João Paulo Cunha
João Paulo Cunha | |
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Deputado federal por São Paulo | |
Período | 1º de fevereiro de 1995 a 7 de fevereiro de 2014 |
Vereador em Osasco | |
Período | 1983 até 1988 |
Deputado estadual em São Paulo | |
Período | 1991 até 1994 |
Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil | |
Período | 2 de fevereiro de 2003 a 14 de fevereiro de 2005 |
Antecessor(a) | Efraim Morais |
Sucessor(a) | Severino Cavalcanti |
Dados pessoais | |
Nascimento | 6 de junho de 1958 (66 anos) Caraguatatuba, SP |
Nacionalidade | brasileiro |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[1] |
Partido | PT (1981–presente) |
Profissão | metalúrgico, político, advogado. |
João Paulo Cunha | |
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Crime(s) | corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro |
Pena | 9 anos e 4 meses de reclusão, multa no valor de R$ 370 mil |
João Paulo Cunha GOMM (Caraguatatuba, 6 de junho de 1958) é um ex-metalúrgico, advogado e político brasileiro filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi presidente da Câmara dos Deputados entre 2003 e 2005. Em agosto de 2012 foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Início
[editar | editar código-fonte]Filho de José Venâncio da Cunha e Izabel Ribeiro da Cunha. Aos seis anos sua família mudou-se para Osasco, região oeste da Grande São Paulo, onde João Paulo desenvolveu carreira profissional, como programador de produção e metalúrgico, e ampla militância nos movimentos sindicais e populares.
Participando do grupo de jovens da Pastoral da Juventude, integrou-se aos movimentos sociais e sindicais. Militou nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), da Igreja Católica, organizando e integrando o Centro de Defesa dos Direitos Humanos, no final da década de 1970. Trabalhou como metalúrgico na Braseixos, dedicando-se às causas populares, e na organização dos operários, contribuindo para criar a Oposição Sindical Metalúrgica em Osasco. Cursou a Escola de Governo, coordenada pelo professor Fábio Konder Comparato.
Vereador em Osasco
[editar | editar código-fonte]Foi um dos fundadores da Executiva Municipal de Osasco do PT, a que se filiou em 1981.[2] Em 1982, aos 24 anos, foi eleito a uma cadeira na Câmara de Vereadores da cidade. O mandato foi marcado pela fiscalização dos atos do executivo e pela defesa e estimulo à organização e participação popular, liderando, entre outras, as conquistas dos primeiros movimentos por moradia na cidade. Em 1986 tornou-se líder da Executiva Municipal do PT em Osasco e dois anos mais tarde foi candidato do partido à prefeitura.
Deputado estadual
[editar | editar código-fonte]Em 1990 foi eleito deputado estadual e já ocupou a liderança do partido logo no primeiro ano do mandato na Assembleia Legislativa. Destacou-se na fiscalização do governo estadual, encaminhando à Justiça diversas denúncias de mau uso das verbas públicas.
Deputado federal
[editar | editar código-fonte]Quatro anos depois, foi eleito pela primeira vez deputado federal, fazendo um mandato marcado pela defesa de uma reforma política para democratizar e aprimorar o sistema partidário e eleitoral brasileiro. Foi eleito presidente do diretório estadual do PT em 1995. No ano seguinte foi novamente candidato à prefeitura de Osasco, não sendo eleito.
Presidência da Câmara
[editar | editar código-fonte]Em 2002 elegeu-se para o terceiro mandato como deputado federal, com quase duzentos mil votos em boa parte das cidades do estado de São Paulo. Foi presidente da Câmara dos Deputados nesse período, cargo para o qual recebeu 434 votos, em 2 de fevereiro de 2003. À frente do Legislativo nacional, trabalhou para agilizar os debates e votações de modo a contribuir para a resolução dos graves problemas nacionais, como verificado na aprovação do Estatuto do Idoso, do Estatuto do Desarmamento e da Lei de Falências.
Em 2005, foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1]
Mensalão
[editar | editar código-fonte]No período em que ocupava a presidência da Câmara, foi acusado de participação no escândalo do mensalão[3] entre outras coisas ao se descobrir um saque em nome da sua esposa, Márcia Regina Milanésio Cunha, no valor de cinquenta mil reais no Banco Rural.
Dois assessores do deputado e a sua esposa estiveram no Banco Rural no Brasília Shopping. O deputado disse à CPMI dos Correios que sua mulher foi ao banco pagar uma prestação de TV a cabo. A diretora financeira da SMPB (empresa de Marcos Valério), Simone Vasconcelos, disse à Polícia Federal que João Paulo Cunha recebeu duzentos mil reais de ajuda do empresário. Em seguida, documentos enviados pelo Banco Rural mostraram que a esposa de Paulo Cunha sacou cinquenta mil reais. Marcos Valério retificou a lista de Simone Vasconcelos e disse que Cunha recebeu só cinquenta mil reais, porém não explicou onde foram parar os outros 150 mil reais.
Ele foi absolvido por seus colegas na Câmara[4], que rejeitaram o pedido do processo de cassação do mandato.[5] Réu condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.[3][6]
Novo mandato
[editar | editar código-fonte]Em 2006 foi eleito para seu terceiro mandato na Câmara dos Deputados, desta vez como o mais votado do PT em São Paulo e o segundo do Brasil. Nas eleições de 2010 foi novamente o mais votado do PT em São Paulo.[7]
Em 16 de fevereiro de 2011 foi indicado pelo PT para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.[8]
Condenação
[editar | editar código-fonte]Réu no processo do Mensalão (Ação Penal 470), foi julgado culpado pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, praticados quando presidiu a Câmara dos Deputados (2003-2005). Recebeu apenamento total de nove anos e quatro meses de reclusão, além de multa no valor de 370 mil reais. Candidato a prefeito de Osasco em 2012, teve que renunciar no meio da campanha por pressão da cúpula do PT, para evitar desgastes na candidatura de Fernando Haddad a prefeito em São Paulo. Aguarda o trânsito em julgado da pena para cumprir ao menos um ano e seis meses de prisão em regime totalmente fechado, sendo provavelmente mandado ao regime semiaberto após esse prazo. Por ter a suspensão de seus direitos políticos, poderá ter seu mandato de deputado federal cassado antes da prisão, após o STF analisar os últimos recursos de natureza técnica.[9]
Escândalo das passagens aéreas
[editar | editar código-fonte]Em 2016 foi denunciado por sua participação no Escândalo das passagens aéreas, teria emitido passagens de sua cota parlamentar para ele, a mulher e a filha viajarem à Bariloche, cidade argentina famosa por suas estações de esqui.[10]
Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 11 de fevereiro de 2005.
- ↑ Aline Ribeiro (5 de fevereiro de 2014). «Ascensão e queda de João Paulo Cunha». Época. Globo
- ↑ a b «Mensalão: STF recebe denúncia contra João Paulo Cunha por lavagem de dinheiro». Ministério Público da União (MPU). Consultado em 14 de dezembro de 2010
- ↑ «Mensalão: acusação é absurda, diz João Paulo Cunha». Portal Terra. 17 de dezembro de 2007. Consultado em 14 de dezembro de 2010
- ↑ «João Paulo Cunha é absolvido pela Câmara». UOL notícias. 5 de abril de 2006. Consultado em 14 de dezembro de 2010
- ↑ «STF julga o caso do mensalão - João Paulo Cunha». Portal Terra. Consultado em 14 de dezembro de 2010
- ↑ «Confira os deputados federais mais votados em SP». G1. 4 de outubro de 2010. Consultado em 14 de dezembro de 2010
- ↑ «PT escolhe João Paulo Cunha para presidir CCJ da Câmara». O Globo. 16 de fevereiro de 2011. Consultado em 17 de fevereiro de 2011
- ↑ «João Paulo Cunha é condenado a 9 anos e 4 meses pelo STF». Portal R7. 28 de novembro de 2012
- ↑ «Farra das passagens envolveu partidos da base de Temer e oposição; relembre». Folha de S.Paulo. 4 de novembro de 2016. Consultado em 10 de novembro de 2016
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Página oficial»
- «Perfil». no sítio da Câmara dos Deputados
- «Escândalo do Mensalão/Hora das Conclusões - Folha de S.Paulo»
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- Políticos do Brasil que renunciaram ante denúncias
- Políticos do Brasil condenados
- Condenados por corrupção
- Escândalo das passagens aéreas
- Grandes-Oficiais da Ordem do Mérito Militar
- Pessoas relacionadas ao Escândalo do Mensalão