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Çiçek Pasajı

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Fachada da Çiçek Pasajı.
Interior da galeria.

A Çiçek Pasajı (Passagem das Flores em turco), também chamada Cité de Péra[a], é uma famosa galeria comercial (centro comercial do século XIX) localizado na Avenida de Istiklal, no distrito de Beyoğlu, em Istambul, Turquia. A galeria liga a Avenida Istiklal com a Avenida Sahne.[nt 1]

Aberto em 1876, a Çiçek Pasajı pode ser descrita como uma versão em miniatura da ainda mais famosa Galleria Vittorio Emanuele II, em Milão.[nt 1] É um edifício de três andares, com uma fachada em pedra, considerada uma das mais ornamentadas de Beyoğlu,[nt 2] uma área famosa pela sua arquitetura.

Atualmente tem principalmente cafés, restaurantes e bares históricos.[nt 1]

No local onde se encontra a galeria esteve em tempos o Teatro Naum, o qual foi severamente danificado durante o que ficou conhecido como o "incêndio de Pera" de 1870. O teatro era visitado frequentemente pelos sultões Abdulazize e Abdulamide II e nele foi apresentada a ópera de Verdi, Il trovatore, antes de o ser em Paris.[nt 1]

Depois de 1870, o teatro foi comprado por um banqueiro local grego Hristaki Zoğrafos.O projeto do edifício atual foi da autoria de um arquiteto europeu (italiano segundo uns,[nt 1] francês segundo outros),[1] que recebeu o nomes de Cité de Péra e Hristaki Pasajı nos seus primeiros anos. A galeria tinha então 24 lojas e o resto do edifício tinha 18 apartamentos de luxo. Entre as lojas, havia a loja japonesa Nakumara'nın, a Dulas'ın de flores, uma pastelaria francesa, o alfaiate Keserciyan'ın, a tabacaria Acemyan'ın, o café Hristo, etc.[nt 2] O primeiro bar a abrir na galeria foi o Yorgo'nun Meyhanesi (bar ou salão do Yorgo). Em 1908, o grão-vizir otomano Sait Paşa comprou o edifício, que passou a ser conhecido como "Passagem Sait Paşa".[nt 1]

A seguir à Revolução Russa de 1917, muitas senhoras da aristocracia russa no exílio, incluindo uma baronesa, encontraram um meio de subsistência vendendo flores na galeria. A popularidade foi tal que o local passou a ser conhecido como "Passagem das Flores" (em turco: Çiçek Pasajı) e quase todas as lojas passaram a ser de flores.[1] A partir dos anos 1940 os bares começaram a substituir as lojas de flores. O mais famoso de então era a Nektar Birahanesi (Cervejaria Néctar). No final da década de 1950 as flores pouco mais eram que uma recordação.

Em 1973 e na noite de 10 de Maio de 1978 partes do edifício ruiram, tendo-se depois formado uma associação para a sua recuperação, a "Çiçek Pasajını Yaşatma ve Güzelleştirme Derneği". O edifício foi restaurado em 1988 e reabriu como galeria de bares e restaurantes. Em dezembro de 2005 foi novamente restaurado,[nt 1] após um acordo entre a "Çiçek Pasajını Yaşatma ve Güzelleştirme Derneği", o município de Beyoğlu e o consórcio de bebidas Mey İçki.[nt 2]

Notas

[a] ^ O francês foi uma língua muito usada pelas elites e burguesia de Istambul a partir do século XVI, primeiro pelos expatriados europeus, depois também pelos locais. No final do século XIX, as placas dos nomes das ruas de Istambul eram escritas em turco e francês, e quase tudo quanto era anuário comercial era publicado em francês. A própria administração otomana era bilingue e os funcionários dos correios e telégrafos só falavam francês. Pera era o nome dado aos europeus ao que é hoje o distrito de Beyoğlu, onde residia a maior parte dos muitos ocidentais residentes em Istambul.[1]
  1. a b c d e f g Artigo «Çiçek Pasajı» na Wikipédia em inglês (acessado nesta versão).
  2. a b c Artigo «Çiçek Pasajı» na Wikipédia em turco (acessado nesta versão).

Referências

  1. a b c Le Guide du Routard - Istanbul (em francês). [S.l.]: Hachette. 2010. pp. 101;167–167. ISBN 978-2-01-244892-6 

Ligações externas

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