Hetera
As heteras ou hetairas[1] (do grego ἑταίραι, transl. hetaírai: 'companheiras', 'amigas'), na sociedade da Grécia Antiga, eram prostitutas refinadas, que, além da prestação de serviços sexuais, ofereciam companhia e sabedoria , frequentemente tinham relacionamentos duradouros com seus clientes , se diferenciavam das prostitutas da época pois alem do prazer carnal, ofereciam cultural para seus companheiros, tendo casos de homens que as procuravam só pelo conhecimento e discussão mutua sobre diversos assuntos que as esposas não tinham acesso .
De boa educação, as heteras destoavam das mulheres da época também pela sua independência, podendo gerir os seus próprios bens e com grande intelecto. Uma das mais famosas foi Aspásia, amante de Péricles. Originária de Mileto, sendo portanto uma estrangeira em Atenas, Aspásia conviveu com Sófocles, Fídias e com Sócrates e seus discípulos. Plutarco [2] refere-se a ela como uma personalidade detentora de poder, que teve sob sua influência os políticos mais importantes de sua época.
Além de Aspásia, há referências a outras hetairas do Período Clássico, como Teodota, companheira de Alcibíades e com a qual Sócrates dialoga nos Memóraveis (III, 11, 4); Neera, tema de um discuro do Pseudo-Demóstenes, e Friné, modelo da Afrodite de Cnido, obra-prima de Praxíteles, de quem foi amante.
Sua figura era tão admirada por muitos, que era comum a vontade de substituir as esposas por elas,sendo muitas levadas ao tribunal na agora e julgadas a morte, um ato de hipocrisia, pois muitas até apoiavam as relações de seus maridos com as heteras, mas quando se sentiam ameaçadas tinham apoio da sociedade da época de colocar as mesmas na justiça .
Referências
- ↑ Dicionário Houaiss: hetera; hetaira (forma não preferencial)
- ↑ Vida de Péricles, XXIV, 2
Ver também