Vicente Feola
Vicente Feola em 1958 | ||
Informações pessoais | ||
---|---|---|
Nome completo | Vicente Ítalo Feola | |
Data de nasc. | 1 de novembro de 1909 | |
Local de nasc. | São Paulo, São Paulo, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Morto em | 6 de novembro de 1975 (66 anos) | |
Local da morte | São Paulo, São Paulo, Brasil | |
Informações profissionais | ||
Função | técnico | |
Times/clubes que treinou | ||
1937–1957 1958 1961 1964–1966 |
São Paulo Brasil Boca Juniors Brasil |
524 (290V - 105E - 129D) 022 (18V - 04E - 00D) 068 (37V - 17E - 14D) 044 (32V - 07E - 05D) |
Vicente Ítalo Feola (São Paulo, 1 de novembro de 1909 — São Paulo, 6 de novembro de 1975)[1] foi um futebolista e treinador brasileiro.[2][3]
Feola é o recordista em partidas no comando do São Paulo, com 532 jogos à frente do clube[4], e o primeiro brasileiro a levar o Brasil ao título da Copa do Mundo, em 1958[5].[6]
Jogador
[editar | editar código-fonte]Paulistano do Brás e filho de imigrantes italianos de Castellabate[6][7] (126 quilômetros ao sul de Nápoles), foi aluno do Coração de Jesus.[8]
Como jogador profissional defendeu o São Paulo, o Auto Sport Club e o Americano, de São Paulo.
Treinador
[editar | editar código-fonte]Iniciou a atividade de treinador na Portuguesa Santista e comandou o São Paulo por diversas vezes desde 1937.[4] Muito ligado ao clube, foi o treinador que mais vezes ocupou esse cargo, em oito oportunidades.[6] Até hoje, permanece como o recordista em número de partidas à frente do Tricolor.
Feola fazia o tipo bonachão e amigo dos jogadores, mas não era bem visto pela crônica esportiva que acompanhava a Seleção. Em alguns jogos, foi acusado de cochilar no banco, o que seria possível, já que tomava muitos remédios, por conta de sua saúde problemática em decorrência da obesidade. De acordo com Djalma Santos, Feola dormiu no banco de reservas, na estreia do Brasil na Copa do Mundo FIFA de 1958 contra a Áustria. Acordou e mandou o time atacar. Aí alguém falou para o Feola: "Professor, já está três a zero". Então, ele berrou: "Segura, segura, que já está bom demais!"[6][9]
São Paulo
[editar | editar código-fonte]Comandou o Tricolor pela primeira vez em 1937, ficando apenas um ano no clube. Porém, faria realmente história no clube na década de 1940. Foram dois anos em sua passagem mais duradoura pelo SPFC, entre 1947 e 1950. Conseguindo convencer o Diamante Negro, Leônidas da Silva, a ficar no clube e não se aposentar, Feola comandou um timaço, que tinha nomes como Mauro Ramos, Bauer, Rui, Noronha, Remo, Teixeirinha, Friaça à um bicampeonato estadual, numa época onde o campeonato era disputado por pontos corridos. Sua última passagem pelo clube seria já quase na década de 1960, quando treinou o clube entre 1959 e 1960. Feola esteve à frente do São Paulo por 532 vezes, com 299 vitórias, 106 empates e 127 derrotas.[4]
Outros Clubes
[editar | editar código-fonte]Em 1954, o São Paulo cedeu-o, por empréstimo, para atuar no Esporte Clube XV de Novembro nas últimas partidas da primeira divisão do Campeonato Paulista, ajudando o XV a permanecer na Série A.[10]
Durante o ano de 1961, comandou o Boca Juniors.[11] Deixou o cargo de comandante do time azul e amarelo após 68 partidas disputadas, sendo 30 oficiais e 38 amistosos.[9]
Seleção Brasileira
[editar | editar código-fonte]1958–1960
[editar | editar código-fonte]João Havelange, presidente da CBD, resolveu apostar em um técnico do futebol paulista pela primeira vez.[6] Feola foi escolhido em fevereiro de 1958 como treinador da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo daquele ano.[12] A primeira partida de Vicente Feola no comando da Seleção Brasileira aconteceu no dia 4 de maio de 1958, pouco tempo antes do embarque para a Suécia, onde o Brasil goleou o Paraguai por 5 a 1, em jogo válido pela Taça Oswaldo Cruz.[5] Contrariando a CBD, bancou a convocação de Pelé[4][5], mesmo depois que ele se contundiu em um amistoso contra o Corinthians antes do embarque para a Suécia.[6] A equipe sagrou-se campeã do torneio pela primeira vez.
Feola seria o treinador para a Copa do Mundo de 1962, mas adoeceu e foi substituído por Aymoré Moreira.
1966
[editar | editar código-fonte]Em 1964, comandou a seleção olímpica em Tóquio que foi eliminada na primeira fase pela República Árabe Unida (país que envolvia os atuais Egito e Síria).[6]
Foi novamente chamado para treinar a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1966. A preparação da equipe, no entanto, foi atribulada: a Seleção chegou a ter quatro equipes treinando juntas, o que resultou em eliminação precoce na Copa. Seu último jogo pela seleção aconteceu em Liverpool, na Copa de 66: derrota de 3 a 1 para Portugal.[5]
No total, Feola comandou o Brasil em um total de 74 jogos, com 54 vitórias, 12 empates e 8 derrotas.[5][10]
Vicente Feola morreu aos 66 anos, vítima de insuficiência cardio-renal.[13]
Estatísticas
[editar | editar código-fonte]Clubes | Jogos | Vitórias | Empates | Derrotas |
---|---|---|---|---|
São Paulo | 532 | 299 | 106 | 127 |
Boca Juniors | 68 | 37 | 17 | 14 |
Seleção Brasileira | 66 | 50 | 11 | 5 |
- Somando os amistosos, dirigiu o Brasil num total de 74 jogos, com 54 vitórias, 12 empates e 8 derrotas (fonte: Seleção Brasileira 90 anos - Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf).
Títulos
[editar | editar código-fonte]São Paulo
[editar | editar código-fonte]Seleção Brasileira[14]
[editar | editar código-fonte]- Copa do Mundo FIFA: 1958
- Taça Oswaldo Cruz: 1958
- Taça Bernardo O'Higgins: 1959
- Copa Roca: 1960
- Taça do Atlântico: 1960
Referências
- ↑ «Perfil Vicente Feola (Treinador)». Transfermarkt. Consultado em 13 de fevereiro de 2020
- ↑ «BIOGRAFIA: Vicente Feola Esportista brasileiro». Educação UOL. 6 de janeiro de 2006. Consultado em 13 de fevereiro de 2020
- ↑ «Dados de Vicente Feola» (em russo). Grande Enciclopédia Russa. Consultado em 13 de fevereiro de 2020
- ↑ a b c d «Vicente Feola - O homem que mais treinou o São Paulo». Consultado em 2 de novembro de 2022
- ↑ a b c d e «Vicente Feola». educacao.uol.com.br. Consultado em 2 de novembro de 2022
- ↑ a b c d e f g «Futebol, 150kg e uma Copa: Vicente Feola e as lendas sobre o técnico recordista no São Paulo e primeiro campeão do mundo pelo Brasil». www.uol.com.br. Consultado em 2 de novembro de 2022
- ↑ Il Cilento nascosto Arquivado em 19 de dezembro de 2014, no Wayback Machine., jornal Il Mattino, 12 de agosto de 2006
- ↑ Ultrajano, Equipe (2 de novembro de 2020). «Vicente FEOLA, nosso treinador campeão mundial em 1958, nascia há 111 anos». Ultrajano. Consultado em 2 de novembro de 2022
- ↑ a b «A passagem de Vicente Feola como treinador do Boca Juniors». Consultado em 2 de novembro de 2022
- ↑ a b «Notícias». Museu do Futebol. Consultado em 2 de novembro de 2022
- ↑ «Vicente Italo Feola - Trayectoria e Boca Juniors» (em espanhol). La Historia de BOCA JUNIORS. Consultado em 13 de fevereiro de 2020
- ↑ «Não quero surpreender ninguém com a apresentação de "bombas"». Folha da Manha. 12 de fevereiro de 1958
- ↑ «Vicente Feola morreu aos 65 anos, vítima de insuficiência cardio-renal - Esportes - Estadão». Esportes. Consultado em 2 de novembro de 2022
- ↑ «VICENTE FEOLA... Técnico campeão do mundo em 58». Terceiro Tempo. Consultado em 13 de fevereiro de 2020
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Vicente Feola». no oGol
- «Vicente Feola». no Transfermarkt
- «Vicente Feola». no Soccerway
- «Vicente Feola» (em inglês). no Football Database
Precedido por Del Debbio Tito Rodrigues Ramón Platero Zarzur Leônidas da Silva Leônidas da Silva Leônidas da Silva Renganeschi |
Técnico do São Paulo 1937 1938–1939 1941–1942 1947–1950 1950–1951 1952–1953 1955–1957 1959–1960 |
Sucedido por Tito Rodrigues Ignác Amsel Conrado Ross Leônidas da Silva Leônidas da Silva Jim Lopes Caxambu Remo Januzzi |
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