Saltar para o conteúdo

Peregrino Júnior

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Peregrino Júnior
Peregrino Júnior
Nascimento 12 de março de 1898
Natal
Morte 12 de outubro de 1983 (85 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Ocupação médico, jornalista

João Peregrino da Rocha Fagundes Júnior (Natal, 12 de março de 1898Rio de Janeiro, 12 de outubro de 1983) foi um jornalista, médico e escritor brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras.

Era filho do professor potiguar João Peregrino da Rocha Fagundes, e de D. Cornélia Seabra de Melo. Quando estudante secundário, na cidade natal, frequenta o Ateneu Rio-Grandense e a Escola Normal, ao tempo em que exerce o jornalismo. No jornal que fundou, chamado de “A Onda”, publicou um artigo com críticas ao diretor da Escola Normal e que também lecionava no Ateneu – resultando em sua expulsão de ambos os colégios e a mudança, a fim de poder prosseguir nos estudos – posto que vedado estava-lhe o acesso às escolas de Natal – para Belém.

Ainda em Natal fundou outros dois jornais: “A Gazeta de Notícias” e “O Espectador”. Chegando a Belém, em 1914, concluiu a formação básica no Ginásio Paes de Carvalho. Continuou no afã jornalístico, colaborando em vários periódicos da nova morada.

Mudou-se, em 1920, para o Rio de Janeiro, ali iniciando-se no meio jornalístico da capital do país. Trava relações culturais e escreve no “Gazeta de Notícias”, além de estrear na literatura. Trabalha na Central do Brasil, e prossegue o curso de medicina, que conclui em 1929.

Foi casado, desde 1926, com Wanda Acioly, cunhada do escritor Ronald de Carvalho.

Carreira médica e docente

[editar | editar código-fonte]

Após sua formatura, Peregrino Júnior torna-se interno na 20ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia, serviço do Prof. Antônio Austregésilo. Inicia a carreira como médico adjunto da Santa Casa, sendo depois chefe de enfermaria no Hospital Estácio de Sá. Fundou e dirigiu o serviço de endocrinologia na Policlínica do Rio de Janeiro, entidade que veio depois a presidir. Também foi o fundador e primeiro Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, Biotipologia e Nutrição.

Ingressa como docente na então denominada Faculdade Nacional de Medicina, lente de Clínica Médica e Biometria. Nessa instituição veio a tornar-se catedrático. Foi emérito da Universidade do Brasil e professor na Faculdade Fluminense de Medicina, tendo ainda lecionado na Escola Nacional de Educação Física e Desportos – ENEFD, atualmente a Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ, da qual foi ainda o Diretor. Integrou o Conselho Nacional de Desporto. Foi também membro da Academia Nacional de Medicina.[1]

Grande parte de sua produção é voltada para a medicina.

Literatura médica

[editar | editar código-fonte]

Extensa produção acadêmica foi a de Peregrino Júnior. Seus principais livros, nesta área, foram:

  • Ciática (patologia e clínica). (1935)
  • Vitaminologia (1936)
  • Biotipologia e Educação (1936)
  • Insuficiência Supra-renal no Impaludismo (1937)
  • Estudo Experimental das Polinevrites Tóxicas (1937)
  • Desenvolvimento Normal do Brasileiro (1943)
  • Alimentação - Problema Nacional (1942)
  • Biometria Aplicada à Educação (1942)
  • Biotipologia Pedagógica (1942)
  • Tireóide - Patologia e Clínica. (Prêmio Academia Nacional de Medicina) (1943)
  • Crescimento e Desenvolvimento (1949)
  • Alimentação e Cultura (1951)
  • Stress e Síndrome Geral da Adaptação (1955)

Instituições estrangeiras

[editar | editar código-fonte]

Foi membro da Sociedade Argentina para o Progresso da Medicina Interna, da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia.

Literatura e jornalismo

[editar | editar código-fonte]

A vida literária carioca esteve presente desde os primeiros momentos de sua mudança para a cidade: foi colega de trabalho, na Central do Brasil, de Pereira da Silva, que foi seu antecessor na ABL.

Sua produção literária, entretanto, não foi contínua: de 1938 a 1960 deixou-a em segundo plano. O mesmo não se verificou com a colaboração a jornais, bem como sua participação em eventos e instituições culturais, nacionais e estrangeiras – tendo sido integrante do Conselho Federal de Cultura e Presidente da União Brasileira de Escritores.

Emérito contador de casos, suas crônicas foram publicadas em vários jornais e revistas. Seu tema principal era a Amazônia. Também aventura pela crítica literária, organizando também antologias, como a do contraparente Ronald de Carvalho.

Bibliografia geral

[editar | editar código-fonte]
  • Vida Fútil (1923);
  • Jardim da Melancolia (1926);
  • O Cangaceiro Zé Favela (1928);
  • Um Drama no Seringal (1929);
  • Puçanga (1929);
  • Matupá (1933);
  • Histórias da Amazônia (1936);
  • Interpretação Biotipológica das Artes Plásticas (1936);
  • Doença e Constituição de Machado de Assis (1938);
  • Testamento de uma Geração (1944);
  • O tempo Interior na Poesia Brasileira (1946);
  • O Movimento Modernista (1954);
  • Origem e Evolução do Simbolismo (1957);
  • Biografia de João Francisco Lisboa (1957);
  • Panorama Cultural da Amazônia (1960);
  • Ronald de Carvalho - Poesia e Prosa. Seleção crítica (1960);
  • A Mata Submersa (1960);
  • José Lins do Rego - Romance. Seleção crítica (1966);
  • Três Ensaios (1969);
  • Língua e Estilo de José Lins do Rego (1968).

Academia Brasileira de Letras

[editar | editar código-fonte]

Foi o sexto ocupante da cadeira 18, que tem por patrono João Francisco Lisboa. Eleito em 4 de outubro]] de 1945, tomou posse em 25 de julho de 1946, recebido por Manuel Bandeira.

Referências

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]


Precedido por
Pereira da Silva
ABL - sexto acadêmico da cadeira 18
1945 — 1983
Sucedido por
Arnaldo Niskier


Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.