Conjunto de Khoja Gaukushan
Conjunto de Khoja Gaukushan | |
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Conjunto de Khoja Gaukushon • Govkushon majmuasi | |
Informações gerais | |
Tipo | Conjunto monumental |
Início da construção | 1562-1579 |
Religião | Islão |
Património Mundial | |
Ano | 1993 [♦] |
Referência | 602 en fr es |
Geografia | |
País | Usbequistão |
Cidade | Bucara |
Coordenadas | 39° 46′ 21″ N, 64° 24′ 58″ L |
Localização em mapa dinâmico | |
Notas:
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O conjunto de Khoja Gaukushan ou de Khoja Gaukushon (em usbeque: Govkushon majmuasi) é um grupo de edifícios islâmicos, um dos maiores conjuntos monumentais da cidade de Bucara, Usbequistão, que faz parte do sítio do Património Mundial da UNESCO[1] "Centro histórico de Bucara".[2] Situa-se na parte medieval da cidade, junto ao canal Shah Rud, e é composto pela Mesquita Khoja Kalon, um hauz (tanque ou lago artificial) e duas madraças (Khoja Gaukushan e Mir Haidar Bala). O seu nome, Gaukushan, significa "matança de touros"; o local era um matadouro antes de ter sido convertido numa área de comércio.[3] O nome Khoja é uma referência aos cojas que mandaram construir o conjunto.[4] Os primeiros monumentos foram construídos entre 1562 e 1579.[5]
História e descrição
[editar | editar código-fonte]A maior parte do conjunto monumental foi construída pela poderosa família Jubari[5] (ou Djuibar[1] ou Dzhuybarian)[4] entre 1562 e 1579. A Madraça Mir Haidar Bala, situada a leste do hauz, foi construída mais tarde. Os Jubari eram cojas e estiveram muito ligados à ascensão ao poder de Abedalá Cã II (r. 1583–1598), o último monarca xaibânida do Canato de Bucara, que governou a cidade a partir de 1557. A família era então liderada por Khwajah Islam (1492/3–1563) e pelo seu filho Khwajah Sa'd (ou Khoja Saad;[1] m. 1589), também conhecido como Khoja Kalon (Grande Coja),[4] donos dum vasto império comercial e figuras proeminentes da comunidade islâmica Naqshbandi local. Os Jubaris contribuíram significativamente para o desenvolvimento urbano de Bucara na segunda metade do século XVI, tendo adquirido terra no interior da cidade para construírem espaços comerciais cobertos, hamames, caravançarais e outros edifícios comerciais. Apesar do conjunto Gaukushan não lhes tivesse trazido lucros diretamente, ele formou o núcleo dum novo "subcentro da cidade" e atraiu residentes para a área.[5]
O conjunto organiza-se em dois dos lados dum hauz octogonal — a mesquita, fica a oeste, a Madraça Gaukushan a sudoeste, não estando virada para o hauz, entre as duas ergue-se o minarete e a Madraça Mir Haidar Bala situa-se a leste, em frente à mesquita. A mesquita e a madraça construídas pelos Jubari foram integradas nas ruas já existentes, pelo que a madraça tem planta trapezoidal, devido a estar entre duas ruas que se cruzam. A mesquita tem a planta retangular usual, mas como o seu eixo é paralelo à rua, a parede da quibla não está na direção exata de Meca. Devido ao facto da parte norte da mesquita, onde se situava a sala de orações, ter sido demolida, não se sabe como foi resolvida essa inclinação correta, se é que foi resolvida.[5]
O hauz é alimentado pelo canal Shah Rud, que passa nas proximidades. A prática de colocar as mesquitas junto a um hauz começou durante o reinado de Ubaide Alá Cã (r. 1534–1539) e permaneceu popular depois disso. A sudoeste do hauz encontra-se um alto minarete, o mais alto de Bucara a seguir ao Minarete Kalyan, o qual se liga à mesquita por uma ponte pedestre.[5]
Referências
- ↑ a b c «Ensemble of Khoja-Gaukushon, Bukhara» (em inglês). Consultado em 19 de dezembro de 2020
- ↑ Historic Centre of Bukhara. UNESCO World Heritage Centre - World Heritage List (whc.unesco.org). Em inglês ; em francês ; em espanhol. Páginas visitadas em 18 de dezembro de 2020.
- ↑ «Ensemble of Khoja Gaukushon in Bukhara» (em inglês). www.people-travels.com. Consultado em 19 de dezembro de 2020
- ↑ a b c «Gaukushon Ensemble (XVII)» (em inglês). www.samarkandtour.com. Consultado em 19 de dezembro de 2020
- ↑ a b c d e «Khoja Gaukushan Ensemble, Bukhara, Uzbekistan» (em inglês). Asian Historical Architecture. www.orientalarchitecture.com. Consultado em 19 de dezembro de 2020
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Chuvin, Pierre; Degeorge, Gerard (2001), Samarkand, Bukhara, Khiva, ISBN 9782080111692 (em inglês), Flammarion
- Gangler, Anette; Gaube, Heinz; Petruccioli, Attilio (2004), Bukhara, the Eastern Dome of Islam: Urban Development, Urban Space, Architecture and Population, ISBN 9783932565274 (em inglês), Axel Menges
- Grabar, Oleg (1966), «The Earliest Islamic Commemorative Structures, Notes and Documents», Smithsonian Institution, Ars Orientalis, ISSN 0571-1371 (em inglês), 6: 7–46, JSTOR 4629220, OCLC 1514243
- Hattstein, Markus; Delius, Peter (2007), Islam: Art and Architecture, ISBN 9783833111785 (em inglês), Könemann
- Hillenbrand, Robert (1994), Islamic Architecture: Form, Function, and Meaning, ISBN 9780231101332 (em inglês), Nova Iorque: Columbia University Press
- Knobloch, Edgar (2001), Monuments of Central Asia, ISBN 9781860645907 (em inglês), Bloomsbury Academic
- MacLeod, Calum; Mayhew, Bradley (2017), Uzbekistan – The Golden Road to Samarkand, ISBN 978-962-217-837-3 (em inglês) 8.ª ed. , Hong Kong: Odyssey Books & Maps
- Soustiel, Jean; Porter, Yves; Janos, Damien (2003), Hampton, Ellen, ed., Tombs of Paradise: The Shah-e Zende in Samarkand and Architectural Ceramics of Central Asia, ISBN 9782903824433 (em inglês), Monelle Hayot
A Conjunto de Khoja Gaukushan está incluída no sítio "Centro histórico de Bucara", Património Mundial da UNESCO. |