Omã Português
Omã Português refere-se ao período durante o qual o território esteve sob domínio português, entre 1507 e 1656.
A região foi conquistada por forças portuguesas sob o comando de Afonso de Albuquerque em 1507, e permaneceu sob domínio português até serem expulsos pelos Ya'rubids.
História 1507–1622
[editar | editar código-fonte]No início do século 16, Omã era uma província do Reino de Ormuz, governada por seus governadores.
Em 1507, o capitão-mor português dos mares da Arábia Afonso de Albuquerque conquistou as cidades costeiras de Omã com uma esquadra de seis navios e cerca de 500 homens, impondo o pagamento de um tributo em troca de governo autónomo.[1][2][3][4] Em 1515, como Governador da Índia Albuquerque capturou a própria cidade de Hormuz, junto à entrada do Golfo Pérsico, e erigiu nela o Forte de Nossa Senhora da Conceição. Ormuz e as suas províncias foram assim reduzidas a um protetorado português e, desde então, comerciantes e guarnições militares portuguesas foram estabelecidas em Omã, principalmente Mascate, devido ao seu porto abrigado de águas profundas.
Em 1523, Sohar rebelou-se, mas foi pacificada por Dom Luís de Menezes, enquanto Mascate e Qalhat rebelaram-se em 1526, mas foram igualmente pacificadas.[5]
Mascate foi invadida por frotas otomanas em 1546, 1551 e novamente em 1581. Os portugueses fortificaram a cidade em seu rescaldo, concluindo os fortes "Almirante" (Al-Mirani) e "São João" (Jalali) em 1588.[6] Um forte foi erguido em Corfação em 1621.[5]
Em 1622, Ormuz foi capturado por Safavid Persia com a ajuda da Companhia Inglesa das Índias Orientais. O Reino de Ormuz foi dissolvido e os portugueses deslocaram as suas forças para Omã, que ficou sob o domínio direto de um capitão-general português, sediado em Mascate. A partir de Omã, os portugueses não só desenvolveram o comércio na região, mas também realizaram ataques na costa persa e a navegação inglesa ou holandesa no Golfo.
Julfar foi capturado pelos Yarubids em 1633.[7] Sohar seguido em 1643.[8] Mascate foi sitiada pelos Yarubids em 1648, e tratado de paz negociado com os portugueses, mas a cidade foi novamente atacada dois anos depois e caiu. Em 1656, os portugueses evacuaram Khasab, pondo fim ao domínio português na região.
Fortalezas portuguesas em Omã
[editar | editar código-fonte]Ao longo da costa de Omã, os portugueses ergueram fortes e instalaram guarnições para defender o território das incursões de piratas, persas e tribos árabes locais do interior.
- Fortaleza de Mascate – Mascate – quartel-general do capitão-general português do mar de Ormuz responsável por todas as operações portuguesas em Omã, Golfo Pérsico e Mar Vermelho.
- Forte de Borca – Borca (Omã)
- Calaiate – Qalhat
- Cassapo – Khasab
- Forte de Curiate – Qurayyat
- Forte de Doba – Doba
- Dubo – Dubo
- Julfar – Julfar
- Forte de Libédia – Al Badiyah
- Forte de Mada – Madha
- Forte de Matara – Muttrah
- Mocombira – Mocombi
- Forte de Corfação – Khor Fakkan
- Forte de Sibo – Seebe
- Forte de Soar – Sohar
- Forte de Quelba – Kalba
Galeria
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Libedia
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Quelba
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Corfação
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Curiate
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Sibo
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Dibba
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Soar
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Barros, João de, Década Segunda da Ásia p. 95
- ↑ Barros, pg 101
- ↑ Afonso de Albuquerque, in Cartas de Afonso de Albuquerque, Seguidas de Documentos que as Elucidam Volume I. Raymundo António de Bulhão Pato, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias de Lisboa 1884, pp. 9–10
- ↑ Afonso de Albuquerque, in Cartas de Afonso de Albuquerque, Seguidas de Documentos que as Elucidam Volume I. Raymundo António de Bulhão Pato, Lisboa, Typ. da Academia Real das Sciencias de Lisboa 1884, p. 10
- ↑ a b Fort of Nossa Senhora da Conceição de Hormuz, in Fortalezas.org
- ↑ Ana Catarina Gonçalves Lopes, Jorge Manuel Simões Correia: DAS FORTIFICAÇÕES PORTUGUESAS EM MASCATE: ANÁLISE MORFOLÓGICA E TERRITORIAL in GENIUS LOCI – LUGARES E SIGNIFICADOS | PLACES AND MEANINGS – VOLUME 2 by Centro de História de Além-Mar, Nova University of Lisbon, p.223
- ↑ Davies 1997, p. 59.
- ↑ Beck 2004.
- Davies, Charles E. (1 de janeiro de 1997). The Blood-red Arab Flag: An Investigation Into Qasimi Piracy, 1797–1820. [S.l.]: University of Exeter Press. ISBN 978-0-85989-509-5. Consultado em 11 de novembro de 2013
- Beck, Sanderson (2004). «East Africa, Portuguese, and Arabs». Middle East & Africa to 1875. [S.l.: s.n.] Consultado em 11 de novembro de 2013