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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Falta de FOCO


Embora o Brasil seja um país de forte potencial econômico, infelizmente estamos afundando. Na minha visão o problema vem mais de baixo, da nossa cultura e origem, e assim muitas vezes acabamos colocando no poder políticos incompetentes, burros ou mal-intencionados.

O povo não sabe dissernir o que é essencial e supérfluo diante do cenário atual, e o governo se prevalece disso. É fato que não há os recursos necessários para resolver 100% dos problemas do país. Dada a atual conjuntura é fundamental haver FOCO, atacando prioritariamente os problemas mais críticos, deixando para depois o que não é essencial.

Eu vi um filme esses dias que achei espetacular - O Jogo da Imitação, onde o líder do projeto tem a consciência de que para obter um resultado significativo com a nova descoberta é necessário ter uma visão mais global do que local, respeitando dados estatísticos, e muitas vezes admitindo certas baixas porém visando a vitória final a qual pouparia um número absolutamente maior de vidas.

Todos sabemos o que é mais crítico hoje em dia e afeta o povo como um todo: saúde, educação, segurança pública, saneamento básico e uma economia estável que permita uma condição de vida mais satisfatória. E o que vemos ? Um governo utilizando recursos públicos ao seu critério, visando prioritariamente o aumento da sua arrecadação / ganho de votos / apoio político / engrandecer o seu ego.

Essa tendência do governo é global, tanto a nível federal, estadual ou municipal. Por exemplo, no Rio de Janeiro estamos passando por problemas de segurança e saúde gravíssimos, enquanto isso vemos o prefeito fazendo obras supérfluas, faraonicas, derrubando enorme viaduto para fins estéticos, comprando placas de trânsito de 25.000 reais cada. Além disso em iniciativa conjunta com o governo do estado alocam inúmeros profissionais diariamente em uma operação grandiosa para a realização de blitz de fiscalização de trânsito e multagem desenfreada.

Tudo isso na visão de uns e outros pode parecer lindo, correto, eficaz, ainda mais com o apoio diário da mídia na TV e jornais. E assim uma parte significativa do povo acaba por aceitar a tudo isso e dar amém para o governo.

Enquanto isso vemos filas homéricas e mortes frequentes por falta de atendimento médico em hospitais públicos, pessoas sendo assassinadas, esfaqueadas, assaltadas nas ruas, ou morrendo esquecidas em sua insignificância.

De um lado você é violentado por criminosos; de outro, pelo próprio governo, sendo fiscalizado incessantemente, oprimido, obrigado a submeter-se, rebaixar-se, humilhar-se, a seguir regras ultra rigorosas, tendo sua liberdade cerceada, mas sem uma contra-partida em troca. Andamos em ruas inseguras, perigosas, cheias de buracos, correndo riscos diários. E o que o governo nós dá em troca ? Desapropriações, multagem, blitz, radares, opressão, punições. Estamos sempre no meio, apanhando das duas pontas.

Faz sentido isso ? É óbvio que não! Só se pode investir ou focar em realizações supérfluas quando o essencial estiver satisfatório. Caso contrário ou é burrice, falta de inteligência, de visão, ou pelo contrário, articulação do governo para sugar mais o nosso $, focando naquilo que o interessa  dando-o mais retorno pessoal ou político.

Enquanto não houver FOCO absoluto naquilo que o povo precisa de fato, nunca teremos nada de forma efetiva, mas apenas pequenas ações dispersas do governo para maquear o cenário e nos iludir.


"POLÍCIA PARA QUEM PRECISA DE POLÍCIA!"


"The world is not dangerous because of those who do harm but because of those who look at it without doing anything." ~Albert Einstein


domingo, 21 de setembro de 2014

Brasil : Desvio de Foco


Esse exagero da midia em ficar repetindo incessantemente a matéria sobre a garota que xingou o Aranha e sua respectiva punição é na verdade um desvio de foco nocivo à população.

É óbvio que o racismo deve ser coibido.

O fato é que por trás disso existe uma característica não muito louvável, mas que é inerente ao ser humano que é a necessidade de assistir a punições de terceiros, como uma certa forma de catarse emocional que o faz "lavar sua alma".

Na antiguidade tais instintos eram considerados naturais, tanto que por exemplo os imperadores romanos para saciarem esta sede do povo ofereciam sempre "shows" de gladiadores, massacre de cristãos em arenas, etc.

A mídia se prevalece disso para focar exageradamente em incidentes onde há supostos culpados a serem punidos, e vítimas a serem "vingadas" através de tais punições.

Assim a população em grande parte esquece o entorno e a podridão da conjuntura em que vivemos e de algum modo já se satisfaz.

Enquanto isso, o Lewandowski tomou posse como presidente do supremo, a Dilma já começou o famoso discurso do nada sabe a respeito do esquema de corrupção na Petrobrás, e ainda subiu nas pesquisas.

E o gado continua no seu pasto...

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Bolsa Família



Em um país onde grande parte do povo vive na miséria, uma bolsa família (compra de votos legalizada e patrocinada pelo povo) é suficiente para perpetuar essa gente no poder, e por conseguinte enfiar o Brasil no ralo...

Desta forma o governo mantém grande parte do povo em sua ignorância, sem maiores condições de melhorar seu nível de vida por carência educacional, e acomodado por já ser remunerado sem precisar trabalhar. A ignorância do povo é o maior trunfo de um governo incompetente para perpetuar-se no poder.


"The world is not dangerous because of those who do harm but because of those who look at it without doing anything." ~Albert Einstein

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Brasil - Uma República de Bananas




Carta recebida por um comentarista enviada por um amigo Americano.

Segue a carta:

Caros amigos brasileiros e “ ricaços “,

Voces brasileiros pagam o dobro do que os americanos pagam pela água que consomem.
Embora tenham água doce disponível, aproximadamente 25% da reserva mundial de água Doce está no Brasil.

Voces brasileiros pagam 60%  a mais nas tarifas  de telefone e eletricidade. Embora 95% da produção de energia em seu país seja hidroelétrica ( mais barata e não poluente ).
Enquanto nós, pobres americanos, somente podemos pagar pela energia altamente poluente, produzidas por usinas termelétricas à base de carvão e petróleo e as perigosas usinas Nucleares.

E por falar em petróleo...

Voces brasileiros pagam o dobro pela gasolina, que ainda por cima é de má qualidade, que acabam com os motores dos carros, misturas para beneficiar os usineiros de álcool . Não dá para entender, seu país é quase auto-suficiente em produção de petróleo (75% é produzido aí) e ainda assim tem preços tão elevados. Aqui nos EUA nós defendemos com unhas e dentes o preço do combustível que está estabilizado a vários anos US$ 0,30 ou seja R$ 0,90 Obs: gasolina pura, sem mistura.

E por falar em carro...

Voces brasileiros pagam R$ 40 mil por um carro que nos nos EUA pagamos R$ 20 mil. Voces dão de presente para seu governo R$ 20 mil para gastar não se sabe com que e nem aonde, já que os serviços públicos no Brasil são um lixo perto dos serviços prestados pelo setor público nos EUA. Na Flórida, caros brasileiros, nós somos muito pobres; o governo estadual cobra apenas 2% de imposto sobre o valor agregado (equivalente ao ICMS no Brasil) , e mais 4% de imposto federal , o que dá um total de 6%.
No Brasil voces são muito ricos, já que afinal concordam em pagar 18% só de ICMS.

E já que falamos de impostos...

Eu não entendo porque voces alegam serem pobres, se, afinal, voces não se importam em pagar, além desse absurdo ICMS, mais PIS, CONFINS, CPMF, ISS, IPTU, IR, ITR e outras dezenas de impostos, taxas e contribuições, em geral com efeito cascata, de imposto sobre imposto, e ainda assim fazem festa em estádios de futebol e nas passarelas de Carnaval . Sinal de que não se incomodam com esse confisco maligno que o governo promove, lhes tirando 4 meses por ano de seu suado trabalho.
De acordo com estudos realizados, um brasileiro trabalha 4 meses por ano somente para pagar a carga tributária de impostos diretos e indiretos.

Segue...

Nós americanos lembramos que somos extremamente pobres, tanto que o governo isenta de pagar imposto de renda todos que ganham menos de US$ 3 mil dólares por mês (equivalente a R$ 9.300,00), enquanto aí no Brasil os assalariados devem viver muito bem, pois pagam imposto de renda todos que ganham a partir de R$ 1.200,00. Além disso, voces tem desconto retido na fonte, ou seja, ainda antecipam o imposto para o governo, sem saber se vão ter renda até o final do ano. Aqui nos EUA nos declaramos o imposto de renda apenas no final do ano, e caso tenhamos tido renda, ai sim recolhemos o valor devido aos cofres públicos. Essa certeza nos bons resultados futuros torna o Brasil um país insuperável.
Aí no Brasil voces pagam escolas e livros para seus filhos, porque afinal, devem nadar em dinheiro, e aqui nos EUA, nós, pobres de país americano, como não temos toda essa fortuna, mandamos nossos filhos para as excelentes escolas públicas com livros gratuitos. Voces, ricaços do Brasil, quando tomam no banco um empréstimo pessoal, pagam POR MÊS  o que nos pobres americanos pagamos POR ANO.

E por falar em pagamentos...

Caro amigo brasileiro, quando voce me contou que pagou R$ 2,500.00 pelo seguro de seu carro, ai sim eu confirmei a minha tese: voces são podres de rico!!!!!!!!
Nós nunca poderíamos pagar tudo isso por um simples seguro de automóvel. Por meu carro grande e luxuoso, eu pago US$ 345,00. Quando voce me disse que também paga R$ 1.700,00 de IPVA pelo seu carro, não tive mais dúvidas. Nós pagamos apenas US$ 15,00 de licenciamento anual, não importando qual tipo de veiculo seja. Afinal, quem é rico e quem é pobre ?
Aí no Brasil 20% da população economicamente ativa não trabalha. Aqui, não podemos nos dar ao luxo de sustentar além de 4% da população que esta desempregada.
Não é mais rico quem pode sustentar mais gente que não trabalha ???

Comentários:

Caro leitor, estou sem argumentos para contestar este ianque. Afinal, a moda nacional brasileira é a aparência. Cada vez mais vamos nos convencendo de que não é preciso ser, basta parecer ser. E, afinal, gastando muito, a gente aparenta ser rico. Realmente é difícil comparar esta grande nação chamada EUA que desde o seu descobrimento teve uma colonização de povoamento, com nosso país que foi colônia de exploração por mais de 300 anos, com nossas riquezas sendo enviadas para Portugal. E hoje ainda sofremos com essa exploração, só que dos próprios governantes que pilham e enviam nossas riquezas para suas contas bancárias em paraísos fiscais. E não fazemos nada para promover uma mudança radical de atitudes, conceitos e afirmação de nossa dignidade. Precisamos sair deste comodismo que estamos vivendo ou o sonho do País do futuro será apenas um ideal na boca dos demagogos que estão no poder.

CONCLUSÃO:

“Não se trata de sermos um país rico, mas sim de uma República de BANANAS!!!!!!!!!!!!!!”
Leiam e passem adiante.
O objetivo é fazer chegar esta mensagem ao máximo de pessoas para sensibilizar e conscientizar este povo brasileiro que aceita tudo que o governo dita, sem contestar.


"The world is not dangerous because of those who do harm but because of those who look at it without doing anything." ~Albert Einstein

“Individually, we are one drop. Together, we are an ocean.” ~Ryunosuke Satoro

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Criança Esperança

Carta aberta, de Eliane Sinhasique, para Renato Aragão, o Didi.

Quinta, 23 de maio de 2009.

Querido Didi,

Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu Nome para colar nas correspondências)...

Achei que as cartas não deveriam ser endereçadas a mim. Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e te escrever uma resposta.

Não foi por "algum" motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre esses motivos).

Você diz, em sua última Carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.

Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas mas, comigo não. Eu não sou ministra da educação, não ordeno e nem priorizo as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a freqüentar as salas de aula.

A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da minha família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não mata ninguém. Muito pelo contrário, faz bem! Estudei na escola da zona rural, fiz Supletivo, estudei à distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma micro empresária.

Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos Impostos embutidos em cada alimento, em cada produto ou serviço que preciso comprar para o sustento e sobrevivência da minha família.

Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem.

Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais.

O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores, dessa dinheirama toda, não têm a educação como prioridade. Pois a educação tira a subserviência e esse fato, por si só não interessa aos políticos no poder. Por isso, o dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora, ou aplicando muito mal.

Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)! O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda? Você pode ajudar a mudar isso! Não acha?

Você diz em sua Carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você. É por isso que sua Carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é 'o cara'. Ele tem a chave do Cofre e a vontade política para aplicar os recursos.

Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas do país, sem nenhum tipo de distinção ou discriminação. Mas, infelizmente, não é o que acontece...

No último parágrafo da sua Carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da "minha" doação, que a "minha" doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias.

Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho.

Isso significa que o governo leva mais de um terço de tudo que eu recebo e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.

Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não.

Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira.

Outra coisa Didi, mande uma Carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os ministros e professores das escolas públicas. Só escolher quem, de fato, tem vocação para ser ministro e para o ensino. Melhorar os salários, desses profissionais, também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação. Peça para ele, também, fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam além de ler, escrever e fazer contas possa desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.

Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando... Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari.

P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal-educada: vou rasgá-la antes de abrir.

PS2* Aos que doaram para o criança esperança. Fiquem sabendo, as organizações Globo entregam todo o dinheiro arrecadado à UNICEF e recebem um recibo do valor para dedução do seu imposto de renda. Para vocês a Rede Globo anuncia: essa doação não poderá ser deduzida do seu imposto de renda, porque é ela quem o faz.

PS3* E O DINHEIRO DA CPMF QUE PAGAMOS DURANTE 11(ONZE) ANOS? MELHOROU ALGUMA COISA NA EDUCAÇÃO E NA SAÚDE DURANTE ESSES ANOS?

BRASILEIROS PATRIOTAS DIVULGUEM ESSA REVOLTA....


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Call to Arms : Está na hora de mudar!


Sentado em uma poltrona desconfortável de um avião a 9.000m de altura, esperando o tempo passar, comecei a refletir sobre o que tenho escrito nos últimos meses e publicado neste blog.

Basicamente os meus posts têm o objetivo de fazer com que o leitor reflita sobre o contexto em que vivemos,  procurando ajudá-lo de alguma forma a viver a vida mais intensamente, buscando sempre a sua felicidade, em conjunto com o todo.

Alguns posts têm sido de caráter filosófico, abordando a visão da vida pela maioria das pessoas, e apresentando formas alternativas que nos levem mais naturalmente à felicidade. Outros de caráter histórico, tentando explicar os motivos que levaram a sociedade à conjuntura atual.

Com relação às minhas publicações com abordagens sociológicas e políticas, procurei elucidar alguns dos problemas que passamos nos dias de hoje em nosso país, os quais são decorrentes da conjuntura político-social em que vivemos.

O Brasil de hoje é um país que está em crescimento contínuo, mesmo com o elevado índice de corrupção de grande parte de nossos políticos. O Brasil possui dimensões continentais, com riquezas naturais por toda parte, condições climáticas não agressivas em grande parte de seu território, contém a maior floresta do mundo, riquíssima por sua bio-diversidade, e quase por unanimidade mundial é considerado a "potência mundial do futuro".

Por outro lado, ao analisarmos a pirâmide social de nossa população constataremos que apresenta um perfil esdrúxulo. O Brasil é um país que apresenta uma grande desigualdade social, onde 10% da população representada pelos mais ricos possui cerca de 50% da renda de todo o país, e 50% da população representada pelos mais pobres possui apenas 10% da renda. Além disso, os 1% localizados no topo da pirâmide social (os mais ricos) possuem uma parcela de renda superior a da metade de toda a população brasileira (mais pobres).

Sendo assim, que sentido tem o Brasil ter toda essa excelência se a grande massa de nossa população não usufrui de tais recursos ? Será que convém à minoria que controla o nosso rico país que a massa se eleve socialmente a ponto de questionar o seu poder ?

Como eu já disse em posts anteriores, boa parte dos políticos de nosso país, principalmente no poder executivo, consideram o Estado a sua empresa particular. Investem milhões em suas campanhas demagógicas para chegarem ao poder e através deste realiza todo o possível para retornar o seu investimento, com elevada rentabilidade.

Não importa se em outra ocasião o político já foi "povo". Quando alcançam o poder realizam medidas maquiavélicas e impopulares, buscando o aumento da arrecadação do Estado a qualquer custo. Seja através de novos impostos, multas, aumento das taxas e tarifas, maior severidade na fiscalização de pessoas físicas ou jurídicas, investimento elevado na tecnologia quando usada no apoio à fiscalização e multagem, entre outras.

Não é à toa que o Brasil é um dos países com o maior nível de tecnologia associada às eleições, já que é através da política que a minoria se mantém permanentemente no poder. Quanto maior a verba do Estado disponível para a realização de projetos, maior a lucratividade dos políticos, que de alguma forma acabam obtendo parte desta verba para si. Assim se explica esta corrida desesperada, desenfreada e maquiavélica pela a implantação de medidas que aumentem a sua arrecadação, independente da aprovação ou não do povo.

Considerando que nossas eleições "ainda" são diretas, teoricamente o povo teria condições de não reeleger os elementos que não agradarem. Porém isso não funciona assim. Dado que a maioria da população vive na pobreza, e por conseguinte não possui um nível educacional decente, fica fácil para os políticos obterem seus votos através de presentes e benefícios diretos às comunidades ou congregações religiosas que participam. Desta forma se torna possível a um político se perpetuar no poder, mesmo apresentando comportamento e ações indesejáveis e impopulares em seus mandatos.

Dada esta conjuntura, qual é a solução que podemos vislumbrar para a mudança deste cenário ?

Em longo prazo, o investimento na educação é a solução. Por mais que se procure procrastinar a elevação do nível educacional da população, não é digno que nosso povo permaneça como está.

O brasileiro tem apresentado nas últimas décadas um perfil absolutamente passivo. Ele se satisfaz com o seu chopp, futebol, samba, entre outras "drogas" que lhes são oferecidas para desviarem o foco dos problemas político-sociais.

A minoria pensante precisa no mínimo se unir e manifestar-se de forma inteligente e incessantemente, com perseverança. O país é nosso, pertence a todos. Os políticos são nossos empregados que existem para nos servir. Se não estiverem agradando devem ser demitidos. Com o povo unido, ganhamos força e podemos estabelecer um mecanismo de pressão permanente em cima dos políticos que governam o nosso país. Já existem movimentos localizados, através da internet que tem crescido substancialmente nos últimos anos. Chegamos a ponto do governo do Rio de Janeiro querer impor censura ou o fechamento do Orkut, para evitar que suas ações indesejáveis sejam elucidadas para o povo. Isso é sinal que eles já estão sendo incomodados. Mas isso não é suficiente. Cada leitor que achar que minhas palavras são válidas, deve pensar de que forma pode ajudar na luta por um país melhor, governado de fato pelo povo, e não por uma minoria que busca apenas os seus interesses.

Através da inteligência e união podemos lutar juntos por um Brasil melhor. Da mesma forma que os políticos articulam para obter e permanecer no poder, cabe ao povo fazer com que eles cumpram o seu papel, de nossos servidores. Medidas impopulares devem ser rechaçadas, através de uma oposição dura e persistente. A oposição somos nós mesmos. Não podemos esperar que os outros façam aquilo que nos cabe. Se as eleições estão por vir, não adianta simplesmente manter-se descrédulo e impassível. É importante acreditar, divulgar, denunciar, lutar pelos seus direitos, fazer o seu papel de cidadão.

Como disse Júlio César,

“Alea Jacta Est!”

“Washing one's hands of the conflict between the powerful and the powerless means to side with the powerful, not to be neutral.” ~Paulo Freire

“If the structure does not permit dialogue the structure must be changed” ~Paulo Freire

“Individually, we are one drop. Together, we are an ocean.” ~Ryunosuke Satoro

terça-feira, 18 de maio de 2010

Segundas Intenções

A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza.

Amo o público, mas não o admiro. Como indivíduos, sim. Mas, como multidão, não passa de um monstro sem cabeça. ~Charles Chaplin

A mente humana é uma estrutura hiper complexa, a qual é objeto de inúmeros estudos buscando a sua compreensão.

Estudos realizados constataram que o ato de presentear alguém, tanto no sentido material quanto a nivel de fazer o bem, geram uma satisfação igual ou maior do que a de ser presenteado.

Porém a estrutura da sociedade em que vivemos faz com que as pessoas cada vez mais deixem de refletir sobre si mesmas, e vivam em um plano primário buscando incessantemente a sua felicidade através da conquista de bens materiais. Como bens materiais jamais deixarão o homem saciado, esta busca torna-se interminável, e as pessoas nunca estão satisfeitas. Tentamos explicar as razões de termos chegado a este ponto em posts anteriores do blog.

A mente humana é mais poderosa do que um super computador, principalmente na forma analítica em que processa as informações e busca soluções e caminhos para chegarmos aos nossos objetivos. Tanto no caminho do "bem", quanto no do "mal". Embora eu não costume utilizar estar palavras, vamos conceituar o "bem" como algo realizado em benefício de terceiros, e "mal" o contrário.

Em posts anteriores mostramos que a sociedade em que vivemos é essencialmente focada em metas definidas pelas classes dominantes e detentores do poder ao longo de sua história. O pessoa desde que nasce recebe por "osmose" informações que a levam a focar sua educação e vida na busca de sucesso, enriquecimento, poder, destaque, etc. A justificativa é que tais realizações a levariam a atingir a felicidade e plenitude, para si e seus descendentes. Assim são formadas as pessoas que irão um dia chegar ao poder e liderança, mantendo este modelo social.

Em uma sociedade constituida por milhões de pessoas, chegar ao poder não é algo simples. É claro que se um dia surgir alguém iluminado que toque o coração do povo sua ascensão pode vir a ser natural, mas em 99.9% dos casos tal situação não se aplica.

O indivíduo que foca sua existência na conquista e manutenção do poder e liderança, em geral abre mão de todos os valores e dignidade para atingir a seus objetivos.

Alguns países os quais são regidos por ditaduras, podem ser considerados como empresas privadas de seus governantes. Normalmente estes chegaram ao poder através da força.

Já em países supostamente democráticos, o processo é um pouco mais complexo porém o objetivo é o mesmo, ou seja, fazer do Estado a sua empresa enquanto durar o seu mandato de governo.

Para chegar ao poder é necessário ganhar o voto de milhares de pessoas, a princípio desconhecidas, colocando-se politicamente e moralmente acima de seus oponentes. Por este motivo as campanhas dos candidatos com maior chance de vitória costumam ser caríssimas. As verbas utilizadas nas campanhas em geral vêm dos próprios candidatos, e empresas que os apoiam. Em geral o valor gasto é muito superior ao somatório dos salários e benefícios que o indivíduo ganhará ao logo de todo o seu mandato. Sendo assim, muitos destes ao assumirem o poder consideram que estão no vermelho, endividados devido aos altos gastos de campanha, e devendo favores às empresas que os apoiaram.


O indivíduo considera que dado o altíssimo nível de "investimento" alocado, assim como o alto risco do "negócio", e a possibilidade de não mais vir a vencer futuras eleições, é necessário não só saldar as dívidas contraídas e favores prometidos, mas também ter um retorno substancial, garantindo a verba necessária para o financiamento de sua próxima campanha, ou quem sabe a sua aposentadoria.


No Brasil o poder executivo (presidente, governadores, prefeitos) depende do legislativo para governar. Ou seja, é desejável que suas leis sejam aprovadas prontamente quando necessário. Daí surgiu o chamado "mensalão", isto é, uma "bolsa" paga mensalmente pelo poder executivo à alguns membros do legislativo (deputados, vereadores, senadores) para assegurar que os seus projetos de lei fossem aprovados. Dado o descrito no parágrafo acima, será que o "mensalão" foi mesmo abolido ou ainda continua ativo em alguma esfera (nacional, estadual ou municipal) ?


Dependendo do nível de investimento para a chegada ao poder, associado aos custos necessários para a sua manutenção e o retorno desejado, torna-se necessário que o governante faça de tudo para aumentar a arrecadação do Estado. Desta forma ele poderá realizar mais projetos, estabelecendo parcerias com empresas que ofereçam vantagens, benefícios, e aos "menos honestos" presentes ou até mesmo comissões.


O descrito acima explica a obsessão do governo em aumentar a sua arrecadação através de impostos e leis punitivas visando a multagem de indivíduos.


Quando vocês verem matéria na TV utilizando apelo emocional, e sugerindo implicitamente a criação de alguma lei punitiva através de multas, pensem que por trás disso pode estar um trabalho de assessoria de imprensa do governo, visando convencer o povo da necessidade de tais medidas.


A verdadeira intenção é sempre o aumento da arrecadação. As justificativas primárias são apenas pretextos demagógicos, por mais claras que pareçam.


Existe solução ? Sim. Para chegarmos a uma solução é necessário aumentar o nivel de educação da população a ponto de compreender a verdade do contexto em que vivemos, aspirar por um mundo melhor e lutar intensamente por isso.

Nem tudo é o que parece ser...

"The world is not dangerous because of those who do harm but because of those who look at it without doing anything."  ~Albert Einstein

"If the structure does not permit dialogue the structure must be changed."

"The greatest humanistic and historical task of the oppressed: to liberate themselves..."

"Education either functions as an instrument which is used to facilitate integration of the younger generation into the logic of the present system and bring about conformity or it becomes the practice of freedom, the means by which men and women deal critically and creatively with reality and discover how to participate in the transformation of their world."
~Paulo Freire (Pedagogy of the Oppressed)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O Perfil da Sociedade Brasileira

Nos últimos dois posts, tentei resumir a evolução dos acontecimentos históricos no Brasil desde o seu descobrimento até a proclamação da República, a qual vivemos até os dias de hoje.

No início de nossos tempos, o povo brasileiro foi constituído principalmente de imigrantes cujos objetivos eram a exploração de recursos visando maiores lucros no comércio. Para maximizar os lucros eram utilizados índios e mais adiante escravos negros adquiridos através de tráfico de homens vindos da África.

Na colonização nunca houve uma unidade dos imigrantes nem o objetivo de construir no Brasil a sua terra. Os movimentos populares revolucionários em busca da independência nunca foram o suficiente para alcançá-la. Nossas principais conquistas sempre foram com fundo político, ou com o apoio econômico das classes dominantes. O povo brasileiro, diferentemente de outras nações nunca precisou entrar em guerra, ou lutar e morrer por seus ideais, fora em situações pontuais.

Grande parte dos imigrantes portugueses que vieram para o Brasil eram considerados de baixo escalão ou pessoas indesejáveis pela monarquia. Uma parcela substancial do povo brasileiro foi constituída pela miscigenação entre estes portugueses, junto com os índios e negros provenientes do tráfico de escravos.


No decorrer dos tempos, imigrantes de outros países vieram para o Brasil por razões e objetivos diversos, porém mantendo traços de suas culturas nas regiões onde se estabeleceram.


Até hoje nossa população apresenta um número elevado de analfabetos - mais de 10% da população com idade acima de 15 anos não sabem ler e escrever. Isto representa cerca de 14 milhões de pessoas. O Brasil é um país que apresenta uma grande desigualdade social, onde 10% da população representada pelos mais ricos possui cerca de 50% da renda de todo o país, e 50% da população representada pelos mais pobres possui apenas 10% da renda. Além disso, os 1% localizados no topo da pirâmide social (os mais ricos) possuem uma parcela de renda superior a da metade de toda a população brasileira (mais pobres).

Veja aqui alguns dados estatísticos do Brasil.


Após a proclamação da República em 1889, com o regime presidencialista diversos presidentes chegaram ao poder. Porém em 1o de abril de 1964 o Brasil sofreu um golpe militar (revolução de 1964) o qual estaria associado à ideia de futuro, de esperança de um tempo melhor, algo prometido à população devido ao estado de corrupção existente, aos vários problemas estruturais que surgiram na política brasileira no decorrer dos anos da República, assim como supostas ameaças de comunismo.

O golpe de 1964 submeteu o Brasil a um regime alinhado politicamente com os Estados Unidos da América, e durou até 1985 quando indiretamente foi eleito o primeiro presidente civil desde as eleições de 1960, Tancredo Neves.

O momento histórico do golpe militar de 1964 era complicado, dado que o mundo vivia a Guerra Fria, onde por um lado países como a China, Cuba e URSS representavam o lado comunista e tentavam influenciar ou financiar outros países a seguirem o seu regime de governo, por outro lado havia os Estados Unidos defendendo o lado capitalista. Pode-se fazer diversas suposições com relação a procedência das iniciativas e financiamentos das duas correntes ideológicas existentes no Brasil (direita x esquerda). Porém é inquestionável que durante a ditadura militar a população brasileira sofreu uma forte repressão e a imprensa uma extrema censura. Há relatos de supostas torturas e assassinatos.


Geraldo Vandré - Para não dizer que não falei das flores


Muitas das pessoas que vivenciaram este momento histórico ficaram marcadas para sempre. As crianças  foram educadas neste período sob o regime repressor, e aprenderam a não questionar e aceitar as imposições do governo para não sofrerem represálias.

Se antes o povo brasileiro já não tinha uma unidade e posicionamento forte na luta por seus ideais, a partir de 1964 passou a se tornar ainda mais passivo e submisso aos detentores do poder. Tal temor e passividade persistem até os dias de hoje. Os políticos fazem leis às suas vontades. Governam em causa própria, como se o país fosse sua empresa particular. Em geral chegam ao poder através de ações populistas, beneficiando-se da pobreza e carência de educação da maior parte da população para obterem votos. Ao assumirem o poder elaboram leis completamente contra o desejo do povo, focadas principalmente no aumento da arrecadação do Estado, justificadas por mínimos pretextos, que apoiados pela midia são suficientes para calar o povo. A nossa história tornou o povo brasileiro tão passivo e submisso, que é praticamente incapaz até mesmo de se posicionar radicalmente contra medidas tais como leis criadas pelos próprios políticos para o aumento do seu próprio salário, aumento do preços de combustíveis, criação de novos impostos (ex. CPMF, taxa de iluminação pública), entre outras.

Nosso povo se satisfaz com muito pouco. Se o seu time vence no estádio a alegria momentânea é suficiente para o esquecimento das adversidades. Uma cervejinha também pode ser uma boa forma de esquecer. E desta forma os governos se mantém, administrando seus Estados - suas "empresas". O povo olha, sabe, mas permanece passivo e submisso.