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Xanana Gusmão

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Xanana Gusmão
GColIHGCL
Xanana Gusmão
3Presidente de Timor-Leste
Período 20 de maio de 2002
a 20 de maio de 2007
Antecessor(a) Nicolau dos Reis Lobato
Sucessor(a) José Ramos-Horta
5.º Primeiro-Ministro de Timor-Leste
Período 8 de agosto de 2007
a 16 de fevereiro de 2015
Antecessor(a) Estanislau da Silva
Sucessor(a) Rui Maria de Araújo
9.º Primeiro-Ministro de Timor-Leste
Período 1 de julho de 2023
a
Antecessor(a) Taur Matan Ruak
Dados pessoais
Nome completo José Alexandre "Kay Rala Xanana" Gusmão
Nascimento 20 de junho de 1946 (78 anos)
Manatuto, Timor português
Cônjuge Emilia Batista (1965–1999)
Kirsty Sword Gusmão (2000–2015)
Filhos(as) 5
Partido CNRT (2007-atualidade)
Profissão político, militar e jornalista
Assinatura Assinatura de Xanana Gusmão
Serviço militar
Serviço/ramo Exército Português
FALINTIL
Anos de serviço 1968-1971 (Portugal)
1975-2002 (FALINTIL)
Conflitos Ocupação de Timor-Leste pela Indonésia

Kay Rala Xanana Gusmão (Manatuto, 20 de junho de 1946) é um político timorense e foi o 1.º presidente eleito de Timor-Leste entre 2002 e 2007, tendo sido primeiro-ministro do país entre 2007 e 2015, cargo que ocupa novamente desde julho de 2023. Foi um dos principais activistas pela independência de seu país durante largos anos, na resistência timorense, durante a ocupação indonésia.

Durante o início da década de 1990, Gusmão envolveu-se na diplomacia e na utilização dos meios de comunicação, instrumento utilizado para alertar o mundo para o massacre ocorrido no cemitério de Santa Cruz em 12 de novembro de 1991. Gusmão foi entrevistado pelos media internacionais e chamou a atenção do mundo inteiro.

Com o seu alto perfil, Gusmão converte-se em objectivo principal do governo indonésio. Uma campanha para capturá-lo finalmente ocorre em novembro de 1992. Em novembro de 1992 foi preso, submetido à tortura do sono, julgado e condenado a prisão perpétua pelo governo indonésio. Foi-lhe negado o direito a se defender. Passou sete anos na prisão de Cipinang em Jacarta. A sua libertação, no entanto, ocorreria em fins de 1999. Durante o cativeiro foi visitado por representantes das Nações Unidas e altos dignitários como Nelson Mandela.

Kay Rala Xanana Gusmão nasceu em Manatuto, quando o país estava sob o domínio português, filho de professores. Estudou num colégio jesuíta. Depois de deixar o colégio com dezesseis anos (por razões económicas), em 1965, com 19 anos, conheceu Emília Baptista, que mais tarde se tornaria sua esposa.

Em 1966, Gusmão passou a ter um emprego no Estado e com um salário melhor pôde voltar a estudar. Em 1968, Gusmão serviu o exército português por três anos.

Os anos antes da invasão indonésia

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Em 1971, completou o serviço militar e em 1974 envolveu-se na organização nacionalista encabeçada por José Ramos-Horta. Em abril desse mesmo ano foi contratado para integrar a equipa do semanário A Voz de Timor, o primeiro jornal do Timor Português.[1]

Nesse ano, na sequência da Revolução de 25 de abril em Portugal, o governador Mário Lemos Pires anunciou a intenção de dar autodeterminação a Timor Português. Os planos contemplavam a realização de eleições gerais para um Governo de transição e um referendo em 1978.

No ano de 1975, ocorreram conflitos entre duas facções rivais em Timor Português. Gusmão passou a ser membro da FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) que era favorável à sua opinião sobre a Independência de Timor, ao contrário da facção rival, a UDT (União Democrática Timorense), pela qual foi preso.

Tirando partido da desordem interna, e desejosa por absorver a Província, a Indonésia começou uma campanha de desestabilização, fazendo incursões no território a partir da parte ocidental da ilha de Timor.

Em 1975, a FRETILIN, com o controle do Timor Português, libertou Gusmão. Ocupando Gusmão a posição de secretário de imprensa da FRETILIN, esta declarou a independência de Timor Português como República Democrática de Timor-Leste.

Invasão indonésia, resistência e prisão

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Nove dias depois a Indonésia invadiu Timor-Leste. Nesse momento, Gusmão estava a visitar uns amigos nos arredores de Díli e pôde observar a invasão das colinas. Nos dias seguintes buscou refúgio junto da família.

Depois da formação do "Governo Provisório de Timor-Leste", Gusmão envolveu-se totalmente nas atividades da resistência. Gusmão foi responsável pela organização da resistência, indo de aldeia em aldeia em busca de apoio popular e de recrutas. Em meados da década de 1980 passa a ser o grande líder da resistência.

Durante o início da década de 1990, Gusmão envolveu-se na diplomacia e na utilização dos meios de comunicação, instrumento utilizado para alertar o mundo para o massacre ocorrido no cemitério de Santa Cruz em 12 de novembro de 1991. Gusmão foi entrevistado pelos media internacionais e chamou a atenção do mundo inteiro.

Com o seu alto perfil, Gusmão converte-se em objectivo principal do governo indonésio. Uma campanha para o capturar finalmente ocorre em novembro de 1992. Em novembro de 1992 foi preso, submetido à tortura do sono, julgado e condenado a prisão perpétua pelo governo indonésio. Foi-lhe negado o direito a se defender. Passou sete anos na prisão de Cipinang em Jacarta. A sua libertação, no entanto, ocorreria em fins de 1999. Durante o cativeiro foi visitado por representantes das Nações Unidas e altos dignitários como Nelson Mandela.

Referendo e administração das Nações Unidas

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Em 30 de agosto de 1999 é realizado um referendo em Timor-Leste, com a esmagadora maioria da população a votar pela independência do território. Perante isso, os militares indonésios e os grupos paramilitares por eles apoiados e armados começaram uma campanha de terror que trouxe consequências terríveis. Apesar do governo indonésio negar estar por detrás desta ofensiva, foi condenado internacionalmente por não evitar a acção. Como resultado da pressão diplomática internacional, uma força de pacificação da ONU, constituída maioritariamente por soldados australianos entrou em Timor-Leste e Gusmão foi libertado. Com o seu regresso a Díli começou uma campanha de reconciliação e de reconstrução.

Gusmão foi convidado para governar juntamente com a administração da ONU até 2002. Durante este tempo promoveu continuamente campanhas para a unidade e a paz dentro de Timor-Leste e assumiu-se como o líder de facto na nova nação.

Eleição como presidente (2002) até a actualidade

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Carta do Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão, felicitando o esportista Yohan Goutt Gonçalves

As eleições presidenciais, em abril de 2002, deram-lhe a vitória de forma retumbante, convertendo-o no primeiro presidente de Timor-Leste quando o país se tornou formalmente independente, em 20 de maio de 2002.[2]

No início de 2007 anuncia que não é candidato à reeleição. Funda, com o objetivo de concorrer às eleições legislativas de 30 de Junho, um novo partido político cuja sigla é CNRT, a mesma do antigo Conselho Nacional de Resistência Timorense, o que causa polémica. Do acto eleitoral sai indigitado como novo primeiro-ministro do país, fruto de coligações pós-eleitorais com outras forças políticas da oposição, embora o seu partido não fosse o mais votado.

Em janeiro de 2015, Xanana Gusmão anunciou que iria abandonar o seu cargo de primeiro-ministro.[3] Sua renúncia foi confirmada em Fevereiro do mesmo ano.[4]

Em Março de 2015 é o ministro do Planeamento e Investimento Estratégico de Timor-Leste.

Em 2023, após eleições legislativas, liderou o CRNT, que obteve cerca de 42% dos votos, e formou coligação com o Partido Democrático. Assim, tomou posse a 1 de julho de 2023 como primeiro-ministro, pela segunda vez.

Em 1968 casou-se com Emília Baptista, de quem teve um filho e uma filha, chamados Eugénio e Zenilda. Divorciaram-se em 1999. Emília vive actualmente na Austrália.

Foi casado com Kirsty Sword Gusmão de 2000 a 2015, uma australiana que conheceu na prisão e de quem tem três filhos: Alexandre, Kay Olok e Daniel. Separaram-se em 2015.[5]

Gusmão publicou uma autobiografia chamada Resistir é Vencer.

Prémios e homenagens

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Prémios
Doutoramentos honoris causa
  • Xanana Gusmão já recebeu vários doutoramentos honoris causa, nomeadamente das universidades de Coimbra,[nota 1] do Porto[nota 2] e Lusíada (Portugal), Madeira, Charles Darwin[nota 3] e Vitória (Austrália), Suncheon (Coreia do Sul), Takushoku (Japão).[8]
Condecorações

Notas

  1. Em Setembro de 2011.[7]
  2. [carece de fontes?]
  3. Em Maio de 2012.[8]

Referências

  1. Governo de Timor-Leste. «Primeiro-Ministro e Ministro da Defesa e Segurança da República Democrática de Timor-Leste». Timor-leste.gov.tl. Consultado em 4 de outubro de 2023 
  2. ABC News Online (2006). Alkatiri's resignation 'would paralyse Govt' Arquivado em 22 de junho de 2006, no Wayback Machine.. (em inglês) Página visitada em 20 de junho de 2012.
  3. Patrícia de Melo Moreira (28 de janeiro de 2015). «Xanana Gusmão confirma que vai deixar chefia do Governo». Público. Consultado em 30 de janeiro de 2015 
  4. Marcelino Pereira (6 de fevereiro de 2015). «Primeiro-ministro de Timor Leste, Xanana Gusmão renuncia ao cargo». Reuters Brasil. Consultado em 6 de fevereiro de 2015 
  5. «Xanana separa-se da australiana Kirsty Sword» 
  6. «Gwangju Prize for Human Rights» (em inglês). May 18 Memorial Foundation. Consultado em 20 de junho de 2012. Arquivado do original em 3 de junho de 2011 
  7. paj.staff (28 de setembro de 2011). «Xanana Gusmão Doctor Honoris Causa by the University of Coimbra – Portugal». Portuguese American Journal (em inglês). Consultado em 18 de maio de 2014 
  8. a b Agência Lusa (28 de maio de 2012). «PM Xanana Gusmão vai receber doutoramento honoris causa da Universidade Charles Darwin». sapo.mz. Consultado em 21 de maio de 2014. Arquivado do original em 21 de maio de 2014 
  9. a b «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Kai Rala Xanana Gusmão". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 18 de maio de 2014 
  10. «Decreto Nº 56.801». Portal da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 3 de março de 2011. Consultado em 12 de março de 2018 

Ligações externas

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