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Floresta estacional

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Trilha em floresta estacional no Parque Estadual de Porto Ferreira, SP.
Interior de floresta estacional em Santa Fé do Sul, SP.

Floresta estacional é um tipo de vegetação florestal com estação seca demarcada, havendo, em maior ou menor grau, certa preponderância de espécies caducifólias ou subcaducifólias, as quais perdem suas folhas, no todo ou em parte, durante a estação seca.[1]

Alguns termos relacionados, mas não exatamente sinônimos, incluem "mata mesófila",[2][3] "mata de planalto",[4] "matas pluviais do interior",[5][6] "mata atlântica do interior",[7] "mata seca"[8][9] ou "Mata de Cipó".[10]

O sentido destes termos pode variar de acordo com o meio, seja ele acadêmico, jurídico ou popular. Alguns destes termos são de cunho mais generalista (ex., "floresta estacional", "mata mesófila"), enquanto outros costumam ser aplicados especificamente para áreas de vegetação que guardam relativa similaridade florística com o Cerrado (ex., "mata mesófila esclerófila", isto é, o cerradão[11]) ou com a Mata Atlântica (ex., "mata atlântica do interior", ou "mata seca", a qual difere do cerradão pela composição de espécies e pelo porte mais alto da vegetação, dentre outras características).

Categorias de floresta estacional, de acordo com o IBGE (2012):[12]

Conservação

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O Decreto Federal nº 6 660, de 2008, que regulamenta a Lei da Mata Atlântica (Lei Federal nº 11 428, de 2006), considera a Mata Seca como Floresta Estacional Decidual, incluindo-a como disjunção do Bioma da Mata Atlântica.[13]

Apesar da classificação legal da Mata Seca como Mata Atlântica, muitas dessas comunidades guardam similaridades florísticas também com a Caatinga e com o Cerrado (ex., Cerradão), podendo apresentar grande número espécies xerófitas no sub-bosque. Geralmente, essa vegetação está associada a solos e afloramentos calcários.

Referências

  1. WALTER, B. M. T. (2006). Fitofisionomias do bioma Cerrado: síntese terminológica e relações florísticas. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, [1].
  2. MARTINS, F. R. Estrutura de uma floresta mesófila. Campinas: UNICAMP, 1993. 246 p.
  3. «Mata Mesófila». Área de Proteção Ambiental de Descalvado (www.apadescalvado.cnpm.embrapa.br). Embrapa. Consultado em 13 de outubro de 2010 
  4. Leitão Filho, H.F. 1987. Consideração sobre a florísitca de florestas tropicais e subtropicais do Brasil. Revista IPEF 35:41-46, [2][ligação inativa].
  5. Gonzaga de Campos, L.F. (1926). Mappa florestal do Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, Typ. do Serviço de Informações, 147 p. Disponível em: <https://archive.org/details/mappaflorestaldo1926mini>. [1a ed., 1911/1912, link Arquivado em 25 de agosto de 2017, no Wayback Machine..]
  6. Ferri, M. G. (1980). Vegetação Brasileira. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: EDUSP. [3].
  7. Jordão, S. (2011). A contribuição da geomorfologia para o conhecimento da fitogeografia nativa do estado de São Paulo e da representatividade das Unidades de Conservação de Proteção Integral. Tese de Doutorado em Ciências, Universidade de São Paulo, PDF.
  8. Ribeiro, J. F.; Walter, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado. In: Sano, S. M.; Almeida, S. P. de. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados - CPAC, 1998. p. 89-166.
  9. HAIDAR, Ricardo Flores. Núcleo de florestas tropicais sazonalmente secas do Cerrado: diversidade, fitogeografia, endemismo, fenologia foliar e os controles ambientais e espaciais. 2017. xii, 154 f., il. Tese (Doutorado em Ecologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017. link.
  10. SOARES FILHO, A O. FITOGEOGRAFIA E ESTRUTURA DAS FLORESTAS ESTACIONAIS DECIDUAIS NO BRASIL
  11. Rizzini, C.T. (1997). Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. 2a edição. Rio de Janeiro, Âmbito Cultural, 1997. Volume único, 747 p.
  12. IBGE (2012). Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2a ed. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: [4].
  13. Espírito-Santo, M.M., G.W. Fernandes, R.S. Barbosa, and F.C. Anaya. 2011. Mata seca é mata atlântica? Ciência Hoje 288:74–76. link.
  • Bullock, S.H.; H.A. Mooney; E. Medina. (1995). Seasonally Dry Tropical Forests. Cambridge: Cambridge University Press. link.
  • Pennington, R.T., Lewis, G.P., Ratter., J.A. (eds.) (2006). Neotropical Savannas and Seasonally Dry Forests: Plant Biodiversity, Biogeographic Patterns and Conservation. Boca Raton: CRC Press, [5].
  • Prado, D.E. (2000). Seasonally dry forests of tropical South America: from forgotten ecosystems to a new phytogeographic unit. Ed. J. Bot. 57: 437-461.
  • Ribeiro, J.F; Walter, B.M.T. (2007). Tipos de Vegetação do Bioma Cerrado: Vegetação florestal: Mata seca. Embrapa. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_67_911200585234.html>.
  • Salis, S. M., Shepherd, G. J., & Joly, C. A. (1995). Floristic comparison of mesophytic semideciduous forests of the interior of the state of São Paulo, Southeast Brazil. Vegetatio 119(2): 155-164, [6].
  • Sanchez-Azofeifa, A.; Powers, J.; Fernandes, G.W.; Quesada, M. (2014). Tropical dry forests in the Americas: ecology, conservation and management. CRC Press, USA. link.
  • Schumacher, M. V. et al. (Org.). A floresta estacional subtropical: caracterização e ecologia no rebordo do Planalto Meridional. Santa Maria: Pallotti, 2011. 320 p.
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