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14 abril 2009

PENSAMENTO CRÍTICO CONTEMPORÂNEO


28 de Abril a 28 de Maio de 2009
3ªs e 5ªs das 18h30 às 20h30

Associação Arte à Parte
Rua Fernandes Tomás, n.º 17,1.º,
Coimbra


Depois do sucesso das edições realizadas em 2008, em Lisboa, vai decorrer um novo curso, de 28 de Abril a 28 de Maio de 2009, desta feita em Coimbra. Tomando como eixo um amplo conjunto de autores contemporâneos, este curso pretende mapear algumas das principais problemáticas que hoje desafiam um pensamento crítico. Desenrolando-se ao longo de dez sessões em forma de seminário, o curso decorrerá na sede da associação Arte à Parte.
O valor de inscrição é de €15, dando acesso a todas as sessões e a todos os materiais de leitura (Atenção: Lugares limitados). Para quem pretender assistir apenas a uma ou outra sessão, há um regime de entrada avulsa mediante o pagamento de 3€. Este regime, todavia, está sujeito à disponibilidade de lugares em cada sessão, não havendo possibilidade de reserva prévia.

As inscrições deverão ser feitas através de email (cursopcccoimbra@gmail.com). Para mais informações, consulte o blogue da iniciativa: http://cursopcccoimbra.blogspot.com/

PROGRAMA

28 de Abril

Stuart Hall por António Sousa Ribeiro
Néstor García Canclini por Paulo Raposo

30 de Abril

Noam Chomsky/Paul Feyerabend por Rui Tavares
James Scott por José Manuel Sobral

5 de Maio

David Harvey por Hugo Dias
Slavoj Žižek por Nuno Ramos de Almeida

7 de Maio

Pierre Bourdieu por Nuno Domingos
Luc Boltanski por Arriscado Nunes

12 de Maio

Michel Foucault por Jorge Ramos do Ó
György Lukács por Frederico Ágoas

14 de Maio

André Gorz por José Nuno Matos
Guy Debord por Ricardo Noronha

19 de Maio

Gayatri Spivak por Adriana Bebiano
Rosi Braidotti por Maria Irene Ramalho

21 de Maio

Antonio Negri por José Neves
Alain Badiou por Bruno Peixe

26 de Maio

Louis Althusser por António Pedro Pita
Gilles Deleuze por Nuno Nabais

28 de Maio

Ernst Bloch por Miguel Cardina
Theodor Adorno por João Pedro Cachopo

ORGANIZAÇÃO:
UNIPOP, Organização Coimbra

APOIOS:
Arte à Parte, CEIS20, CES, Númena, RUC

28 fevereiro 2009

Palermo Shooting – um ensaio sobre a imagem


Palermo Shooting não é só um filme. Da forma como foi pensado pelo realizador como o fim para o qual foi pensado transformam-no quase automaticamente num filme de culto. Um filme com uma fotografia exemplar pensado quase fotograma por fotograma, sensível ao movimento e com um ritmo lento mas propositado para nos arrastar para a forma como sentimos a passagem do tempo. Os ingredientes estão todos lá e passando pela homenagem até ao ponto do ensaio, as referências para a filosofia inerente ao acto da captação de imagem agiganta-se sobre o público causando um rol de sensações que nos acompanham por muito tempo depois de sair da sala. Bergman e Antonioni são assumidos mas há no filme muito mais. Há Dziga Vertov no Homem por trás da Camera de Filmar, há Barthes na procura do entendimento entre o fotógrafo e o objecto. Há um pouco de nós todos e não foi por acaso que na apresentação do filme Wenders disse que era o primeiro filme interactivo a passar pelo Fantasporto.
A história do filme é simples. Um fotógrafo famoso de renome mundial quer nas artes como na moda, Finn leva uma vida agitada, dorme pouco, o telemóvel nunca pára de tocar e a música dos seus auscultadores são a companhia mais constante e que lhe dão o poder de se isolar completamente do mundo. Na verdade a música é o primeiro tijolo na construção de um mundo só seu que tenta recriar nas fotografias que faz. A verdade fotográfica e a manipulação, o drama do fotógrafo perante a impossibilidade de capturar o momento e a preocupação atenta com o que rodeia caracterizam esta personagem tipo com a qual é fácil, para qualquer fotógrafo, se identificar.
Subitamente, a sua vida fica fora de controlo, uma viagem que o transporta para fora de si mesmo leva Finn a partir e deixar tudo para trás. A sua viagem leva-o de Dusseldorf até Palermo. Aí, vê-se perseguido por um misterioso atirador que o segue com um propósito de vingança.
Sobre o resto, conta-lo seria um spoiler. O melhor conselho é que o vejam atentamente e o interpretem da forma que o realizador nos aconselha: sintam-se atingidos pelo shoot deste filme e interajam com ele.

Também podem ler o artigo e outros mais no especial Fantasporto da Rascunho.net


15 janeiro 2009

200 Anos depois e a força das ideias resiste !


Comemoram-se hoje os 200 anos do nascimento de um homem revolucionário e ímpar, que pautou a sua vida por um objectivo altamente digno e meritório: tornar a humanidade mais justa e solidária.

Pierre-Joseph Proudhon, considerado o pai do anarquismo, ou pelo menos o primeiro a assumir-se literalmente como um anarquista convicto, nasceu a 15 de Janeiro de 1809, em Bensançon, França e morreu em 19 de Janeiro de 1865, em Paris. Filho de uma família muito pobre, foi pastor enquanto criança, tendo posteriormente trabalhado numa tipografia onde entrou em contacto com liberais e socialistas utópicos, correntes que marcavam a política da sua época. Foi ao tempo que conheceu Charles Fourrier que viria a influenciar decisivamente as suas ideias.
Em 1838, já depois de ter saído da faculdade, publicaria aquela que é considerada a sua obra mais emblemática: “O que é a propriedade?”. Nela Proudhon critica a propriedade privada, argumentando que a exploração da força de trabalho de um semelhante era um roubo e que cada pessoa deveria gerir os meios de produção de que se utilizasse.
Em 1842 lançou algumas teses em Avertissement aux propriétaires (Advertência aos proprietários) e foi processado. No entanto acabou por ser absolvido, pois os juízes declararam-se incompetentes para julgá-lo. Depois disso foi para Lyon, onde se empregou no comércio. Nesse período entrou em contato com uma sociedade secreta que defendia uma doutrina segundo a qual uma associação de trabalhadores da nascente indústria deveria administrar os meios de produção. Com isso esperavam transformar as estruturas sociais, não pela atracção económica mas pela revolução violenta.
Em Paris, Proudhon conheceu Karl Marx e outros revolucionários, como Mikhail Bakunin.
Em 1846 escreveu Système des contradictions économiques, ou philosophie de la misère (Sistemas de contradições económicas ou filosofia da miséria), onde criticou o autoritarismo comunista e defendeu um estado descentralizado. Marx, que admirava Proudhon, leu a obra, não gostou, e respondeu a Proudhon em 1847 com Misère de la philosophie (Miséria da filosofia), decretando o rompimento de relações entre ambos.
Proudhon participou na Revolução de 1848 em Paris. Entre 1849 e 1852 ficou preso por causa das suas críticas a Napoleão III. Em 1851 escreveu Idée générale de la révolution au XIX siècle (”Ideia geral de revolução no século XIX”), que colocava a visão de uma sociedade federalista de âmbito mundial, sem um governo central, mas baseada em comunas autogeridas.
Depois de publicar, em 1858, De la justice dans la révolution et dans l’église (”A justiça na revolução e na igreja”), obra totalmente anticlerical, passou a viver sob vigilância da polícia, o que o levou a exilar-se em Bruxelas. Em 1864 voltou a Paris e publicou Du Principe fédératif (”Do princípio federativo”), uma síntese das suas concepções políticas.
As ideias de Proudhon espalharam-se por toda a Europa, influenciando organizações de trabalhadores e os mais fortes movimentos sindicais que se manifestaram na Rússia, Itália, Espanha e França.

"O anarquista imagina uma sociedade na qual as relações mútuas seriam regidas não por leis ou por autoridades auto-impostas ou eleitas, mas por mútua concordância de todos os seus interesses e pela soma de usos e costumes sociais - não mobilizados por leis, pela rotina ou por superstições - mas em contínuo desenvolvimento, sofrendo reajustes para que pudessem satisfazer as exigências sempre crescentes de uma vida livre, estimulada pelos progressos da ciência, por novos inventos e pela evolução ininterrupta de ideias cada vez mais elevados. Não haveria, portanto, autoridades para governá-la. Nenhum homem governaria outro homem." Proudhon

28 março 2008

CICLO DE DEBATES SIMONE DE BEAUVOIR


«VIDA, ESCRITA, COMPROMISSOS»
28 e 29 de Março
21h - Sala EPC

FABRICA DE BRAÇO DE PRATA
Rua Fábrica do Material de Guerra, nº1
(em frente aos Correios do Poço do Bispo).
Tlf - 21868 6105

Simone de Beauvoir, a mulher que fez escândalo e escola, impulsionando uma verdadeira mudança antropológica e influenciando o trabalho de gerações de críticos e escritores e a vida de muitos homens e mulheres, nasceu há 100 anos! No âmbito de um conjunto de iniciativas, a realizar ao longo deste ano, a Fábrica Braço de Prata, em parceria com o Instituto Franco-Português e o Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, preparou um ciclo de debates inteiramente dedicados a esta filósofa e romancista francesa.
Pretendemos recordar a mulher que dedicou a vida inteira ao projecto da escrita, onde o objecto da criação literária e da reflexão filosófica se confundiu com o próprio acto de existir. Pretendemos ainda evocar a advogada do feminismo; o ser sentimental que se protegia por detrás de uma frieza aparente; a intelectual que se lançou em vários combates de diversas frentes, tendo tido uma contribuição decisiva para a história do século XX. Em suma, propomos pensar a mulher, a filósofa e a romancista francesa que agarrou a vida com coragem e cuja liberdade foi sempre um elemento fundamental.

Programa:

Sexta-feira, 28 de Março

«Apresentação genérica da Obra de Simone de Beauvoir» por Luísa Ribeiro Ferreira
«Simone de Beauvoir e o Existencialismo» por Nuno Nabais
«Simone de Beauvoir: entre o inevitável e o fortuito» por Maria João Cabrita
«A Força das Coisas e a problemática da velhice com S. de B.» por Maria Belo

Sábado, 29 de Março

«Simone de Beauvoir, uma mulher para além do seu tempo» por Manuela Tavares
«Um olhar feminista sobre Simone de Beauvoir» por Teresa Almeida
«O Segundo Sexo como desconstrução 'do Eterno Feminino'» por Helena Neves
«As memórias de Simone de Beauvoir» por Isabel Barreno

25 setembro 2007

Ainda há quem morra por Amor ? - um obituário


O filósofo André Gorz e a sua mulher suicidaram-se ontem na residência de ambos, em Vosnon, França, avança o jornal Le Monde citando fontes próximas do casal.Na porta da habitação encontrava-se afixado um papel pedindo que fosse avisada a polícia. A mulher do filósofo, considerado um dos "pais" da ecologia política e do anti-capitalismo em França, sofria há vários anos de uma doença evolutiva, que levou André Gorz a retirar-se das lides profissionais para cuidar dela em Vosnon.
Nascido em Viena, em Fevereiro de 1923 (84 anos), André Gorz foi um dos fundadores do "Le Nouvel Observateur", em 1964, e colaborou regularmente com os jornais "Les Temps Modernes" e "Technologie und Politik". Licenciado em Engenharia Química em 1945 pela Universidade de Lausanne, desde cedo sentiu maior proximidade com a filosofia, a fenomenologia e o existencialismo de Sartre. Entrou no mundo do jornalismo na revista "Paris-Press", com o pseudónimo Michel Bosquet.
Mais tarde relacionou-se com Herbert Marcuse, pensador da Escola de Frankfurt.
Considerado um filósofo anti-capitalista, criticou ferozmente o estruturalismo, a diminuição do sujeito e da sociedade face à razão económica, tentando dar resposta ao problema com a ecologia.
Escreveu, entres outros livros, "Le Traître", obra auto-biográfica, "Ecologia Política" e "Ecologia e Liberdade", "Adeus ao Proletariado" (1980) e "Metamorfoses do Trabalho" (1988).