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Rua XV de Novembro (Curitiba)

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Ruas e Avenidas de Curitiba
Bairros
Centro
Alto da XV
Início
Rua Ébano Pereira - Centro
Término
Av. Mal. Humberto de Alencar Castelo Branco - Alto da XV
Extensão
3.300 metros
Denominação Anterior
Rua da Imperatriz
Lei Orgânica e Data
Lei orgânica -
data - 1889[1]
Representação Gráfica
Panorama da rua.

Rua XV de Novembro é um dos logradouros mais importantes do município de Curitiba, a capital do estado do Paraná. Foi batizada para homenagear a data da Proclamação da República. Em seu trecho turístico, entre a Avenida Luiz Xavier e a Rua Presidente Faria, cujo pavimento é exclusivamente de petit-pavè, é conhecida como "Rua das Flores". Esta intervenção a tornou primeira via pública exclusiva para pedestres do Brasil, implantada e inaugurada em 1972 na gestão do então prefeito Jaime Lerner.[2][3]

A rua tem seu início no Centro da cidade e após o fim do "calçadão", na esquina com a Rua Presidente Faria, a rua mantém seu espaço para os carros, estendendo-se até o bairro do Alto da XV.[4]

Seu calçadão é caracterizado por edifícios e sobrados centenários, com bares, lojas e restaurantes e canteiros de flores em toda a sua extensão. Um dos seus prédios mais notáveis é o Palácio Avenida e ao final do calçadão esta localizado uma das principais entidades do estado: a Associação Comercial do Paraná.[5]

A Rua XV de Novembro é um patrimônio tombada como Paisagem por lei estadual do Paraná desde 1974.[6][7]

15 de Novembro

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A Rua XV de Novembro é uma denominação clara do espírito republicano que varreu a monarquia no final do século XIX, já que esta rua possuía o nome de Rua Imperatriz, desde 1880, quando a então capital provinciana recebeu a visita dos soberanos. Entre 1850 e 1880, era chamado de Rua das Flores, apelido até hoje utilizado para o trecho que virou calçadão, no início da década de 1970.[8]

Em 20 de maio de 1972, parte da rua foi fechado para a circulação de automóveis, tornando-se exclusiva para pedestres, numa das principais obras do primeiro mandato do prefeito Jaime Lerner.[9]

O lado mais conhecido da XV de Novembro é seu espaço turístico, chamado de calçadão da Rua das Flores, porém, esta via centenária é uma referência para os curitibanos, não somente pela sua importância histórica, mas porque nela encontramos alguns dos mais importantes prédios da cidade, como o Palácio Avenida, o prédio histórico da UFPR, o Teatro Guaíra, a Reitoria da UFPR.[10][11]

Características

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A Rua XV atravessa dois bairros da cidade, com início no Centro, no encontro com a Rua Ébano Pereira e a Travessa Oliveira Belo, e o seu final é no bairro Alto da Rua XV, no viaduto da Praça das Nações, na interseção com a Avenida Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.[12]

Ao longo dos 3.300 metros de comprimento, encontra-se uma grande diversificação em seus imóveis, já que no calçadão há uma predominância de endereços comerciais, e após o prédio da UFPR verifica-se uma mescla de pontos comerciais com edifícios residências. No bairro do Alto da Rua XV, a rua convive com grandes empreendimentos comerciais ao lado de inúmeras residências.[13]

Sendo considerada a principal artéria de Curitiba, pelos aspectos turísticos e históricos, esta rua foi palco de manifestações sócio-políticas no decorrer do crescimento da capital,e o próprio ato de sua denominação foi o mais autêntico manifesto paranaense pelo início da república no Brasil. A Rua das Flores já foi nomeada como Rua da Imperatriz, porém, em 1889, poucos dias após a Proclamação da República, em 15 de novembro, os camaristas de Curitiba homenagearam o feito do marechal Deodoro da Fonseca, rebatizando a via para o nome atual.

Seu calçamento foi discutido entre 1965 e 1972. Os comerciantes da região temiam que a intervenção na rua mais importante do centro, condenasse a região ao abandono, enquanto os donos de automóveis achavam inadmissível a prefeitura fechar o tráfego de automóveis e construir uma praça linear. Barricadas durante o dia eram montadas pela administração municipal para impedir o tráfego, contudo a noite os motoristas e comerciantes da região as retiravam.[14]

Com isso a prefeitura iniciou as obras de calçamento em um final de semana, impedindo que mandados de segurança fossem requeridos pelos comerciantes. Foi numa noite de sexta-feira que caminhões descarregaram as pedras para calçar a rua, e a obra foi executada naquele fim de semana. Terminado o calçamento, os operários plantaram as árvores adultas e fixaram as floreiras.[14]

A imprensa começou a atacar a prefeitura, alegando que o calçamento ofendia a "moralidade" do Golpe de Estado no Brasil em 1964. Além disso, havia um medo na prefeitura que o comandante da 5.ª Região Militar considerasse o calçadão como uma obra inútil.[14]

Uma semana depois, um clube de automobilismo organizou um protesto na Rua das Flores. A intenção era que no sábado seguinte à realização da obra, automóveis antigos invadissem o calçadão e que motoristas que passavam pelo centro fossem convidados a acompanhá-los. Porém, a prefeitura agiu rápido e criou uma atividade infantil no local. Antes da hora prevista do protesto, funcionários da prefeitura esticaram um rolo de papel no calçadão e distribuíram tintas para as crianças que iam passando. O líder do movimento subiu com o carro na calçada e parou quando percebeu que havia dezenas de crianças agachadas desenhando. Foi o fim do protesto, porém os comerciantes, donos dos automóveis e parte da imprensa queriam a substituição do prefeito, o que não ocorreu.[14]

Contudo, os dias passaram e a população que andava pelo centro começou a desviar seu trajeto simplesmente para olhar as flores e caminhar pela praça linear. Com mais gente andando pela Rua XV de Novembro, o comércio aumentou e oscomerciantes que antes reclamavam, perceberam o impacto positivo do calçamento para seus negócios.[14]

Imagens da Rua XV de Novembro

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Rua XV de Novembro na primeira década do século XXI. Aspecto da Rua XV de Novembro em 1896. Nesta data a antiga Rua da Imperatriz sustentava sua nova denominação por somente 7 anos. Um dos mais antigos instantâneos da atual Rua XV de Novembro. Foto de 1870 do trecho (na atualidade) entre a rua Monsenhor Celso e a rua Barão do Rio Branco. A antiga rua da Imperatriz em 1877 na região da atual esquina com a Rua Barão do Rio Branco.
  • NICOLAS, Maria. Almas das Ruas: Cidade de Curitiba. Curitiba, vols. 1 e 2.
  • HOERNER Jr,Valério. Ruas e Histórias de Curitiba. 2° ed.Curitiba, Artes & Textos. 2002. 183p
  • DUDEQUE, Irã Taborda. Nenhum Dia Sem Uma Linha: Uma História do Urbanismo em Curitiba. São Paulo: Studio Nobel, 2010. p. 232 e 233.

Referências

  1. «Rua & História — Portal da Câmara Municipal de Curitiba». www.curitiba.pr.leg.br. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  2. «Rua das Flores». CuritibaCity.com. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  3. Bezerra, Edgony. «Rua das Flores - Curitiba tem uma das seis ruas mais bonitas do Brasil». RevistaFácil. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  4. «Rua & História — Portal da Câmara Municipal de Curitiba». www.curitiba.pr.leg.br. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  5. «Atendimento ao Consumidor». ACP. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  6. Paisagens possíveis Gazeta do Povo - acessado em 22 de novembro de 2010
  7. Coordenadoria do Patrimônio Cultural Secretaria de Estado da Cultura - SEEC - acessado em 22 de novembro de 2010
  8. «Rua da Imperatriz em 1880, atual rua XV de Novembro — Portal da Câmara Municipal de Curitiba». www.curitiba.pr.leg.br. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  9. Sobre as “Flores” Jornal Gazeta do Povo - edição comemorativa de n° 30.000 - acessado em 8 de dezembro de 2012
  10. «Paisagem Urbana da Rua XV de Novembro». Secretaria da Cultura do Paraná. Consultado em 28 de junho de 2019 
  11. Curitiba, Prefeitura de. «O primeiro calçadão do Brasil». www.curitiba.pr.gov.br. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  12. CELEPAR. «A Rua XV de Novembro – Patrimônio Cultural do Estado - Centro de Preservação da Memória do Ministério Público do Estado do Paraná». memorial.mppr.mp.br. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  13. Povo, Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do. «Rua das Flores descoberta». Gazeta do Povo. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  14. a b c d e DUDEQUE, Irã Taborda. Nenhum Dia Sem Uma Linha: Uma História do Urbanismo em Curitiba. São Paulo: Studio Nobel, 2010. p. 232 e 233.

Ligações externas

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