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quinta-feira, dezembro 09, 2021

Idadismo

Aos 63 anos Madonna fez uma série erótica de fotos onde aparece semivestida - sobre uma cama ou debaixo dela. Não é nada de novo. Eu cresci com a Madonna a fazer isto mesmo nos últimos (quase) 40 anos. Que se possa questionar o gosto é uma coisa, mas ler por todo o lado que ela não tem idade para fazer o que está a fazer deixa-me bastante irritado. Tem a idade de uma avó e?! 

O que me mais me chateia é a crítica por parte de pares, mas sobretudo, por parte de mulheres mais jovens que um, dia também terão 63 anos e que desconhecem o que poderão ser ou fazer nessa altura. Tenho a certeza de que a Madonna se está a borrifar para o que os outros pensam, mas o que isto representa em termos sociais é grave e um fenómeno cada vez mais intenso. 

O idadismo está tornar-se cada vez mais forte. Hoje em dia seria impensável ter a música Believe da Cher em primeiro lugar nos EUA porque as rádios principais deixaram de tocar artistas femininos com mais de 45. Podia dizer-se que é assim, apenas, no mundo do entretenimento e que em outras profissões tal não é verdade, mas a verdade é que mesmo na função pública portuguesa vi colegas nos seus 60 (e com enorme capacidade e experiência) serem relegados para tarefas secundárias.

Para mim a idade não é um posto, mas também não deveria ser um problema. Quem pode que tenha a oportunidade de fazer o que quiser. Quem tem capacidade intelectual que a exercite e quem queira mostrar o corpo que tem que o mostre se assim entender (se tiver bom aspeto felizes todos, se não tiver não se olha). 

As fotos abaixo não são (para mim) das mais bonitas. Não achei fantástico por uma questão de gosto estético, mas por mim as mulheres (e homens) de 63, 65, 70, 80 anos podem continuar a fazer o que lhes dá na real gana. #itsafreeworld

quinta-feira, maio 06, 2021

Novas Cartas Portuguesas faz 50 anos - I

O livro Novas Cartas Portuguesas é conhecido por muito mais pessoas do que aquelas que na realidade o leram. Na época da sua edição foi uma pedrada no charco e um documento fundamental para a visibilidade dos problemas das mulheres e para dar uma voz às mulheres; uma voz franca e desafiadora do status quo liderado e dominado pelos homens.

Por um imperativo profissional fui obrigado a ler o livro. Achei-o extraordinário em conteúdo, não necessariamente em estilo - acho que sofre de um certo pedantismo artístico que era típico aos artistas portugueses na época, quando as artes eram para os mais letrados. É barroco e difícil, mais um exercício para pares do que para o público generalizado. 

Ainda hoje, tenho a certeza de que muita gente desistirá de ler o documento. É mais fácil ler os milhentos artigos e teses de mestrado e doutoramento que o interpretam. Para mim é quase contraditório que uma reflexão tão interessante e importante sobre a condição feminina seja apenas para parte das mulheres. É quase um exercício burguês. 

Não obstante o que importa reter é que o valor intrínseco, independentemente do estilo, é imenso.  Podemos também ver que, volvidos 50 anos, alguns dos problemas identificados sofreram apenas mudanças cosméticas (mais do que outra coisa).  A ideia de mulher comercializada continua bastante atual. 

quinta-feira, novembro 12, 2020

Repara

 Repara...

Talvez a liberdade não seja ter asas

pois até os pássaros se cansam.

Talvez a liberdade seja ser céu.

- Zack Magiezi

quinta-feira, janeiro 08, 2015

segunda-feira, abril 07, 2014

É sentirmo-nos gratos por viver num país (minimamente) democrático?

A história de um miúdo de 9 meses, no Paquistão, condenado por atirar pedras à polícia é no mínimo inacreditável. Assim de repente o absurdo faz-nos rir, mas se pensarmos um bocadinho, há todo um aspecto grotesco no acontecimento e dá vontade de valorizar um pouco mais a liberdade de que usufruímos. Na realidade não é um bem universal e é tão fácil esquecê-lo.
 
Toda a história aqui

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

É preciso comerem a cara?

Estou velho. Apesar de acreditar que os casais gays devem ser o mais naturais possível na expressão dos seus afectos, mesmo em lugares públicos (e eu sou dos que o faz), ontem senti-me desconfortável num café do Chiado em que dois adolescentes comiam (quase literalment)e a boca um ao outro, não tenho necessidade de ver as amígdalas de ninguém, nem a lavagem que lhes estão a afectuar a língua e saliva. Foi um sentimento contraditório. Por um lado pensei «no meu tempo de adolescente isto não era possível, que porreiro que os tempos mudaram». Por outro lado pensei «mas estes putos não sabem comportar-se num café, daqui a pouco estão a fazer uma mamada um ao outro e eu a gramar isto enquanto bebo café». Confesso que me irritou. Mas a maioria dos que estavam no dito café não deviam ter mais de 20 anos e não estavam nem aí tirando umas miúdas que olhavam com ar mais de "cotovelite" do que de reprovação. Estou velho.

segunda-feira, abril 25, 2011