SECRET HIM
sábado, junho 14, 2008
quarta-feira, abril 16, 2008
Le retour
domingo, outubro 28, 2007
à procura do manual de instruções
sábado, agosto 04, 2007
Green Idol
Nem gostava muito deste senhor. Mas ao longo dos anos, tem sabido que caminho escolher!
"Not content to rest on his laurels as an Oscar-nominated international superstar, Leonardo DiCaprio has become one of today's most prominent environmentalists. An outspoken activist who sits on the boards of the Natural Resources Defense Council and Global Green USA, DiCaprio's the rare celebrity who truly walks the walk, driving his hybrid car to his solar-paneled home and co-writing and producing The 11th Hour, a documentary about our planet in crisis."
terça-feira, julho 24, 2007
storyteller
quarta-feira, junho 20, 2007
sinais dos tempos
Estes últimos tempos têm sido de sucessos, quer pessoais, quer profissionais. Gosto do meu dia-a-dia. Principalmente o almoço que é o período do dia em que me divirto mais.
Almoço sempre com a A. que é minha colega e se calhar das melhores amigas que já tive. Está a trabalhar comigo há 3 meses. Tem 42 anos e acho-a uma corajosa. Tem um ar desafiador perante os homens, um olhar que enfeitiça em tons de mel e avelã. Não compreende o facto dos homens se intimidarem com ela. Eu também não compreendo, mas acho que os homens estão a ficar fracos. Nos modos, nos gostos, nos quereres e apetites. Querem-se homens valentes e que arriscam, não aqueles que se intimidam com um olhar provocador de uma mulher, como se ela o fosse comer (e se comesse?!)
Costumamos passear os dois pela cidade, pelas avenidas, a apreciar o Homem português em todas as suas manifestações. a adivinhar para que lado penderá a sua balança e os seus afectos.
Nunca pensei chegar a este ponto.. mas torna-me o dia-a-dia divertido à brava :D
Daqui a 15 dias estarei com o M.(ais que tudo). Já tenho saudades do seu abraço.
domingo, maio 27, 2007
domingo de chuva
Maria del Mar olhava pela janela do seu quarto o movimento da calle de San Justo. Era domingo e as senhoras da alta sociedade de Madrid entravam, uma a uma, na Basilica de San Miguel para a eucaristia dominical.
Maria del Mar observava desde pequena aquele ritual. Gostava de ver as lindas mantilhas de renda e sonhava um dia passear-se também ela pelas escadas da Basílica.
Aos quarenta e um anos orgulhava-se de si e do seu reflexo no espelho de Veneza que tinha na parede do toucador. Herdeira dos bens de seu pai, após a morte da sua segunda mulher, Maria del Mar não se privava de cousa alguma. Vestia-se nos melhores costureiros de Madrid, perfumava-se com as melhores essências que chegavam de Paris, e que encontrava em Santa Maria Novella, na Calle Almirante, e posava todas as tardes no café Gijóm, onde paravam os intelectuais da primeira década do novo século.
Maria era a única aristocrata que frequentava cafés em Madrid. As mulheres invejavam-lhe a delicadeza dos gestos. Os homens invejavam-lhe a intimidade. Lutavam pela sua atenção, por se exibirem e por lhe declamar os mais belos poemas de amor. Maria olhava entediada para a sua chávena de chá, nela vendo a tristeza do seu destino, da sua solidão e começava a achar-se infeliz.
Em casa, contemplava o quadro que a imortalizara. Pintado por Modigliani em Paris, Maria escondia a tela dos olhos dos visitantes. A nudez que transpunha, lembrava a Maria a loucura que vivera em Paris, quando tinha vinte e três anos. Ocultando a todos a sua origem aristocrata, tinha-se entregue aos braços viris de artistas e pintores. Fora devorada com uma fome que nunca antes sentira e sentiu-se amada, cada dia por um homem, por um corpo, por um odor. Os mistérios do amor desvendavam-se, dia para dia, e Paris tornava-se para ela a cidade do amor e da felicidade.
Três anos foi o tempo que Maria viveu na cidade do Moulin, em Plena Belle Epoque, até ser forçada a regressar à cinzenta Madrid. A morte de seu pai, e a ausência de mais herdeiros, tornavam-na uma mulher rica, jovem e cobiçada.
Os anos passaram e Maria via-se presa pelos deveres da sua classe, dos compromissos que seu pai lhe deixara e pela felicidade que deixara em Paris.
Era Domingo e chovia. Maria vestiu o seu casaco de xadrês vermelho, desceu as estreitas escadas de madeira do nº 2 da Calle de San Justo e entrou discretamente na Basílica de San Miguel.
Dizem que foi encontrada morta no chão de seu quarto, envenenada, uma semana depois. Os médicos falaram em suicídio. Convido o leitor a espreitá-la, pela última vez, no quadro de Madrazo. Olhem como era graciosa..