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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Casagrande e Seus Demônios - Walter Casagrande - Ed. Globo Livros

Sinceridade. Para mim, essa é a palavra que mais resume essa biografia. Ela desnuda fatos, sentimentos e pensamentos do ídolo corintiano Casagrande, ex craque de futebol, comentarista aclamado da Rede Globo e dependente químico.

Eu torço para o Santos mas, mesmo assim, achei o livro muito bom. Para quem torce pelo Corinthians, é um prato cheio. Ele fala de várias passagens importantes do clube, incluindo a mais emblemática: a democracia corintiana.

Fora isso, tem toda a questão da dependência química, tudo o que ele passou e o quanto é difícil entender e aceitar que se é um dependente químico, e que essa doença não tem cura.

Outro assunto que é muito abordado no livro é música. Para quem gosta do tema, o livro traz muitas passagens bacanas, principalmente sobre rock, estilo musical preferido de Casão.

Há várias páginas com fotos de vários momentos do jogador. Dá pra viajar no tempo.

Super recomendo a leitura! Nua, crua, sincera, visceral. Assim como seu autor.

Sobre o Autor

Walter Casagrande Júnior é um ex-futebolista brasileiro que atuava como atacante. Atualmente, trabalha como comentarista de futebol em jogos de transmissão ao vivo pela Rede Globo.


Fonte: Google

quarta-feira, 23 de maio de 2018

EU QUERO ESTE LIVRO UR-GEN-TE-MEN-TE!!!

Preciso muito dividir com vocês a minha vontade surreal de ter e ler este livro. Que ideia geniaaaaal!!! E que trabalho de pesquisa incrível e super prazeroso de ser feito. Eu acabei de saber da existência dele e pensei: pre-ci-so falar dele no meu blog! E é djáááá!

As autoras Duda Porto de Souza e Aryane Cararo fizeram uma intensa pesquisa por 2 anos sobre mulheres que revolucionaram o Brasil, escrevendo mini biografias sobre cada uma delas, que foram pouco reverenciadas historicamente, deixando esse gap de figuras históricas femininas no país.

As autoras pinçaram essas mulheres desde o século 16 até a atualidade.

Acabando de fazer esse post, vou começar minhas buscar por ele nas livrarias online, porque to com siricutico e quero esse livro na minha estante o quanto antes. 💓

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Só por hoje e para sempre - Renato Russo - Ed. Cia das Letras



 Só por hoje e Para Sempre é o diário escrito por Renato Russo durante os 29 dias em que ele ficou internado voluntariamente em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos. O diário foi publicado na íntegra, porém os nomes de pessoas citadas foram transformados em iniciais. 

Como muitas passagens do diário estão fora de contexto, fiquei perdida em muitos momentos e não foi fácil tentar entender minimamente o conteúdo. Apesar desse aspecto um pouco frustrante, o diário é extremamente rico para entender como pensava e sentia esse homem único e genial que passou por aqui por 36 anos. Ele era um gênio. Fato. Ele realmente era diferenciado e não pertencia a esse mundo. Sensível ao extremo, viver neste planeta era um peso muito grande para ele, um fardo mesmo.

A gente sente pena, muita pena, mas também uma admiração gigante pela pessoa que Renato foi. Como mãe, imagino como deve ter sido triste e sofrido ver seu filho internado, depois vê-lo com recaídas e, por último, ter que ouvir da sua própria boca que simplesmente viver era demais pra ele. Mas o amor de mãe é tão grande que, mesmo sentindo a maior dor do mundo, ela escolheu respeitar a sua vontade.

Para os fãs de Renato Russa e da Legião Urbana, o livro super vale a pena. Mas eu tinha mais expectativas sobre ele. Acho que teria sido muito mais rico ter capítulos explicativos, mesmo que breves, entre as passagens do diário.

Sobre o Autor

Renato Manfredini Júnior, nome artístico: Renato Russo ( Rio de Janeiro, 27 de março de 1960 – Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1996) foi um cantor e compositor brasileiro. Russo é considerado o mais importante compositor do rock brasileiro.

Fonte: Skoob

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Eu, Christiane F., A Vida Apesar de Tudo - Christiane Vera Felscherinow - Ed. Bertrand Brasil




Fazia anos que eu tinha vontade de ler esse livro, que estava parado há tempos na minha estante. Depois de um bom tempo sem ler, retomei meu hobby preferido com ele. Tinha muitas expectativas, já que a jovem que marcou minha adolescência agora é uma mulher madura e conta, em sua biografia, detalhes do seu passado e tudo o que aconteceu depois que a história do filme termina. 

Na época em que este livro foi lançado, Christiane tinha 51 anos e estava com tantos problemas de saúde que achava que não duraria mais muito tempo. Alguns anos se passaram e ela ainda está viva, mas não sei em que situação, pois qualidade de vida ela não tinha faz tempo. As drogas podem até não matar, se o usuário tiver sorte, mas deixam outras marcas permanentes e muito tristes.

A linguagem usada e a falta de ordem dos acontecimentos deixam a desejar, mas no decorrer da leitura a gente acaba se acostumando. O livro é escrito com uma sinceridade e honestidade absurdas, às vezes até co humor, fazendo com que tenhamos uma certeza logo de cara: Christiane marca sua presença por onde passa, seja pela sua beleza, seja pelo sei jeito de ser e de levar/encarar a vida.

Ao todo, 35 anos se passaram entre o primeiro livro e este segundo, mas o tempo não foi capaz de apagar todas as consequências trazidas para a vida da autora com tanta exposição. Mas, pior do que ela conviver com tudo isso, é seu filho, hoje um jovem adulto, ter que arcar também com as consequências da vida que sua mãe decidiu levar. A parte que ela fala do filho, para mim, é a mais triste e emocionante, talvez por eu ser mãe e me identificar muito, tanto com a dor dela quanto com a dor dele.

Sobre a Autora


A própria Christiane é a autora do livro. Ela n
asceu em Hamburgo, na Alemanha, em 20 de maio de 1962. Ficou famosa ao dar o depoimento de sua vida aos jornalistas Kai Hermann e Horst Rieck, que, na ocasião de seu julgamento por uso de drogas, preparavam uma grande matéria sobre a juventude alemã para a revista Stern.Esse depoimento acabou sendo a base para o livro que viria a se tornar o best-seller nº 1 da Alemanha – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo –, o qual narra a trajetória de três adolescentes que se prostituíam numa estação de metrô para poder comprar drogas. O livro foi publicado em várias línguas e, no Brasil, recebeu o título de Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída...

Fonte: Skoob

terça-feira, 28 de abril de 2015

Eu sou Malala - Malala Yousafzai - Ed. Companhia das Letras

"Quem é Malala? Eu sou Malala, e essa é a minha história".

Li esse livro agradecendo a Deus por ter nascido em um país como o Brasil. Cheio de problemas e com muitos aspectos para melhorar, sim, mas vivemos com liberdade e numa democracia, ufa mil vezes.

Malala é mais uma menina nascida em um país de homens. Normalmente, os pais de meninas lamentam muito quando percebem que não é um "novo macho poderoso" que saiu do ventre da mãe. Mas o pai de Malala tem a mente aberta e bastante discernimento. Acolheu sua filha desde o nascimento e, daí por diante, ofereceu o mais importante: cultura e educação. Mas nem isso elas teriam o direito de ter em seu país. Mulher, ali, não pode ir pra escola, onde já se viu!

Mas Malala e seu pai lutaram contra esse absurdo tanto quanto puderam.  O livro conta toda a infância de Malala e as dificuldades que sua família teve que passar até seu pai conseguir transformar seu sonho de ter uma escola para meninas em realidade.

O livro é muito bom e eu fiquei chocada e revoltada em muitos momentos, comparando com o Brasil e refletindo sobre como, no fim das contas, é "fácil" viver aqui. Malala tem cultura, informação e o espírito livre. Para pessoas assim, ser muçulmano e viver no Paquistão deve ser o pior dos castigos.

Mesmo assim, ela continuou sua missão de lutar para que outras meninas tivessem o direito à educação, assim como ela tinha. Parecia que ela estava procurando uma agulha no palheiro, mas ela sabia que o grãozinho que plantava podia fazer a diferença na vida e no futuro das meninas paquistanesas, mesmo que a longo prazo. As ameaças que eles ouviam todos os dias dos fanáticos religiosos até causavam medo, mas não o suficiente para calá-los. Seu pai estava com ela nessa luta, ele era seu maior exemplo. Seu espelho. Seu herói.

Até que um dia, um homem entra no ônibus em que Malala está e pergunta: Quem é Malala?
Ninguém responde, mas todas as suas amigas olham para ela. O disparo é feito. Daí pra frente, a luta é pela vida.

Chorei litros ao ler passagens do que ela sofreu no hospital. Depois que terminei o livro fui procurar vídeos dela no YouTube e vi que ela era linda, mas depois do tiro ficou com o rosto um pouco assimétrico e maior de um lado que do outro. Isso importa? Claro que não! Malala esta viva. Malala ainda luta. O talibã não a representa e não conseguiu calá-la. Ao contrário, eles fizeram com que ela ganhasse notoriedade mundial. Eles perderam.


Sobre Malala

Malala Yousafzai é uma estudante e ativista paquistanesa. Ela é conhecida por seu ativismo pelos direitos à educação e o direito das mulheres, especialmente no Vale do Swat, onde o Talibã às vezes proíbe meninas de frequentarem a escola. Em 9 de outubro de 2012, Yousafzai foi baleada na cabeça e pescoço em uma tentativa de assassinato por talibãs armados quando voltava para casa em um ônibus escolar. Nos dias que se seguiram ao ataque, ela permaneceu inconsciente e em estado crítico, mas mais tarde a sua condição melhorou o suficiente para que ela fosse enviada para o Queen Elizabeth Hospital, em Birmingham, Inglaterra, para a reabilitação intensiva. Em 12 de outubro, um grupo de 50 clérigos islâmicos no Paquistão emitiu uma fatwa contra aqueles que tentaram matá-la, mas o Talibã reiterou sua intenção de matar Malala e seu pai.


Fonte: Skoob

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Olhe nos meu Olhos :: Minha Vida com a Sindrome de Asperger - John Elder Robison - Ed. Lorousse


"Não deve ter sido fácil escrever esse livro" foi a frase que mais ficou rondando a minha cabeça enquanto eu mergulhava na história sincera, objetiva e muito bem narrada de Olhe nos meus Olhos. O livro é uma autobiografia de John Elder Robison, um homem que foi o primeiro filho de um casal peculiar e que sempre se sentiu diferente, por conta da extrema dificuldade em sociabilizar, olhar nos olhos e agradar as pessoas a sua volta. Fechado e introspectivo, John passou por vários consultórios psiquiátricos ao longo de sua infância, foi chamado de mau caráter e passou poucas e boas até ser diagnosticado, por pura sorte, com a Síndrome de Asperger. Por ser uma forme leve de autismo, o diagnóstico já é difícil hoje, imagine então há mais de 50 anos!

Esse livro estava há tempos na minha lista de desejados e foi uma das maiores conquistas do ano passado para a minha estante, já que ele está praticamente impossível de ser encontrado nas livrarias. Tanto é que, enquanto lia o livro, recebi a proposta de vendê-lo para uma pessoa que estava louca por ele. Como já sou adepta das trocas de livros, adorei a proposta e ele já seguiu viagem para Pernambuco! :)

Eu tinha muita curiosidade de entender mais sobre o assunto, ainda mais porque ele está intimamente relacionado com o universo infantil e, como tenho contato com muitas crianças hoje em dia e algumas receberam o diagnóstico, é importante para mim saber como essas pessoas se sentem e vêem/encaram o mundo.

E esse é o ponto forte do livro: você entende a cabeça de John, porque ele explica o tempo todo o que pensa, qual o motivo para alguns comportamentos e como eles encaram os acontecimentos da vida. Os Aspergers são muito práticos e nada políticos, mas eles são sentimentais, sim! Não ser bom em abraçar pessoas não significa que não se goste delas.

Uma passagem que me marcou foi a explicação de John sobre uma de suas expressões faciais mal aceitas pela sua família. Certa vez, vieram dar a notícia de um falecimento e John sorriu. Todos a sua volta ficaram horrorizados, chocados com a crueldade dele. E ele explica no livro que, dentro de si, sentiu alívio por não ter sido um de seus pais, e então o sorriso veio espontaneamente. Faz todo sentido! Uma pessoa sem Asperger também sentiria alívio, mas seria politicamente correto e, por respeito e convenções sociais, controlaria o sorriso que, se pudesse, também estamparia seu rosto.

O livro demorou para engrenar, mas do meio para o final melhorou muito e cheguei até a me emocionar. A maneira direta, honesta e extremamente objetiva que ele narra os fatos da sua vida são admiráveis. Com bom humor e sem meias palavras, John hoje é pai, empresário, marido e escritor. E Asperger com orgulho.

PS.: AMEI a capa do livro!

Sobre o Autor


Mora com sua esposa e filho em Amherst, Massachusetts. Sua empresa, JE Robison Service, conserta e restaura carros europeus.

Fonte: Skoob

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Até breve, José: ele chegou!!!!

Esse é um post especial para mim. Depois que me tornei mãe, passei a carregar dentro de mim um pouco da dor de outras mães, porque é impossível não se colocar no lugar delas quando se conhece o maior amor do mundo.

Camila Goytacaz tem três filhos: Pedro Luis, Joana e José Luis. José viveu dentro de Camila por 9 meses, mas faleceu do lado de fora, ainda recém-nascido. Camila transformou sua dor em esperança e registrou todo esse processo escrevendo Até Breve, José.

O projeto foi para o Catarse e ultrapassou (uhuu!!) a verba inicialmente estimada. Enfim, o livro poderia ser produzido! Eu fui uma das colaboradoras (com MUITO orgulho!) e recebi pelo correio meu exemplar, LINDO, autografado pela autora e com um marcador de páginas super delicado.

Ainda não comecei a ler Até Breve, José, mas tenho absoluta certeza de que o livro é lindo, profundo e repleto de amor. Ele é todo ilustrado também, pra dar aquela vontade de guardar pra sempre em um cantinho especial da casa.

Aqui tem a página do livro no facebook. E, para comprar, clique aqui. O site oficial do livro é imperdível também. Eu ainda nem li, mas já recomendo pra vocês. Para quem é mãe ou deseja ser, certamente é leitura mais que obrigatória. Assim que terminar prometo escrever uma resenha sobre ele.




sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Livro que virou filme: Para Sempre



Se você leu Para Sempre e amou, talvez não goste muito do filme. Mas se, como eu, você leu Para Sempre e ficou decepcionada, o filme pode ser sua salvação!

Antes de ler o livro, esperava que a história fosse viciante e minhas expectativas estavam altas. Mas, quando comecei a ler, logo percebi que a história ia ser sem graça, morna e com alto teor religioso. Acredito que, por ser uma biografia, o autor contou os fatos exatamente como aconteceram e, como ele não tinha talento para a escrita, o resultado foi algo bem mediano. E olha que é uma história e tanto, daria um livro mega interessante se ele tivesse explorado os pontos certos.

Sabia que o livro tinha virado filme, mas achava que seria tão sem graça quanto. Em um noite de carnaval, depois de colocar o filho para dormir, liguei o notebook e procurei pelo trailer. Logo percebi que a proposta era outra e que a história do livro foi apenas uma inspiração para a película.


Fugindo dos padrões, o filme é mil vezes melhor que o livro. A história tem muito mais movimento, não é piegas, tem mistérios e reviravoltas e o final é uma graça! Raramente considero uma adaptação boa...é tão fácil a gente se decepcionar depois de ter soltado a imaginação lendo um livro....mas com Para Sempre foi o oposto. Na verdade nem dá pra considerar uma adaptação, porque tudo foi diferente, do acidente até o jeito como o casal se conheceu.

É água com açúcar? Super é! Mas perto do livro, achei o filme fofo demais!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Não conte para a mamãe - Toni Maguire - Ed. Bertrand Brasil


Que livro doído de ler! Quase parei com a sensação ruim que apertava meu peito durante a leitura. Acho que, me colocando apenas no lugar da vítima já me sentiria mal, mas agora que sou mãe, me coloco também no lugar da mãe e, por isso mesmo, foi revoltante ao quadrado ver a submissão e a omissão que uma mãe prefere ter ao invés de encarar a realidade e defender uma criança que só podia contar com ela.

O título do livro, como já deu pra perceber, é uma frase que o pai de Toni sempre falava para ela depois dos abusos. Ele dizia para ela não contar nada para a mamãe porque, se contasse, ela não a amaria mais.
Acima de tudo, admiro a coragem da autora, que escreveu um livro autobiográfico contando o inferno dos anos que passou sendo abusada pelo seu pai e ignorada por sua mãe. É triste e revoltante demais!

Para mim, o livro perturbou bastante. Talvez porque eu sempre leia antes de dormir, confesso que enquanto não terminei a leitura ia dormir todo dia com um aperto no peito, uma sensação de inquietude que não me deixava até eu pegar no sono. Que o pai era um doente, isso é claro. Mas confesso que a mãe de Toni foi quem mais me indignou, bem como a reação da família e das pessoas a sua volta quando a história veio à tona. A atitude que Toni teve para tentar acabar com sua dor é totalmente compreensível.


O bom é que a autora, aparentemente, conseguiu se livrar de todos os fantasmas do seu passado e, hoje, deve encher sua conta bancária escrevendo livros sobre isso. Tá aí o dom de transformar uma coisa horrível em lucro, no fim das contas. Não que isso apague tudo o que ela sofreu, mas já que aconteceu mesmo, que se tire proveito disso.

Tirando o peso da história verídica, a leitura flui facilmente e o livro é muito bem escrito, prendendo o leitor e trazendo-o pra perto da autora. Recomendo! Mas, respire fundo e tente abstrair a história quando fechar o livro. Senão vai ser melancolia do início ao fim.


Sobre a Autora

Toni Maguire é inglesa. Depois de 20 anos vivendo em Londres, ela agora divide seu tempo entre Norfolk, Inglaterra, e Cidade do Cabo, África do Sul.  Não conte para a mamãe é seu primeiro livro.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A Estrela que nunca vai se Apagar - Esther, Wayne e Lori Earl - Ed. Intrinseca

 "O autor Jack Kornfield diz que a questão mais importante no final da nossa vida não é o quanto trabalhamos ou o quanto realizamos. É: Amei bem?"
 "...Fantasia não é uma fuga do nosso mundo, mas um convite para se aprofundar nele".
 "Também agradeço a Deus por nunca fazer a dor durar tempo demais. A dor é muito ruim, mas sempre vai embora"
  "A medida de uma amizade não tem a ver com presença física, mas, sim, com seu significado. Bons amigos, virtuais ou não, motivam nossa empatia, nos confortam e também nos arrancam das prisões de nós mesmos".

Se você quer uma dica útil antes de começar esse livro, aí vai: providencie uma caixinha de lenços e deixe-a do seu lado durante a leitura. Sim, sou manteiga derretida e, se você não for, pode até ser que não chore O N Z E vezes durante a leitura do livro como eu, mas certamente ficará tocado profundamente pela vida breve, porém iluminada de uma adolescente que nasceu pra ser estrela. Seu nome era Esther (significa estrela) Grace Earl. 

Amava animais, tinha sorriso fácil, era linda mesmo com seu cabelo rebelde e sonhava em beijar um menino, até que, com 12 anos, recebeu uma notícia impossível de ser digerida por qualquer adulto cheio de maturidade, quanto mais para uma adolescente com a vida toda pela frente: câncer da tireóide. Um câncer raro em crianças, que se espalhou para os pulmões e que jamais deixaria o corpo de Esther. Ela reagiu à notícia com toda a resignação e sabedoria que lhe eram peculiares e lutou por quatro anos para ter mais tempo. 

E pra que? Pra viajar mais? Pra ficar com os pais? Pra fazer novas amizades? Também, mas principalmente, para AJUDAR o mundo de alguma maneira. Incrível! Ao invés de pensar em si, de vitimizar sua condição e de ter ódio do mundo, ela escolheu o amor. E, talvez, por ser tão especial, esse mundo fosse pequeno demais para ela. Com 16 anos, Esther deu seu último suspiro profundo (você vai entender porque o suspiro profundo tem tanto significado quando ler o livro) e partiu.

Eu já tinha me apaixonado por Esther lendo A Culpa é das Estrelas, de John Green, e depois que assisti aos seus vídeos no YouTube, fiquei ainda mais admirada por sua força e evolução espiritual.


Só que o fato é que o romance de John Green foi só inspirado em Esther, mas não era sobre a vida dela, nem sobre ela especificamente. Então, quando fiquei sabendo do lançamento de A Estrela que nunca vai se apagar, reunindo textos de seus pais, amigos, irmãos e do diário da própria Esther, fiquei L O U C A insanamente insana para lê-lo.

Nunca vou esquecer do dia em que o livro chegou na minha casa pelo correio, presente de aniversário dado por uma grande amiga. Aquele foi um dia BEM especial, tanto pela chegada do livro quanto por tudo o que essa chegada representou (não entendeu nada? ótimo! haha). No dia seguinte comecei a leitura e comecei, também, a conhecer a verdadeira Esther. Já contei ali em cima que o sonho dela era fazer a diferença no mundo. Será que ela conseguiu? Só lendo o livro pra saber. :)

Apesar de toda a positividade de Esther, no auge da maluquice de uma menina adolescente, o livro é essencialmente sobre morte. Sobre doença e morte. Sobre uma família que vê um de seus integrantes vivendo um dia de cada vez. Sobre luta, esperança e, principalmente, amor. O livro é sobre a vida real, então ele não tem um final épico e feliz. Mas ele deixa a sensação de que a passagem iluminada dessa estrela no nosso mundo louco e cruel valeu a pena e, agora, será imortalizada. Leiam A Estrela que nunca vai se apagar, a memória de Esther merece!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A vida sexual de Catherine M. - Catherine Millet - Ed. Ediouro

 

Desde 2010, quando publiquei a resenha do leitor sobre esse livro, ele estava na minha lista de desejados. E só fui conseguir lê-lo três longos anos depois, agora em 2013. Trata-se de uma autobiografia sexual, do mesmo jeito que é 100 Escovadas antes de ir para Cama, de Melissa Panarello.

Para alguém principalmente mulheres, nesse mundo ainda tão machista ter coragem de escrever objetivamente e sem rodeios suas experiências sexuais ela precisa ser, no mínimo, uma mulher de fibra. Admiro. 


Ao contrário de 100 escovadas, esse livro não é fácil de ler. A linguagem é rebuscada e muito confusa, em alguns momentos. Frases extremamente longas, analogias complexas e parágrafos enormes fazem parte constante da leitura.

Na essência, a obra resume que sexo e amor são coisas completamente diferentes. E, por mais que as mulheres tenham sido criadas para não separar uma coisa da outra, Catherine conseguia fazer isso tranquilamente desde sempre sortuda uda uda. O livro tem "de um tudo": sexo grupal, entre homens, entre mulheres, com travesti no meio, orgias, surubas e tudo o mais que você conseguir imaginar. E ela faz porque gosta. Inclusive, não tem problema nenhum em não saber sequer o nome de seus parceiros. E, para ela, quanto mais ao mesmo tempo, melhor.

Eu não gostei do tipo de narrativa. Para mim, a leitura ficou bem truncada por causa disso. Se o texto tivesse sido escrito de forma mais casual, acho que teria dado muito mais certo.

Outro fato que me causou estranheza foi ela narrar suas experiências de forma fria, sem expressar seus sentimentos e sensações. É estranho, mas parecia que ela estava flutuando fora de seu corpo enquanto via ela mesma tendo essas experiências.

Apesar de não ter gostado muito do livro, adorei o fato de Catherine ter se jogado e assumido seus desejos perante o mundo. Porque não é só homem que pode ser solteiro convicto e ir atrás de quantidade, néam? 


A partir do momento em que é todo mundo ser humano, as vontades estão aí para serem vividas. Todo mundo tem o direito de fazer o que tem vontade e bem entende. Afinal, quem ousar julgá-la, por um acaso, teria um motivo real sem ser machista ou moralista para isso? Preste atenção se não é recalque. Porque uma coisa é você não se imaginar fazendo o que ela fez e outra, bem diferente, é julgá-la, vamos combinar.

O livro é forte, deixa a gente meio perplexa e é extremamente sincero, mas também é difícil de ler e bem truncado.


Sobre a Autora

Nascida em 1948 na França, Catherine Millet é fundadora e diretora da Art Press, uma das mais influentes revistas de arte francesas, além de autora de Arte contemporânea na França (1987) e Arte contemporânea: história e geografia (2006), entre outros livros. É especialista na obra do pintor espanhol Salvador Dalí e do artista plástico Yves Klein. Conquistou milhões de leitores com o polêmico A vida sexual de Catherine M. (2001), marco na escrita feminina sobre sexo.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Sinto-me Só - Karl Taro Greenfeld - Ed. Planeta do Brasil



Tenho esse livro há anos e sempre deixava a leitura "para depois". Acho que eu já imaginava que seria bem tenso ler um livro que conta a devastação de uma família (e também sua salvação, dependendo da ótica) depois do nascimento de um filho diagnosticado com autismo severo. O livro é uma biografia escrita por seu irmão mais velho Karl, que viu sua vida mudar completamente quando notou que seu irmão era o centro das atenções de uma maneira diferente, causando conversas preocupadas entre seus pais, choros intermináveis de sua mãe e mudanças bruscas na rotina da família. Para sempre. 

Com um texto sem rodeios e bem objetivo, Karl conta como é ser o irmão/filho/aluno "normal" e toda a complexidade que é a vida de alguém que, nos anos 70, recebeu o diagnóstico de algo que não se tinha sequer muita informação, quanto mais tratamentos adequados. 

Tenho esse livros desde antes de engravidar, mas só li agora, quando Arthur já tem mais de 2 anos. Talvez eu não fosse ficar tão tocada e sentir tanta compaixão por Karl e seus pais se eu tivesse lido antes da maternidade, mas acho que, para quem é mãe/pai, esse livro toca profundamente desde a primeira página. Eu sentia tristeza, compaixão, arrepios, frio na barriga e até revolta durante a leitura. É tensa, é triste, é uma história nua e crua. 

O autor intercala metáforas, fatos narrados como observador e trechos do diário de seu pai. A leitura às vezes torna-se truncada, talvez se ele narrasse como uma biografia os fatos ficassem mais interessantes e dinâmicos para serem lidos. Porém, depois de um certo momento, o livro fica bem dinâmico e a leitura flui facilmente. 

E, mesmo sendo uma biografia, prepare-se para uma grande surpresa durante a leitura. Eu fiquei PAS-SA-DA quando notei a reviravolta na história. Esse, com certeza, é o ponto alto do livro. Sensacional a originalidade do autor nessa parte do livro porque, além de ser bem diferente das biografias que já li, a gente não faz sequer a mais remota ideia de que isso vai acontecer. Eu super recomendo, mas prepare a caixinha de lenços e a dose de auto controle, porque naquela época, não preciso nem dizer o tipo de tratamento que estava disponível para autistas e o que seus pais tinham que passar ao ver seus filhos sofrendo violência atrás de violência. =(

Sobre o Autor

Karl Taro Greenfeld é autor de seis livros e eles já foram traduzidos para 12 línguas. Nasceu em Kobe, Japão, viveu em Paris, Toquio, Hong Kong e Los Angeles. Mora com sua esposa, Silka, e suas duas filhas, Esmee e Lola. 


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Mais pesado que o céu - Charles R. Cross - Ed. Globo


Fascinante (e meio perturbador) ler um livro que conta fatos tão detalhados de alguém que inspirou pessoas do mundo todo com sua voz rouca e suas letras inquietantes e, depois, se matou com um tiro na cabeça. 

Eu, durante toda a leitura, senti compaixão por Kurt. Sem dúvida, ele passou momentos difíceis na vida. Mas, quem não passa? Tinha seus monstros para perturbar sua paz. Mas, quem não tem? É complicado e não tem explicação, para nós, ele ter tirado a própria vida, sendo tão apaixonado pela sua filhinha bebê e no auge do seu sucesso, depois de persegui-lo anos a fio. O fato é que a biografia do vocalista do Nirvana desvenda características e passagens da vida do cantor que eu desconhecia completamente.

O livro segue a ordem cronológica da vida de Kurt, começando com sua infância e focando, principalmente, em como o divórcio dos pais afetou sua vida e quebrou toda a segurança e admiração que ele tinha pela instituição família. Depois da separação, ele sentia-se um peso para ambos, sem um lar onde pudesse se sentir seguro e bem-vindo.

Durante a adolescência, Kurt chegou a dormir na rua e invadir prédios abandonados para ter um teto onde passar a noite. Desde sempre, notava-se a perturbação que assolava a mente do artista, que tinha mania de desenhar objetos e pessoas deformadas e escrever frases pesadas e sem sentido, sempre perturbadoras.

Apesar do rosto perfeito que enlouquecia as fãs, Kurt era baixinho, magrelo e extremamente na dele. Tímido e introspectivo, teve uma namorada chamada Tracy que, ao meu ver, foi mais um mãe que uma companheira. Sem ela, Kurt não teria conseguido chegar onde chegou.  Apesar de não ter ficado com ela, a coitada parece ter sido quem mais apoiou e ajudou Kurt na vida. Fiquei com pena quando ela tomou um pé.

Fora toda a perturbação mental de Kurt, que fica bem clara no livro, ele ainda sofria de dependência pesada de drogas e de dores no estômago fortíssimas, que ninguém conseguia curar. Depois que a filha dele e Courtney nasceu, confesso que me peguei enojada de saber que um bebezinho convivia com pessoas tão insanas. Fico imaginando o quanto a menina teve de atenção e cuidado nos seus primeiros meses de vida, tendo os pais que tinha. Nem sei como Francis está hoje, mas se ela não foi uma doida varrida, já estará no lucro.

Quem acompanha meus posts sabe que eu adoro biografias. Achei essa densa e difícil de acompanhar, mas muito perturbadora por contar a vida de alguém tão atormentado por fantasmas físicos e psicológicos que ninguém, nem mesmo Kurt, conseguia entender.

 


Sobre o Autor

Charles R. Cross é um escritor e jornalista na área da música rock. Fundou a Backstreets Magazine, uma revista periódica para fãs de Bruce Springsteen e é editor de Springsteen: the Man and His Music. Escreveu também uma biografia de Kurt Cobain, entitulada Heavier Than Heaven, bem como outro livro mais focado na sua vida artística, chamado Cobain Unseen. O seu lançamento mais recente é Room Full Of Mirrors – A Biography Of Jimi Hendrix.

Fonte: Wikipedia

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Nunca fui Santo - Mauro Beting e Marcos - Ed. Universo dos Livros


Já contei ocmo esse livro e o livro do Anderson Silva veio parar na minha casa, né? Se você não lembra, leia esse post.

Depois que terminei a biografia do Spider, comecei a ler essa. E acabou sendo ruim, porque a comparação tornou-se inevitável e, realmente, a vida de Anderson Silva foi bem mais interessante e intensa que a de Marcos, talvez pelos altos e baixos que fazem com que sua trajetória, em alguns pontos, seja bem parecida com ficção, de tão surreais.

Mas, apesar disso, gostei do livro do Marcos. É uma boa pedida, principalmente, para Palmeirenses amantes do futebol. Para quem gosta do esporte, mas torce por outro time, o livro é legal também. Agora, para quem não liga muito para esporte, nem se dê ao trabalho.

O livro conta a vida do goleiro e sua carreira no Palmeiras, assim como o amor que ele sempre sentiu ao vestir a camisa de seu time, que o faz recusar propostas e continuar firme e forte no Palmeniras até sua aposentadoria, algo extremamente raro no futebol de hoje. A obra foi escrita de maneira cronológica, em linguagem bem coloquial, fazendo com que o leitor vá passando pelas páginas sem sentir. A leitura é agradável e possui bom humor, assim como Marcos aparenta ser, sempre divertido e brincalhão. 

Acredito que o ponto alto do livro seja a honestidade de Marcos. Ele mesmo expõe suas falhas, mostra seus defeitos e expressa que, realmente, de santo ele não tem nada. Eu, como boa apreciadora do esporte, apesar de não ser Palmeirense, gostei do livro.

Sobre o Autor

Mauro Beting

Em seu blog, ele mesmo se descreve desta maneira:

"Neto, filho, sobrinho, primo, e irmão de jornalistas, Mauro Beting está na imprensa por esporte desde 1990. Fez curso de arbitragem para aprender a ser xingado, fez curso de treinador para aprender a ser chamado de burro, e tenta não ser clubista, bairrista e achista no meio mais passional, parcial e subjetivo que existe. Comenta futebol na Rádio e TV Bandeirantes, e na TVLANCE! e RádioLance!; apresenta futebol no Esporte Interativo e no Bandsports; escreve futebol duas vezes por semana no LANCE!. Escreveu nove livros. Está roteirizando e dirigindo documentários esportivos".

Marcos Reis

Sobre Marcos, nem preciso escrever, né? Melhor comprar o livro que você saberá tudo sobre ele.



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Para Sempre - Kim Carpenter e Krickitt Carpenter - Ed. Novo Conceito



Imagina você conhecer o amor da sua vida, casar com ele e, logo depois, perdê-lo para um acidente que, apesar de não ter tirado a sua  vida, fez com que sua alma gêmea simplesmente não lembrasse mais de você. O que você faria? Desistiria ou lutaria até o fim?

Parece pura ficção, né? Mas, é uma história real. Pasmem! Lendo a frase acima, confesso que a expectativa de qualquer um iria nas alturas. Eu mesma esperava um livro sensacional, cheio de intensidade, luta, amor, reconquista. E, aí, me decepcionei. Sim, porque o livro é lindo, a história é triste e repleta de amor, mas a escrita é morna, o foco em religião é too much (mirrita livro que quer te forçar a entrar na onda do quase fanatismo) e falta intensidade e riqueza de detalhes em alguns vários pontos.

Como autor, o casal deveria ter pensando na própria história e feito uma reflexão do que o público que comprasse o livro teria mais curiosidade de saber. Esse exercício teria culminado em um livro bem mais interessante, certamente. Porque a base da história eles tinham, mas não souberam explorá-la muito bem, ao meu ver.

Não assisti ao filme ainda, mas pretendo fazê-lo, para ver se conseguiram melhorar a história do livro.

A maneira como eles se conheceram é fofa. Tudo começou com uma simples ligação. Depois, veio um encontro ao vivo, o namoro e, então, o casamento. Até que, dois meses depois da cerimônia, um acidente faz com que Krickitt e Kim passassem maus momentos no hospital. 


Krickitt sofreu uma lesão grave na cabeça e acabou perdendo toda a sua memória recente. Ela só se lembrava de fatos do passado, mas não lembrava nem de conhecer seu marido, quanto mais de ser casada com ele. Após sua recuperação física, Kim começa a viver sua vida em função de fazer com que Krickitt lembre-se dele ou, pelo menos, que eles consigam construir novos laços e lembranças a partir de então.

Sobre os Autores

Melhor do que escrever sobre o casal é postar aqui o link para uma entrevista bem legal com eles.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Feliz Ano Velho - Marcelo Rubens Paiva - Ed. Brasiliense


"O futuro é uma quantidade infinita de incertezas".

Fazia uns 15 anos, por baixo, que eu queria ler esse livro. Agora que terminei, quero assistir ao filme. Espero que eu não demore 15 anos para fazê-lo. Humpf. O livro foi lançado no ano em que nasci e vendeu como água, passando a ser adotado até em algumas escolas.

Feliz Ano Velho é um livro que conta a história do ano seguinte ao acidente mega bobo que deixou Marcelo Rubens Paiva paraplégico. Imagino como ele deve ter se arrependido e se odiado por ter dado aquele salto que mudou sua vida para sempre. 

Mesmo tendo como pano de fundo uma tragédia, Marcelo não perde o bom humor e escreve de maneira leve, tornando a leitura agradável até nos momentos mais tensos. Eu me peguei rindo diversas vezes, principalmente quando ele falava das mulheres de sua vida. E, por falar nisso, é bem triste um jovem no auge da curtição ter que passar por uma barra dessas, depois de já ter visto seu pai sumir durante a Ditadura Militar e nunca mais voltar pra casa. 

A história conta desde o momento do acidente até seu primeiro ano na nova vida, quando sai do hospital depois de meses e meses internado e passa a viver de uma maneira completamente diferente da maneira que vivia antes do pulo fatídico. É impressionante a presença de espírito de Marcelo e sua falta de vocação para a tristeza. Marcelo encara a vida de frente e, por isso, já pode ser considerado um cara de sorte. Tanta gente por aí com a saúde perfeita vive chorando e andando pelos cantos e ele, com todos os motivos do mundo, não se entregou. Admiro.

Recomendo fortemente e acho que o livro deveria ser incluído no currículo escolar ontem!


Sobre o autor

Nascido em São Paulo em 1959, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro em 1966, depois que seu pai, o ex-deputado federal socialista Rubens Paiva, foi exilado pelo Golpe de Estado no Brasil em 1964.

Em 1971, aos onze anos de idade, Marcelo sofreu o primeiro grande trauma da sua vida: o "desaparecimento"' do pai, que, depois de preso, foi torturado e morto na cidade do Rio de Janeiro.

Voltou a morar em São Paulo em 1974. Estudou no tradicional Colégio Santa Cruz. Depois, estudou engenharia agrícola na Universidade Estadual de Campinas. E então, aos vinte anos de idade, sofreu o segundo grande trauma: após saltar em um lago, fraturou uma vértebra (a quinta cervical) do pescoço ao chocar a cabeça em uma pedra, ficando tetraplégico. 


Após tratamento de fisioterapia e terapia ocupacional, voltou a locomover as mãos e os braços, relatando os fatos em seu primeiro livro, Feliz Ano Velho. Publicado em 1982, foi traduzido para muitos idiomas e se converteu no livro nacional mais vendido da década de 1980, contando com mais de quarenta edições. O livro virou peça dirigida por Paulo Betti e também filme, dirigido por Roberto Gervitz. Ganhou os prêmios Jabuti e Moinho Santista.

Formou-se em comunicação pela Universidade de São Paulo e em teoria literária pela Universidade Estadual de Campinas. Em 1986, lançou seu segundo romance: "Blecaute".

Desde 1989, depois que estudou dramaturgia no Centro de Pesquisa Teatral do Serviço Social do Comércio, na cidade de São Paulo, passou a escrever para teatro. Estreou com a peça 525 Linhas, dirigida por Ricardo Karman.

Em 1990, lançou o romance "Ua:brari". Em 1992, lançou "As Fêmeas", um ensaio sobre sexualidade.

No começo da década de 1990, apresentou o "Fanzine", um programa de entrevistas na TV Cultura. Em 1996, lançou o romance "Não És Tu, Brasil", baseado no episódio histórico da Guerrilha do Vale do Ribeira. Em 1994, lançou o romance "Bala na Agulha".

Em 1998, montou E aí, Comeu?, peça dirigida por Rafael Ponzi que, depois, mudou de nome pra Da Boca pra fora. Com ela, ganhou o Prêmio Shell de melhor autor em 2000.

Os livros Feliz Ano Velho e Blecaute foram publicados inicialmente pela Editora Brasiliense. Atualmente, Marcelo é contratado da Editora Objetiva. Rafael Ponzi ainda dirigiu suas peças Mais-que-Imperfeito (2001) e Closet Show (2003).

Marcelo Paiva adaptou o livro As Mentiras que Os Homens Contam para o teatro. Em 2003, estreou a peça No Retrovisor, com Marcelo Serrado e Otávio Müller, dirigida por Mauro Mendonça Filho. Em 2003, lançou o romance "Malu de Bicicleta", o qual Flávio Tambellini transformou em filme em 20101 . Em 2006, fez a peça Amo-te, dirigida por Mauro Mendonça. No mesmo ano, lançou o livro de contos "O Homem que Conhecia as Mulheres". Em 2008, lançou o romance "A Segunda Vez que Te Conheci".

A partir de 2009, passou a dirigir suas próprias peças. A primeira experiência foi com A Noite Mais Fria do Ano, com Hugo Possolo, Paula Cohen, Alex Gruli e seu amigo e também dramaturgo Mário Bortolotto. Em 2010, dirigiu O Predador Entra na Sala, com Raul Barreto, Anna Cecília Junqueira e Celso Melez e o texto teatral da autora Priscila Nicolielo, Lá Fora, Algum Pássaro Dá Bom Dia.

Participou de projetos teatrais como a Mostra de Teatro do Serviço Social da Indústria com a peça Os Marcianos, do Festival de Um Minuto no Espaço Parlapatões, Teatrokê, Terça Insana. Escreveu também para a Rede Globo episódios com Pedro Cardoso para o Fantástico e, com João Falcão, para a série Guerra dos Sexos.

Trabalhou também muitos anos na imprensa escrita. Começou na revista Veja, em que foi crítico literário, passou pela Vogue, Folha de São Paulo, como colunista, articulista e repórter e, desde 2004, é colunista aos sábados do Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo, onde também mantém o blogue premiado pelo TopBlog de 2009 como "Melhor Blogue de Comunicação" no portal www.estadao.com.br.

Paiva também escreveu os roteiros do documentário "Fiel", "Polanski" e dos filmes baseados em seus livros "Malu de Bicicleta" e "E Aí... Comeu?", parceria com Bruno Mazzeo. Recebeu o prêmio em 2012 da Academia Brasileira de Letras pelo roteiro de "Malu de Bicicleta".


Fonte: Wikipedia.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Na Toca dos Leões - Fernando Morais - Ed. Planeta

Na Toca dos Leões é um livro voltado para quem trabalha com publicidade ou até com comunicação em geral. Para pessoas de outras áreas, não recomendo a leitura.

O livro é de fácil leitura, mas confesso que me cansou um pouco em alguns momentos. Talvez seja porque, apesar de bem escrito, trata de um assunto que eu, por ter trabalhado em diversas agências de publicidade, já tinha uma boa base de informações e acabou não sendo novidade.

O livro conta a história profissional de Washington Olivetto e todos os detalhes da fundação da W/Brasil, passando por outros ícones da publicidade brasileira e rememorando algumas das propagandas mais famosas do País, como garoto bombril e o anúncio do primeiro sutiã. Essa parte torna-se interessante também para quem gosta de televisão, mas não é da área de comunicação. Porém, não sei se o leitor "leigo" em publicidade e propaganda ia apreciar a leitura. Eu acredito que não.

A última parte do livro conta em detalhes o sequestro de Washington Olivetto, fato que mexeu com o país na época e teve repercussão mundial. É escrito por Fernando Morais, autor conhecido por seu talento em escrever biografias.

Sobre o autor


Começou no jornalismo aos quinze anos. Em 1961, trabalhava como office boy na pequena revista de um banco em Belo Horizonte, quando teve que cobrir a ausência do único jornalista da publicação numa entrevista coletiva.

Mudou-se para São Paulo aos dezoito anos e trabalhou nas redações de Veja , Jornal da Tarde, Folha de São Paulo, TV Cultura e portal IG. Recebeu três vezes o Prêmio Esso e quatro vezes o Prêmio Abril.

Na área política, foi deputado estadual1 durante oito anos e Secretário de Cultura1 (1988-1991) e de Educação1 (1991-1993) do Estado de São Paulo, nos governos Orestes Quércia e Luiz Antônio Fleury Filho.

Seu primeiro sucesso editorial foi A Ilha (Livro), relato de uma viagem a Cuba. A partir daí, abandonou a rotina das redações para se dedicar à literatura. Pesquisador dedicado e exímio no tratamento de textos, publicou biografias e reportagens que venderam mais de dois milhões de exemplares no Brasil e em outros países, tornando-se um dos escritores brasileiros mais lidos de todos os tempos.

Em 2005, um juiz de Goiânia determinou, a pedido do deputado Ronaldo Caiado, a busca e apreensão de edições de seu livro Na toca dos leões. Neste livro, em que conta a trajetória da empresa de publicidade W/Brasil, Morais refere-se de passagem a uma declaração de Caiado, quando candidato a presidente da República, de que, se eleito, mandaria esterilizar todas as mulheres nordestinas. Sob a alegação de serem falsas tais afirmações, Caiado obteve a apreensão judicial da obra, sob pena de o escritor ter que pagar cinco mil reais de multa a cada vez que falasse do assunto. A decisão, favorável ao deputado, foi anulada pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Mas a reviravolta não tardou, neste mesmo ano de 2005, a suposta fonte que acusara o deputado, o publicitário Gabriel Zellmeister, declarou à Justiça que nunca ouviu Ronaldo Caiado defender a idéia. (Revista Época, 7 de novembro de 2005).

No ano de 2012 a justiça manteve uma decisão já proferida em 2010 contra o escritor. Fernando Morais foi condenado a indenizar Ronaldo Caiado, juntamente com a editora e o publicitário Gabriel Zellmeister, em R$ 1.200.000,00 por danos morais.

Fonte: Wikipedia


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

3096 dias - Natascha Kampusch - Ed. Verus


Soube dessa historia por matérias na internet e fiquei chocada! Como alguém pode suportar viver por 3096 dias presa, sendo torturada, tendo suas vontades e necessidades totalmente cerciadas, passando fome até quase desfalecer, sem contato físico com ninguém (a não ser com seu sequestrador) e sobreviver?

Nem que eu passe um dia inteiro pensando nisso e me colocando no lugar dela vou conseguir sequer ter uma ideia do que eu faria e de qual seria minha reação, se a sequestrada fosse eu.

Esse sequestro aconteceu há anos, mas recentemente um caso parecido virou notícia no mundo inteiro. Um homem manteve três mulheres sequestradas por 10 anos, até que elas conseguiram escapar. Leia mais aqui. Quando vi a matéria no noticiário, lembre do livro de Natascha Kampusch na hora!

Mesmo tendo sido sequestrada aos 10 anos de idade, nunca poderemos dizer que Natasha não tenha coragem. Além de ter encontrado formas de se manter viva e minimamente sã nesses anos todos, ela escreveu um livro contando quase tudo depois de fugir do cativeiro. Assim, ela imortalizou o que aconteceu, ficou rica e seguiu em frente. Admiro.

Natasha estava indo para escola a pé sozinha, pela primeira vez, aos 10 anos. Ela tinha muitos problemas familiares e, naquele dia, estava bem chateada com sua mãe. Pela primeira vez na vida, saiu de casa sem dar um beijo nela. Foi a última vez que se viram. Depois daquele dia, só se encontrariam novamente 8 anos depois.

No caminho para a escola, o engenheiro de telecomunicações Wolfgang Priklopil pegou-a no colo e, rapidamente, colocou-a na parte de trás de sua van, que já estava com as portas abertas, esperando a vítima perfeita passar por ali. Infelizmente, era Natasha, mas poderia ter sido qualquer outra.

Daí pra frente, ela vai ao inferno muitas e muitas vezes, mas conegue, não se sabe como, voltar de lá e manter viva a esperança de, um dia, ter sua vida de volta.

Depois de oito longos anos, ela consegue. Depois de ter vivido e suportado as piores situações e os momentos mais degradantes e humilhates que alguém pode viver. Além de tudo isso, todo o resto que ela perdeu (a adolescência, as descobertas, os momentos mágicos que se vive quando estamos nessa fase e todo o resto) não será recuperado jamais.


Nos dois primeiros capítulos do livro, ela foca muito em detalhes da história da família e da cidade em que morava, assuntos que não têm relação direta com o sequestro. Isso deixa a leitura monótona e faz com que demoremos para "entrar" na história. Depois, Natasha começa a transmitir o que ela pensava e sentia ao se ver presa 24 horas por dia em um lugar claustrofóbico e sem luz nenhuma.

É desesperador ver como o sequestro mexeu com a sua cabeça. A gente lê o livro e grita: foge, foge! Dá até raiva em alguns momentos. Questionei-me diversas vezes: o quanto será que a sanidade dela estava comprometida depois de tudo o que passou? Até onde vai nosso instinto de sobrevivência e nosso amor pela vida? O quanto podemos suportar antes de desistir de lutar?

Algumas partes do livro são um pouco arrastadas. Outras são bem tensas e fortes. A gente sofre junto, vibra junto, odeia junto e se liberta junto. E, no fim, fica o sentimento de tristeza e compaixão por Natasha que, infelizmente, nunca deverá perder esse olhar triste e desconfiado da foto da capa do livro. Recomendo!

Virou filme


A história de Natasha virou documentários e filme. Não assisti a nenhum ainda, mas pretendo.


Sobre a Autora

Natascha Maria Kampusch (Viena, 17 de fevereiro de 1988) é uma austríaca conhecida por seu sequestro aos dez anos de idade, em que passou mais de oito anos em cativeiro. Aprisionada numa cela na casa de seu captor, Wolfgang Přiklopil, desde 2 de março de 1998, quando se encontrava a caminho da escola, escapou em 23 de agosto de 2006, com então 18 anos. O caso foi descrito como um dos mais dramáticos da história criminal da Áustria.

A história de Natascha chocou o mundo, transformou-a numa celebridade nacional e internacional e resultou numa autobiografia, 3096 dias (3096 Tage), em documentários, num filme baseado em seu livro e num posterior talk show na televisão.

Fonte: Wikipedia


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

100 escovadas antes de ir para a Cama - Melissa Panarello - Ed. Objetiva



Sim, é erótico. Sim, é biografia. Sim, a menina rodou geral. Sim, ela só tinha 15 anos. Sim, ela vai ter histórias loucas pra contar até para os tataranetos sem se tornar repetitiva.

Em 2000, a italiana Melissa Panarello começou a escrever um diário que relatava suas experiências sexuais. Ela perde a virgindade com 15 anos essa começou cedo e, daí pra frente, usa o sexo como meio para encontrar carinho, amor e aceitação. O problema é que, a cada desilusão, sua humilhação, tristeza e autodepreciação aumentavam, diminuindo cada vez mais sua auto-estima. Ela tinha atitudes de adulta, experiências de adulta, mas maturidade de adolescente daquelas bem imaturas mesmo. Dá para sentir, nitidamente, o quanto ela estava perdida dela mesma e viajava na maionese às vezes.

O livro é a transcrição de seu diário, sem edições, então prepare-se para uma leitura sem meias palavras e bem depravada. Acho até que esse é um ponto negativo do livro. Não a falta de meias palavras, isso eu acho bem bom, até, porque combina com o teor da leitura. Mas a falta de cuidado em transformar o diário em um livro, mesmo, ou seja, editá-lo para deixá-lo melhor organizado, talvez dividir os capítulos por temas ou trazer capítulos intermediários contando um pouco do contexto envolvido com aquela passagem.

Lendo esse livro você vai se deparar com temas como s
exo grupal com desconhecidos, orgias regadas a drogas, sadomasoquismo, homossexualismo e por aí vai.

Dica: Moralistas, não leiam 100 escovadas antes de ir para cama porque vocês não vão gostar. Para os demais, eu acho uma leitura válida, ainda mais para quem curte uma biografia, como eu. :)


Sobre a autora


Melissa Panarello é uma escritora erótica italiana. O seu primeiro livro, Cem escovadas antes de ir para a cama, é um diário verídico que relata sobre sua vida sexual na adolescência, em busca de alguém pra amar e ser amada. No livro ela relata experiências que modificaram sua vida ou até mesmo sua personalidade, descobrindo a vida se rendendo aos prazeres carnais.

O livro vendeu mais de meio milhão de cópias, somente na Itália. Baseado no diário de Melissa, teve origem o filme Cem escovadas antes de dormir, desaprovado porém pela maioria dos fãs do livro, e também pela própria Melissa. Em 2005, escreveu o livro L'odore del tuo respiro que ainda não tem tradução em língua portuguesa e, em 2006, escreveu In nome dell'amore.

Fonte: Wikipedia


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A Soma dos Dias - Isabel Allende - Ed. Bertrand Brasil



Depois de ter lido Paula e Cartas a Paula, que são livros autobiográficos de Isabel Allende, fiquei curiosa para ler A Soma dos Dias, outra biografia da autora. Em Paula, a história gira em torno da doença da filha e em como isso afetou a vida de Isabel e de todos que a cercavam. O livro é triste demais, profundo demais, parece que transborda amor e dor. Devia ser proibido uma mãe passar por isso na vida. A resenha de Paula pode ser lida aqui.

Já em Cartas a Paula (confira a resenha), a autora reúne algumas das cartas mais marcantes que recebeu de leitores que leram Paula e se identificaram, enviando também suas histórias. Já em A Soma dos Dias, Isabel fala de diversos assuntos, contando as passagens mais marcantes e interessantes da sua vida, entre eles a crise no casamento do filho, viagens a trabalho, aventuras com amigas e muitas outras histórias dignas de ficção.

Ao terminar o livro, pensei três coisas:
1 - Como essa mulher viveu intensamente e tem histórias ótimas para contar!
2 - Se eu chegar na idade dela com pelo menos metade das memórias surreais que ela tem, vou ter o que ficar lembrando pelo resto da vida. Porque, né, a vida sempre igual é chata e sem graça. Ter memórias de bons momentos é o maior tesouro que alguém pode carregar consigo.
3 - Como essa mulher sabe transformar um fato mais ou menos em uma história superinteressante.

A Soma dos Dias foi uma leitura super válida, mas não sei se a experiência teria sido tão positiva se eu não tivesse lido Paula previamente, fato que me fez sentir mais próxima à Isabel e mais interessada nos fatos que ela escolheu para narrar nesta obra.

Sobre a Autora

"O meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação". Essa frase de Isabel Allende, em seu livro "Paula", talvez dê uma pista sobre o significado da literatura para a escritora.

Isabel atribui seu êxito como escritora ao célebre poeta chileno Pablo Neruda, que no inverno de 1973 aconselhou-a a abandonar seu trabalho como repórter para se dedicar a escrever livros de ficção. Ela não levou muito a sério a sugestão, e demorou quase dez anos para transformar a idéia em realidade.

Seu primeiro romance, "A Casa dos Espíritos" (de 1982, adaptado ao cinema em 1993), foi bem recebido pela crítica. As crônicas familiares misturadas à política também deram o tema ao seu romance seguinte, "De amor e de sombra" (1984). Seguiram-se "Eva Luna" (1985), "Histórias de Eva Luna" (contos, 1989), "Paula" (sobre a doença e morte de sua filha, 1991), "Plano infinito" (1993), "Afrodite" (histórias e receitas afrodisíacas, 1994) e "Filhas da fortuna" (1999).

Confira o site oficial de Isabel Allende.