Ijen
Ijen Gunung Ijen | |
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Lago ácido, na cratera do vulcão Kawah Ijen | |
Localização do Ijen em Java | |
Coordenadas | |
Altitude | 2 799 m |
Tipo | Estratovulcão |
Ilha | Java |
País | Indonésia |
Províncias | Java Oriental |
Regências | Bondowoso • Banyuwangi |
Última erupção | julho–agosto de 2002 |
Ijen é complexo vulcânico composto por um grupo de estratovulcões situado perto da costa oriental da ilha indonésia de Java, nas regência de Bondowoso e Banyuwangi da província de Java Oriental. O complexo ocupa uma grande caldeira vulcânica (chamada Kendeng) com cerca de 20 km de largura. O vulcão mais alto do grupo, o Gunung Merapi (não confundir com o Merapi de Java Central ou o Merapi em Sumatra),[a] ergue-se a 2 799 metros de altitude, cerca de 20 km a oeste da costa oriental de Java em linha reta e 35 km a noroeste de Banyuwangi por estrada. A pouca distância a oeste do Merapi situa-se o vulcão Kawah Ijen, no qual existe um lago de cratera de cor turquesa, com diâmetro de 722 m, 0,41 km² de área, 200 m de profundidade e 36 000 000 m³ de volume, considerado o maior lago fortemente ácido do mundo.[1]
Grande parte do fundo da caldeira está coberta de plantações de café e o local é um destino turístico popular, pelas quedas de água lá existentes, nascentes de água quente e pela paisagem vulcânica. No complexo há muitos outros cones e crateras vulcânicas, tanto na caldeira como ao longo da sua borda. A maior concentração de cones forma um conjunto mais ou menos alinhado na direção leste-oeste no lado sul da caldeira.[1]
O lago de Kawah Ijen é explorado intensivamente para extração de enxofre,[2] o qual é extraído à mão do fundo da cratera e depois transportado em cestos carregados às costas de trabalhadores ao longo de três quilómetros, até ao vale de Paltuding.[3] O lago é também a nascente do rio Banyupahit, um curso de água muito ácida e carregada de metais que tem efeitos significativamente prejudiciais nos ecossistemas a jusante.[4] Em julho de 2008, o aventureiro e apresentador de televisão canadiano George Kourounis levou um pequeno bote de borracha para o lago para medir a sua acidez; as medições de pH indicaram 0,5 junto às margens e 0,13 no meio, devido à grande concentração de ácido sulfúrico.[5]
Cratera do fogo azul
[editar | editar código-fonte]Há um fenómeno na cratera que se tornou uma atração turística, principalmente desde que a National Geographic se referiu a ele.[6] Trata-se das chamas azul-elétrico visíveis à noite, devidas ao gás sulfúrico (que é emanado de rachaduras) a arder a temperaturas que chegam aos 600 °C. As chamas podem ter cinco metros de altura e parte dos gás condensa para o estado líquido, continuando a arder.[7][8] Ver as chamas requer uma caminhada no meio da noite de duas horas até à beira da cratera seguida de uma descida de 45 minutos até à margem do lago.[6]
Mineração de enxofe
[editar | editar código-fonte]Um orifício ativo à beira do lado é uma fonte de enxofre elementar que suporta uma operação de mineração. Os gases vulcânicos são canalizados através de uma rede de tubos cerâmicos, onde se dá a condensação de enxofre fundido.[9] O enxofre, que é vermelho forte quando fundido, escorre lentamente do fim dos tubos e acumula-se no solo, tornando-se amarelo à medida que arrefece. Os mineiros partem o material arrefecido em grandes blocos e carregam-no em cestos. Cada mineiro carrega entre 75 e 90 kg ao longo da encosta de 300 metros do bordo da cratera, com uma inclinação de 45 a 60 graus, e depois durante três quilómetros montanha abaixo. Muitos dos mineiros fazem este percurso duas vezes por dia. Uma refinaria de açúcar próxima paga o enxofre aos mineiros ao quilograma; em setembro de 2010, o rendimento típico diário dos mineiros não chegava aos 10 € (22 R$) e a proteção enquanto trabalhavam no vulcão era muito insuficiente,[10] o que provocava muitos problemas respiratórios.[11]
Notas
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Ijen», especificamente desta versão.
Referências
- ↑ a b «Ijen». Programa Global de Vulcanismo. Smithsonian Institution. Consultado em 6 de junho de 2017
- ↑ Lane, Megan (9 de fevereiro de 2011). «Sulphur mining in an active volcano». BBC News
- ↑ Harsaputra, Indra (19 de dezembro de 2011). «Kawah Ijen: Between potential and threat». The Jakarta Post
- ↑ «Natural Pollution Caused by the Extremely Acidic Crater Lake Kawah Ijen, East Java, Indonesia» (PDF). University of Amsterdam, Faculty of Earth and Life Sciences
- ↑ Kourounis, George (julho de 2008). Boating on acid (documentário de TV) (em inglês). Angry Planet. Em cena em 03:59. Consultado em 6 de junho de 2017
- ↑ a b «From Wanderlust». East Java Tourist Agency Site. bromoeastjava.com
- ↑ Howard, Brian Clark. «Stunning Electric-Blue Flames Erupt From Volcanoes»
- ↑ Schrader, Robert. «The Dark Secret of Indonesia's Blue-Fire Volcano». leaveyourdailyhell.com
- ↑ «Think your work is hell? Thank your lucky stars you didn't have to mine sulphur for 12 hours in a volcano crater filled with toxic fumes that will probably kill you before you are 30». Daily Mail. 16 de outubro de 2012
- ↑ Grunewald, Olivier (8 de dezembro de 2010). «Kawah Ijen by night». Boston Globe. Consultado em 11 de outubro de 2013
- ↑ «Kawah Ijen: Between potential & threat». The Jakarta Post. 19 de dezembro de 2011