Françoise Sagan
Françoise Quoirez | |
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Teatro de teatro em Suède, 1960 | |
Pseudônimo(s) | Françoise Sagan |
Nascimento | 21 de junho de 1935 Cajarc, Lot |
Morte | 24 de setembro de 2004 (69 anos) |
Residência | Rue de Grenelle, Paris |
Nacionalidade | francesa |
Cônjuge | Guy Schoeller Bob Westhof Peggy Roche |
Ocupação | escritora |
Magnum opus | Castelo na Suécia |
Françoise Sagan, pseudônimo de Françoise Quoirez (Cajarc, Lot, 21 de junho de 1935 — Honfleur, 24 de setembro de 2004) foi uma escritora francesa.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Françoise Quoirez ficou mundialmente conhecida como Françoise Sagan, pseudônimo retirado de uma obra de Proust. Conheceu o sucesso ainda garota quando, aos 18 anos, escreveu em sete semanas sua primeira e mais consagrada obra: Bonjour Tristesse (Bom dia, Tristeza), que só nos Estados Unidos vendeu um milhão de exemplares, e à qual se seguiram cerca de cinquenta obras, entre romances, peças teatrais e autobiografias. Na ocasião, o grande escritor católico François Mauriac saudou-a, na primeira página do jornal Le Figaro, como um "monstrinho encantador".
Foi amiga, entre outros, de Tennessee Williams, Orson Welles, François Mitterrand e de um dos maiores intelectuais de todos os tempos, o filósofo Jean-Paul Sartre, mas não havia mais nenhum deles ao seu lado na época de sua morte, afundada em dívidas, doente e solitária.
Mudou-se aos 10 anos com a família para Paris, onde permaneceu grande parte de sua vida.
Casou-se duas vezes, com Guy Schoeller e Bob Westhof, mas os dois casamentos acabaram em divórcio. Entretanto, Françoise manteve uma longa relação com uma companheira, a estilista Peggy Roche. Durante a vida manteve, também, outros amantes, como o casado Bernard Frank e a editora da versão francesa da revista Playboy, Annick Geille.
Costumava viajar para os Estados Unidos, onde muitas vezes foi vista com Truman Capote e a atriz Ava Gardner.
Sagan também era conhecida por seus inúmeros vícios e por sua forma peculiar de levar a vida: comumente dirigia seu Jaguar para jogar em Monte Carlo e, nos anos 90, foi condenada por uso de cocaína. Uma vez envolveu-se em um acidente de carro com seu Aston Martin, o que a deixou em coma por algum tempo.
Encontrou a morte aos 69 anos, afundada em dívidas, doente e solitária, vivendo seus últimos quatro anos da caridade de bons amigos. As drogas, o alcoolismo e o imposto de renda consumiram sua fortuna. Françoise chegou até mesmo a ser condenada a um ano de prisão por enganar o fisco, ao que um de seus amigos escreveu: "Ela deve ao Estado, mas a França lhe deve muito mais".
Sagan foi uma mulher de esquerda, ativista, inteligente e sensível considerada por muitos como a última existencialista. Extraordinária escritora, criou um estilo fluido e transparente, que se tornou escola e abriu caminho para escritoras como Anne Wiazemsky (a neta de François Mauriac) a Camille Laurens.
Em 1960, no auge da guerra da Argélia, ela assinou o Manifesto dos 121 sobre o direito à independência. Como retaliação, a organização terrorista de extrema direita OAS colocou uma bomba na casa de seus pais em 23 de agosto de 1961, mas a explosão causou apenas danos materiais.
Sagan costumava dizer: "o que falta à nossa época é a gratuidade, fazer algo por nada". Apesar de famosa, sofria de uma estranha solidão interior e nunca teve o talento reconhecido pela crítica. Entretanto, figuras importantes celebravam seu talento, tal como o presidente francês Jacques Chirac, que declarou: "Com a sua morte (Sagan), a França perde uma de suas mais brilhantes e sensíveis escritoras – uma figura iminente de nossa história literária".
Françoise Sagan faleceu com um coágulo no pulmão em Honfleur, Calvados, mas deixou como herança um conjunto extenso de obras brilhantes.
Trabalhos
[editar | editar código-fonte]Romances
[editar | editar código-fonte]nº | Título original | Título em Português | Tradutor(a) | Ano |
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01 | Bonjour Tristesse, | Bom dia tristeza | Sieni Maria Campos | (1954) |
02 | Un certain sourire | Um certo sorriso | Maria de Lourdes Teixeira (Portugal) | (1955) |
03 | Dans un mois dans un an | Dentro de um mês, dentro de um ano | Anna Mathilde Chaves | (1957) |
04 | Aimez-vous Brahms? | Você gosta de Brahms | (1959) | |
05 | Les merveilleux nuages | Nuvens que passam | Sérgio Milliet | (1961) |
06 | La chamade | A chamada | (1965) | |
07 | Le garde du cœur | O guardador de meus amores | Antônio D'Elia | (1968) |
08 | Un pen de soleil dans l'eau froide | Um pouco de sol na água fria | Heloysa de Lima Dantas | (1969) |
09 | Des bleus à l'âme | Cicatrizes na alma | (1972) | |
10 | Un profil perdu | Um perfil perdido | (1974) | |
11 | Le lit defait | A cama desfeita | Maria Helena Trigueiros | (1977) |
12 | Le chien couchant | O cão vadio | Anita Leocádia Prestes | (1980) |
13 | La femme fardée | A mulher pintada | Luiza Ribeiro | (1981) |
14 | Un orage immobile | Tempestade sem bonança | Anne Mello | (1983) |
15 | De guerre lasse | Cansado de guerra | Flávio Pinto Vieira | (1985) |
16 | Un sang d'aquarelle | Sangue de aquarela | Irene Monique Karleke Cubric | (1987) |
17 | La laisse | A coleira | Paulo de Oliveira Freire | (1989) |
18 | Les faux-fuyants | (1991) | ||
19 | Un chagrin de passage | Uma tristeza de passagem | Joana Angelica d'Avila Melo | (1994) |
20 | Le miroir égaré | (1996) | ||
21 | Les Quatre coins du coeur | Os quatro cantos do coração[2] | (2019) |
Peças
[editar | editar código-fonte]nº | Título original | Título em Português | Tradutor(a) | Ano |
---|---|---|---|---|
01 | Chateau en Suede | Castelo na Suécia | (1960) | |
02 | La robe mauve de Valentine | O vestido lilás de Valentine | (1963) | |
03 | Les Violons parfois | (1961) | ||
04 | Bonheur, impair et passe | (1964) | ||
05 | L'écharde | (1966) | ||
06 | Le cheval évanoui | (1966) | ||
07 | Un piano dans l'herbe | (1970) | ||
08 | Il fait beau jour et nuit | (1978) | ||
09 | L'excès contraire | (1987) |
Coleção de contos
[editar | editar código-fonte]nº | Título original | Título em Português | Tradutor(a) | Ano |
---|---|---|---|---|
01 | Des yeux de soie | Olhos de seda | Wilma Freitas Ronald de Carvalho | (1975) |
02 | Musiques de scène | Fundo musical | Maria Helena Rossi e Ligia Vassallo | (1981) |
03 | La maison de Raquel Vega | (1985) |
Autobiografia
[editar | editar código-fonte]nº | Título original | Título em Português | Tradutor(a) | Ano |
---|---|---|---|---|
01 | Toxique | (1964) | ||
02 | Des bleus à l'âme | Viver não custa | Isabel Vila Maior (Portugal) | (1972) |
03 | Avec mon meilleur souvenir | Minhas melhores lembranças | Arnaldo Marques | (1984) |
04 | Réponses (Night Bird: Conversations) | (1975) | ||
05 | Au marbre: chroniques retrovées 1952–1962 crônicas) | (1988) | ||
06 | Répliques (entrevistas) | (1992) | ||
07 | ...Et toute ma sympathie (sequência para Avec mon meilleur souvenir) | ...E toda minha simpatia | Aulyde Soares Rodrigues | (1993) |
08 | Derrière l'épaule | (1998) |
Obras biográficas de Françoise Sagan
[editar | editar código-fonte]nº | Título original | Título em Português | Tradutor(a) | Ano |
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01 | Brigitte Bardot | (1975) | ||
01 | Sarah Bernhardt, ou le rire incassable | Sarah Bernhardt: O riso indomável | Heloisa Jahn | (1987) |
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Françoise Sagan». Encyclopædia Britannica Online (em inglês). Consultado em 1 de abril de 2022
- ↑ «Obra inédita de Françoise Sagan é publicada na França»
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Jean-Louis de Rambures, entrevista com F. Sagan (em francês) em: "Comment travaillent les écrivains", Paris 1978
- Litweb.net
- Blair Fuller & Robert B. Silvers (1956). «Francoise Sagan, The Art of Fiction No. 15». The Paris Review
- French press bids farewell; BBC article