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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Glosa de Gregório Filomeno de Menezes

SEM LICENÇA E SEM PERDÃO

Mote de um apologista fanfarrão
Gregório Filomeno de Menezes
(texto capturado da coluna do autor no Jornal da Besta Fubana)


Na festa de casamento
Da filha de um fazendeiro
Cujo noivo, um boiadeiro
Era estúpido e ciumento
Entrei, por atrevimento
Sem convite ou permissão
No auge da diversão
Mexí até na despença
(Entrei sem pedir licença
Saí sem pedir perdão)


Na vida de uma pessoa
Que não mais queria amar
Eu conseguí me enroscar
Prometendo vida boa
Foi uma aventura à-toa
Pra causar desilusão
Ferí mais um coração
Provoquei nova descrença
(Entrei sem pedir licença
Saí sem pedir perdão)


Um dia, em Serra Talhada
A terra de Virgulino
Guiado pelo destino
Entrei sem temer a nada
Fui mum forró de latada
Onde cantava Assisão
Risquei peixeira no chão
Fiz a maior desavença
(Entrei sem pedir licença
Saí sem pedir perdão)


Na Veneza brasileira
Por um acesso gripal
Fui levado ao hospital
Porém lá só fiz besteira
Destratei a enfermeira
Dei no médico de plantão
Não tomei uma injeção
Nem tratei minha doença
(Entrei sem pedir licença
Saí sem pedir perdão)


Nos palácios da Alvorada
Planalto e Itamaratí
A segurança iludí
E entrei sem crachá, sem nada
Fui bater na papelada
Dos mandarins da naçao
Descobrí, nessa incursão
Como é que o crime compensa
(Entrei sem pedir licença
Saí sem pedir perdão)

No pé de um grande serra
Me envolví numa contenda
Invadí uma fazenda
Com um grupo de sem-terra
Mesmo ganhando essa guerra
Foi perdida a invasão
Para a desocupação
Logo foi dada a sentença
(Entrei sem pedir licença
Saí sem pedir perdão)


Numa embarcação grã- fina
Sem nada me causar pânico
Todo mistério oceânico
Desvendei, virou rotina
Cruzei o mares da China
Fui às ilhas do Japão
Lá fiz como um tubarão
Em atividade intença
(Entrei sem pedir licença
Saí sem pedir perdão)


Entrei na delegacia
Pra delatar um bandido
Como fui mal recebido
Apelei pra grosseria
Troquei a diplomacia
Pelo cabo do facão
Dei sopapo e pescoção
Fui manchete em toda a imprensa
(Entrei sem pedir licença
Saí sem pedir perdão).

terça-feira, 2 de março de 2010

Glosa de Maviael Melo

MAVIAEL MELO GLOSANDO O MOTE:
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Quando a noite acordou tava cansada
A Rainha chamou seu Malaquias
Ele veio depois de treze dias
E chegou já na alta madrugada
Vendo o Rei conduzindo uma boiada
Virgulino correu para o Capão
Na boleia de um velho caminhão
Vendedor de vassouras piaçava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão



Vi Orlando chamando a princesa
Disfarçada de jia na lagoa
E correndo voltou pra João Pessoa
Josemar tropeçou no pé da mesa
Uma luz se apagou, ficou acesa
Uma vela fingiu ser lampião
Pé de Serra só presta no São João
Com cachaça, feijão, mulher e fava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão


Já chegando quase em Serra Talhada
Eu comprei um jumento meio môco
Num desvio da estrada veio um louco
Me vendendo um prato de coalhada
Vomitado de uma vaca malhada
Três galinha, um guiné e um pavão
Faltou lenha, trás água pro fogão
Quando eu disse que tava, já num tava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

João Batista um dia andou de trem
Quando ainda estudava na católica
Jubilou-se por causa de uma cólica
Que ganhou em prato de xerém
Na janela do velho armazém
Fez teatro imitando um azulão
Deu um salto e caiu de um mosquetão
De um menino zambeta que atirava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Meia noite a coruja de seu Bento
Que ainda nem Papa era formado
Acordou com o olho esbugalhado
E pediu um asilo num convento
Na poeira que trouxe o pé de vento
Papagaio era um velho capitão
Tomou duas bicadas no balcão
E uma muda pra ele insinuava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Comovido com a falta de vergonha
Porque Pedro negou a sua origem
Se trancou em quarto com uma virgem
E fumou quase um quilo de maconha
Doze meses depois uma cegonha
Tava a venda no mêi de um sacolão
Um pepino, uma cenoura e um pimentão
Enterrado numa velha que gritava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Quando Pedro segundo era o primeiro
Sua pernas corriam pra danar
Acordou com vontade de mijar
Deu a volta no Rio de Janeiro
Sua mãe, dona Helena o dia inteiro
Aprendia a dançar xote e baião
Foi donzela num meio de um salão
Quando alguém lhe pedia ela não dava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Jesus Cristo ainda era um menino
Quando viu a primeira gravidez
Três vez sete contando é vinte e três
Badaladas sem rimas de um sino
Na trombeta do tempo o destino
Guia as bestas cantando em procissão
São Miguel dedilhava o violão
E o padre João Paulo nem cantava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão.


Fonte: Jornal da Besta Fubana (http://www.luizberto.com/?p=105741)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Mourão

Com “M” é mourão voltado
Com “V” é voltar mourão
(Allan Sales e Heleno Alexandre, peleja pelo MSN em 06/10/09)
*
Quero um “C” pra meu cordel-ALLAN
Quero um “T” pra meu trabalho – HELENO
Com um “A” não me atrapalho
No “P” eu faço um papel
Eu com “Q” vou no quartel
Quero um “B” Pra Batalhão
Eu com “F” sou ferrão
Eu com um “T” sou tarado
Com “M” é mourão voltado
Com “V” é voltar mourão

Com um “X” eu pega Xuxa – HELENO
Eu com “G” pego a Giselle- ALLAN
Quero o “C” de Cicareli
Eu com “P” meu verso puxa
Com “B” boto até a bucha
Eu com “C” uso um canhão
Com “T” tenho mais tesão
Com “L” é teu leriado
Com “M” é mourão voltado
Com “V” é voltar mourão

Eu com “A” vou avançando- Allan
Com um “B” eu brigo e bato – HELENO
Eu com “C” um verso eu cato
Com “D” eu vou lhe dobrando
Eu com “F” lhe ferrando
Com “G” lhe faço um gangão
Eu com “H” homenzarrão
Eu com um “I” fico irado
Com “M” é mourão voltado
Com “V” é voltar mourão

Com um “J” eu jejuei- HELENO
Eu com “L” vi a luz- ALLAN
Com “M” eu colho mastruz
Com um “N” eu naveguei
Com um “O” eu operei
Com um “P” fui no pregão
Com “Q” resolvo questão
Com “R” vejo resultado
Com “M” é mourão voltado
Com “V” é voltar mourão.