Mostrar código-fonte de Ciganos

{{Info/Grupo étnico
| grupo = '''Povo Rom'''
| bandeira = [[Ficheiro:Roma flag.svg|150px]]
| legenda_bandeira = [[Bandeira do povo rom]]
| imagem = [[Imagem:Map of the Romani Diaspora in the World.svg|280px]]
| legenda_imagem = Mapa da diáspora cigana ao redor do mundo.
| população = 2 a 5 milhões <ref>{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/250432/Rom
|título=Rom
|publicado=Encyclopædia Britannica Online
|citação=Segundo a [[Encyclopædia Britannica]], a população ''roma'' total estimada é de dois a cinco milhões de pessoas em todo o mundo.
|acessodata=2010-09-15}}</ref><br/>6 a 11 milhões (1987)<ref>{{citar web|url=http://www.ethnologue.com/show_language.asp?code=rmy
|título=Roma, Vlax
|citação=Lewis, M. Paul (ed.), 2009. Ethnologue: Languages of the World, Sixteenth edition. Dallas, Tex.: SIL International. Segundo a estimativa do linguista ''rom'' Ian Hancock, havia 6 a 11 milhões de ciganos no mundo, em 1987.
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| línguas = [[Romani]] e línguas locais
| religiões = {{RORT}}<br/>
{{RCAT}}<br/>
{{RPRO}}<br/>
{{RISL}}<br/>
[[Imagem:SriYantra_color.svg|15px]] [[Shaktismo]]<ref>Gall, Timothy L. (ed). ''Worldmark Encyclopedia of Culture & Daily Life: Vol. 4 - Europe''. Cleveland, OH: Eastword Publications Development (1998); pp. 316, 318 :"Religião: uma base de hinduísmo, com uma sobreposição de  [[cristianismo]] ou de [[islamismo]] (religião do país hospedeiro)." "Crenças religiosas roma estão fundamentadas no hinduísmo. O povo roma acredita em um equilíbrio universal, chamado ''kuntari'' ... Apesar de mil anos de separação da [[Índia]], o povo roma ainda pratica o [[shaktismo]], o culto de um deus através do seu cônjuge feminino... "</ref>
| etnia = [[Indo-europeus]]<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/Rom|titulo=Roma {{!}} People, Meaning, History, Language, Lifestyle, & Facts {{!}} Britannica|acessodata=2022-07-11|website=www.britannica.com|lingua=en}}</ref>
| relacionados = [[Romnichals]], [[Pavee]]
| região3 = {{BRA}}
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|título=Falta de políticas públicas para ciganos é desafio para o governo
|publicado=R7
|data=2011
|citação=A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) estima o número de ciganos no Brasil em 800 000 (2011). O censo do IBGE de 2010 encontrou acampamentos ciganos em 291 dos 5 565 municípios brasileiros.
|acessodata=2012-01-22
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|título=Monitoring the accession process: minority protection. The Situation of Roma in Spain
|publicado=Open Society Institute
|data=2002
|citação=O governo espanhol estima o número de ''gitanos'' em, no máximo, 650 000.
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|título=Organizações de direitos dos Roma trabalham para amenizar o preconceito na Turquia
|publicado=EurasiaNet
|citação=There are officially about 500,000 Roma in Turkey.
|data=22 de julho de 2005
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|url=http://www.euractiv.com/en/security/situation-roma-france-crisis-proportions-report/article-150507
|título=Situation of Roma in France at crisis proportions
|publicado=EurActiv Network
|citação=População rom na França é oficialmente estimada em aproximadamente 500 000 pessoas.
|data=7 de dezembro de 2005
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|url=http://www.nsi.bg/Census_e/Ethnos.htm
|título=População por distrito e grupo étnico em  01/03/2001
|citação=Censo 2001 da Bulgária: 370 908 Roma
|data=05/01/2004
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|título=População segundo a nacionalidade ou grupo étnico
|citação=Censo 2001 da Hungria: 205 720 Roma/Bea
|publicado=Escritório Central de Estatística da Hungria
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|título=A população rom da Grécia é oficialmente estimada em 200 000.
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|publicado=Comissão da República Nacional Helênica para os Direitos Humanos
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|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070914020127/http://www.nchr.gr/category.php?category_id=99
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|url=http://www.perepis2002.ru/ct/doc/English/4-1.xls
|título= Composição da População Nacional e Cidadania
|citação=Censo 2002 da Rússia: 182 766 Roma.
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|publicado=perepis2002.ru
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|título=Censo 2002 da Sérvia: 108 193 Roma.
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|publicado=República da Sérvia, Escritório de Estatística da República
|data=24 de dezembro de 2002
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| população16 = 53 879<br> <small>(2,85%)</small>
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|url=http://www.stat.gov.mk/english/glavna_eng.asp?br=18
|título=The 2002-census reported 53,879 Roma and 3,843 'Egyptians'
|publicado=Republic of Macedonia, State Statistical Office
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| população17 = 30 737<br> <small>(0,3%)</small>
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|título=Caracterização das Condições de Habitação das Comunidades Ciganas Residentes em Portugal 2013-14, 2015
|publicado=IHRU
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|acessodata=2016-11-8}}</ref>}}
}}
'''Ciganos''' é um [[exônimo]] para '''''romani''''',<ref>{{citar web |url=https://www.atlasofhumanity.com/romani |titulo=povo romani}}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.direitoscivis.net.br/2014/06/o-povo-romani.html |titulo=termo romani}}</ref> (também conhecidos por: '''roma''', '''boêmios''', '''gitanos''', '''calons''',<ref name="Não-nomeado-xbI5-1">MELO, Fábio José Dantas de. ''[https://repositorio.unb.br/handle/10482/1511 A língua da comunidade Calon da região norte-nordeste do estado de Goiás]''. 2008. 55 f. Tese (Doutorado em Linguística)-Universidade de Brasília, Brasília, 2008.</ref> '''quicos''',<ref name="Não-nomeado-xbI5-2">{{Citar web|ultimo=Gerais|primeiro=Universidade Federal de Minas|url=https://ufmg.br/comunicacao/noticias/pesquisadora-da-ufmg-fala-sobre-povos-ciganos|titulo=Pesquisadora da UFMG fala sobre povos ciganos|acessodata=2022-04-08|website=Universidade Federal de Minas Gerais|lingua=pt-BR}}</ref><ref name="Não-nomeado-xbI5-3">{{Citar web|ultimo=MG|primeiro=Do G1|url=http://g1.globo.com/minas-gerais/parceiro-mg/noticia/2013/12/comunidade-mostra-cultura-cigana-em-belo-horizonte.html|titulo=Comunidade mostra cultura cigana em Belo Horizonte|data=2013-12-09|acessodata=2022-04-08|website=Parceiro do MG|lingua=pt-br}}</ref><ref name="FERREIRA, A. B. H. 1986. p. 404">FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 404.</ref> '''calés''' ou '''calós''') que designa um conjunto de populações que têm em comum a origem [[Índia|indiana]] e a [[língua romani]], originária do noroeste do [[subcontinente indiano]]. 

Essas populações constituem [[minoria]]s [[étnica]]s em numerosos países e são conhecidas por vários exônimos. O [[endônimo]] "''rom''" foi adotado pela "União Romani Internacional" (em [[romani]]: ''Romano Internacionalno Jekhetanipe'') e pela [[Organização das Nações Unidas]].<ref>{{citar web
|url= http://www.movimientos.org/show_text.php3?key=353|título=Declaração do Povo Rom (Ciganos) aos Povos, Governos e Estados das Américas.|acessodata=2008-05-25|publicado=Minga Informativa de Movimientos Sociales}}</ref> No primeiro Congresso Mundial Romani em 1971, foi votado por unanimidade rejeitar todos os exônimos do povo Romani, incluindo ''Cigano/a'' por suas conotações negativas e estereotipadas e etimologias controversas.<ref>{{citar web |url=https://www.nmu.edu/sites/DrupalEnglish/files/UserFiles/Files/Pre-Drupal/SiteSections/Students/AwardEntries/Romani_Pickering_2010.pdf |titulo=,,The Romani,, quanto ao consenso da autodenominação dessa população}}</ref>

Na Europa, esses povos, ao que tudo indica, de origem indiana e língua romani, são subdivididos em diversos grupos étnicos: ''[[Etnia Rom|Rom]]'' (termo que, traduzido para o português, significa "homem"), presentes na [[Europa centro-oriental]] e, a partir do {{séc|XIX}}, também em outros países europeus e nas Américas; [[Sinti]], encontrados na Alemanha, bem como em áreas [[língua alemã|germanófonas]] da Itália e da França, onde também são chamados ''manoush''; [[Caló]], os ciganos da [[Península Ibérica]], embora também presentes em outros países da Europa e na América, incluído o Brasil. [[Romnichals]] (subgrupo), principalmente presentes no [[Reino Unido]], inclusive colônias britânicas, nos Estados Unidos e na Austrália.

Além de migrarem voluntariamente, esses grupos também foram historicamente submetidos a processos de [[deportação]], subdividindo-se vários [[clã]]s, denominados segundo antigas profissões e procedência geográfica, que falam línguas ou dialetos diferentes.<ref>{{Citar web |url=http://www.vitsaramanush.com.br/cultura_cigana.htm#ixzz106Oqd2JW |titulo=Música e Cultura Cigana. |acessodata=2010-09-20 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20101018071911/http://www.vitsaramanush.com.br/cultura_cigana.htm#ixzz106Oqd2JW |arquivodata=2010-10-18 |urlmorta=yes }}</ref> Segundo um estudo feito pela revista ''Current Biology'', a [[diáspora]] dos ciganos começou há 1500 anos no [[Noroeste]] da [[Índia]].<ref>[http://www.publico.pt/ciencia/noticia/a-diaspora-dos-ciganos-comecou-ha-1500-anos-no-noroeste-da-india-1576501 A diáspora dos ciganos começou há 1500 anos no Noroeste da Índia]</ref><ref>[http://www.cell.com/current-biology/retrieve/pii/S0960982212012602 Reconstructing the Population History of European Romani from Genome-wide Data]</ref>

== Etimologia ==
O termo "cigano" provém de termos do [[Grego medieval|grego bizantino]] "''atzinganos''" ou "''athígganos''", que representa "''intocável''";<ref name="FERREIRA, A. B. H. 1986. p. 404" /><ref>{{Citar web |url=https://web.archive.org/web/20061029063742/http://www.isidore-of-seville.com/goudenhoorn/72karin.html |titulo=Gouden Hoorn 7,2: Karin White |data=2006-10-29 |acessodata=2021-09-18 |website=web.archive.org}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.greek-language.gr/greekLang/modern_greek/tools/lexica/triantafyllides/search.html?lq=%CE%B1%CE%B8%CE%AF%CE%B3%CE%B3%CE%B1%CE%BD%CE%BF%CF%82 |titulo=Λεξικό της κοινής νεοελληνικής |acessodata=2021-09-18 |website=www.greek-language.gr}}</ref> "gitano", que provém do [[Língua castelhana|castelhano]] "''gitano''",<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 852.</ref> e este de "''egiptano''", pois acreditava-se terem origem no Egito;<ref>{{citar web |url=https://definiciona.com/gitano/ |titulo=etimologia de gitano}}</ref> "boêmio" é uma referência à antiga crença da etnia ser originária da [[Boémia|Boêmia]], região histórica da [[Europa Central]] (atual [[República Tcheca]]);<ref>http://www.dicio.com.br/boemio/</ref> Também são conhecidos no Brasil pelos termos "calon",<ref name="Não-nomeado-xbI5-1"/> "quico" (em [[Minas Gerais]] e [[São Paulo (estado)|São Paulo]]),<ref name="Não-nomeado-xbI5-2"/><ref name="Não-nomeado-xbI5-3"/><ref name="FERREIRA, A. B. H. 1986. p. 4042">FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 404.</ref> calé ou caló.

Em 2012, o [[Ministério Público Federal]] (MPF) do Brasil ajuizou, no dia 22 de fevereiro uma ação civil pública contra a [[Objetiva (editora)|Editora Objetiva]] e o [[Instituto Houaiss]], solicitando a imediata retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda e distribuição das edições do [[Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa]], sob a alegação de que a publicação é [[discriminação|discriminatória]] e [[preconceito|preconceituosa]] em relação à etnia cigana.<ref>[http://www.noticiasbr.com.br/ministerio-publico-federal-pede-fim-da-circulacao-do-dicionario-houaiss-alegando-preconceito-43789.html Ministério Público Federal pede fim da circulação do dicionario Houaiss alegando preconceito]. Acessado em 11 de fevereiro de 2024.</ref><ref>[http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/mpf-quer-tirar-dicionario-houaiss-de-circulacao-20120227.html MPF quer tirar Dicionário Houaiss de circulação]. Acessado em 11 de fevereiro de 2024.</ref><ref>[http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/mpf-quer-tirar-de-circulacao-o-dicionario-houaiss MPF quer tirar de circulação o dicionário 'Houaiss']. Acessado em 11 de fevereiro de 2024.</ref><ref>{{Citar web |url=http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/brasil/47480/mpf+move+acao+contra+dicionario+houaiss+por+conteudo+pejorativo+sobre+ciganos |titulo=MPF move ação contra Dicionário Houaiss por conteúdo pejorativo sobre ciganos |acessodata=2012-03-01 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120304120911/http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/brasil/47480/mpf+move+acao+contra+dicionario+houaiss+por+conteudo+pejorativo+sobre+ciganos |arquivodata=2012-03-04 |urlmorta=yes }}</ref><ref>[http://www.conjur.com.br/2012-fev-27/editoras-sao-processadas-significado-atribuido-ciganos-dicionario MPF processa editoras por expressões em dicionário]. Acessado em 11 de fevereiro de 2024.</ref><ref>[http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2012/02/mpf-em-mg-move-acao-para-retirar-de-circulacao-o-dicionario-houaiss.html MPF em MG move ação para retirar de circulação o dicionário Houaiss]. Acessado em 11 de fevereiro de 2024.</ref> A palavra "cigano" tem, no dicionário, como um de seus significados, "que ou aquele que trapaceia; velhaco, burlador" e "que ou aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro; agiota, sovina". Estes termos são expressos para uso da palavra cigano de forma pejorativa, ou seja, de forma depreciativa.<ref>[http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/mg/mpf-quer-tirar-de-circulacao-dicionario-houaiss-por-preconceito/n1597654874855.html MPF quer tirar de circulação dicionário Houaiss por preconceito contra cigano]. Acessado em 11 de fevereiro de 2024.</ref><ref>[http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias/noticias-do-site/copy_of_indios-e-minorias/mpf-mg-vai-a-justica-para-mudar-verbete-do-dicionario-houaiss MPF/MG vai à Justiça para mudar verbete do Dicionário Houaiss]. Acessado em 11 de fevereiro de 2024.</ref><ref>[http://sul21.com.br/jornal/2012/02/por-racismo-contra-ciganos-mpf-pede-que-dicionario-houaiss-seja-retirado-do-mercado/ Por racismo contra ciganos, MPF pede que dicionário Houaiss seja retirado do mercado]. Acessado em 11 de fevereiro de 2024.</ref><ref>[http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/mpf-de-uberlandia-pede-que-dicionario-houaiss-seja-recolhido/ MPF de Uberlândia pede que dicionário Houaiss seja recolhido]. Acessado em 11 de fevereiro de 2024.</ref><ref>{{Citar web |url=http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/55152/mpf-mg+quer+que+dicionario+houaiss+saia+de+circulacao+por+preconceito+contra+ciganos.shtml |titulo=MPF-MG quer que dicionário Houaiss saia de circulação por preconceito contra ciganos |acessodata=2012-03-01 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140428232218/http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/55152/mpf-mg+quer+que+dicionario+houaiss+saia+de+circulacao+por+preconceito+contra+ciganos.shtml |arquivodata=2014-04-28 |urlmorta=yes }}</ref>

== História ==
{{principal|História do povo cigano}}

===Origem===
[[Ficheiro:Movimiento gitano.jpg|thumb|esquerda|Rotas migratórias do povo cigano pela Europa]]

Os povos ''ciganos'' originaram-se de populações do noroeste do [[subcontinente indiano]], das regiões do [[Punjab]] e do [[Rajastão]], obrigadas a emigrar em direção ao ocidente, possivelmente em ondas, entre [[c.]] 500 e {{DC|1000|x}} Iniciaram a sua migração para a [[Europa]] e [[África do Norte]], pelo [[planalto Iraniano]], no {{séc|XI}}, por volta de 1050. A saída da Índia provavelmente ocorreu no contexto das invasões do sultão [[Mahmud de Ghazni|Mahmud]] de [[Ghazni]] (região do atual [[Afeganistão]]).<ref>{{citar livro
|título=The roads of the Roma: a PEN anthology of gypsy writers.
|autor =Ian F. Hancock, Siobhan Dowd, Rajko Djurić
|ano= 2004
|publicado=University of Hertfordshire Press
|local=Hatfield, United Kingdom
|isbn=0900458909
|páginas=14–15}}</ref>

Mahmud fez várias incursões no norte da Índia, capturando os povos que ali viviam. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da [[Universidade Nova de Lisboa]], no inverno de 1019–1020, o sultão saqueou a cidade sagrada de [[Kannauj]], que era então "uma das mais antigas e letradas da Índia, capturando milhares de pessoas, e vendendo-as em seguida aos [[persas]]". Estes, por sua vez, venderam os prisioneiros como [[Escravidão|escravos]] na Europa. No [[Leste Europeu]], cerca de 2300 deles foram para a zona dos [[principado]]s [[cristãos ortodoxos]] da [[Transilvânia]] e da [[Moldávia]], onde foram convertidos em escravos do príncipe, dos [[convento]]s e dos [[latifundiário]]s.<ref name="Dez">[http://www.outraspalavras.net/2010/10/08/dez-seculos-de-discriminacao/ Dez séculos de discriminação], por Mário de Queiroz. ''Outras Palavras'', 08 de outubro de 2010 (originalmente publicado pela [[Agência IPS]] em  11 de setembro de 2010, como [http://ipsnews.net/news.asp?idnews=52795 ''Roma Conference Decries Government-Led Discrimination''] {{Wayback|url=http://ipsnews.net/news.asp?idnews=52795|date=20101112204847}}).</ref> Por volta do {{séc|XI}}, a [[língua romani]] já apresenta claros traços de [[línguas indo-arianas]] modernas.<ref>{{citar web
|título=Romani
|url=http://romani.humanities.manchester.ac.uk/downloads/2/Matras_Rmni_ELL.pdf
|formato=pdf
|obra=Encyclopedia of Language and Linguistics
|publicado=Oxford: Elsevier
|acessodata=2009-08-30}}</ref>

Estudos genéticos confirmam a Índia como sendo o local de origem dos ciganos. De acordo com um estudo genético, a análise de linhagens uniparentais revela com consistência o Noroeste da Índia como sendo a região de origem dos ciganos.<ref>the exact haplotype matching analysis of both uniparental lineages consistently points to a Northwestern origin of the proto-Roma population within the Indian subcontinent</ref> Um estudo genético de 2012 também chegou à mesma conclusão, tendo inferido que a origem dos ciganos teria se dado por volta de 1500 anos atrás, sendo que após rápida migração os ciganos teriam alcançado a Europa aproximadamente 900 anos atrás.<ref>http://www.cell.com/current-biology/abstract/S0960-9822(12)01260-2?_returnURL=http%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS0960982212012602%3Fshowall%3Dtrue</ref> Um estudo genético de 2011, focado no estudo de linhagens maternas (DNA mitocondrial), também verificou a origem indiana dos ciganos, tendo apontado o estado do [[Punjab (Índia)|Punjab]] como a fonte de origem deles.<ref>http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0015988</ref>

=== Migrações ===
[[Ficheiro:Vincent van Gogh- The Caravans - Gypsy Camp near Arles.JPG|thumb|''As Caravanas'' — Acampamento cigano em [[Arles]], na [[França]], pelo pintor [[Vincent van Gogh]]]]
[[Ficheiro:Romani_population_average_estimate.png|thumb|Distribuição dos ciganos na Europa ("estimativas médias" do [[Conselho da Europa]] de 2007, totalizando 9,8 milhões de pessoas)<ref>{{cite web |url=http://www.coe.int/t/dg3/romatravellers/documentation/strategies/statistiques_en.asp |title=[[Conselho da Europa]] |access-date=6 de outubro de 2009 |archive-url=https://web.archive.org/web/20090221234346/http://www.coe.int/t/dg3/romatravellers/documentation/strategies/statistiques_en.asp |archive-date=21 de fevereiro de 2009}} European Roma and Travellers Forum (ERTF). 2007. Arquivado de [http://www.coe.int/t/dg3/romatravellers/linkmissing_en.asp#P11_143 the original] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20131021234409/http://www.coe.int/t/dg3/romatravellers/linkmissing_en.asp#P11_143 |date=21 de outubro de 2013}} em 6 de julho de 2007.</ref>]]

Já no {{séc| XIV}}, devido à conquista territorial e política de estados indianos, muitas caravanas ''rom'' partiram para a [[Europa]], [[Oriente Médio]] e [[Norte da África]]. É a segunda onda migratória que os ''roma'' denominam ''Aresajipe''. Um primeiro grupo tomou rumo oeste e atingiu a [[Europa]] através da [[Grécia]]; o segundo partiu para o sul, adentrando o [[Império Bizantino]] e chegando à [[Síria romana|Síria]], [[Egito romano|Egito]] e [[Palestina (região)|Palestina]]. Na Europa, em razão de clivagens internas e da interação com as várias populações europeias, os ''roma'' emergiram como um conjunto de grupos étnicos distintos, dentro de um conjunto maior. Alguns desses grupos foram escravizados nos [[Bálcãs]], no território da atual [[Romênia]], enquanto outros puderam se movimentar, espalhando-se principalmente pela [[Hungria]], [[Áustria]] e [[Boêmia]], chegando à [[Alemanha]] em 1417. Em 1422, chegaram a [[Bolonha]]. Em 1428, já havia ciganos na [[França]] e na [[Suíça]]. Em 1500, surgiram os primeiros ciganos ingleses. A terceira onda migratória deu-se entre o {{séc|XIX}} e início do {{séc|XX}}, da Europa para as Américas, após a abolição da servidão na [[Europa Oriental]], entre 1856 e 1864. Alguns estudiosos apontam, ainda, a ocorrência de uma outra grande migração, proveniente da Europa Oriental, desde a queda do [[Muro de Berlim]] em 1989.<ref>{{Citar web |url=http://www.ul.ie/~library/travellers/roma.htm |titulo=Traveller and Roma Collection at the University of Limerick |acessodata=2010-11-25 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20101212215659/http://www.ul.ie/~library/travellers/roma.htm |arquivodata=2010-12-12 |urlmorta=yes }}</ref>

Em 1777, [[Johann Christian Cristoph Rüdiger]], professor da [[Universidade de Halle]], na [[Alemanha]], em carta ao [[linguista]] [[Hartwig Ludwig Christian Bacmeister|Hartwig Bacmeister]], sugere uma possível ligação entre o [[romani]] e as [[línguas da Índia]]. Rüdiger baseava suas conjecturas em pistas fornecidas pelo próprio Bacmeister e por seu professor, Christian Büttner, mas também na sua própria pesquisa, realizada com a ajuda de uma falante de romani, Barbara Makelin, e apoiada em gramáticas [[hindustani]]. A hipótese teve ampla circulação entre seus colegas acadêmicos. Em [[1782]], Rüdiger publicou um artigo intitulado "Sobre o idioma indiano e a origem dos ciganos",<ref>[http://romani.humanities.manchester.ac.uk/downloads/1/ruediger_translation.pdf On the Indic Language and Origin of the Gypsies], por Johann Christian Christoph Rüdiger.</ref> no qual compara as estruturas gramaticais do romani com as do [[hindustani]]. Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese de que a [[língua romani]] possuía a mesma origem das [[línguas indo-arianas]] do norte da Índia. Baseado no dialeto [[sinti]], este é o primeiro esboço gramatical acerca de uma variedade do romani, e é também a primeira comparação sistemática do romani com outra língua indo-ariana.<ref>{{Citar web |url=http://romani.humanities.manchester.ac.uk/files/13_briefhistory.shtml |titulo=A brief history of Romani linguistics |acessodata=2010-11-22 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080517121712/http://romani.humanities.manchester.ac.uk/files/13_briefhistory.shtml |arquivodata=2008-05-17 |urlmorta=yes }}</ref>

===Perseguições e preconceitos===
{{Vertambém|Porajmos}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv R 165 Bild-244-71, Dr. Robert Ritter mit alter Frau und Polizist.jpg|thumb|Uma mulher cigana com um oficial alemão e o psicólogo nazista Dr. [[Robert Ritter]]]]
[[Imagem:Bundesarchiv R 165 Bild-244-52, Asperg, Deportation von Sinti und Roma.jpg|miniatura|[[Sinti]] e Roma, na cidade alemã de [[Asperg]], prestes a serem deportados pelos nazis durante a II Guerra Mundial (1940).]] 

A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que fossem reconhecidos como [[grupo étnico]] bem individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como [[Egito|egípcios]]. O clima de suspeitas e [[preconceito]]s se percebe no florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os ''roma'' sob mau prisma, a ponto de recorrer-se à [[Bíblia]] para considerá-los descendentes de [[Caim]], e portanto, malditos, feiticeiros e hedonistas tanto por católicos como por [[luterano]]s e demais protestantes.<ref>[https://socialistproject.ca/2018/09/trudeau-government-acknowledges-nazi-genocide-against-roma/ Trudeau Government Acknowledges Nazi Genocide Against Roma]</ref><ref>[http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20120228192709&assunto=81&onde=Brasil Editora e Instituto contestam ação do MPF contra dicionário Houaiss]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref><ref>Gênesis 9:25</ref> 

Durante a [[Segunda Guerra Mundial]] (1939–1945), entre 200 000 e 500 000 ciganos europeus teriam sido exterminados nos [[Lista dos campos de concentração nazistas|campos de concentração nazistas]]. Entre os ''roma'', o massacre é denominado de ''[[porajmos]]'' e começou a ser recuperado pela [[historiografia]] apenas a partir dos anos 1970.<ref>ARAD, Yitzhak [http://remember.org/witness/wit.vic.gyp1.html ''Belzec, Sobibor, Treblinka - the Operation Reinhard Death Camps'']. Indiana University Press, 1987,  pp.  150-153. ISBN 0-253-3429-7</ref> No dia 2 de abril de 2009, o presidente do [[Parlamento Europeu]], [[Hans-Gert Pöttering]], recebeu um prêmio pelo trabalho desenvolvido pelo [[Parlamento Europeu]] na defesa dos direitos da comunidade ''rom'' na Europa. O prêmio foi entregue por representantes das principais organizações europeias, em nome da comunidade rom, antes do Dia Internacional dos Roma, que se celebra no dia 8 de abril.<ref>[http://www.europarl.europa.eu/news/public/story_page/015-52830-089-03-14-902-20090326STO52728-2009-30-03-2009/default_pt.htm Parlamento Europeu e Comunidade Roma]</ref> 

Em fins de julho de 2010, o presidente da [[França]], [[Nicolas Sarkozy]], decidiu, após dois incidentes envolvendo membros franceses da comunidade cigana, promover o [[Repatriação de ciganos pelo governo francês em 2010|retorno em massa dos ''roma'' à Romênia e Bulgária]],<ref>[http://www.leparisien.fr/politique/roms-et-gens-du-voyage-sarkozy-durcit-le-ton-28-07-2010-1015124.php « Roms et gens du voyage : Sarkozy durcit le ton »], ''[[Le Parisien]]'', 29 de julho de 2010.</ref> o que suscitou uma grande polêmica.<ref>[http://www.lemonde.fr/depeches/2010/08/25/roms-sarkozy-veut-un-apaisement-de-la-polemique-maintient-les-expulsions_3214_236_43237865.html « Roms: Sarkozy veut un apaisement de la polémique, maintient les expulsions »]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}, [[Agence France-Presse|AFP]], 25 de agosto de 2010.</ref>

== Lusofonia ==
{{VT|Ciganos no Brasil}}
Os ciganos terão entrado em [[Portugal]] na segunda metade do [[século XV]], pela fronteira da [[Estremadura (Espanha)|Estremadura espanhola]], e rapidamente ganharam uma má reputação entre os portugueses. Em [[1526]], [[João III de Portugal|D. João III]] foi o primeiro rei a institucionalizar a discriminação contra os ciganos, ordenando que fossem expulsos os que estavam no Reino e que fosse impedida a entrada de mais. No ano da morte de D. João III ([[1557]]), a sua mulher [[Catarina de Áustria|Dona Catarina]] voltou a ordenar a sua [[expulsão]], e, em [[1573]], o seu neto [[Sebastião I de Portugal|D. Sebastião]] anulou as licenças de permanência obtidas por alguns e deu-lhes um mês para abandonar o Reino.<ref name="Publico">{{citar web|título=Portugueses ciganos: como se forjou uma cultura de resistência|url=https://www.publico.pt/2023/06/23/infografia/portugueses-ciganos-forjou-cultura-resistencia-774|publicado=[[Público (jornal)|Público]]|data=23 de junho de 2023}}</ref> No ano seguinte, foi documentada a primeira migração de ciganos para o [[Brasil]], quando o cigano João Torres, a sua mulher e filhos foram [[degredo|degredados]] para essa colónia.<ref name="dhnet.org.br">http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/ciganos/a_pdf/rct_historiaciganosbrasil2008.pdf</ref> 
[[Ficheiro:Debret casa ciganos.jpg|thumb|[[Jean-Baptiste Debret|Debret]], "Interior de casa cigana" (''c''. 1820)]]

A [[União Ibérica]] não trouxe alívio à situação dos ciganos, com os [[Dinastia filipina|Filipes]] a reiterar a expulsão dos ciganos e a implementar a [[pena de morte]] para os que contrariassem estas ordens. Na verdade, estas políticas só começaram a ser revertidas no [[século XVII]], quando [[Pedro II de Portugal|D. Pedro II]] começou a fazer distinção entre os ciganos vindos do estrangeiro e os naturais ou descendentes de portugueses, mandando exterminar os primeiros, e impondo aos outros que falassem e se vestissem como os restantes habitantes do reino. [[João V de Portugal|D. João V]] insistiu na política de assimilação cultural forçada e condenou muitos ciganos ao degredo por não cumprirem com o estipulado.<ref name="Publico"/> Nas colónias, a reação era bastante diferente: enquanto no Brasil não faltavam queixas, em [[Angola]], o governador [[António Álvares da Cunha]] pedia que lhe enviassem mais, uma vez que resistiam melhor ao clima. No final de contas, muitos dos que foram inicialmente para o Brasil acabaram em Angola. Finalmente, com o início do Liberalismo no [[século XIX]], Portugal reconheceu a todos os nascidos no seu território o direito de serem portugueses.<ref name="Publico"/>

Em 2007, os povos tradicionais, entre eles o cigano, foram reconhecidas pelo [[Governo federal do Brasil|Governo do Brasil]],<ref name="ispn2">{{citar web|url=http://www.ispn.org.br/povos-do-cerrado/por-que-tradicionais/|título=Por que tradicionais?|acessodata=18/07/2018|publicado=Instituto Sociedade População e Natureza}}</ref> que através da política de desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais (PNPCT), ampliou o reconhecimento feito parcialmente na [[Constituição brasileira de 1988|Constituição de 1988]], agregando aos [[Índios|indígenas]] e aos [[Quilombola|quilombolas]] outros povos tradicionais,<ref name="abr2">{{Citar web|url=http://www.arvoredobrasil.com.br/os-faxinalenses-sao-grupos-sociais-que-compoe-territorios-especificos-da-regiao-centro-e-centro-sul-do-estado-do-parana/|titulo=os faxinalenses|acessodata=2016-01-23|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160129205357/http://www.arvoredobrasil.com.br/os-faxinalenses-sao-grupos-sociais-que-compoe-territorios-especificos-da-regiao-centro-e-centro-sul-do-estado-do-parana/|arquivodata=2016-01-29|urlmorta=yes}}</ref> a saber: [[Povos ribeirinhos|ribeirinho]], [[Caiçaras|caiçara]], castanheira, catador de mangaba, [[Retirante|retireiro]], cipozeiro, [[Extrativismo|extrativista]], [[Sistema faxinal|faxinalense]], fecho de pasto, [[Geraizeiros|geraizeiro]], ilhéu, [[Isca natural|isqueiro]], morroquiano, [[pantaneiro]], [[Pesca|pescador artesanal]], [[Piaçava|piaçaveiro]], [[Pomeranos|pomerano]], [[Templos afro-brasileiros|terreiro]], [[Quebradeiras de coco babaçu|quebradeira de coco-babaçu]], [[Ciclo da borracha|seringueiro]], vazanteiro e, veredeiro.<ref>{{Citar web|url=https://www.cedefes.org.br/gente-do-campo-descubra-quais-sao-os-28-povos-e-comunidades-tradicionais-do-brasil/|titulo=Gente do campo: descubra quais são os 28 povos e comunidades tradicionais do Brasil|acessodata=2022-08-12|website=www.cedefes.org.br|lingua=pt-BR}}</ref><ref name="abr2" />

== Demografia ==
[[Ficheiro:Khamoro_Roma_Festival_2007_Prague.jpg|thumb|Apresentações de rua durante o Festival Cigano Mundial, ou "Khamoro", em [[Praga]], 2007]]

Em comunicação apresentada durante o encontro "Ciganos no século XXI", realizado em [[Lisboa]], em setembro de 2010, o espanhol Santiago González Avión, diretor da Fundação Secretariado Cigano, na [[Galiza]],<ref>[http://www.gypsyloresociety.org/annual-meeting/abstracts Santiago Gonzalez Avión. "Las condiciones de inclusión de las poblaciones gitanas de Galicia".]</ref> apontou as divisões entre as próprias comunidades ciganas. "Entre os ciganos de nacionalidade espanhola, a fragmentação é forte. [[Galiza|Galegos]] e [[Castela|castelhanos]] dividem-se. E há [[discriminação]] também entre os ciganos [[transmontanos]], de nacionalidade portuguesa, e os [[espanhóis]]", apontou González. O documento também denuncia a situação de pobreza e [[exclusão social]] destes grupos.<ref name="Dez" />

=== Educação ===
Segundo o relatório de [[Ofsted]] de 1999, os alunos ciganos de famílias itinerantes apresentam resultados mais baixos que os de qualquer grupo étnico minoritário e são o grupo de maior risco no sistema de ensino no [[Reino Unido]]. O relatório Swann revela diversos factores que influenciam a formação de crianças ciganas da mesma forma que influenciam outros grupos minoritários étnicos. Entre estes factores, os que têm maior peso foram identificados como o [[racismo]] e [[discriminação]], [[mito]]s, [[estereótipo]]s e a necessidade de uma maior ligação das escolas com os pais das crianças ciganas.<ref>[http://publications.education.gov.uk/default.aspx?PageFunction=productdetails&PageMode=publications&ProductId=DCSF-00063-2008 The Inclusion of Gypsy, Roma and Traveller children and young people]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref><ref>{{Citar web |url=http://publications.education.gov.uk/default.aspx?PageFunction=productdetails&PageMode=publications&ProductId=DfES+0183+2003& |titulo=Aiming High: Raising Achievement of Ethnic Minority Pupils |acessodata=2010-09-10 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20101023115946/http://publications.education.gov.uk/default.aspx?PageFunction=productdetails&PageMode=publications&ProductId=DfES+0183+2003& |arquivodata=2010-10-23 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{Citar web |url=http://publications.education.gov.uk/default.aspx?PageFunction=productdetails&PageMode=publications&ProductId=0443+2003& |titulo=Raising Achievement of Ethnic Minority Pupils |acessodata=2010-09-10 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20101020051243/http://publications.education.gov.uk/default.aspx?PageFunction=productdetails&PageMode=publications&ProductId=0443+2003& |arquivodata=2010-10-20 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.gypsy-traveller.org/your-family/young-people/tess-the-traveller/ |titulo=Friends, Families and Travellers |acessodata=2010-09-10 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20101009204028/http://www.gypsy-traveller.org/your-family/young-people/tess-the-traveller/ |arquivodata=2010-10-09 |urlmorta=yes }}</ref><ref>Council of Europe [http://www.coe.int/t/dg4/education/roma/default_en.asp Education of Roma  children]</ref> No Brasil, Mirian Stanescon foi a primeira cigana a se formar num [[curso superior]]. Formou-se em [[direito]] na [[Universidade Gama Filho]], no [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], em 1973.<ref>[http://istoevip.terra.com.br/reportagens/5055_OS+CIGANOS+MODERNOS Os ciganos modernos] {{Wayback|url=http://istoevip.terra.com.br/reportagens/5055_OS+CIGANOS+MODERNOS |date=20120122142938 }}. [[ISTOÉ]],  18 de junho de 2008.</ref>

== Ver também ==
*[[Porajmos]]
*[[Pavee]]
*[[Flamenco]]

{{referências}}

== Ligações externas ==
{{Commonscat|Roma people}}
* {{cite web | title=RomArchive | language=en, de, rom | url=https://romarchive.eu}} 
* {{cite web | title=Romani Atlantic | url=https://www.romaniatlantic.cz}} —
* {{citation |title = Museu da Cultura Cigana |place = [[Brno]], [[República Checa|CZ]] |language = cs |url = http://www.rommuz.cz/ }}

{{controle de autoridade}}
{{Portal3|Antropologia}}

[[Categoria:Ciganos| ]]