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Piatã

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 Nota: Para outros significados, veja Piatã (desambiguação).

Piatã
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Piatã
Bandeira
Brasão de armas de Piatã
Brasão de armas
Hino
Gentílico piatãense[1]
Localização
Localização de Piatã na Bahia
Localização de Piatã na Bahia
Localização de Piatã na Bahia
Piatã está localizado em: Brasil
Piatã
Localização de Piatã no Brasil
Mapa
Mapa de Piatã
Coordenadas 13° 09′ 07″ S, 41° 46′ 22″ O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Abaíra, Boninal, Novo Horizonte, Mucugê e Rio do Pires
Distância até a capital 572 km
História
Fundação 25 de maio de 1842 (182 anos)
Emancipação 11 de julho de 1878 (146 anos)
Administração
Distritos
Prefeito(a) Marcos Paulo Santos Azevedo (PDT, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [3] 1 825,857 km²
 • Área urbana (IBGE/2019[3]) 5,39 km²
População total (2024) [4] 20 859 hab.
Densidade 11,4 hab./km²
Clima Clima tropical de altitude ou Oceânico (Cfb)
Altitude 1280 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[5]) 0,571 baixo
PIB (IBGE/2021[6]) R$ 242 782,90 mil
PIB per capita (IBGE/2021[6]) R$ 14 405,06
Sítio piata.ba.gov.br (Prefeitura)

Piatã é um município brasileiro do estado da Bahia, localizado na Chapada Diamantina. Sua população, segundo estimativa do IBGE em 2024 era de 20 859 habitantes.[4]

É o município mais alto e frio de toda a Região Nordeste do Brasil.[7][8] Sua sede municipal está a uma altitude de 1.280 m, superando outros municípios serranos baianos, como Morro do Chapéu, Maracás, Rio de Contas, Barra do Choça, Lagedo do Tabocal, Itiruçu, Ibicoara, Mucugê, Barra da Estiva e Vitória da Conquista.

"Piatã" é um nome com origem na língua tupi: significa "pé duro", através da junção dos termos py (pé) e atã (duro).[9][10]

Origens e povoamento

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Originalmente, a região era habitada por indígenas tapuias, das etnias dos maracás e cariris.[11]

Em meados do século XVI, Mem de Sá, então governador-geral do Brasil, enviou o explorador Vasco Rodrigues de Caldas para explorar o interior da Bahia e encontrar ouro. Partindo de Salvador, Vasco chegou à atual hoje é Andaraí, mas não encontrou o minério.[11]

A partir de meados do século XVII, a região da Chapada Diamantina foi desbravada por bandeirantes paulistas, à procura de ouro. Nas suas explorações, descobriram, no final do século, um quilombo situado entre as serras de Santana e da Tromba.[11][12]

No início do século XVIII, foi descoberto ouro na região de Piatã, o que atraiu muitos forasteiros para minerá-lo, entre portugueses, paulistas e baianos. Estes desbravadores se fixaram em fazendas e entraram em conflito com os indígenas.[11]

Na década de 1720, Pedro Barbosa Leal foi encarregado pelo então governador-geral do Brasil, Vasco Fernandes César de Meneses, para construir uma estrada ligando as vilas de Minas do Rio de Contas e Jacobina. Nas margens deste caminho, entre 1725 e 1726, foi erguida, entre as serras de Santana e da Tromba, em terreno cedido por João de Moraes Barros, uma capela em louvor a Bom Jesus, no local em que atualmente se situa a matriz de Piatã, e, ao seu redor, formou-se o povoado de Bom Jesus dos Limões (atual Piatã), pertencente à vila de Minas do Rio de Contas.[11][13]

Outro nome bastante importante da história regional é o de Antônio Veloso da Silva, que provavelmente era português. Este explorador teve intensa atuação nestes sertões no combate aos indígenas bravios e negros fugidos. Em 1732, foi encarregado da missão de descer o rio de Contas e conduzir ouro até a casa de fundição da vila de Minas do Rio de Contas, além de abrir um melhor caminho às minas da região de Piatã. Em 1738, travou um violento combate entre os indígenas em um trecho do rio, ali fundando uma fazenda de gado, no local onde hoje se situa a cidade de Jussiape.[12]

Com o fim da mineração, no final do século XVIII, o povoado de Bom Jesus dos Limões começou a se esvaziar, com os seus habitantes se instalando em propriedades rurais na região.

Com a descoberta de jazidas de diamantes em Mucugê, Andaraí, Lençóis e Palmeiras, em meados do século XIX, muitos habitantes da região de Piatã migraram para essas minas.

Formação administrativa

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Em 25 de maio de 1842, a lei provincial nº 169 criou, dentro da vila de Minas do Rio de Contas, a freguesia de Bom Jesus do Rio de Contas. Pela lei provincial nº 1.813, de 11 de julho de 1878, esta freguesia foi emancipada e elevada à categoria de vila.[14]

Posteriormente, a vila de Bom Jesus do Rio de Contas seria elevada à categoria de cidade.[14]

A Lei Municipal n° 31, de 29 de junho de 1916, aprovada pela Lei Estadual n° 1162 de 9 de agosto do mesmo ano, criou, dentro de Bom Jesus do Rio de Contas, o distrito de Ipiranga.[14]

Em 8 de julho de 1931, com o decreto estadual nº 7479, Bom Jesus do Rio de Contas passou a denominar-se Anchieta. Já em 29 de maio de 1934, o decreto-lei estadual nº 8940 criou o distrito de Cabrália. Em 31 de dezembro de 1943, o decreto-lei estadual nº 141 alterou o nome do distrito-sede e município de Anchieta para Piatã e do distrito de Ipiranga para Inúbia.[14]

Por meio do Decreto-lei estadual n° 519, de 19 de junho de 1945, foi criada a Comarca de Piatã, desmembrada da de Rio de Contas.[13]

A lei estadual nº 1622, de 22 de fevereiro de 1962, desmembrou do município de Piatã os distrito de Abaíra e Catolés para formar o território do novo município de Abaíra.[14]

A lei estadual nº 1688, de 23 de abril de 1962, desmembrou de Piatã os distrito de Boninal e Bastião para constituir o novo município de Boninal.[14]

Cachoeira do Patrício, no município de Piatã.

O município de Piatã está situado na região das montanhas da Chapada Diamantina, em altitudes superiores a 800 m. Sua sede municipal está a uma altitude de 1280 metros, sendo o município mais alto da Bahia e do Nordeste e o 15ª mais alto do Brasil.[12][15]

Devido à sua altitude, Piatã é considerada uma das cidades mais frias do Nordeste brasileiro. A cidade possui um clima oceânico (Cfb, segundo a classificação climática de Köppen-Geiger).[16] A cidade possui verão úmido e fresco, devido às frentes frias oriundas do sul e do sudeste. No verão e final da primavera, as temperaturas máximas ficam em torno de 28 °C nos meses mais quentes. Julho é o mês mais frio, com uma temperatura média de 16,8 °C.[16]

Segundo dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no município, em operação desde maio de 2008, a menor temperatura registrada em Piatã foi de 9,3 °C em 31 de agosto de 2022 e a maior atingiu 34,4 °C em 27 de dezembro de 2023. O menor índice de umidade relativa do ar ocorreu nos dias 19 de outubro de 2019, 15 de setembro de 2021, 11 de setembro de 2022 e 25 de dezembro de 2023, de apenas 7%, caracterizando estado de emergência. Por sua vez, a maior rajada de vento chegou a 21,5 m/s (77,4 km/h) em 17 de junho de 2020.[17][18]

Dados climatológicos para Piatã, Bahia
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 32,1 32,2 33,2 32,8 30,2 30,3 28,8 30,7 33,8 33,3 33,2 34,4 34,4
Temperatura máxima média (°C) 26,6 26,6 27 25,3 23,8 22,5 21,7 22,9 25,1 26,7 25,8 26,5 25
Temperatura média (°C) 21,7 21,9 22,2 21,1 19,7 18,4 17,5 18,1 19,6 21,3 21,2 21,7 20,4
Temperatura mínima média (°C) 16,9 17,2 17,4 16,8 15,6 14,3 13,2 13,3 14,2 15,9 16,7 16,9 15,7
Temperatura mínima recorde (°C) 13,7 13,9 14,3 13 11,4 10,1 9,6 9,3 10,5 11,5 12,9 13,7 9,3

Fontes: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (recordes de temperatura: 03/05/2008-presente)[17][18]

A população de Piatã, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 20 086 habitantes, e sua densidade demográfica é de 11,00 habitantes por quilômetro quadrado.[19]

Igreja Matriz do Bom Jesus, no centro da cidade de Piatã e importante patrimônio histórico da cidade.

Patrimônio Material

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Piatã possui dois exemplares de arquitetura religiosa tombados na esfera estadual: a Capela Nossa Senhora do Rosário e a Igreja Matriz do Bom Jesus.[20] Esta última foi criada como uma capela em meados do século XVIII e transformada em matriz no ano de 1842.

Patrimônio imaterial

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A população piatanense foi formada pela mistura entre portugueses, indígenas e negros. As influências dos três também está presente na cultura do município, como na Folia de Santos Reis realizada em algumas comunidades rurais entre a véspera de Natal e o dia 6 de janeiro, quando comemora-se o Dia de Reis.[11][12]

As festividades religiosas também são importantes para a população de Piatã. Entre elas, destacam-se os eventos relacionados à Semana Santa, como a vigília realizada na passagem de quinta para a Sexta-Feira Santa, quando a população realiza a subida da Serra de Santana com passagem pela Capela do Senhor do Bonfim, reproduzindo a Via Sacra.[21]

Comunidades quilombolas

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Piatã conta com comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares como remanescentes de comunidades quilombolas, com base em critérios de autodeclaração, ancestralidade negra e relatos históricos desses grupos. Esta certificação envolve dados sobre os troncos familiares, as manifestações culturais tradicionais, festividades religiosas e atividade produtiva.[22]

Em Piatã, estas comunidades, situadas nas áreas rurais, são: Palmeira, Machado, Tijuco e Capão Frio, Capão, Carrapicho, Mutuca, Sítio dos Pereira, Barreiro, Caiçara, Ribeirão de Cima, Ribeirão do Meio e Tamburil.[23]

Sítios arqueológicos

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Piatã conta com três sítios arqueológicos do tipo rupestre: Lapa dos Tapuias, Serra Grande e Três Morros.[24]

Referências

  1. «Cidades e Estados». IBGE. Consultado em 24 de outubro de 2023 
  2. Dados de Piatã segundo o IBGE
  3. a b IBGE Cidades. «Panorama - Piatã (BA)». Consultado em 24 de outubro de 2023 
  4. a b «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação - IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 13 de setembro de 2024 
  5. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 11 de agosto de 2013 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios - Piatã (BA)». IBGE Cidades. Consultado em 2 de março de 2024 
  7. «Piatã». Bahia!. Consultado em 24 de outubro de 2023. Arquivado do original em 2 de julho de 2014 
  8. «Piatã é a cidade mais fria da Bahia e temperaturas podem chegar a 3 graus». iBahia. 23 de julho de 2014. Consultado em 23 de julho de 2014 
  9. NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. 3ª edição. São Paulo. Global. 2005. 463 p.
  10. FRANÇA, I. VisitePiatã.com. Disponível em http://visitepiata.webnode.com.br/cidade/historia/. Acesso em 14 de junho de 2013.
  11. a b c d e f NASCIMENTO, Ildimar França (2009). E viva Santo Reis: um estudo sobre manifestações culturais em Piatã/Abaíra, Chapada Diamantina, Bahia (PDF). Salvador: UFBA. 121 páginas. Consultado em 10 de abril de 2022 
  12. a b c d «Dados Municipais de Piatã». Câmara Municipal de Piatã. Consultado em 10 de abril de 2022 
  13. a b FERREIRA, J. P. et. al (1958). Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (PDF). 21. Rio de Janeiro: IBGE. pp. 111–114 
  14. a b c d e f «Piatã (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 24 de outubro de 2023 
  15. ANDRADE, Charles. As 30 cidades mais altas do Brasil. Disponível em [1]. Acesso em agosto de 2017
  16. a b «Clima Piatã: Temperatura, Tempo e Dados climatológicos». Climate-Data. Consultado em 20 de outubro de 2020 
  17. a b Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). «Estação: PIATÃ (A430)». Consultado em 19 de julho de 2020 
  18. a b INMET. «Gráficos horários de estações automáticas». Consultado em 19 de julho de 2020 
  19. «Piatã (BA) | Cidades e Estados | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 25 de outubro de 2023 
  20. «Piatã». Sistema de Informações do Patrimônio Cultural da Bahia. Consultado em 31 de março de 2023 
  21. «Semana Santa – Uma opção de passeio mais perto do céu». Prefeitura Municipal de Piatã. 15 de abril de 2019. Consultado em 9 de abril de 2023 
  22. «Piatã - Conjunto de quilombos». iPatrimônio. Patrimônio Cultural Brasileiro. Consultado em 31 de março de 2023 
  23. «Comunidades remanescentes quilombolas certicadas. Versão 2022.» (PDF). Palmares Fundação Cultural. Consultado em 31 de março de 2023 
  24. Etchevarne, Carlos; Pimentel, Rita (2011). Patrimônio Arqueológico da Bahia. (PDF). Salvador: SEi. p. 159 
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