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sexta-feira, fevereiro 15, 2008

O Holocausto contado às crianças

Na Alemanha abre-se regularmente um centro de divulgação do Holocausto ou um museu sobre o tema. Nas escolas as crianças são desde tenra idade sensibilizadas para o tema. Em França o quadro é semelhante, incluindo visitas de estudo a Auschwitz, numa utilização no mínimo discutível do orçamento para a educação naquele país.
Mas a grande viragem da atitude oficial em França foi a chegada de Jacques Chirac à presidência. Quando reconheceu a responsabilidade de Vichy no Holocausto o presidente "de direita" lançou o opróbrio sobre um regime que no limite do possível tentou minorar as deportações, que praticamente só ocorreram com judeus não-franceses, algo que seria impossível sem a existência de um governo que, sob a capa da colaboração, conseguiu ser um canal intermédio entre o ocupante e a população.
Vivendo o Ocidente desde 1945 sob o peso de muitas mentiras, exageradas e repercutidas ad nauseam, parece não haver fim para a lavagem cerebral. O sucessor de Chirac, o inqualificável Sarkozy, no meio da sua epiléctica postura de revelar medidas quase a toda a hora, lembrou-se agora, perante o Conselho Representativo das Instituições Judaicas de França, de propor que cada aluno da classe CM2 seja apadrinhado por uma criança francesa vítima do genocídio judeu. A ideia é de tal modo descabida que até o muito oficial historiador Henri Rousso a critica asperamente.
Como dizem por aquelas bandas, trop c'est trop.

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Juventude

Juventude pássaros no sangue,
Ó incêndios de luz !
P'la distância inda mais além
Que à distância conduz.
(Vasconcelos Sobral, poema para o 4º andamento da 4ª Sinfonia de Jolly Braga Santos)
Como é evidente, a juventude é a mais sacrificada à propaganda daquilo a que Marx chamava a "ideologia dominante". Desde a mais tenra idade que se apela ao seu humanismo, à sua tolerância e à sua aversão aos extremismos; o objectivo, claro está, é contribuir para a demolição das nações, suas tradições, do orgulho pátrio, em suma). Na adolescência esses "valores" (mais que inculcados, inoculados) são exacerbados pelo irrequietismo típico da idade, pela ânsia de mudar as coisas - numa palavra: pela revolta. Tem a espantosa ingenuidade de crer que se está a revoltar contra o "sistema", quando este a manobrou habilmente no sentido que pretendia: passados os "anos de brasa", os jovens tornados homens vão arrepiar caminho em relação às utopias mas - facto transcendente - vão manter um núcleo de valores, de que não abdicam, aquilo para que o "sistema" as programou: humanismo, tolerância, aversão aos extremismos; uma espécie de eterno retorno. Após as digressões oníricas de transformação do mundo a chegada ao ponto de partida, a adopção dos valores inoculados a par da ilusão da manutenção, mesmo que interior, dos princípios de revolta. Conhecem melhor e mais perfeita manipulação?

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Viva o Kuduro!

Não vi, ontem à noite, na RTP1 (em horário nobre...), o documentário sugestivamente intitulado "Como os BuraKa recriam o Kuduro", e dedicado aos «Buraka Som Sistema, projecto que une produtores musicais portugueses e angolanos. Juntos desde 2006, exploraram o kuduro, ritmo angolano pouco valorizado, mas muito dançado pelos jovens dos subúrbios de Lisboa».
O canal público, no seu site oficial, evoca «uma visita ao mundo das danças africanas e à mistura cultural da grande Lisboa. Retrato contemporâneo que contrasta com o estereótipo português do fado e da melancolia. Porque para milhares de pessoas fazer a festa é um imperativo… e celebrar a liberdade da dança uma saborosa descoberta».
Já que se fala em estereótipos, esta breve nota não tem falta deles, estereótipos politicamente correctos, está bem de ver: "mistura cultural", "fado" e "melancolia". Um incentivo a que os portugueses abandonem o seu perfil taciturno e abracem a "festa" que nos trazem os angolanos.
Está explicado o horário nobre.

segunda-feira, outubro 29, 2007

O cão de Pavlov democrático

O cidadão-x, aquela anónima criatura tão evocada quão desprezada pelo poder político democrático, é diariamente bombardeado com notícias de proveniências as mais diversas, desconexas. Não deve perder muito tempo a tentar interligar factos, nomes, acontecimentos; no chorrilho ininterrupto de despachos e notícias não há quase nunca a preocupação de discernir as causas, as relações entre eventos, o papel interventor de certos agentes (nem sempre actuando às claras). Claro que os "emissores", os pomposamente chamados órgãos de comunicação social, que mais se assemelham a órgãos de intoxicação social, não o ajudam: ou o deixam desamparado à mercê dos fluxos informativos, ou paternalisticamente dizem-lhe o que concluir; e aí, claro, o pensamento (?) dominante impõe a interpretação da actualidade de uma forma subreptícia mas eficaz.
Quando fala em "valores democráticos", impostos pelo sistema ao serviço do qual actuam, está de golpe a anatemizar quaisquer outros valores, que só podem ter lugar em mentes retrógadas, incivilizadas ou francamente inimigas do género humano. Criam-se reacções pavlovianas na mente do baralhado cidadão-x, que já nem consegue raciocinar para além da estrutura mental para que foi orientado (dir-se-ia programado) desde pequenino.
No "1984" de George Orwell (livro que teve como título preliminar "The Last Man in Europe") a sociedade totalitária retratada (e que nos querem fazer crer que está bem longe daquilo que se passa no Ocidente) tinha como princípios: "Guerra é Paz", "Liberdade é Escravidão" e "Ignorância é Força". Nas nossas sociedades democráticas lançam-se guerras em nome da paz (e da democracia, claro!) e manipulam-se as mentes fazendo crer às massas ignaras que são mais livres do que o Homem alguma vez foi na história da humanidade.
E o cidadão-x acredita. Não fosse a crise económica ele até podia ser perfeitamente feliz!

quarta-feira, outubro 17, 2007

Portugal é um dos 10 países do mundo que mais respeita a liberdade de imprensa!

O título deste postal parece ser a piada do dia - mas não é, pelo menos a fazer fé no que divulgam os Repórteres sem Fronteiras, organização que «tem como principal objectivo a defesa da liberdade e do direito à informação».
Das duas uma: ou os outros quase 200 países estão muito mal neste particular, ou este relatório é uma anedota (ou, muito provavelmente, verificam-se as duas situações). Não é preciso muito para constatar a cinzenta uniformização da opinião publicada em Portugal. Se não há mecanismos formais de censura (o que até começa a ser discutível) há claramente códigos não escritos e indicações rígidas aos jornalistas sobre os temas que não podem abordar e sobre notícias que é melhor não divulgar. A censura informal chega à cultura, existindo obras e autores que se não divulgam, salvo para serem criticados impiedosamente.
Depois há os "mecanismos de mercado" associados à ideologia: quem tiver pretensões de ter uma publicação não conformista não conseguirá angariar publicidade, por receio dos potenciais anunciantes de ficarem mal vistos, podendo ser criticados publicamente pelos zelosos defensores do politicamente correcto e mesmo podendo mesmo pôr em risco a sua posição em concursos públicos.
A liberdade de imprensa em Portugal, como de resto - tendência inquietante - na maior parte daquilo a que muitos, sem noção do ridículo, ainda vão chamando "mundo livre", vai mal, obrigado.