Meu norte aqui estou
Sei que sabes quem sou
Procuro-me na tua maresia
Imponente o que vejo
Neste meu Alentejo
Nesta tarde de invernia.
Minha praia de mar de leva
Onde o meu olhar sossega
Nas ondas cadenciadas
Ao longe uma gaivota
Sobrevoa na sua rota
As suas dunas douradas.
Oh meu mar revolto
Onde o que acorrento solto
Tantas vezes sem fim
Abro os braços ao vento
Misturo-me no seu lamento
Queria ficar sempre assim.
Semicerro os meus olhos
Nos meus pés os teus escolhos
De espuma branca prateada
Troco a tristeza que trago
Por um pouco do teu afago
Na tua água gelada.
Empatia tão sublime
Revejo como um filme
Como atravessas a minha vida
Acalmas o meu sentir
Fazes-me de novo sorrir
Devolves a criança em mim esquecida.
Espero o entardecer
Para ver o sol se perder
No horizonte do meu mar
Então na tua plenitude
Acalmo a minha inquietude
Sinto-me de novo serenar.
Dulce Gomes
(Este é um poema dedicado à praia do norte, a minha preferida e donde guardo boas recordações. Fui rebuscá-lo aos meus escritos quando vi esta foto tirada pela amiga Lena num destes dias de invernia.)