pouco tempo assim, vítimas de estupro sofriam uma pressão tremenda para se manterem caladas e não irem contra homens poderosos e com dinheiro. Ficavam sempre mal vistas e arruinadas em todos os sentidos. Um desses casos de denúncia revelou a verdadeira face do então muito idolatrado ator e pacifista Bill Cosby - não uma mulher, mas várias, vieram a público dizer que foram violadas por ele no passado. 20 e 40 anos depois... o acusado, provado culpado, foi sentenciado e vai pagar pelos crimes que julgou ter cometido impunemente.

Portanto, não argumentem "porquê só agora?" porque para mim isso revela um grande desconhecimento do que é passar por um trauma. Revela desconhecimento de vida e natureza humana. Com tantas mulheres a sofrer, vítimas de violência doméstica, que permanecem com os parceiros até o final das suas vidas - ainda se perguntam "como é possível?"??. Pouco se entende de psicologia se não se entender que é fácil permanecer em situações de conflito e violência por anos mantendo SEGREDO dessa realidade. O mesmo se passa para vítimas de violação - seja esta contínua ou única.
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Ora, no caso do Cristiano Ronaldo, que comentários surgiram quase de imediato? "Mais uma que vai atrás dos milhões dele!", "Querem ver que quando subiu para o quarto não sabia ao que ia?", "Coitada, era virgem!".

O que eu penso destes comentários? São um cancro para a sociedade. Para manter o direito à inocência de uma pessoa, não é preciso tentar demonizar a outra. Porque existe tanta possibilidade de inocência quanto de culpabilidade. 

E ao fazê-lo neste enquadramento, está-se, mais uma vez, a banalizar-se e a tornar socialmente aceitável chamar as mulheres de prostitutas. Qualquer mulher é imediatamente vista com potencial de puta, sempre interessadas só em dinheiro e dispostas a tudo para o obter. Se forem bonitas, jovens e ousarem divertir-se, ainda pior. A mulher continua a ser socialmente condenada na sua generalidade, pelas liberdades que conquistou. E punida quando violada nos seus direitos mais básicos, porque "fez por elas"... Mesmo que uma mulher levasse uma vida desgarrada, mesmo que vivesse da prostituição, ser forçada a ter sexo contra a sua vontade continua a ser um crime de violência. Ser freira ou ser puta, que diferença faz no acto? Nos traumas?

Há uma "famosa" prostituta americana cujas consequências de uma vida a ser (des)tratada como puta mostrou ter alterado a sua forma de ser e de pensar - o que levou a consequências fatais. O seu nome foi Aileen Wuornos. Vejam o filme baseado na sua história, talvez a compreendam. É este o caminho que a sociedade quer seguir? 

Prostituta ou não, merece respeito. É só o que quero sublinhar. Vítimas surgem de todo o tipo. Não há umas cujo crime deixa de o ser só porque estão "do lado errado da vida". Mentiras e verdades não são exclusivas do lado "rico" ou "pobre". 

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Bom, voltando ao caso CR7, vou tentar ser suscita. O que é que se sabe até agora?

Sabe-se que Cristiano Ronaldo admitiu ter tido relações sexuais com Kathryn. Claro, não é burro e tem uma vasta equipa de advogados bem duros na queda que já conhecem o peso em tribunal de um elemento que revolucionou o mundo forense: O ADN.

Se ele alegasse que nunca lhe tocou e colectassem do anus da acusante o esperma dele, Ronaldo seria facilmente descoberto e teria toda a sua credibilidade destruída em segundos a uma escala mundial. Pelo que admitir tinha de ser a solução. E para contornar os parâmetros de uma alegada violação, a contra resposta só podia ser "foi consensual". 

Outro facto que se conhece é que ele trocou 375 MIL euros pelo silêncio da americana. Um contrato assinado em 2010, e cujos contornos e detalhes só vieram a público anos mais tarde, graças a um trabalho de investigação de jornalistas alemães da revista "Der Spiegel", que tiveram acesso às mensagens trocadas entre o jogador e o seu advogado - mensagens onde estabeleciam o valor a entregar. 


Ora, contra todos estes factos, substanciados por documentos reais - cuja conecção entre o jogador e a americana já foi oficialmente confirmada por documentação aparentemente legal e real, a equipa de defesa de CR só sabe dizer que "é falso" e mais uma vez, são "pessoas a tentar ganhar algo às custas dele".

Parece-me uma defesa fraca, perante os contra-argumentos fundamentados pelo "outro lado". Mas também existe uma eventualidade percentual de ser verdade. 

Presentemente, porém, não me parece que seja. Mas teremos de esperar pela conclusão da justiça. Isto se o aparato e as cortinas de fogo não atrapalharem a investigação, como aconteceu na américa com o julgamento de OJ Simpson ou em Portugal com o caso Casa Pia.


O que têm a dizer a este respeito?
Têm alguma opinião até agora?
Partilhem. Mas em tom de diálogo, não em tom de fanatismo, eheheh.
Como jogador ele é o melhor do mundo. Como pessoa não o conheço. O que sei dele, pessoalmente, acho que não abona muito a seu favor. A impressão que tenho é que ele faz o tipo "QUERO, POSSO, MANDO". A sua determinação em se tornar o melhor jogador é louvável, mas essa mesma obsessão o fez querer ter tudo a seus pés - presumo. E tiro esta conclusão baseada na FORMA como escolheu ter os seus primeiros três filhos. QUERO, POSSO, TENHO.

E uma filho não é a mesma coisa que uma bola de futebol... 

Não tem o mesmo peso. 
Quis ter um filho mas não lhe quis dar uma mãe... aparentemente. Três vezes.
Até hoje não se sabe quem geriu e pariu a primeira criança. Mas sabe-se que esta cresceu SEM mãe. Avó, tias... podem criar bem uma criança, não duvido. Mulheres têm-no feito por milénios. Mas não são mãe. Não existe a figura "mãe" e não conheço orfão ou adoptado que não sinta falta dela. Se o filho não fez falta à mulher(s) que gerou Cristianinho pouca importância tem. O que está em causa é o Cristianinho. E o impacto que a ausência de uma mãe terá na sua vida. Porque mesmo ausente, muitos sabem que tiveram mães. Umas deram-os para adopção, outras estão vivas mas em condições lamentáveis, outras faleceram... mas existiram. A sua história, o seu legado, os parentes maternos... Cristianinho foi privado de TUDO isto. 

Portanto, o que penso saber sobre Cristiano Ronaldo é que o que ele quer, vai atrás, obtem, nas condições que deseja. Eliminando factores que fazem outros hesitar e reflectir. Louvável no desporto e na carreira? Talvez. Na vida sentimental e familiar? Talvez... não.

Que vos parece?