Legislação do Reino Unido
O Reino Unido não tem um sistema jurídico único devido ao ato de união dos países anteriormente independentes, cujo artigo 19 do Tratado da União Britânica garante a continuação da existência do distinto sistema jurídico da Escócia. Hoje o Reino Unido tem três sistemas jurídicos: o direito inglês, a Lei da Irlanda do Norte e o direito escocês. As recentes alterações constitucionais deram lugar a uma nova Suprema Corte no Reino Unido que entrou em vigor no dia 1 de outubro de 2009 assumindo o papel do atual Comitê de Apelação da Câmara dos Lordes, nos processos jurídicos, obedecendo as novas leis da Reforma Constitucional de 2005.[1] O Comitê Judicial do Conselho Privado, é composto, tradicionalmente, pelos mesmos membros do Comitê de Apelação da Câmara dos Lordes, e foi o mais alto tribunal de recurso para vários países independentes do Commonwealth, dos territórios ultramarinos do Reino Unido, e das dependências da coroa britânica, contudo devido as reformas do Parlamento, a Câmara sofreu uma redução de sua ação sobre os tribunais britânicos.[2]
Por país
[editar | editar código-fonte]O direito inglês, que se aplica na Inglaterra e Gales, e a Lei da Irlanda do Norte são baseadas nos princípios do direito comum. A essência do direito comum é que a lei é aplicada por juízes, situados em tribunais, utilizando o senso comum e seus conhecimentos do precedente legal (stare decisis) para os fatos anteriores a eles.[3] Os Tribunais de Inglaterra e País de Gales são chefiados pelo Supremo Tribunal da Judicatura da Inglaterra e do País de Gales, que consiste no Tribunal de Apelação, a Suprema Corte da Justiça (para os processos civis) e os Corte da Coroa (para os casos penais). O Comitê de Apelação da Câmara dos Lordes (normalmente apenas referidas como The House of Lords) é atualmente o maior órgão jurisdicional, tanto para casos criminais como os civis na Inglaterra, Gales, e Irlanda do Norte, e qualquer decisão dessa corte sobrepõe a de todos os outros tribunais da hierarquia.[4]
A violência na Inglaterra e no País de Gales aumentou no período entre 1981 e 1995, mas depois do pico em 1995, houve uma diminuição de 48% na criminalidade comparada a 2007/08.[5] Apesar da queda na taxa de criminalidade, a população carcerária de Inglaterra e País de Gales quase duplicou no mesmo período, para mais de 80 000, dando a Inglaterra e País de Gales a maior taxa de encarceramento na Europa Ocidental de 147 para cada 100 000.[6] O serviço prisional britânico, parte do Ministério da Justiça, administra a maior parte das prisões na Inglaterra e País de Gales.[7]
O direito escocês é um sistema híbrido baseado nos princípios do Direito Civil e do Direito Comum. Os tribunais máximos são o Tribunal de Sessão, para os processos cíveis, e o Tribunal Superior de Justiça, para os casos criminais. O Comitê de Apelação da Câmara dos Lordes também serve como o mais alto tribunal de recurso para os processos civis na Escócia, mas apenas no caso do Tribunal de Sessão conceder a autorização de recurso ou a sentença inicial for por decisão da maioria. Os Tribunais de Xerife lidam com a maior parte dos casos civis e criminais, incluindo as triagens penais, com um júri, conhecido como Corte solene, ou com um Xerife e sem júri, conhecido como Corte Sumária. Os Tribunais de Xerife proporcionam um tribunal local, com 49 tribunais organizada em toda os seis xerifados.[8]
O sistema jurídico escocês é único por ter três possíveis veredictos em um julgamento criminal: "culpado", "não culpado" e não-comprovado. Tanto "não culpado" e "não comprovado" resultam em absolvição, sem possibilidade de recurso. O Serviço Prisional Escocês (SPS, da sigla em inglês para Scottish Prisional Service) mantém as prisões na Escócia, que contêm cerca de 7 500 presos.[9] O Gabinete Secretário de Justiça é responsável pelo Serviço Prisional Escocês no Governo escocês.[10]
Legislação nacional
[editar | editar código-fonte]- Legislação inglesa (também se aplica ao País de Gales)
- Legislação escocesa
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Departamento de Assuntos Constitucionais (ed.). «Reforma constitucional: A Suprema Corte a favor do Reino Unido» (PDF). Consultado em 8 de fevereiro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 17 de janeiro de 2009
- ↑ «Role of the JCPC». Judicial Committee of the Privy Council. Consultado em 28 de abril de 2013
- ↑ Adeleye, Gabriel; Acquah-Dadzie, Kofi; Sienkewicz, Thomas; McDonough, James (1999). World dictionary of foreign expressions. Waucojnda, IL: Bolchazy-Carducci. p. 371. ISBN 978-0-86516-423-9
- ↑ «The Australian courts and comparative law». Australian Law Postgraduate Network. Consultado em 28 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 27 de maio de 2012
- ↑ BBC News, ed. (17 de julho de 2008). «Crimes registrados na Polícia caem 9%». Consultado em 8 de fevereiro de 2014
- ↑ BBC News, ed. (8 de fevereiro de 2008). «Novo recorde de alta da população carcerária». Consultado em 8 de fevereiro de 2014
- ↑ «Britain is 'surveillance society'». BBC News. 2 de novembro de 2006. Consultado em 6 de dezembro de 2010
- ↑ «Introduction». Scottish Courts. Consultado em 5 de outubro de 2008
- ↑ Scottish Prison Service, ed. (26 de junho de 2008). «População carcerária na sexta-feira». Consultado em 8 de fevereiro de 2014
- ↑ Samuel Bray (2005). «Not proven: introducing a third verdict». The University of Chicago Law Review. 72 (4): 1299. Consultado em 30 de novembro de 2013