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Fraude académica

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Fraude académica são práticas desonestas, desrespeitosas ou fraudulentas dentro do ambiente académico. Na maioria dos casos, esta, envolve a manipulação de informação, a falsificação de documentos e a omissão de fatos relevantes. A fraude académica interfere no processo educacional, é um fenómeno que desvaloriza a originalidade e o esforço individual, comprometendo os valores fundamentais da aprendizagem e da meritocracia.

A fraude académica sempre esteve presente, quer seja na escola primária ou no ensino superior. A fraude acontece a nível de comportamentos em que os estudantes se apropriam de trabalhos realizados por outros. Segundo Gomes (2008) “um aluno ou grupo de alunos que copia apresenta, para efeitos de avaliação, [...], produtos escolares que, efectivamente, não correspondem a um trabalho genuíno realizado pelo próprio ou próprios”[1]. Para que isto não aconteça são necessários programas de deteção de plágio de forma a controlar e deter qualquer tentativa.

A maior parte dos alunos que têm estas práticas no ensino superior, já as exerciam noutros anos de escolaridade, e como no ensino básico não há tantas regras ou controlo nos trabalhos, os alunos copiam, pois sabem que não vão ser apanhados ou castigados.

Existem três tipos de fraude académica, sendo esses os seguintes:

  • o plágio;
  • o auto plagio;
  • a compra de trabalhos.

A tipologia de fraude académica é definida por Ramos & Morais (2018) como “O plágio corresponde à ‘utilização de uma obra, trabalho, palavras ou qualquer outro material publicado ou não publicado de outra ou outras pessoas e apresentá-la como se fosse sua, nomeadamente, copiar ou parafrasear sem claramente identificar a fonte’ e que o autoplágio resulta da ‘utilização de uma obra, trabalho, palavras ou qualquer outro material de autoria do próprio e apresentá-la de novo como se fosse original’, assim como especifica a proibição de ‘comprar ou vender relatórios, ensaios, monografias, teses ou outros trabalhos’”.[2]

Gomes (2008) refere também que há vários fatores que facilitam a fraude no contexto académico:[3]

• O facto de o aluno estudar antes do teste ou deixar o trabalho para mais tarde, pois pensa que ainda tem tempo para o realizar antes da entrega.

• Muitos alunos perdem algumas aulas, devido a festas que possam haver, principalmente nas horas do anoitecer e madrugada, ou seja, o aluno não tem tempo para estudar na tarde do dia, nem ir à aula do dia seguinte.

• O facto de que o aluno não considera uma certa matéria, professor ou método interessante e por isso, inconscientemente, não fica atento e vai perdendo matéria lecionada, o que leva à pressão na hora de realizar o trabalho ou teste, pois não esteve atento.

• Há também “fatores institucionais (não clarificação dos valores e dos princípios éticos a ter em consideração, por toda a academia, no processo ensino/aprendizagem e no processo de avaliação).”

Segundo o autor, é importante ter atenção “que tipo de profissionais se forma, quer do ponto de vista técnico, quer do ponto de vista ético e normativo.” É fundamental estar atento, motivar os alunos, para que consigam fazer o seu trabalho com tempo, de forma original, para evitar esta fraude, que o pode acompanhar até mais tarde.[4]

Nos últimos anos tem se observado um aumento considerável da fraude académica, o que se deve ao crescimento das instituições de ensino superior e ao desenvolvimento das tecnologias e da vasta gama de fontes de informação, facilmente acessíveis. Em Portugal a fraude não recebe a atenção necessária, a falta de informação sobre o tema acaba por dificultar o debate sobre a sua prevalência, prevenção e punição. Embora as instituições condenem bastante a este ato antiético, na maior parte dos casos não se sabe quais as práticas consideradas erradas, nem quem as deve detetar e a repreensão que devem aplicar. Sendo assim, os professores são considerados os principais responsáveis por manter a ética académica e seguir as regras das universidades.

Referências

  1. Gomes 2008, p. 149.
  2. Ramos 2008, p. 14.
  3. Gomes 2008, p. 154.
  4. Gomes 2008, p. 156.