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Aritana Yawalapiti

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Aritana Yawalapiti
Nascimento 15 de julho de 1949
Gaúcha do Norte, Mato Grosso
Morte 5 de agosto de 2020 (71 anos)
Goiânia, Goiás
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Cacique

Aritana Yawalapiti (Gaúcha do Norte, 15 de julho de 1949[carece de fontes?]Goiânia, 5 de agosto de 2020) foi um cacique do grupo indígena dos Iaualapitis, da região brasileira do Alto Xingu e presidente do Instituto de Pesquisa Etno Ambiental do Xingu (IPEAX).[1]

Aritana descendia de uma família de lideranças dos povos Kamayurá, por parte materna, e Yawalapiti, por parte paterna, com destaque para seu pai, Kanato ou Kanatu, um dos primeiros de seu povo a aprender o idioma português e servir na diplomacia interétnica entre os indígenas xinguanos e os não-indígenas, para seu tio, o cacique Sariroá ou Sariruá, e o seu avô, o cacique Aritana ou Urutsi, que morreu na década de 1930, durante um conflito interétnico indígena entre os Yawalapiti e os Aweté.[2]

Ainda criança, na década de 1950, conheceu os irmãos Cláudio Villas-Bôas e Orlando Villas-Bôas, com os quais, segundo o cacique, aprendeu muito "sobre a importância de se preservar os hábitos antigos”.[3]

Preparado desde muito cedo para cumprir sua função de liderança, assumiu a chefia dos Yawalapiti na década de 1980, passando a atuar na defesa dos direitos dos indígenas, especialmente no que se refere à demarcação de terras, preservação ambiental, saúde e educação.[2]

Pela sua atuação no campo de direitos indígenas e sua reputação entre outras etnias, Aritana por vezes, fez-se representante de diversas outras etnias, especialmente as que habitam o Parque Nacional do Xingu.[4][5]

Foi um dos entrevistados no documentário Despertar das Amazonas (2009), dirigido por Anna Penido.[6]

Morreu em 5 de agosto de 2020, aos 71 anos, da Covid-19.[7][8]

Sucessão política e familiar

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Além de Filho de Kanatu e sobrinho do cacique Sariruá[2], Aritana também tinha um irmão mais novo, Pirakumã Yawalapiti (1955-2015), que também desempenhou um papel importante na região do Xingu, tendo exercido o cacicado no Alto Xingu.[9]

Após o seu falecimento, o seu filho Tapi Yawalapiti o sucedeu como cacique dos Yawalapiti e, desde então, vem exercendo o papel de principal liderança política da Terra Indígena do Xingu na condição de "Cacique-geral do Xingu".[8]

Referências

  1. Xinguanos pedem mais proteção para áreas mitológicas. Notícias - Conselho Estadual dos Povos Indígenas (São Paulo), 22 de outubro de 2008
  2. a b c Almeida, João Carlos (2023). «Esboço biográfico de Aritana Yawalapíti: a formação de um chefe prototípico». Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas. 18 (1): e20220023. ISSN 2178-2547. doi:10.1590/2178-2547-BGOELDI-2022-0023. Consultado em 2 de novembro de 2024 
  3. Entrevista: cacique Aritana Yawalapiti. Rota Brasil Oeste, 17 de maio de 2001
  4. Aritana Yawalapiti visita Programa Indígena. Faculdade Indígena Intercultural, 11 de fevereiro de 2009
  5. Lei de Gestão Florestal, o que pensam[ligação inativa]. Painel Brasil TV
  6. «Aritana Yawalapiti». cv19m.org (em inglês). Consultado em 2 de novembro de 2024 
  7. Líder do Alto Xingu morre com Covid-19 em hospital de Goiânia. G1, 05 de agosto de 2020
  8. a b Domingues, Filipe. «Futuro líder do Xingu diz que maioria dos indígenas é contra abrir terras para mineração». G1. Consultado em 2 de novembro de 2024 
  9. «Morre Pirakumã Yawalapiti, cacique do Alto Xingu». Instituto Socioambiental. Consultado em 2 de novembro de 2024 
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