Mostrar mensagens com a etiqueta Drama. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Drama. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Polígrafo - The Materialists


[SPOILERS] No filme The Materialists a personagem de Pedro Pascal faz um aumento de pernas de 15 centímetros, é possível?

Sim, o alongamento ósseo existe, feito geralmente nas tíbias ou fémures, usando hastes internas ou fixadores externos que vão sendo ajustados pouco a pouco para estimular o crescimento do osso. O alongamento é feito em etapas de cerca de 0,75 a 1 mm por dia, totalizando no máximo 6 a 8 cm por osso em pacientes adultos. 15 cm num único procedimento não é considerado realista nem seguro, pois iria aumentar as hipóteses de complicações.

Fonte: ChatGPT

terça-feira, 11 de março de 2025

Quem és tu miúdo?


Vou ser sincero. Não é fácil. Primeiro, entrar na cadência. Depois, saber respirá-la, olhá-la. A espaços senti cansaço na exploração, no querer aproveitar ao máximo as possibilidades; o segundo acto sofre um pouco com isso. Porém, factos são factos: Nickel Boys é um feito cinemático inacreditável, inventivo e inspirador. A perspectiva usa esse lado íntimo - como o Perfect Days - da luz, dos frutos, de uma composição perfeita até nos sítios mais contaminados. Para além disso manipula habilmente um jogo de espelhos, de identidades, de afinidades, desaguando num final comum e agregador. Muito curioso para o próximo take de RaMell Ross.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Popular entre os amigos

Gosto sempre de um filme onde as personagens para parecerem mais velhas cortam o cabelo. Nova: cabelo longo. Dez anos mais velha: cabelo curto. Obviamente. E já que comecei com a rapariga, enterro aqui a minha espada da embirração; tens toda a minha atenção Zendaya. Papel seguríssimo, a ligar esta grupeta à corrente, com gozo, estilo e sexo. Figura ainda mais curiosa, e complexa, porque opera numa relação que não é (nem nunca foi) dela. A morder e a pressionar para que o ténis se reencontre neles. E os confrontos - ou os momentos da grande partida - vão ficando cada vez mais arrojados até ao final onde na câmara já vale tudo. 

Para além disso, a juntar à ingenuidade e destrambelho, temos o início do Blade, da discoteca, só que em todas as cenas. Olá boa tarde, era um café e um copo de ág....MÚSICA DA KADOC...Então que tal correu o teu d....MÚSICA DA KADOC. Quase que apetece ir ao bar e pedir um vodca laranja. Mas na verdade, e o cinema tem destas coisas, tudo resulta. Uma tempestade - como aquele momento dos papéis a voar - um ziguezague narrativo - como a bola cá e lá - que se juntam num conjunto charmoso, vibrante e magnético.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Os (maus) efeitos do fim do mundo

 

- São flamingos?

Acho que é o Ethan Hawke que pergunta, no filme de Sam Esmail, Leave the World Behind. Ou então é a Myha'la, não me lembro. O outro diz que sim, que são flamingos, ali a chapinhar na piscina. Ao que eu contra respondo: não, não são flamingos, o que estamos a ver são flamingos em CGI. Foda-se, mas será que é assim tão difícil arranjar meia dúzia de flamingos verdadeiros? Um salto à herdade da Mourisca, filmam os marotos no estuário, os atores embedam-se em Setúbal, o turismo agradece e o espectador pode acreditar. Ganhamos todos.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

A ternura dos 60

Senti falta daquela amargura. Nem foi bem da amargura, mais do desconforto. E de uma irreparável tristeza que sempre acompanhou Payne na maior parte da sua obra. The Holdovers é muito mais optimista (e muito menos sincero). Porém é cinema de lareira com L grande: trio de luxo, belíssima fotografia e uma daquelas bandas sonoras para o caminho.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Hall 2022


O monólogo de Rebecca Hall em Resurrection arrisca-se a ser dos momentos de cinema mais inesquecíveis e impressionantes deste ano. São sete minutos de penumbra estanque, onde, num sussurro irrepreensível, de contenção e mágoa, ouvimos uma história. É o clímax, o clique. Tudo antes e tudo depois só poderá ser discutido e desconstruído porque "uma vez havia uma rapariga". Fosse este thriller de horror um dramazeco autobiográfico, com uma cantora, uma princesa ou uma vendedora de perfumes, de peruca e nariz falso, a chorar em falsete, e os prémios vinham que nem pãezinhos quentes. 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

O bom, o mau e o twistzão


Este Samaritan é bem-intencionado. Mitologia no lugar, com raízes coloridas a oferecer uma árvore um pouco diferente do resto da floresta. Porém, se há coisa que me irrita, é ainda não ter ligado a televisão e já ter percebido tudo. Foda-se, não há o mínimo de esforço ou desafio naquele que é o volte face mais importante da narrativa. É estar ali, a bater minutos à espera que nos façam a grande revelação. Até a prestação do ator criança passa, agora tomarem-nos por pepinos do mar é que não.

domingo, 25 de setembro de 2022

Evitar lagos e cabanas, sempre

Diretamente para as prateleiras "super desconfortável" e "nunca mais ver na vida". Ao lado de tesourinhos como Eden Lake. Aqui com uma irritação ainda mais profunda, com o desespero a dar lugar à apatia, com a sobrevivência a resignar-se nas normas e diferenças culturais. Estranho. Terrível. Muito eficaz.

sexta-feira, 29 de julho de 2022

A melhor cena do ano

Se ainda não viram o Under Siege: Pataky edition, então é melhor sair, vai pintar spoiler. Estamos perto do final, a nossa heroína, já só com um braço funcional, luta contra o boss - tudo marinado durante semanas em anos 90 - quando do nada aparece um submarino. Dele sai o Capitão Iglo, olhar sério, sem qualquer douradinho. Um gajo a pensar, foda-se e agora? Fim da linha para a nossa menina? Claro que não, por detrás do Capitão Iglo está um sniper genérico com barbas que atira certeiro ao peito do bandido mor. Que delícia amigos, que delícia.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

It's Raining Men

 
Há um episódio, da recém cancelada The Time Traveler's Wife*, em que o protagonista se diverte consigo mesmo. Não, não é assim. Vou explicar melhor: ele viaja involuntariamente no tempo, para outras alturas da sua vida, de modo que, num mesmo evento podem estar duas, três, quatro versões dele próprio. É denso. Mas o Henry adolescente quando se apanhou com outro Henry adolescente decidiu avançar para aquilo que só Marilyn Manson conseguiu, o auto felácio. Esta história toda para ilustrar um pouco o que acontece a estes Garlands e Asters desta vida depois de levarem demasiadas festinhas. Ficam tão entesados com eles próprios que nos oferecem estas sessões de auto bobó, com pouco prazer para quem vê. Men é lindo de morrer, com cenas arrojadas e inesquecíveis. O grande problema é que toda esta copa frondosa e colorida não assenta propriamente em nada. Faltaram-me raízes para tentar resolver, a par com a (sempre incrível) Jessie Buckley, o mistério e o trauma. É tudo estranhamente evidente sem nunca respeitar os tempos da loucura. Acabamos por ter uma escalada sem nunca sair da base.

* bem melhor que o filme.

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Buscando visa para un sueño

Nestas bicas cinéfilas, entre um curto e um pingado, discute-se muito a questão do momento. Do filme chegar naquele tempo, e de isso virar parte da obra. Ou para os cínicos, parte de como se recebe a mesma. Nunca pensei muito nisto, por razão nenhuma em especial. Mas levei com a onda em cima, há umas semanas. A verdade é que não há dia mais acolhedor para Caro Diario como hoje. Como se os 40 fossem agora bilhete para me sentar com o Moretti neste roteiro pela sua cidade, suas ilhas e suas dores. Um filme cheio de ternura (lá está), que continua a ser completamente diferente de tudo. Uma festa de sonhos, como este de um dia saber dançar. Jennifer Beals?

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Cronenberg do futuro


As ideias e os corpos estão lá. Naquele pincel que tanta falta fazia. Cronenberg é sempre ele, sendo sempre outro. Nova carne, novos orgãos. É revigorante entrar nesta arena da mutação e da evolução, e é nos seus artistas (e seus instrumentos) que o filme ganha especial interesse. Neles residem a admiração e a exploração cromática. Porque tudo o resto me pareceu demasiado cinzento. Cenários repetitivos, desinspirados e com pouca vontade de contar a história. Procuram demasiadas vezes a exposição do diálogo quando o que precisávamos era da imersão e do detalhe, do mapa visual daquele futuro. Ficamos reféns mais do palco e menos da tela, mais do nítido e menos do misterioso. Confesso que esperava um banquete. Saiu uma barrita energética para enganar a fome.

quinta-feira, 9 de junho de 2022

O poder do som

Encontrado numa daquelas listas de "Melhores filmes de ficção científica do ano de acordo com não sei quem e tendo em conta não sei quê". E para aqueles que, como eu, andam a ressacar desde 2013 de Shane Carruth Ultrasound é a metadona perfeita. Não é perfeito, claro, mas tem aquele charme caseiro e carpinteiro. De uma ideia clara em jeito de puzzle, onde a percepção e os espelhos são anfitriões. Não me posso alongar muito mais, para não estragar a vida a ninguém. Entretanto não se preocupem que avisei logo as autoridades competentes

quarta-feira, 8 de junho de 2022

Os pregos da quarentena

[SPOILERS] Segundo filme deste ano com pistola de pregos. Mais, segundo filme deste ano com pistola de pregos onde uma jovem pequenita varre bandidagem de metro e noventa. Ainda melhor, segundo filme deste ano com pistola de pregos que eu apreciei bastante e que possivelmente irei abordar no meu top final de ano. Isto se não aparecerem mais dez filmes com pistolas de pregos e eu depois ter de escolher quais ficam e quais vão.

terça-feira, 7 de junho de 2022

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Anda comigo ver os aviões


Não é só o bilhete para os anos 80. Não é só o cinema de ação em extinção. Não é só o filme perfeito com baladão. É o despertar de todo esse gozo com um propósito, com uma ideia. Top Gun: Maverick existe nesse passo, nesse feito técnico de algo único, à procura. Vivemos nesta jaula de sequelas aquecidas no micro-ondas, desenhadas num fundo verde, menos credíveis e menos palpáveis. Tom Cruise faz exatamente o oposto, dá-nos a experiência que a aventura sempre mereceu. Com bom gosto e respeito pelas suas personagens. E o que mais me impressionou, é que tratando-se dum cristalino filme de género (do molde) mantém-nos sempre na expetativa. Essa emoção é fabricada apenas por quem vive o cinema e por quem, acima de tudo, sabe que o cinema também passa por nós, espectadores. Uma inacreditável e imperdível experiência de sala.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Bonecas, comboios e desilusões

A segunda temporada de Russian Doll faz exatamente o que o segundo filme do Happy Death Day fez: passa de um loop temporal para uma viagem no tempo. Mas ao contrário deste último, que subiu um degrau, a nova aventura de Natasha Lyonne não consegue manter aquela energia do primeiro acto, da primeira morte, ou da primeira morte muitas vezes. Arriscam é certo, num comboio familiar, no carril do luto, mas é tudo pouco claro, com muitos ramos que não levam a lugar algum (o arco do Charlie Barnett então é completamente desaproveitado). Faz falta aquela armadilha temporal, aquela charada que vamos destapando e resolvendo. Fica outra coisa muito diferente, bem feita, mas muito diferente.