Raça Negra
Raça Negra | |
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O grupo em apresentação em Taguatinga, DF | |
Informação geral | |
Origem | São Paulo, SP |
País | Brasil |
Gênero(s) | |
Período em atividade | 1983–atualmente |
Gravadora(s) | |
Integrantes | Luiz Carlos[1][2] Fernando Monstrinho Fininho |
Ex-integrantes | Edson Café Gabu Paulinho Fena Irupê Fabinho César Júlio Vicente |
Página oficial | http://www.bandaracanegra.com.br/ |
O Raça Negra é um grupo de pagode formado na cidade de São Paulo em 1983.
É um dos grupos pioneiros do desenvolvimento da vertente romântica do gênero. Com um estilo de samba carregado de romantismo, influenciado também pelo pagode.
Lançando um disco a cada ano, emplacaram inúmeros sucessos como “Cigana”, “Doce Paixão” e “Cheia de Manias” e deu início à era do pagode, o samba paulista, que invadiria as rádios populares no início dos anos 90. Lançou mais de dezoito discos. O sucesso se manteve por boa parte da década e a banda chegou a ter o maior cachê cobrado por um show nacional na década de 1990.
O Raça Negra é um dos artistas que mais venderam no Brasil, com mais de 16 milhões de gravações comercializadas.[3]
História
[editar | editar código-fonte]Com liderança do vocalista Luiz Carlos, seu início se deu na periferia da Zona Leste de São Paulo, no bairro Vila Nhocuné[4], em 1983, com um trio, ao lado de Paulinho[5] e Fena. Formaram o grupo "A Cor do Samba", mas como o nome acabou gerando piadas maldosas, por sugestão dos fãs já acompanhavam o grupo em suas apresentações no Bar do Coalhada[4][5], deram a sugestão de banda Raça Negra, que assim passou a se chamar. A banda Raça Negra, que tocava músicas de outros cantores em ritmo de samba, como Tim Maia, Jorge Ben Jor e Cassiano[4], aos poucos foi juntando seus integrantes. Gravaram uma fita, foram em busca de gravadoras e depois de algum tempo foram descobertos pelo produtor musical Antônio Carlos de Carvalho[6], da gravadora RGE, que se interessou pelo trabalho após assistir uma apresentação da banda no Bar Channel, em São Paulo.[4]
Assinaram contrato em 1990 e gravaram seu primeiro disco (já com sete integrantes) em 1991[5], oito anos depois de ser criada.[4][7] Neste primeiro trabalho, Raça Negra - Vol. 01, fez sucesso a música "Caroline"[5][8], de Luiz Carlos, o que fez o grupo receber convites para se apresentar em programas de televisão do Rio de Janeiro e São Paulo. Outro destaque do trabalho foi "Quero ver você chorar".[5] A partir daí as propostas de shows aumentaram e o grupo passou a se apresentar em várias capitais do país.
O segundo LP foi lançado em 1992, e fez sucesso com as músicas ‘’É o Amor’’ da dupla sertaneja Zezé de Camargo & Luciano; ’’Pensando em você" (Luiz Carlos/Maia); e principalmente ‘’Cigana’’ (Gabu), que foi uma das mais tocadas no Brasil.[7]
No terceiro LP, do mesmo ano, vieram "Será" de Renato Russo e "Cheia de Manias", um dos maiores clássicos do grupo até hoje.
O LP em 1993 foi marcado pelas músicas ‘’Ciúme de você‘’, ‘’Estou mal", ‘’Doce paixão’’ e ‘’Quando Te Encontrei‘’.
A música de trabalho do álbum de 1994 foi uma regravação do rock brasileiro ‘’Pro dia nascer feliz’’, de Cazuza, que levou o banda mais uma vez ao top dos sucessos e a participar de uma campanha nacional que alertava a população quanto os perigos da AIDS.
Em 1995, a canção "É Tarde Demais" entrou para o Livro dos Recordes Guinness como a música mais tocada em 1 único dia no mundo: 600 vezes em 20 de julho.[9][10][11][12][13] No mesmo ano, a banda reuniu 1 milhão e 500 mil pessoas em um único show para o Dia dos Trabalhadores no Vale do Anhangabaú, em São Paulo[11][12][13] (principalmente na época, um dos maiores públicos que já houve no Brasil e dos poucos não tão atrás de Rod Stewart no réveillon de 1994 em Copacabana; quando compareceram 3,5 milhões de pessoas[14]). Nos Estados Unidos, reuniu 700 mil pessoas em uma praça pública. Em Angola, na capital nacional Luanda, no Estádio da Cidadela; reuniu mais de 80 mil pessoas, em um show que durou mais de 4 horas.[15]
Em 1998, veio o nono LP e, em meados de 1999 o CD Raça Negra Ao Vivo pela gravadora Universal, voltando as paradas de sucesso com a canção "Deus Me Livre", regravação do sucesso de Ataíde & Alexandre. Neste disco, a banda regravou alguns de seus sucessos "Estou mal" (Luiz Carlos e Antônio Carlos de Carvalho) e "Preciso dar um tempo (Luiz Carlos e Elias Muniz).
Em 2002, a Banda Raça Negra em "Dueto" com Neguinho da Beija-Flor, interpretou "Talismã" no disco "Os melhores do ano III, da gravadora Indie Records. Neste mesmo ano foi lançado o livro "Velhas Histórias", memórias futuras, (Editora Verz de Eduardo Granja Coutinho. Neste livro o autor faz várias referências a banda e, neste mesmo ano, lançou o CD Raça Negra Samba Jovem Guarda, que teve a presença de Erasmo Carlos na faixa "O Bom" e foram inclusos vários sucessos da fase áurea da Jovem Guarda, todos em ritmos de samba.
Em 2003, como convidado, Neguinho da Beija Flor, participa do disco "Duetos" no qual a Banda interpretou "Talismã". Neste mesmo ano, comemora-se 20 anos de carreira da Banda Raça Negra e foi lançado o cd "A vida por um beijo", disco que contou com oito composições inéditas de Luiz Carlos, entre elas, uma versão de "I Don’t want to talk about it" sucesso de Rod Stewart e liberada pelo próprio cantor, que na versão de Luiz Carlos ganhou o nome de "Vem me amar".
Em 2004, foi lançado o DVD em Fortaleza patrocinado pela Universal, onde até então os artistas eram os principais responsáveis financeiramente pelo lançamento de seus DVDs.
Em 2009, surge então o novo trabalho da Banda Raça Negra, o CD Boa Sorte, com músicas inéditas.
Em 20 de janeiro de 2014, o ônibus em que grupo viajava tombou na BR-101, no município de Goiana, na Grande Recife; havia deixado seis músicos levemente feridos.[16]
Gravado em março de 2022 em Florianópolis, O Mundo Canta Raça Negra contou com canções inéditas, regravações de grandes hits da banda e teve a participação da dupla Jorge & Mateus, dos cantores Dilsinho[17] e Tierry, as atrações internacionais Anselmo Ralph e Joey Montana e como convidada especial, a atriz Juliana Paes.[8][18][19][20]
Em 2023, após pouco mais de 24 anos de atuação da banda, o músico Fabinho César deixa o grupo.[21]
Nos Jogos Olímpicos de 2024, a ginasta Júlia Soares usou um trecho de "Cheia de Manias" para sua apresentação no solo da Ginástica Olímpica.[22][23][24][25][26][27]
Integrantes
[editar | editar código-fonte]- Formação atual
- Ex-integrantes
- Paulinho (1983-1999) (baixo)
- Fena (1983-2013) (surdo)
- Gabu (1991-1997) (pandeiro e voz)
- Júlio Vicente (1991-1997) (teclados)
- Irupê (1991-2013) (saxofone e flauta)
- Edson Café[28] (1992-2005) (violão/pandeirola)
- Fabinho Cesar (1999-2023)[21] (pandeiro e violão)
Discografia
[editar | editar código-fonte]Trilhas sonoras
[editar | editar código-fonte]- 1993 - "Tiro Ao Álvaro" (O Mapa da Mina)
- 1997 - "Sempre Há Saída" (Por Amor)
- 2003 - "Cigana" (Celebridade)
- 2019 - "Cheia de Manias" (A Dona do Pedaço)[7][29]
Cultura pop
[editar | editar código-fonte]Em 2017, o vocalista Luiz Carlos participou de uma promoção da empresa americana Hershey's[30], na qual foi gravado uma nova versão do hit "Cheia de Manias" em versão reggaeton e um videoclipe da música.[31] No vídeo, foram utilizadas diversas montagens do artista segurando diferentes tipos de barra, com trocadilhos referentes ao refrão da música.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ a b «Sucesso do Raça Negra ganhará versão em inglês e espanhol (Luiz Carlos disse ter recebido proposta para divulgação internacional de Cheia de Manias)». Diario de Pernambuco. 23 de junho de 2017. Consultado em 25 de junho de 2017. Cópia arquivada em 25 de junho de 2017
- ↑ «Livro defende que o sucesso dos pagodeiros românticos ajudou a revitalizar o samba tradicional». O Globo. 14 de setembro de 2011. Consultado em 19 de janeiro de 2020
- ↑ a b c d e «Folha de S.Paulo - Raça começou no bar do Coalhada - 24/3/1997». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ a b c d e «Folha de S.Paulo - São rotulados de "sambanejo" - 18/5/1996». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ Lopes, Léo. «Antônio Carlos Carvalho, produtor que lançou o Raça Negra, morre aos 78 anos». CNN Brasil. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ a b c «Raça Negra merece reavaliação da obra que legou na primeira metade da década de 1990». G1. 11 de junho de 2019. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ a b «Banda Raça Negra - Site Oficial». Raça Negra | Site. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «De volta à cena, Raça Negra faz show no Citibank Hall do Rio». R7. 3 de setembro de 2010. Consultado em 7 de abril de 2013
- ↑ Priscila Freitas (12 de dezembro de 2012). «Raça Negra está prestes a completar 30 anos». Diário de S. Paulo. Consultado em 7 de abril de 2013. Arquivado do original em 6 de maio de 2014
- ↑ a b «Vocalista e fundador do grupo Raça Negra explica o gênero musical cantado durante 40 anos; confira | Gazeta Digital». Vocalista e fundador do grupo Raça Negra explica o gênero musical cantado durante 40 anos; confira | Gazeta Digital. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ a b «Luiz Carlos falará sobre a origem do Raça Negra em entrevista a Pedro Bial no 'Som Brasil'». O Globo. 22 de maio de 2024. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ a b «Raça Negra ganha homenagem no "Som Brasil" e vocalista explica gênero musical do grupo: "Som próprio"». GZH. 30 de maio de 2024. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ Humberto Oliveira (11 de maio de 2010). «10 dos maiores públicos de shows do mundo». iG Colunistas - O Buteco na Net. Consultado em 25 de junho de 2017
- ↑ «Grupo Raça Negra volta a cantar em Luanda». Agência Angola Press. 23 de abril de 2009. Consultado em 25 de junho de 2017
- ↑ «'Não sei como saímos vivos', diz vocalista do Raça Negra após acidente». Portal G1 - Pernambuco. 20 de janeiro de 2014. Consultado em 25 de junho de 2017
- ↑ «Raça Negra anuncia participação de Dilsinho em seu novo DVD». br.nacaodamusica.com. 8 de março de 2022. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «'O Mundo Canta Raça Negra': novo DVD da banda contará com participações como Dilsinho e Juliana Paes». Estadão. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «Raça Negra grava novo DVD com clássicos da banda e músicas inéditas | Metrópoles». www.metropoles.com. 21 de março de 2022. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «Raça Negra grava DVD com convidados especiais na próxima terça (22)». observatoriodosfamosos.com.br. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ a b «Brand Podcast recebe Fabinho César que fala exclusivamente pela primeira vez sobre sua saída da banda Raça Negra». Campo Grande Notícias. 28 de setembro de 2024. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «Olimpíadas: Raça Negra celebra escolha de música de Julia Soares». www.bol.uol.com.br. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ Ismerim, Flávio. «De Piaf a Raça Negra: ouça as músicas do bronze do Brasil na ginástica em Paris». CNN Brasil. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «Cheia de Manias: Julia Soares se apresenta no solo com Raça Negra e levanta o ginásio em Paris». ge. 28 de julho de 2024. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ Maria, Lívia (29 de julho de 2024). «Raça Negra celebra homenagem de Julia Soares em solo de ginástica artística». CARAS Brasil. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «Beyoncé, Anitta e Raça Negra: os hits que as atletas levaram para o solo da ginástica artística nos Jogos Olímpicos». G1. 29 de julho de 2024. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «Raça Negra 'corrige' nota de Julia Soares, após solo na ginástica com 'Cheia de manias': 'Nota é 1 milhão'». extra. 30 de julho de 2024. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «Ex-músico do Raça Negra volta às ruas: "Tomo conta de carro na praça" | Metrópoles». www.metropoles.com. 20 de julho de 2020. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «Trilha sonora da novela 'A dona do pedaço' reaviva hits de Raça Negra e Chitãozinho & Xororó nos anos 1990». G1. 30 de abril de 2019. Consultado em 30 de setembro de 2024
- ↑ «Hershey's lança desafio oferecendo dinheiro e chocolate ao vencedor». propmark. Consultado em 27 de janeiro de 2019
- ↑ «Hershey's transforma Raça Negra em reggaeton – Meio & Mensagem». Consultado em 27 de janeiro de 2019