Censo demográfico do Brasil de 1920
Censo de 1920 | |
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← 1900
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Informação geral | |
Organização | DGE |
Resultados | |
População | 30 635 605 75,7[1] |
Estado mais populoso | Minas Gerais (5 889 174) |
Cidade mais populosa | Rio de Janeiro (1 157 873) |
O censo demográfico do Brasil de 1920 foi a quarta operação censitária realizada em território brasileiro e a primeira do século XX, tendo em vista que o censo de 1910 não ocorreu devido a questões de ordem política. Diferente de seus antecessores, o censo de 1920 pussui detalhes mais diversos e centralizados das diferentes camadas populacionais e apresentada da agricultura e indústrias nacionais em sua elaboração. Realizado pela Diretoria Geral de Estatísticas - vinculada ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio -, o recenseamento mostrou que a população brasileira à época era de 30.635.605 habitantes, dos quais 50,4% eram homens e 49,6% mulheres. A expectativa de vida era de 34,5 anos. Minas Gerais e São Paulo eram as unidades da federação mais populosos, tendo respectivamente 5.889.174 e 4.592.189 habitantes cada. A cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, era a única com mais de um milhão de habitantes ao possuir 1.157.873 cariocas.[2][3]
Imigração
[editar | editar código-fonte]Em 1920, 5,11% da população brasileira (1.565.961 habitantes) eram imigrantes. Os 558.405 italianos, 433.577 portugueses e 219.142 espanhóis formavam a maior parte do número total de imigrados. Considerando somente a América do Sul, o maior grupo imigrante na época vinha do Uruguai, sendo encontrados 33.621 uruguaios vivendo em território brasileiro.[3]
Educação
[editar | editar código-fonte]O recenseamento mostrou mais um vez que a maioria dos que moravam no país eram analfabetos: somente 35,1% da população com idade superior a 15 anos sabia ler e escrever, número que salta para 54,4% quando analisando somente a população das capitais. O Distrito Federal do país concentrava a maior taxa de alfabetizados, que formavam 74,2% de seus habitantes. O Rio Grande do Sul era a unidade da federação com a maior taxa de alfabetização (55,5%). Como reflexo de uma sociedade patriarcal, os homens eram proporcionalmente mais alfabetizados: dos que têm mais de 15 anos, 42,9% deles sabiam ler e escrever, enquanto que 27,2% delas tinham tamanho privilégio.[4]
Tamanho era o atraso educacional que o país se encontrava, que levando em conta somente os jovens de sete até quatorze anos de idade imigrantes e nacionais natos, tem-se que 19,5% destes eram alfabetizados e que 37,7% daqueles o eram. Considerando aqueles com mais de 15 anos, 33,3% dos brasileiros natos sabiam ler e escrever, número inferior quando comparado aos 54% dos estrangeiros que eram alfabetizados.[4]
Indústrias
[editar | editar código-fonte]A indústria brasileira era marcada pela extensa produção de alimentos, seguida pelo setor de vestuário, olarias e serrarias. O estado de São Paulo era o que possuía o parque industrial maior, com 4.145 indústrias. Vinha seguido pelo Rio Grande do Sul e o Distrito Federal, que respectivamente tinham 1.773 e 1.541 fábricas cada.[3]
Municípios mais populosos
[editar | editar código-fonte]República Velha Censo de 1920[5] | Cidades mais populosas da |||||||||||
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Rio de Janeiro São Paulo | |||||||||||
Posição | Localidade | Estado | Pop. | Posição | Localidade | Estado | Pop. | ||||
1 | Rio de Janeiro | Distrito Federal | 1 157 873 | 11 | Juiz de Fora | Minas Gerais | 118 166 | ||||
2 | São Paulo | São Paulo | 579 033 | 12 | Campinas | São Paulo | 115 602 | ||||
3 | São Salvador | Bahia | 283 422 | 13 | Santos | São Paulo | 102 589 | ||||
4 | Recife | Pernambuco | 238 843 | 14 | Guanhães | Minas Gerais | 96 478 | ||||
5 | Belém | Pará | 236 402 | 15 | Belo Jardim | Pernambuco | 92 515 | ||||
6 | Porto Alegre | Rio Grande do Sul | 179 263 | 16 | Itaperuna | Rio de Janeiro | 90 807 | ||||
7 | Campos | Rio de Janeiro | 175 850 | 17 | Barbacena | Minas Gerais | 89 717 | ||||
8 | Teófilo Otoni | Minas Gerais | 162 199 | 18 | Nazareth | Pernambuco | 86 940 | ||||
9 | Caratinga | Minas Gerais | 137 017 | 19 | Carangola | Minas Gerais | 86 675 | ||||
10 | Rio Preto | São Paulo | 126 796 | 20 | Niteroi | Rio de Janeiro | 86 238 |
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Tabela 1287 - População dos municípios das capitais e Percentual da população dos municípios das capitais em relação aos das unidades da federação nos Censos Demográficos». IBGE. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ «Censos demográficos no Brasil - História - Geografia». InfoEscola. Consultado em 2 de setembro de 2020
- ↑ a b c Ministerio da Agricultura, Industria E Commercio, Directoria Geral de Estatística (1927). Recenseamento Geral do Brasil – 4º Censo Geral da População e 1º da Agricultura e das Indústrias (PDF). Col: 1. V. Rio de Janeiro: Imprensa Ytuana – Ytu Typ. da Imprensa
- ↑ a b Ministerio da Agricultura, Industria E Commercio, Directoria Geral de Estatística (1929). Recenseamento Geral do Brasil – 4º Censo Geral da População e 1º da Agricultura e das Indústrias (População do Brazil por Estados, Municipios e Districtos, segundo o gráo de instrucção, por idade, sexo e nacionalidade) (PDF). Col: 4. IV. Rio de Janeiro: Imprensa Ytuana – Ytu Typ. da Imprensa
- ↑ «Recenseamento do Brasil: Volume IV - População do Brazil por Estados, municípios e districtos, segundo o sexo, o estado civil e a nacionalidade» (PDF). 1926. Consultado em 22 de julho de 2022