Mostrar mensagens com a etiqueta interesses. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta interesses. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 10 de julho de 2020

OS «DONOS» DO MUNDO PREFEREM A GUERRA

Os “donos” do mundo preferem a guerra
(Public em O DIABO nº 2271 de 10-07-2020, pág 16. Por António João Soares)

Apesar de muitos pensadores insistirem que a Humanidade precisa de paz social assente em entendimento harmonioso com prioridade ao diálogo e às negociações e com exclusão da ideia de guerras, continuam a aparecer casos de provocação violenta e de incitamento a propagandas baseadas em exagero (de um polícia contra um marginal que não obedeceu a exigência) que estão a agitar muitas populações a atitudes colectivas destrutivas da História, das tradições, da ética social.

Há quem se mostre receoso de que surja uma grave mudança da vida social, que possa conduzir ao termo da vida no Planeta em termos que fazem pensar no Apocalipse previsto na Bíblia. E também a Natureza se mostra orientada para grandes alterações, como esta pandemia do Covid-19 que há quem ligue a uma reacção do Cinturão de Van Allen, ao aumento muito rápido e excessivo da infestação do espaço cósmico envolvente da Terra por radiações electro-magnéticas. Segundo cientistas, em pouco mais de um século têm ocorrido epidemias de gravidade crescente, mas nenhuma tão intensa como a actual pandemia que relacionam com aumentos de radiação electro-magnética.

Mas a minha introdução a este texto refere-se a sinais de aumento de recurso a violência nas relações entre Estados, quando se esperava um apaziguamento entre eles, com recurso a mais conversações e negociações que conduzam a acordos obtidos sem violência. Por acaso, há poucos minutos vi a notícia de que Israel atacou posições militares do Hamas em resposta a dois mísseis lançados a partir da Faixa de Gaza contra o seu território.

Tinha ocorrido um ataque contra o Estado hebraico no início de Maio e agora este novo lançamento de mísseis aumenta o receio de uma escalada da tensão e da violência nesta região, com a intenção de evitar que Israel implemente o plano desenvolvido pelos Estados Unidos para resolver o conflito israelo-palestiniano. Não parece próprio que os EUA tenham imposto uma solução, em vez de aconselharem as partes interessadas a chegar a um acordo amigável.

A intromissão de terceiros impondo soluções favoráveis a uma das partes sem aceitação pela outra não é construtiva de uma paz duradoura. Não é por acaso o que consta sobre a Rússia estar a oferecer dinheiro a talibãs, para matarem tropas da coligação internacional que combate no Afeganistão. Isso também afecta o nosso país, pois temos lá 154 militares, número que pode subir para 187 ainda este ano. Durante 2020, já foram ali mortos em combate 20 militares norte-americanos. Mas a ajuda externa não pode visar a defesa dos próprios interesses de quem se presta a ajudar.

É lamentável que as grandes potências queiram impor os seus interesses nos problemas internos de pequenos Estados, quer com envio de tropas quer com recompensas a combatentes ilegais. Os Estados perante pequenos conflitos devem ser mentalizados para não agirem de forma precipitada e ponderarem bem a procura das melhores soluções internas no sentido dos mais significativos interesses nacionais e na defesa dos mais altos valores para bem de todos os cidadãos e procurando solução que corresponda à vontade da maioria destes. Essa procura deve ser feita em diálogo entre as partes interessadas. Se a outra parte não se prestar ao diálogo, deve ser pedida a ajuda a alguém que não tenha partido na contenda, e seja independente e sensato. Mas deve ser evitada ajuda de alguém que possa ter interesse pessoal no assunto e nunca aceitar pressões por forma a satisfazer interesses alheios ou que são inconciliáveis com os essencialmente nacionais.

É impressionante que, perante os variados sacrifícios da pandemia, haja pessoas que deviam ser responsáveis e se prestam a gastos com armamento e causem danos materiais e humanos consideráveis. ■

Ler mais...

sábado, 30 de janeiro de 2016

LINHA DO DOURO. CAMINHO DE FERRO IMPOSSÍVEL




Linha do Douro. O Caminho de Ferro Impossível

A RTP2 brindou-nos, dia 2 de Janeiro de 2016, com um documentário de extraordinária qualidade sobre o Caminho de Ferro do Douro, em geral, a saga da sua construção, o seu papel no desenvolvimento da Região, o entusiástico mas limitado início da sua modernização, o declínio e abandono dos troços mais a leste, com uma referência mais detalhada ao troço que ligou Barca d’Alva a La Fregeneda.

Colhem paralelo, o entusiasmo dos que rasgaram montanhas e atravessaram rios para proporcionarem mobilidade e desenvolvimento e os que, nostálgicos de um passado glorioso, teimam agora em fazer reviver essa grata memória.

Pelo meio, políticos sem ideias, interesses, por vezes, inconfessáveis, gestores repescados à pressão da saca de recrutamento dos Partidos, para, sem conhecimento e sem alma, supostamente, promoverem o desenvolvimento dum sector que é barómetro de desenvolvimento dum país.

As vias afluentes todas encerradas com base em análises e decisões no mínimo, discutíveis, material motor que os espanhóis alugaram e é tão velho quanto aquele que veio substituir, a inércia, a submissão e o desinteresse dos autarcas.

Todos os Governos que, desde há décadas, se vêm revezando no poder, têm largas culpas no cartório, sem prejuízo de se reconhecer a existência de honorabilíssimas excepções.

Da exibição do documentário, ressalta a ideia de um País sem dono, sem uma ideia consistente para a riqueza inefável que é o Património do Douro e, nele, o papel do Caminho de Ferro.

A fusão da Refer com as E. P. foi o golpe de mestre da nova geração de gesti-tecnocratas.

O relógio com a inscrição de “avariado” na estação de Pocinho, é o retrato acabado da situação.

Mais eloquentes do que todas as palavras, são as imagens e os depoimentos que não devem perder e vivamente recomendo.

Ler mais...

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O MUNDO ACTUAL É MUITO COMPLEXO


Gerir as questões sociais da humanidade é, agora mais do que nunca antes, um problema muito sério que exige elevado grau de maturidade, sensatez, dedicação e espírito aberto.

Ontem, casualmente, ao passar junto a uma esplanada, fui convidado por amigos, para participar numa conversação que estavam tendo com a professora espanhola doutorada em história que lecciona numa Universidade de Madrid e é autora de um livro que foca a guerra de Portugal no Ultramar e está a preparar a publicação de novo livro com assuntos relacionados com os tratados no primeiro e comparando as atitudes de Espanha e de Portugal em relação aos territórios de além-mar, elogiando o papel mais humano e civilizador dos portugueses.

A conversa foi muito interessante e, a certa altura, foi colocada a interrogação acerca dos efeitos a prever para a humanidade advindos da postura do Papa Francisco, em termos sociais e políticos e quais os efeitos da reacção que parece estar a ser levantada no sector conservador radical do Vaticano. A professora apresentou a dúvida de a maior reacção poder surgir do sector conservador (acomodado) do Vaticano, mas brotar da Ordem Jesuíta a que o Papa pertencia, e que pode não tolerar que um jesuíta deixe de defender a elite central e passe, como um franciscano, a defender a periferia social. Esta espécie de traição ou deserção pode dar origem a grave risco para Francisco devido às suas palavras e acções, à semelhança do que se passou com os seus recentes antecessores.

Hoje, tudo se apresenta muito complexo e os interesses em jogo podem surgir das origens mais ocultas e menos suspeitas. Por exemplo, ser decisor político ou líder de importante organismo nacional ou internacional exige isenção, desprendimento dos interesses próprios (da própria vida), coragem para correr os riscos de enfrentar as pressões que se lhe oponham, com intenções opostas nos aspectos de moral, de ética e dos interesses nacionais.

Governar significa olhar para as pessoas em geral, principalmente para as de menos teres.

Imagem de arquivo

Ler mais...

domingo, 18 de agosto de 2013

SOCIÓLOGO ANALISA O ESTADO DO PAÍS


Transcrição de artigo que merece a atenção de políticos e de cidadãos patriotas:

António Barreto: Políticos exigiram sacrifícios mas não sacrificaram os seus interesses
Negócios. 26 Julho 2013, 08:38 por Lusa

Os partidos políticos portugueses "exigiram à população enormes sacrifícios", mas, chamados a negociar, "foram incapazes de fazerem, eles próprios, o sacrifício dos seus interesses", analisa o sociólogo António Barreto.

"Era necessário que todos os partidos, ou alguns deles, fizessem sacrifício das suas posições partidárias e dos seus interesses, e não o fizeram. Tendo, todavia, exigido que os portugueses ganhassem menos, pagassem mais impostos, ficassem desempregados, tivessem problemas muito sérios do ponto de vista social, económico e financeiros", criticou o sociólogo e ex-deputado, em entrevista à Lusa.

A convicção de que "o interesse nacional é igual ao do partido" terá um preço, acredita o presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que está a ultimar a conferência "Portugal europeu. E agora?", Agendada para 13 e 14 de Setembro.

"Isto paga-se, no longo prazo, no médio prazo, paga-se. Quase ninguém respeita os políticos, os partidos políticos, a não ser as tribos, a tribo do PS, a tribo do PSD, a tribo do CDS, a tribo do Bloco ou do PC, [que] respeitam o seu partido, como as claques de futebol", compara.

"Há um declínio do respeito e da confiança nos políticos muito, muito, muito grande", resume, assumindo que gostava que a situação se recompusesse. "Porque, para vivermos em democracia e em paz, é necessário que volte a aparecer respeito pelos políticos, mas creio que vai demorar muito tempo", prevê.

Quase ninguém respeita os políticos, os partidos políticos, a não ser as tribos, a tribo do PS, a tribo do PSD, a tribo do CDS, a tribo do Bloco ou do PC, [que] respeitam o seu partido, como as claques de futebol"
António Barreto


"Desde o início" que António Barreto não partilha da "estratégia" do Presidente da República. "Ele tem o estilo dele. Creio que ele tem cumprido o estilo dele. Não é aquele que eu defenderia para ele", diz.

Em resumo, toda a classe política sai "muito fragilizada" da crise governamental mais recente, mas a "incapacidade" para "discutir, negociar e chegar a acordo" já é uma característica dos partidos "há quatro, cinco anos", recorda, confessando: "Não sei quanto tempo demorará a recompor as coisas."

Apesar de o Governo dizer "muitas vezes que quer uma sociedade civil" activa, "é conversa", porque, "na verdade, nos actos, nas leis, nas decisões", prefere "uma sociedade civil submissa, que não crie problemas, que seja reverencial, que saúde e cumprimente os senhores políticos", afirma o sociólogo.

Por outro lado, a sociedade civil portuguesa "adapta-se facilmente" a qualquer cenário, por pior que seja. "Tendencialmente, os portugueses resignam-se mais do que se revoltam", admite.

Porém, o sociólogo recusa "exagerar" essa tendência, porque "houve momentos, nos últimos 200 anos" de "revoltas muito profundas e conflitos muito graves" - no fim da monarquia, no princípio da República, no assassinato de Chefes de Estado. "Também há revolta, não é só resignação, brandos costumes ou suavidade", alerta.

Tendencialmente, os portugueses resignam-se mais do que se revoltam.
António Barreto


"Esta sociedade civil necessita, obviamente, de instituições. (...) Uma pessoa levanta-se de manhã, acorda e [diz] 'vou-me revoltar contra qualquer coisa ou vou fazer isto'? Não. O importante são as instituições, as associações, as organizações. É nesse domínio que Portugal sempre foi frágil", avalia.

A força e a fraqueza da sociedade civil, "sempre dependente do Estado", seria um dos temas que acrescentaria à série documental "Portugal - um retracto social", que dedicou à sociedade portuguesa. Os outros dois episódios seriam sobre as relações entre Portugal e a Europa e a debilidade económica do país.

Imagem de arquivo

Ler mais...

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

ELEIÇÕES. ALGUÉM MERECE O NOSSO VOTO ???


Transcrição de artigo, seguida de NOTA:

Desilusão autárquica
Correio da Manhã. 05-08-2013. 01h00. Por: João Vaz, redator principal

Não infringir a lei não iliba quem pede o voto para dar cobertura a teias de interesses inaceitáveis.

Cartazes nas ruas com caras de candidatos mostram que está lançada a campanha eleitoral das Autárquicas. Dois anos após o toque a rebate nas contas públicas, seria desejável que estas eleições revelassem reformas estruturais.

A fusão de cerca de mil freguesias parece, no entanto, quase nada. Parece solução do tipo "é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma". Não se pensou naquilo de que o País necessita para melhorar a sua organização política. Amanhou-se antes uma redução de autarquias minúsculas que representam pouco nas contas públicas e nos jogos do poder partidário.

A primeira aplicação do limite dos três mandatos autárquicos também não prestigia a classe política. A lei é ambígua e prejudica a imagem moral dos que se candidatam a novas autarquias. E que dizer da candidatura de Isaltino Morais, que está preso a cumprir pena.

Parece inverosímil que os legisladores não prevenissem situações tão imorais. Em Itália, que nesta matéria não é flor que se cheire, o condenado Berlusconi não pode candidatar-se ao Senado porque tal exige folha judicial limpa.

As contas são outro imbróglio. Argumenta-se que as dívidas das autarquias constituem uma parte reduzida no total da dívida pública. A questão é complexa, mas o princípio é claro: as autarquias, tal como o poder central, não podem gastar mais do que recebem para gerir e devem fazê-lo com transparência e eficácia no benefício das populações.
O escrutínio das decisões e despesas é da responsabilidade das assembleias municipais, que se desprestigiam como câmaras de eco do poder dos executivos e mandantes partidários. Há demasiados casos de corrupção à vista de todos para que se tenha complacência com os deputados municipais. Não ser confrontado com a infracção da lei não iliba quem pede o voto para, em vez de servir o interesse dos cidadãos, dar cobertura a teias de interesses inaceitáveis.

Neste estado das coisas, lembra história aos quadradinhos a afirmação de Rui Rio a pintar o Porto como uma espécie de ‘aldeia de Astérix’, já não na Gália toda ocupada pelos romanos, mas no Portugal minado pela corrupção e má gestão.

Sem o mesmo destaque mediático, há casos mais exemplares. Mas não chegam.

NOTA: O voto é um direito e um dever que deve ser utilizado com plena consciência. É preciso que as pessoas estejam esclarecidas daquilo que se passa acerca desta questão e fiquem cientes dos perigos que podem advir de abusos e de lutas por interesses ocultos. Não podemos confiar em quem tendo o dever de nos defender, acabe por tudo fazer para seu benefício e de seus cúmplices e coniventes e nos explora sem dó nem piedade.

Da reflexão realtiva às eleições pode ressaltar razão suficiente para muitas pessoas poderem decididir não votar nas próximas eleições. Votar em quem?

Nenhum dos candidatos está a avançar para se sacrificar em benefício dos portugueses, mas apenas para satisfazer a sua ambição de riqueza e de visibilidade. Se tem dúvidas, procure as razões das campanhas duras como as de Seara em Lisboa, de Menezes no Porto, Moita Flores em Oeiras e o detido Isaltino para a Assembleia Municipal de Oeiras. Onde está a ética? E onde escasseia a «podridão dos hábitos políticos» referida pelo ministro Rui Machete?


Imagem de arquivo

Ler mais...

quinta-feira, 2 de maio de 2013

JOGO DE INTERESSES E A CRISE


Embora se diga que estamos em democracia, os agentes do Poder abusam de tabus e recusam a transparência. Mas o povo diz que a verdade é como o azeite e acaba sempre por vir ao de cima.

Transcreve-se apenas o início do artigo:

O Estado a que chegámos
Arrastão, Sexta-feira, 26 de Abril de 2013. Por Sérgio Lavos

Pacheco Pereira, na Quadratura do Círculo, referiu um episódio que passou despercebido a quase toda a gente: Álvaro Santos Pereira, numa entrevista dada a seguir ao anúncio do programa de revitalização da economia, diz que quando um seu secretário de Estado saiu, houve gente que abriu garrafas de champanhe.

A quem estava ele a referir-se? A Henrique Gomes, o homem que ousou enfrentar os lobbies da energia em Portugal e que pretendia fazer baixar as rendas excessivas da EDP. Extraordinário país, este, em que um ministro admite em público que um dos seus secretários de Estado foi demitido por tentar defender o Estado (que somos todos nós) dos interesses privados que o parasitam.

E por quem foi ele demitido? Pelo primeiro-ministro, claro. A história é simples, e contada pelo próprio Henrique Gomes: duas horas após ter sido entregue ao primeiro-ministro o relatório onde se defendia uma taxa sobre as rendas da EDP, já António Mexia, um dos homens mais poderosos do país, conhecia o seu conteúdo. Henrique Gomes tinha o apoio do seu superior directo, o ministro, mas deparou-se rapidamente com as dificuldades inerentes ao estado corporativo em que vivemos. Passos Coelho (ou alguém por ele), assim que vislumbrou algo que de facto poderia fazer poupar muito dinheiro ao Estado, apressou-se a contactar quem na realidade ele serve, o poder económico e financeiro. É claro que Mexia não poderia tolerar tal afronta, e rapidamente o secretário de estado foi exonerado, e apresentada uma pífia razão para o seu afastamento(...)

Imagem de arquivo

Ler mais...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Política ou jogo de interesses pessoais ?

Segundo o Expresso, em Relvas: o corta-Searas, o Senhor Doutor Relvas, ávido de recuperar a imagem perante os cidadãos, procurando fazer o máximo de aparições em público por unidade de tempo, antecipou-se a Passos Coelho para anunciar que o candidato do PSD à Câmara de Lisboa é Fernando Seara. Terá havido, nesta antecipação, interesse para o partido ou apenas interesse para o orador aumentar a sua auto-estima?

Parece que não houve interesse para o candidato que preferiria ter sido anunciado pelo líder do partido e não por uma ministro em crise de prestígio e de confiança perante os cidadãos. E, assim, e porque se trata de uma competição com um socialista de grande prestígio de quem já se falou na hipótese de vir a ser candidato a PR, Fernando Seara não confirma a candidatura que Relvas anunciou, defendendo os seus interesses pessoais, o seu amor próprio. Parece que este é um caso típico de jogo de interesses, embora sem prejuízo para o Estado, mas apenas, possivelmente, para a solução da CML.

Imagem de arquivo

Ler mais...

terça-feira, 5 de junho de 2012

China não perde oportunidades

A China, já apontada como grande potência do futuro próximo, pauta a sua estratégia de crescimento pela dispensa de utilização de armas bélicas que substitui por outras, pacíficas, de ordem económica. Para isso, está atenta a todas as oportunidades de, sem impor a sua fé, dilatar o império. E este não obedece a fronteiras físicas nem à geografia dos continentes, pois a globalização faculta-lhe a possibilidade de defender os seus interesses de crescimento em qualquer recanto do mundo.

Neste momento, esta reflexão é apoiada pelo interesse chinês na situação da Grécia, pois já prepara plano para eventual saída da Grécia do euro. Pensar em termos de estratégia a longo prazo, para atingir objectivos bem definidos é isto; e não é aquilo que vemos na Europa em que os governantes apenas olham para os números do défice que tentam resolver, de forma pontual e muito limitada, Abusando da austeridade, cujo resultado é o esvaziamento do sumo de parte essencial da economia e do principal recurso do País, que é o seu povo.

A China, depois de colocar o pé de forma bem decidida e determinada em Portugal e de outras pontuadas noutros locais, está agora a olhar, com a sua perspicácia e inteligência prática, para a Grécia, procurando, ali, suprir a ausência de uma acção coordenada e coerente da União Europeia e dos parceiros ocidentais.

Tal qual como se passa com as pessoas, cada país colherá os frutos das acções mal ou bem preparadas que desenvolver de forma inteligente. Os vindouros virão sofrer ou beneficiar dos resultados conforme tais acções forem previamente estudadas e depois decididas e concretizadas com competência e rigor moral e ético. O sentido de Estado não pode ser esquecido em qualquer momento.

Imagem do Google

Ler mais...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Novo Aeroporto de Lisboa, onde?

É agora enfatizado que o Pinhal Novo é nova proposta para a localização do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL). Esta notícia que cita um estudo do Engenheiro Pompeu dos Santos não deveria passar despercebida aos opinadores da Comunicação Social, porque encerra realidades que não podem ser ignoradas – a força dos lobis que não desistem perante uma eventual derrota e procuram escolher terreno mais favorável para nova batalha.

Já vai longe a data em que as duas alternativas eram a Ota e o Rio Frio. Como os terrenos da Ota eram mais baratos por não interessarem nem à agricultura nem ao urbanismo, várias pessoas se podem ter tentado a investir aqui em força para colherem boas «mais valias» no momento da expropriação, para a construção do NAL e as pressões para ali se orientaram. Soa que tais pessoas estiveram ligadas a idêntico investimento no distrito de Beja tendo em mira as construções da A-2, de um projectado centro de rastreio de satélites em Almodôvar e de um resort chinês com amplos campos de golfe e um centro logístico para abastecer toda a Europa a partir do porto de Sines.

Tendo, assim, sido desprezada a hipótese de o NAL ir para Rio Frio, ficou apenas a Ota para gáudio daqueles que ali investiram e o caso estava considerado encerrado, com o ministro Lino a dizer, com a sua pronúncia francesa, que no «deserto» da margem sul «jamais» seria construído. Com o «jamais» mostrou-se desactualizado quanto à geopolítica, pois, hoje é mais curial usar termos em inglês do que no obsoleto francês. Mas, como é iberista...

Porém, alguém não preso pelo pescoço ao Poder, nem ao grupo influente dos investidores prediais, alertou para os graves inconvenientes da Ota e para as variadas vantagens da margem Sul. E surgiu a hipótese de Alcochete onde o Estado possui terreno suficiente para instalar o NAL com todas as suas dependências. Os investidores não podiam encarar com bons olhos tal solução, por não haver hipótese de ali virem a beneficiar de mais valias, mas, na sua esperteza, viram que a lógica iria inclinar-se para a margem esquerda do Tejo, dadas as vantagens variadas daí resultantes para o País. Ora, naquela margem, no tal «deserto», dado que o Rio Frio já tinha sido excluído do campeonato, e Alcochete não lhes interessar, havia que deitar as garras à hipótese, já em tempos referida de fugida, do Pinhal Novo.

Agora vinda a público a notícia baseada em estudo elaborado por técnico credenciado, há todo o interesse em investigar o que consta ou venha a constar na Conservatória do Registo Predial da área quanto às transacções de terrenos efectuadas desde o início deste ano. Desta forma, à semelhança de igual pesquisa na região da Ota, ficará a saber-se quem tem originado tantos atrasos na decisão sobre a localização do NAL e causado tão vultosas despesas em sucessivos «estudos» e «comissões de estudo». É certo que os custos desses estudos não foram perdidos porque entraram no bolso de «estudiosos» amigos e da confiança dos detentores do Poder! Mas o erário público, o dinheiro dos nossos impostos, esse foi gravemente lesado, bem como os custos da demora da entrada em funcionamento do NAL e as sucessivas adaptações entretanto necessárias na Portela para poder manter a operacionalidade por mais tempo.

Esperemos para ver. Mas a lógica não trará grandes surpresas ao que aqui fica esboçado, à laia de profecia.

Ler mais...