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domingo, janeiro 22, 2012

A Toupeira


Um filme lento, mas um filme muito interessante sobre processos mentais e sobre o "Intelligence Bureau" inglês. O elenco satisfaz e a intriga também. A estática anos 70 (a história passa-se em '73) é verdadeiramente extraordinária. Para quem não se importa de ver um filme lento, aconselho vivamente.
16/20

quarta-feira, dezembro 28, 2011

Balanço express do meu 2011

Estou a comer à secretária e aproveito uns minutos (dos 20 que me dispus a tirar) para fazer um balanço express de 2011. Não foi um ano fácil. Como funcionário público só vi cortes e mais cortes (e ainda levei nas orelhas da opinião pública porque somos todos uns grandes sacanas que não queremos fazer nenhum), tive algumas decepções com amigos, uma doença grave na família, MAS... (o 'mas' tinha de vir em letras grandes) foi um ano muito positivo. No final do ano apercebi-me que o que se tem passado tem-me obrigado a reformular a minha visão das coisas adaptando-me ao que é efectivamente real. Às vezes são precisos alguns abanões para mexer as pernas e procurar outro poiso. Fora isto, conheci a praia mais bonita onde alguma vez estive, voltei a ter trabalho a sério (às vezes demais), fiz esqui pela primeira vez, amei e fui amado, a minha sobrinha e afilhado estão a ficar dois miúdos estupendos, a minha mãe está com saúde, o meu irmão e eu somos amigos, conheço pessoas que me inspiram a ser melhor, etc. Que o ano que vem me veja, pelo menos, igual a este ano.

quinta-feira, novembro 24, 2011

Sem tempo



Andrew Niccol volta com um filme de ficção científica, desta vez mais acessível que Gattaca mas nunca menos interessante. Voltando à temática da engenharia genética e da higienização (se bem que aqui com base na dicotomia ricos/pobres) oferece um filme sobre uma sociedade onde a moeda de troca é tempo. Ninguém envelhece a partir dos 25 anos e tem de ganhar tempo ou morre. Tudo é pago em tempo, um café, um carro e pais, filhos, netos, todos aparentam fisicamente a mesma idade. Justin Timberlake e Amanda Seyfried oferecem-nos uma interpretação convincente e revisitam um outro par do cinema Warren Beatty e Faye Dunaway com muito estilo e apelando à geração MTV. O único senão de um filme muito interessante do ponto de vista, filosófico, ético, sociológico e civilizacional é o par de protagonistas ser jovem, bonito e conhecido das massas. Se fosse um qualquer casal de actores batidos no cinema independente, este filme poderia adquirir um certo estatuto de culto.

16/20

segunda-feira, novembro 21, 2011

Inquietos



O novo filme de Gus Van Sant está bem longe do realismo de outras obras suas. Neste caso é uma fábula adolescente sobre os universos particulares de dois jovens que têm a perda e a morte associada às suas vidas. Annabel tem 3 meses de vida e Enoch sobreviveu a um acidente que vitimou os seus pais. Os dois apaixonam-se e o filme torna-se um exercício poético sobre a vivência dessa realidade fora da realidade, onde há lugar até para amizade com um fantasma. Há qualquer coisa de "romance vitoriano" entre estes dois jovens que poderiam ser uma história no livro "O Principezinho". Dois promissores actores dão corpo a esta fantasia. Porque não sonhar um pouco de vez em quando, fora dos parâmetros da realidade imposta?

15/20

segunda-feira, novembro 14, 2011

As serviçais




Um filme muito bonito, claramente candidato às nomeações para os óscares, sobre o que era realidade da segregação no Estados do Sul dos EUA nos início dos anos 60. Utilizando a perspectivas das criadas negras de servir que trabalhavam em casa do brancos de classe média alta e alta, coloca-se em relevo o esqueleto do que era o segracionismo da época, mas também o que eram as relações familiares, o papel da mulher e a vincada hierarquia social, mesmo entre brancos. Do início ao fim sentimos a ternura do que representavam estas mulheres negras para as crianças que criavam, as contradições dos brancos que eram obrigados a viver na estrutura, mas que de alguma forma a questionavam, o sofrimento dos negros esmagados nessa proópria estrutura. Talvez tivesse mudado algumas coisas, apesar de gostar muito da actriz protagonista (Emma Stone) sinto que poderia ter ido mais longe. Tudo o resto tem o seu quê de estupendo. Viola Davis é estupenda como sempre e depois, há todo um mundo de fantásticos papéis secundários. Para ver e rever já sem a tensão da primeira visualização (onde somos obrigados a lidar com a cruel face do racismo quando já quase a esquecemos).


17/20

sexta-feira, novembro 11, 2011

Nos idos de Março



Desde o filme Frost/Nixon que não me divertia tanto a ver um filme sobre os bastidores da política. Este ano tem-me desiludido um pouco com a produção cinematográfica, mas este filme chega em boa hora. Afinal há vida por aí. As interpretações estão todas muito bem, a direcção de George Clooney mostra que, de facto, temos realizador. E temos uma visão muito clara, apaixonada e ao mesmo tempo desencantada daquilo que é a política e os bastidores da política. Nem tudo é o que parece e tudo é o que parece. Quem são os bons e quem são os maus? Este filme é sem dúvida um elemento no lote dos bons filmes.






17/20

A lista dos Ex




Ora bem. Há pouco que dizer sobre este filme. É uma comédia romântica, que de romântico não tem assim muito e de comédia também não. Todos os clichés possíveis e imaginários podem ser encontrados no filme. A falta de química entre o protagonistas é muita e that's all folks! Não leva nota negativa porque se consegue esboçar um sorriso duas ou três vezes.


10/20

Terça, depois do Natal




Um filme interessante realizado pelo romeno Radu Montean. É um filme de todos os dias, quotidiano, que pode acontecer na porta ao lado. Um homem de família, aparentemente feliz e realizado, tem uma amante mais jovem. A questão que se coloca é, perda do que se tem ou começar uma vida nova. Quase todos sabemos como estas histórias normalmente acabam, para saber como esta acabou há que ver o filme. Agrada-me o tratamento pouco "hollywoodesco" e a tensão latente que deixa os personagens como que desconectados. Sentir muito seria fatal.


14/20

segunda-feira, novembro 07, 2011

As if I'm not there



É muito fácil saber de uma guerra e dizer coisas como "coitados", "que sofrimento", etc. Este filme baseado numa história real passada na durante a guerra da Bósnia deixou-me com as entranhas reviradas do avesso. É por histórias destas que acredito que tem de haver um tribunal penal contra crimes de guerra e contra a humanidade. Nem quero imaginar (e não posso) o que se passou ali. Só um pequeno vislumbre já me deixou enjoado. O filme de Juanita Wilson poderia ser bem melhor filmado e dirigido, mas os acontecimentos que relata falam mais alto do que o filme. Não quero sequer imaginar (e ninguém pode) o que se passou ali entre 1992-1995.

How I ended this summer






How I Ended This Summer é um filme de Alexei Popogrebsky com uma excelente fotografia. Depois de dito tudo o que o filme tem de positivo. Deixo apenas a pergunta, mas que raio é que passou pela cabeça do argumentista? E ainda por cima ganha prémios? Masturbação mental pura.

quarta-feira, novembro 02, 2011

Another Earth



Um filme muito bonito que parte de um pressuposto "supranatural", a aparição de uma cópia exacta da Terra ao lado do nosso planeta, para tratar um história de culpa e redenção de uma mulher que provoca um acidente de carro que rouba a família inteira de um homem. A segunda Terra é toda uma oportunidade de redenção. O filme usa esta nova Terra como uma metáfora do perdão e da redenção. A actriz principal (Brit Marling) é de uma expressividade estupenda, transmite toda a dor e perplexidades da personagem com um simples olhar ou esgar. Há uma dimensão muito interior nos dois personagens principais relacionada com o modo como sentem a sua dor e conseguem fugir dela. Apesar de um ou outro apontamennto fantástico, como é o caso do final, o filme é bastante credível.






17/20

quinta-feira, outubro 27, 2011

Amor estúpido e louco



É uma comédia muito agradável de se ver. O elenco é bom e o filme vai sendo levado a bom porto sem excessos o que lhe dá uma credibilidade acima da média no que respeita comédias românticas. O meu problema foi o final. Apesar de um twist na história que lhe dá uma outra perspectiva, o climax pré-final é tão estapafúrdio que nos faz sentir que estamos a ver um filme em que nos querem fazer rir. Isso contraria o que tinhamos estado a ver, uma história dramática vivida com graça, e o filme perde uma boa parte da sua veracidade. Mas entretem e acho que é isso que se quer.






14/20

quinta-feira, setembro 22, 2011

Amigos coloridos



Não tinha vontade de ver o filme. Em primeiro lugar pelo cartaz idiota, em segundo pelo Justin Timberlake. No entanto, como comecei a ler críticas simpáticas ao filme lá resolvi dar uma oportunidade. É muito difícil ver uma comédia romântica que traga algo de novo porque o final é sempre o mesmo, o parzinho fica junto(senão não era comédia romântica). Pois muito bem, esta comédia romântica fez-me rir. O argumento assumiu contornos mais realistas no que respeita as relações entre pessoas. Assume que pessoas têm sexo quando lhes dá na gana, assume a exposição de sexo oral, de que a nossa persona sexual pode ter particularidades bastante "particulares". Apesar de ter Hollywood "escrito na testa" o filme não é totalmente caramelizado e asséptico. Tem algo por onde pegar e é divertido.

14/20

La piel que habito



Como não tinha gostado por aí além do último filme de Álmodovar, foi com grande espectativa que fui ver La piel que habito. Pensava que seria algo noir dentro do seu género de sempre, mas não. É um thriller, é negro, mas não tem o humor de Volver. Incomoda. A história é pesada e levanta várias questões interessantes, sobre ética, identidade, amor, limites, sanidade. A realização está estupenda e a direcção de actores segue a linha de qualidade a que já nos habituou. Posso dizer que não gostei de uma personagem porque senti que era um pouco cliché, mas o clima "Hitchcockeano" tudo acaba por perdoar. Soma-se a isso a piscadela de olho ao Frankenstein de Mary Shelley e outras referências da história do cinema e literatura. Porque é difícil de digerir, não tinha percebido que gostei do filme como acabei por gostar. Noir, muito noir...


17/20

quarta-feira, setembro 21, 2011

The Perfect Host



Foi uma surpresa. Um filme que fui ver porque o que queria efectivamente já tinha começado. É uma produção independente e não sabia muito bem por onde estava a ir. A produção parecia barata e o argumento muito "alternativo". No final acaba por ser um filme de suspense que vai surpreendendo a cada momento e até ao final não deixam de haver desvios ao que era a nossa percepção inicial. O actor David Hyde Pierce (que fazia de irmão do Frasier na série com o mesmo nome) faz um papel estupendo e louco. Não só saí divertido como gostei de ser surpreendido. Emoção até ao final.


16/20

Hanna



Este filme tem tudo para ser um bom thriller de acção e suspense. O início começa muito bem, em especial graças à actriz Saoirse Ronan (sempre um regalo aos olhos desde que a vi em «Expiação») e aos cenários gelados das florestas do Ártico. A dinâmica vai evoluindo as personagens são lançadas e a trama aparecendo. Falta um elo de ligação, a meu ver a personagem que quer ver Hanna morta desde pequena e de quem a esconderam até aos 16 anos- Custa-me ver a Cate Blanchett num papel que não tem grande defesa, porque não tem a profundidade que seria requerida. Assim, a apoteose prometida pelo suspense inicial nunca se chega a concretizar (a meu ver). O filme acaba por resumir-se a uma boa interpretação de actores, a algumas boas cenas de acção e termina.



13/20

quarta-feira, setembro 07, 2011

A melhor despedida de solteira



Gosto de ver todos os filmes em que o Jude Apatow está envolvido. Se não forem com um humor bem diferente e inteligente, serão pelo menos entretidos. Este filme não traz no seu todo nada de muito novo~: a história da amiga que se sente menosprezada em relação a outras, o típica história de casamento em que tudo pode correr bem (mas acaba a correr mal), etc. No entanto tem momentos verdadeiramente cómicos de não suster as gargalhadas. Gosto que as personagens do filme sejam levadas a extremos e de não ver os mesmo estereótipos de sempre (aqui são substituídos por outros). Gosto que tudo tenha um ar comum, as pessoas, os cenários, sem a encenação asséptica de Hollywood. Diverti-me.






14/20

terça-feira, agosto 09, 2011

A árvore da vida




Eu sou fã do Terence Mallick. Acho-o um realizador muito talentoso com uma delicadeza muito elaborada. Já tinha ouvido de tudo sobre este filme, mas lá fui ver. A cinematografia é linda. Mas é apenas isso que procuramos no cinema? O filme é vanguardista porque a meu ver é um poema bucólico abstracto. A parte bucólica é maraviilhosa, a parte abstracta torna o filme complicado. Imagino que os momentos National Geographic+ Discovery Channel+ Odisseia façam muito sentido no lirismo do autor. É a sua própria "trip on acid", mas uma "trip" muito bonita e sensível. O que é que não gostei. Sem querer o filme não se torna um objecto para ser visto cinema. É um documentário ou nem isso. Um conjunto de imagens maravilhosas, de planos incríveis. É um objecto para ser sentido num lugar quase inacessível... a cabeça do autor. Perdi os personagens no exercício de fluxo lírico naturalista do realizador. Não consigo ver mais nada do que o que o realizador está a sentir, o seu êxtase. E eu não quero ver o êxtase do realizador, quero sentir os personagens, quero ser induzido ao meu próprio êxtase. Não fui. Houve momentos em que quase me ri, mas não o fiz por respeito à emoção que o autor sentiu a fazer a cena, quase que o imagino a chorar. Mas o filme é tão seu que se torna quase estéril~neste maravilhoso exercício do belo e do sublime. Foi isto que senti.



12/20

quarta-feira, julho 13, 2011

Midnight in Paris



Há uma coisa que me começa a irritar profundamente nos filmes do Woody Allen, todos os personagens principais são uma imitação de si. Mas como não deixam de ser uma imitação perder-se muito. Ando à espera de um filme tão bom como o «Match Point». Este é engraçado, tem pormenores engraçados e chega para divertir, mas a repetição do tipo de homem que é protagonista do filme já começa a enjoar um bom bocado. A ideia dos universos paralelos é interesante (muito) mas o filme acaba por ser muito preguiçoso.






12/20

sexta-feira, junho 17, 2011

Get Down: A lenda da Felix Bush


Adorei o trailer, prometia um filme ao bom estilo do melodrama dos 50/60 em terrenos de acção. Bom, as interpretações não desapontam. Robert Duvall, Bill Murray e Sissy Spacek oferecem-nos a qualidade a que já nos habituaram. As interpretações são muito boas na generalidade. O filme poderia ter sido estupendo também, não fosse... previsível. Foi isso que me desapontou uma certa escalada de mistério e de tensão para a montanha parir um rato. É daqueles casos em que dar mais 20 minutos ao filme (que tem cerca de 100) e acrescentar argumento seria um golpe de génio. O realizador assim não o entendeu e a revelação que conduz à chave do passado sabe a pouco, pelo menos para mim. É de qualquer forma um filme muito bem interpretado.

14/20