Foi com uns 15 anos que tive o meu primeiro contacto com a poesia, comecei logo com Florbela Espanca e apaixonei-me pelos poemas dela.
Na altura gostava tanto de poemas que os coleccionava e escrevia todos que encontrava num caderno cheio de florinhas e corações mesmo à menina, apesar de não ser da minha autoria era como se fosse guardava-os com muita estimação e acho que ainda tenho o caderno algures numa caixa no sotão
Hoje em dia este amor pela poesia passou um bocado, até porque não tenho grande jeito para escrever, nem inspiração, como sempre fui mais das ciências onde tudo é pratico e simples, a única coisa que fazia eram relatórios científicos, fui deixando a criatividade, as línguas, a literatura, a poesia para trás, tenho pena de não ter o dom da escrita, de não ter jeito para escrever grandes textos, crónicas e poemas acho que resumo tudo em poucas palavras.
No entanto, a Florbela espanca continua a ser a minha poetisa favorita, e deixo aqui um dos meus poemas favoritos!
Amar!Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"