Mesmo se você não pariu e não deseja fazê-lo, mesmo que tenha sofrido cesárea por escolha ou que realmente salvou vidas, esta marcha é pelo direito de parir. Marchar para que mulheres não sejam submetidas a uma cesariana porque o médico vai viajar. Para que bebês não tenham que ficar na UTI por seus pulmões não estarem prontos. Marchar para ter o direito de comer e beber durante o trabalho de parto. Para que práticas como a lavagem intestinal e a raspagem de pelos não sejam feitas rotineiramente, assim como a episiotomia (corte do períneo) e Manobra de Kristeller (subir na barriga e empurrar o bebe) sejam prática constantes. Para que o sorinho, que faz as constrações ficarem tão doloridas e o bebê possa vir a sofrer, não seja colocado em você sem mesmo que você saiba o que lá tem. Marchamo s sobretudo pelo protagonismo. Para que você possa ter incentivo, apoio, massagem, chuveiro e banheira para aliviar sua dor. Para que nossos filhos venham a este mundo com respeito e amor e não com medo e sofrimento. Para que ao nascerem possam ficam em nossos colo, olhando em nossos olhos e não sendo esfregados, lavados, separados e nutridos com leites artificiais. Marchamos pelo direito dessas crianças cuja voz são as nossas. Marchar para mudar o mundo, para que nossos filhos e os filhos deles possam fazer outras lutas, uma vez que nascer com dignidade e parir com respeito será tão fundamental como energia ou água encanada. Só mudaremos o mundo se mudarmos a forma de nascer, disse Odent. Então marche por um mundo melhor e não há almoço de família, despedida de amigo ou visita que seja mais importante que esta luta.
(por Kalu Brum)
Eu estarei presente na marcha de Belo Horizonte! Una-se também à luta por um dos direitos básicos da mulher: dar a luz com dignidade!
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