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Três Reis Magos

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 Nota: "Santos Reis" e "Reis Magos" redirecionam para este artigo. Para outros significados, veja Santos Reis (desambiguação) ou Reis Magos (desambiguação).
Adoração dos Magos, de Bartolomé Esteban Murillo

Os Três Reis Magos ou simplesmente Reis Magos (em grego: μάγοι, transl. magoi) são personagens da religião cristã que teriam visitado Jesus após o seu nascimento, trazendo-lhe presentes. Foram mencionados apenas no Evangelho segundo Mateus,[1] onde se afirma que teriam vindo do Oriente para Jerusalém para adorar o Cristo, "nascido Rei dos Judeus". São figuras constantes em relatos da natividade e nas comemorações do Natal.[2][3][4] Melchior (também chamado Melquior ou Belchior), Baltasar e Gaspar, são os nomes comumente dados a eles,[1][5][6][7][8] em hebreu, esses nomes significam “rei da luz” (melichior), “o branco” (gathaspa) e “senhor dos tesouros” (bithisarea).[1] Não existem relatos bíblicos sobre o nome dos magos, nem sobre eles serem reis, nem sobre serem três.[9][10] Os nomes foram-lhes atribuído no século IX pelo historiador Agnello, em sua obra Pontificalis Ecclesiae Ravennatis”.[11]

Na versão da Bíblia do Rei Jaime, o termo "Magos" foi derivado da palavra grega "magoi". Essa palavra, comumente traduzida como "Magos" em português, tem sua origem no persa e se refere aos sacerdotes da antiga religião da Pérsia. A utilização do termo "Magos" leva alguns estudiosos a sugerirem que esses indivíduos eram provavelmente sacerdotes pertencentes a uma seita religiosa persa.[12] Existe também a ocultação do termo mago, substituido apenas por "homens sábios".[13]

São Beda teve acesso aos documentos guardados nas bibliotecas dos mosteiros onde vivia. Foi nessas leituras que Beda criou o perfil dos três magos:[8]

Melquior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz.

Relato bíblico

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O relato de Mateus 2 conta que após o nascimento de Jesus, os magos vieram do oriente procurar o rei Herodes sobre onde estava o "aquele que nasceu Rei dos Judeus", alegando que viram a sua estrela no oriente e vieram adorá-lo, Herodes e toda a Jerusalém perturbaram-se com isso, então os principais sacerdotes e os escribas do povo se reuniram e perguntara-lhe onde havia de nascer o Cristo, os magos responderam que em Belém da Judéia, então Herodes secretamente os enviou para lá e disse: "Ide informar-vos cuidadosamente acerca do menino; e quando o tiverdes achado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo.". Os magos partiram para Belém, chegando na casa, adoraram a Jesus e o ofertaram ouro, incenso e mirra.[14]

O relato diz que em sonhos foram avisados por Deus que não voltassem a Herodes, seguiram por outro caminho para a sua terra, então partiram para sua terra.[14]

Interpretações

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A imagem mostra três grandes estátuas dos três reis magos.
Mirante dos Três Reis Magos, em Angra dos Reis.

Não há relato bíblico que fala exatamente de onde os magos vieram, apenas que vieram do Oriente.[10] Alguns estudiosos argumentam usando Salmos 72:10 como prova de que esses homens vinham de regiões que hoje correspondem à Espanha, Etiópia e Arábia Saudita: “Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis de Sabá e de Seba oferecerão dons”. Outros acreditam que os Magos eram da Pérsia e podem ter sido judeus, já que muitas pessoas de origem judaica moravam naquela região, na época.[12]

Existem controvérsias sobre a veracidade e a literalidade dessa história, o professor de História Antiga da Universidade Federal do Rio de Janeiro, André Chevitaresse diz: “São personagens criados pelo autor do Evangelho de Mateus para simbolizar o reconhecimento de Jesus por todos os povos”.[1]

Número de magos

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Como três presentes (ouro, incenso e mirra), foram registrados, diz-se tradicionalmente que tenham sido três, embora Mateus não tenha especificado seu número, podendo ser um número até igual ou maior do que doze.[9][8][12] No século VIII começaram a surgir pinturas retratando três magos, a partir daí a imagem de que os magos eram três começou a se consolidar.[11]

Celebrações

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Ver artigo principal: Dia de Reis

No Brasil, é celebrado no dia 6 de janeiro, onde geralmente as árvores de natal são desmontadas.[15]

Em 2017, as folias foram reconhecidas como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais.[16]

Em Portugal, ocorre a "Folia de Reis", que começa no dia 24 de dezembro e acaba no dia 6 de janeiro, no começo da folia o estandarte de Natal é levantado e no fim, é abaixado. Também existe um bolo de reis, um bolo doce com frutas cristalizadas.[15]

Uma lenda italiana conta a história de uma bruxa que presenteava as crianças que fizeram bons atos durante o ano e daria pedaços de carvão ou cinzas para os pequenos desobedientes. Segundo os costumes, as crianças devem colocar meias na janela no dia de Reis para receber seu presente.[15]

Ao pôr-do-sol do dia 5 de janeiro, um dia antes do dia de Reis, é feito um desfile com pessoas em roupas típicas tradicionais montadas em cavalos, conhecido como “Cavalgada do Dia de Reis”. Alguns também trocam presentes no dia de Reis ao invés do natal.[15]

A tradição espanhola também é mantida em alguns lugares da América Latina, alguns países fazem duas trocas de presentes, uma no Natal e outra no Dia da Epifania.[15]

Na França, existe a tradição do “galette des rois” ou Bolo do Rei, dentro dele tem a coroa do rei, e quem achar ela deve ser o responsável por ofertar o bolo no próximo dia de reis.[15]

Referências

  1. a b c d «Os três reis magos eram iranianos». Super. Consultado em 16 de janeiro de 2024 
  2. Revista universal Lisbonense. [S.l.]: Imprensa Nacional. 1845 
  3. DESBRAVANDO NOSSO FOLCLORE. [S.l.]: biblioteca24horas 
  4. Borba, Francisco da Silva (2005). Dicionário UNESP do português contemporâneo. [S.l.]: UNESP 
  5. Enciclopédia Católica Popular (Paulinas Editora)
  6. «As variantes Melchior e Belchior». Ciberduvidas. Consultado em 25 de Abril de 2014 
  7. MACHADO, José Pedro, Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, tomo I, página 210.
  8. a b c Ferreira, Marta Leite. «A história dos Três Reis Magos (que não eram três, nem reis, nem magos)». Observador. Consultado em 16 de janeiro de 2024 
  9. a b Tradução Brasileira da Bíblia - Mateus 2. [S.l.: s.n.] 1917 
  10. a b «Quem eram os Reis Magos e de onde vieram?». www.a12.com. Consultado em 16 de janeiro de 2024 
  11. a b «A história dos Reis Magos e da Estrela de Belém na visão de um astrônomo». Galileu. 6 de janeiro de 2024. Consultado em 19 de janeiro de 2024 
  12. a b c Kenney, Wendy. «Os Três Reis». www.churchofjesuschrist.org. Consultado em 16 de janeiro de 2024 
  13. «Mateus 2». Bíblia King James Fiel 1611. 13 de abril de 2023. Consultado em 16 de janeiro de 2024 
  14. a b Vários. «Tradução Brasileira da Bíblia/Mateus/II - Wikisource». pt.wikisource.org. Consultado em 16 de janeiro de 2024 
  15. a b c d e f «Dia de Reis: conheça a história e os costumes da data». CNN Brasil. Consultado em 16 de janeiro de 2024 
  16. «Dia de Reis: conheça a história da data e como ela é celebrada no Brasil». Brasil de Fato. 6 de janeiro de 2022. Consultado em 16 de janeiro de 2024 

Ligações externas

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