Porta Setimiana
Porta Setimiana | |
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Vista interior | |
Vista exterior | |
Informações gerais | |
Tipo | Portão da cidade |
Construção | século III |
Promotor | Aureliano |
Website | http://www.sovraintendenzaroma.it/ |
Geografia | |
País | Itália |
Cidade | Roma |
Localização | Rione XIII - Trastevere |
Coordenadas | 41° 53′ 31,96″ N, 12° 28′ 03,4″ L |
Porta Setimiana |
Porta Setimiana (em italiano: Porta Settimiana) é um dos portões na Muralha Aureliana de Roma, Itália, localizado vértice norte de um triângulo formado pelos muros na região do Trastevere, perto do Janículo. É o único portão na muralha na margem direita do Tibre que permanece no local onde foi construído (apesar de restaurações e reconstruções), uma vez que a Porta Portuense foi demolida e a Porta de São Pancrácio foi movida e não é mais parte do traçado da muralha. É a partir da Porta Setimiana que começa a Via della Lungara.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Há diversas teorias sobre o significado de seu nome. Uma delas é uma referência à sua localização, ao norte do templo de Jano (Septentrio - "norte" - e Ianus - "Jano" - em latim). A mais recente hipótese leva em consideração a possibilidade de o nome ser uma referência a um monumento da época de Sétimo Severo, provavelmente um arco do aqueduto que trazia água para as termas dedicadas ao imperador ou à entrada dos Jardins de Geta (em latim: Horti Getae), os jardins pertencentes ao filho de Sétimo, Públio Septímio Geta, irmão de Caracala e co-imperador por um breve período, ou ainda um portão de fato que dava acesso à região do Trastevere, sem função militar. Neste caso, este portão seria pelo menos sessenta anos anterior à Muralha Aureliana.
Na Idade Média houve uma proliferação de lendas sobre o tema, incluindo uma que contava que Augusto, antes de se tornar imperador, teria composto sete hinos antes de realizar uma visita ao Templo de Jano ("septem Iano laudes").
História
[editar | editar código-fonte]Uma passagem de Lívio,[1] que não menciona o portão explicitamente, parece indicar que o portão teria sido construído na época da monarquia; porém, na época não havia muros na margem direita do Tibre (o primeiro foi construído em 87 a.C., mas tratava-se apenas de uma fortaleza protegendo a Ponte Sublício, o que torna esta interpretação pouco confiável.
Não há traços ou informações sobre a estrutura original, provavelmente apenas uma poterna. O portão que foi mencionado (de identificação incerta[2]) como ponto de encontro entre Lúcio Cornélio Cina e Caio Mário com seu exército durante a Guerra Social, mas nenhum outro documento o menciona novamente até 1123.
A importante via arterial que corria entre o rio o Janículo, começando na Porta Setimiana, passando pela Porta Santo Spirito até a Basílica de São Pedro (moderna Via della Lungara) era conhecida antigamente como Via Santa por seu importante papel de levar os peregrinos até o túmulo de São Pedro. A rua e o portão são mencionados em alguns documentos que remontam ao século XIV. Depois de uma reforma pelo papa Nicolau V em 1451, o papa Alexandre VI, em 1498, reconstruiu o portão e o ampliou por causa da crescente importância da Via Santa, uma obra que provavelmente exigiu que ele fosse elevado até o nível da rua no século XV e deu-lhe o aspecto atual. Na ocasião, uma inscrição, que fazia referência à Sétimo Severo segundo alguns relatos, se perdeu. Em 1643, durante a construção da Muralha do Janículo pelo papa Urbano VIII, um grande trecho da Muralha Aureliana na margem direita foi demolida e o portão foi incorporado pela nova muralha, perdendo suas funções militares e de controle de tráfego (apesar de sua aparência militar).
A última reforma, realizada pelo papa Pio VI em 1798, manteve a aparência, incluindo as ameias guelfas, uma característica anacrônica para um portão já completamente integrado ao aspecto urbano da região.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Lívio, Ab Urbe condita, I, 33.
- ↑ Apiano de Alexandria, Bell. Civ., I, 68.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Mauro Quercioli, ”Le mura e le porte di Roma”. Newton Compton Ed., Roma, 1982 (em italiano)
- Laura G. Cozzi, ”Le porte di Roma”. F.Spinosi Ed., Roma, 1968 (em italiano)