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sábado, agosto 03, 2019

PORTUGAL E AS SUAS MUITAS QUINTINHAS


A greve dos motoristas de matérias perigosas e mercadorias marcada para as próximas semanas, está a despoletar os egoísmos das muitas capelinhas que povoam o nosso país, em que cada uma defende os seus interesses próprios, sendo que nenhuma está preocupada com os interesses dos cidadãos, mas sim da sua perda de negócio durante o período que durar a greve.

Os agricultores defendem naturalmente os seus interesses, os industriais os seus negócios, a grande distribuição a quebra das vendas por falta de oferta, a indústria turística as suas necessidades, mas ninguém parece estar preocupado com os cidadãos e os trabalhadores que se vêem limitados nas suas necessidades e nas suas deslocações para o trabalho, o que diz muito sobre a pequenez das preocupações duma sociedade que se diz não corporativa.

Numa sociedade justa as necessidades dos cidadãos estão em primeiro lugar, mas quem disse que em Portugal vivemos numa sociedade justa?



quarta-feira, abril 24, 2019

PÚBLICOS E PATRIMÓNIO


Os museus, palácios e monumentos são visitados por muita gente, de todas as nacionalidades, com diferentes graus de conhecimento e de todas as idades, o que nos leva a concluir com alguma certeza que constituem diversos tipos de público.

Diversos públicos deviam ter, forçosamente, interesses também eles diversos, pelo que a oferta, sobretudo expositiva e informativa, devia ser diversificada. Infelizmente a oferta é muitas vezes formatada e visa apenas conseguir multiplicar o número de entradas, e consequentemente das receitas.

A sociedade em que vivemos está cada vez mais formatada, e os públicos começam a apresentar comportamentos cada vez mais similares, e com interesses cada vez mais semelhantes. A imagem, o imediatismo, a partilha de experiências através das redes sociais, e a resposta à corrente que nos é mais próxima, faz com que os comportamentos sejam quase os mesmos, independentemente de quem somos.

O comportamento dentro dos museus, palácios e monumentos começa a obedecer a um padrão, que infelizmente não o melhor, o mais proveitoso, e certamente muito mais afastado do que aquele que nós pensamos ser predominante, e correcto.

Claro que quem está fora desta realidade tem uma percepção diferente, feita à sua própria imagem, e custa-lhe a aceitar que estejamos a caminho duma normalização, mas chamo-vos a atenção para este artigo, de onde tirei a imagem abaixo.



quarta-feira, setembro 07, 2016

A FILTRAGEM DAS NOTÍCIAS

As poderosas agências de rating emitem regularmente avisos sobre a economia e as finanças dos países e a comunicação social dá eco ao que bem entende, muitas vezes deixando de parte muita coisa relevante, pelo menos no entender das tais agências.

A imprensa nacional e uma boa parte dos comentadores económicos e políticos, têm alinhado o discurso com o que diz a oposição nacional, o BCE e o FMI. É fácil e dá audiência e leitores fomentar a divisão entre o sector privado e o público, até porque a inveja é muito mais fácil do que a reivindicação, e essa não pode ser fomentada por quem defende valores tão baixos.

Só por acaso, creio que nem deram por isso, foram mais os que se esqueceram de mencionar que a Fitch disse que “o maior risco para as metas orçamentais portuguesas é a fragilidade do sector financeiro”, e que mesmo neste particular não se referiu unicamente à CGD, mas sim ao conjunto das instituições financeiras.


É uma pena que tenhamos uma imprensa tão pouco isenta, uns comentadores tão envolvidos em interesses económicos e tantos portugueses dados à inveja, e com pouca coragem para lutar pelos seus direitos. É pena… 


terça-feira, agosto 16, 2016

CONDUZIR ESTATÍSTICAS

Conduzir ou condicionar respostas a inquéritos, sejam eles para estatística ou apenas para mostrar tendências, é extremamente fácil e tem sido uma arma que se usa muito para manipular a opinião pública.

Não se pode afirmar com segurança que exista manipulação nas consultas de opinião, porque é sempre um terreno escorregadio, mas também é verdade que se fizessem as mesmas perguntas de modo diferente os resultados seriam muito diferentes.

Um dos títulos da comunicação social destes dias, diz que a “maioria dos portugueses concorda com o fim dos cortes mas não com as 35 horas”, relativamente à função pública, evidentemente.

Utilizando perguntas simples como, concorda ou não concorda com isto ou aquilo, especialmente quando nos referimos a “outrem”, os resultados podem bem ser estes, até porque” à pála” do fim dos cortes dos salários na função pública, os salários do sector privado aumentaram 4,5%, segundo a mesma comunicação social.

Falando sobre as 35 horas, onde grande parte do sector privado já as pratica, e outra parte, menor, não o faz, a pergunta podia ter sido mais justa, podendo ser “em Portugal os horários de trabalho deveriam ter como limite as 40 ou as 35 horas semanais?”. Certamente teriam sido muito diferentes as percentagens, acreditem-me.


Como diria um meu amigo brasileiro: pimenta no cu dos outros para mim é refresco.   

domingo, agosto 14, 2016

OFERTAS INOCENTES...

As viagens dos secretários de Estado pagas pela Galp, têm sido desvalorizadas pelo governo, pelos partidos que o suportam e pelos comentadores de esquerda, mas nem o sol de Verão, ou os fogos da época conseguem apagar a asneira que estes senhores fizeram.

Já li e ouvi as mais diversas desculpas, e os argumentos mais rebuscados para justificar o injustificável, mas com códigos de condutas escritos, ou sem eles, tenham atenção ao facto muito simples e elucidativo: as ofertas, ou convites só foram feitos a quem tem influências, como governantes e políticos, o que nada tem de inocente, meus amigos. 

Já se legislou sobre ofertas a funcionários públicos, sobre gorjetas, mas quando se trata de quem tem o poder de decisão, as coisas nunca são claras nem tão simples...


quarta-feira, julho 08, 2015

A EMBAIXADA AO PAPA LEÃO X



No ano de 1514, D. Manuel I enviou uma faustosa embaixada ao papa Leão X, pretensamente para homenagear e manifestar a obediência ao sucessor de Pedro.

A rica embaixada era chefiada por Tristão da Cunha, o famoso navegador e combatente dos infiéis, como se dizia, e além da pantera, dos leopardos e de outras curiosidades tão badaladas, existiam outras riquezas num valor estimado entre 300.000 e 500.000 cruzados.

Os intentos do rei português iam muito para além do respeito pelo papa, pois existiam outros objectivos como o benefício da pregação da cruzada, valorizando as motivações espirituais das descobertas para justificar as vantagens económicas e o recrutamento e organização das viagens marítimas.

Saliente-se que Leão X tinha sido duramente criticado por Martinho Lutero por causa do fausto em que vivia, pela venda de indulgências e pela continuação das obras faustosas da basílica de S. Pedro.

Como se percebe este jogo de interesses não é muito diferente do que vemos nos nossos dias…



segunda-feira, maio 11, 2015

AS NOSSAS ELITES

Sempre achei que as empresas e os países vão em frente, e desenvolvem-se à custa do suor e do empenho de gente comum, que dá o litro, quase sempre sem o reconhecimento devido, das chefias e das elites governantes.

Como dizia alguém, “o papel das elites é formular as necessidades que as populações sentem”, mas na realidade o que as elites defendem é a economia, a começar pelos seus agentes, que quase sempre são a origem dos problemas da própria economia.


As elites estão hoje ao serviço da economia, e cada vez mais longe das necessidades das populações, o que tem sido fatal para o desenvolvimento harmonioso das sociedades. As divergências e os conflitos tendem a agudizar-se, e como as elites não mudam por si mesmas, as rupturas serão inevitáveis a curto ou médio prazo, derivando das assimetrias que as elites fomentam… 


sexta-feira, janeiro 02, 2015

POLÍTICOS QUE DETESTO

Existem diferentes tipos de políticos, alguns que me dão a volta ao estomago, como os que se viram para o lado que "está a dar", que é obviamente "quem pode". 
 
Claro que também há os que mentem para conseguir votos, mas que logo que chegam ao poder são "as marionetas" que apenas obedecem a quem lhes puxa os cordelinhos.

Será que não temos direito a políticos que queiram apenas contribuir para o bem público?

domingo, outubro 26, 2014

PINHO E O BES

A notícia sobre a reforma choruda que o ex-ministro Manuel Pinho negociou com o BES, e que agora se pode transformar num processo judicial, não é nova mas não deixa de ser um caso interessante.

Sabe-se que Pinho trabalhou para o BES durante alguns anos e terá pedido a reforma em finais de 2009 princípios de 2010, e que depois terá sido nomeado administrador do BES África, uma holding que estava há muito sem actividade, com um salário mensal de 39 mil euros a que acresciam mais 3 mil, direito a uma secretária, assistente, viatura, telemóvel e cartão de crédito com plafond de 25 mil euros anuais.

Sabe-se que Manuel Pinho está pelos Estados Unidos onde leciona na Universidade da Columbia, depois do tal gesto feito no Parlamento que acabaria por o conduzir à demissão do cargo ministerial.

Estes são os factos conhecidos através da imprensa, que me suscitam apenas uma pergunta: porque é que Ricardo Salgado manteve Manuel Pinho ligado ao BES, mesmo depois de este ter pedido a reforma, ganhando um salário tão “interessante”, sem fazer nada?


Como não acredito no espírito caritativo do banqueiro…   


quinta-feira, julho 17, 2014

A MÁ DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA



Em Portugal não temos acesso a dados e a estudos sobre a má distribuição da riqueza gerada no país, e temos que nos limitar a consultar o que é divulgado por autores e investigadores estrangeiros.


Foi agora tornado público um estudo dum economista do BCE, Philip Vermeulen, que revela que um quarto da riqueza nacional está nas mãos de apenas 1% da população.


Não existe nenhum estudo destes conhecido, elaborado pelo INE, e os dados para o fazer também não são acessíveis a todos, mas o que ressalta deste trabalho é que o poder político não sabe ou não quer corrigir devidamente esta discrepância, agravando os impostos sobre os mais ricos.

Nota: O Zé vai de férias, o que deverá causar algumas irregularidades na postagem deste espaço.



quinta-feira, setembro 13, 2012

ORQUESTRAÇÃO, AGENDA E INTERESSES



As afirmações do ministro da Finanças que considerou as manifestações contra as medidas do governo, como uma orquestração, são um insulto para quem se sente prejudicado pelas medidas que iam ser defendidas por Vítor Gaspar.

O rótulo de manipulados que o senhor ministro utilizou, é uma ofensa directa a quem utiliza um direito que a Constituição lhes concede.

Quem manifesta a sua opinião livremente não pode ser confundido com quem é oportunista e age segundo uma agenda inconfessável, ou se presta a servir interesses de terceiros que se mantêm na sombra.

Vítor Gaspar não pode afirmar que no futuro, a médio ou longo prazo não venha a integrar uma entidade internacional cujos interesses não se atreve hoje a enfrentar em defesa dos cidadãos deste país. O 1º ministro e outros membros do governo também não garantem que no futuro não venham a ingressar em empresas que agora beneficiam das medidas que este governo agora está a implementar.

Eu, e muitos outros cidadãos que se manifestam, apenas o fazemos em defesa dos nossos direitos e arcamos com os inconvenientes da nossa postura de contestação, que não são poucos.

O senhor ministro quer comparar as duas posturas?


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